Intenções – VII
Eleita em finais de Novembro, a 6 do mês seguinte, a nova
Direcção vai (em peso) apresentar-se (e ao seu programa) à Câmara da Ribeira
Grande. Só a 22 de Novembro de 2022 (com polémica à mistura) é que a AASB
conhecera uma nova Direcção.[1] Porém,
ainda que Filipe Mendonça - o Presidente -, e a sua equipa, se comprometessem a
cumprir por inteiro o mandato de quatro anos, pouco menos de sete meses depois,
pediriam a demissão.[2] Como
é que uma associação tida (havia bem pouco tempo) como estável - com as contas
limpas, com crédito e prestígio, permite a demissão de uma Direcção? [3] Para (tentar)
explicá-lo de forma razoável (e convincente), há que ter (creio) em conta (certas)
contradições inerentes (vindas de trás). A começar, havia um obstáculo conhecido
de todos (de muito difícil solução): ‘Sabe-se que os desportos de ondas, pelas suas
características e riscos associados, terão sempre
um número limitado de praticantes, não sendo propriamente um desporto de
prática fácil e de rápida aprendizagem como
outros desportos ditos tradicionais.’[4] Depois, havia (e há) a natureza
inteiramente amadora da AASB quando (devido à complexidade do programa
apresentado e às – normais -, exigências burocráticas dos apoiantes
institucionais) já se exigiria (algum) profissionalismo.[5] E
ainda: como poderia a Direcção promover (com sucesso) a angariação de mais praticantes
se, no caso da Ilha de São Miguel, a formação dependia (quase) exclusivamente (da
disponibilidade e da boa vontade) dos clubes/empresas cada vez mais (consequência
do aumento do turismo) virados para a vertente da empresa?[6] Só (por conseguinte) levando em linha de
conta esses obstáculos, se poderá (eventualmente) chegar a entender (em parte) a
razão da demissão da Direcção.[7]
No entanto, provavelmente, as razões decisivas, comuns às direcções anteriores,
foram (bem) outras (remeto-vos
para as notas). Estarão ligadas (até melhor prova) a falhas no seio da própria
equipa directiva, a falhas da equipa directiva com (alguns) clubes, e
vice-versa. Poderiam ter (alguns desses conflitos) sido resolvidos com mais
tacto? A faúlha final (ou o pretexto final?) é atribuída à crescente falta de
tempo disponível.[8]
Diferente das direcções anteriores?
Quem
é Filipe Mendonça (o novo Presidente da AASB)?
Que vantagem dispunha (eventualmente) sobre o candidato da Lista A? Não
consegui obter uma resposta que me satisfizesse por completo, confesso, todavia,
terá sido por apresentar uma lista de continuidade
e por ser filho da terra.[9]
Jovem engenheiro em início de carreira e
surfista desde a adolescência, havia acumulado (alguma) experiência na
organização de competições internacionais.[10]
Pertencera à USBA, onde chegara a Vice-Presidente. Havia (ainda) participado na
reunião (inicial) do Castanheiro que iria levar à criação da AASB, no entanto,
como preferisse reactivar a USBA a criar (do nada) uma nova associação, afastara-se.[11]
Mais tarde, porém, agradado com o rumo escolhido (entretanto) pela AASB e
(extremamente) descrente do rumo que (no seu entender) esta tomaria, caso a
lista B (a única até então apresentada) vencesse as eleições (sobretudo no
pendor mais empresarial, assim a classificou), avança com a lista (A), (apanhando
completamente de surpresa aquela outra lista). Dito isso, qual foi a proposta de Filipe e da
sua equipa? ‘Reforço do desporto federado em todas as ilhas, aumentando o número de
atletas e praticantes, integrando mais clubes na AASB, dar mais visibilidade do desporto de
ondas nas várias ilhas e trabalhando com as
várias associações e clubes no sentido de apostar na formação de treinadores e
juízes, bem como na formação e treino de atletas.’[12]
Como seria
isso possível? [13] ‘Trabalhar
em conjunto para fazer lobby junto das entidades regionais e
patrocinadores para canalizarem parte do investimento que tem sido feito, para
os escalões de formação e para a dotação de infraestruturas de apoio que
permitam o desenvolvimento da atividade (ex.º edifícios de apoio para os
atletas/praticantes guardarem material nas praias, zona de ginásio, duches, proteção contra a chuva e vento, apoio
aos clubes para o transporte dos
praticantes/atletas entre os estabelecimentos de ensino e os locais de treino, ATL ligadas ao Surfing, apoio à aquisição de
material para famílias carenciadas, entre outros).’ Queriam ‘prosseguir com o aumento do número de atletas, dirigentes, treinadores e juízes
federados.’ O plano, apresentado em Novembro, viria a morrer
no mês de Junho seguinte.[14] Seria o programa da lista A diferente do da
lista B? Não sei.[15]
Que acontece (nesse entretanto)
na capital do Surf? Pela
primeira vez, a Direcção da AASB integrava elementos ligados à Cidade da
Ribeira Grande.[16]
Marco Medeiros (o responsável
pelos nadadores-salvadores da Costa Norte e surfista divulgador das ondas
gigantes da costa Norte) entra como vogal e José Moreira (piloto da aviação
civil) entra como relator do Conselho de Disciplina. Vai (até) mais longe essa
ligação. Francisco Faria e Maia (tesoureiro, formado em gestão de empresas e
hoje profissional no sector das seguradoras) passava os verões nas Caldeiras da
Ribeira Grande e nas Poças (Piscinas). Onde pela primeira vez se aventurou no bodyboard.[17]
O próprio Filipe passava os verões nos Moinhos. Francisco Cabral de Melo morara
na Ribeira Grande (passando verões nos Moinhos). Até Paulo Ramos (Sagão) trabalhava (ou já trabalhara) na
Secundária da Ribeira Grande. Aparentemente, havia bons motivos para (esta)
crer numa mudança favorável ao Surf da Ribeira Grande (e da Ilha). Para 2023, a
AASB revelou à Câmara o seu calendário de provas.[18] Tão
ou mais importante, foram as ‘questões
logísticas relacionadas com o surf, na Praia do Areal de Santa Bárbara.’ A
autarquia comprometeu-se a ‘continuar a
cooperar com a AASB no reforço da marca ‘Capital do Surf,’ assim como nas
respetivas atividades.’[19] Nessa mesma reunião, ‘o projeto ‘Save The Waves,’ mereceu uma
tomada de posição conjunta: ‘quer a
Câmara Municipal, quer a AASB, reforçaram o seu compromisso e empenho para com
o propósito ambiental do mesmo.’ Em finais de 2022, cinco anos após a
revelação (ao público em geral) da onda da Viola, Marco Medeiros - já fazendo parte da Direcção da AASB -,
revelara a onda gigante da ponta do Farol dos Fenais da Ajuda.[20] Era
(seguramente) a maior dos Açores. Quanto (ainda) a ondas e à sua protecção
(algo que deve ser sempre visto à luz da intenção - ainda não concretizada -, da
candidatura da Ribeira Grande a Reserva Mundial de Surf), em finais de Novembro
de 2023, no Teatro Ribeiragrandense, ‘a
Portuguesa Surf Festival, em parceria com a Câmara Municipal da Ribeira Grande,
com a Associação de Surf da Terceira (AST) e com a Save The Waves Coalition,’
apresenta ‘uma mostra de cinema
relacionada com a literacia sobre a proteção dos oceanos, das ondas e da
sustentabilidade, da qual o surf é parte activa.’[21] Voltando
a 2023, na recepção à visita da ‘(…) Associação
para a Formação, Investigação e Desenvolvimento Social dos Trabalhadores, sobre
o teletrabalho e os desafios laborais que se colocam no pós-pandemia’
Alexandre Gaudêncio voltara a referir ‘a
aposta na atração de nómadas digitais e na valorização da marca Ribeira Grande
enquanto capital do surf.’[22] Na
BTL, a autarquia (que entende a atracção turística de forma bastante
abrangente) volta a colocar em grande destaque (além das provas de ilha e
regionais) a aposta no Surfing: uma etapa
do nacional de surf, o Allianz Ribeira Grande Pro e a World Surf League, com o
Azores Pro.[23]
Prova (mais
uma) de que as praias da Ribeira Grande eram essenciais ao surfing, vem no Edital de 1 de Junho da Capitania do Porto.[24]
Dos 28 ‘corredores’ disponibilizados aos
desportos ‘de deslize,’ 17 situam-se nas
duas praias gémeas da Ribeira Grande:
Santa Bárbara (8) e Monte Verde (9).[25]
Enquanto se (re)confirma a (estreita) ligação entre as actividades no litoral e
a (construção da) via litoral, em Junho desse ano de 2023, confirma-se o (renovado)
empenho da autarquia pelo (marginalizado)
Monte Verde. A autarquia ‘aprovou por
unanimidade a nova unidade de execução do Monte Verde (…).’ A propósito dessa praia, André Rosa, surfista e
arquitecto, que a conheceu bem de perto, deu lá aulas de surf, diz: ‘tem condições melhores ainda do que as de Santa
Bárbara.’ Porquê? ‘Porque tem vários
pontos de acesso. Está dentro da Cidade e está perto de tudo.’ Conclui: ‘Precisa somente de estruturas de apoio e
de resolver o saneamento básico. ’[26]
E diz ainda: ‘São – no mundo inteiro -, poucas as cidades
que têm dentro de si praias. Qualquer autarca do continente roer-se-ia de
inveja do colega que tivesse uma praia dentro da sua cidade.’ O que
propunha a unidade de execução do Monte Verde? ‘(…) Um novo acesso à zona litoral, através da rotunda do surfista, mas
também (da) criação de novas zonas públicas como um amplo parque de
estacionamento para a praia do Monte Verde e um parque urbano que servirá de
apoio à praia e toda a zona envolvente.’[27]
Ainda em Junho, ‘devido às condições do
mar,’ a praia de Monte Verde foi ‘o
local escolhido pela organização’ da Liga MEO Surf, o Allianz Ribeira Grande Pro 2023. A autarquia garantia que ‘as análises à qualidade da água são
excelentes, pelo que é seguro fazer-se a prova naquele local.’[28]
Informava (na mesma nota) que iria ser lançado até ao final do mês o concurso
público para a requalificação de uma zona envolvente à praia do Monte Verde ‘pelo valor de 4,1 milhões de euros.’[29] Numa entrevista a um jornal da
Ribeira Grande, Gaudêncio repetia (ainda) a intenção da autarquia em resgatar
aquela praia: ‘(…) estamos a terminar as
obras de saneamento básico da cidade que vai permitir limpar definitivamente
aquela praia.’[30]
Mais uma boa notícia. Em Outubro, é inaugurado um ‘alojamento turístico para surfistas, o
Surfin Azores, o novo Eco Surf Lodge localizado na freguesia da Ribeira Seca,’
algo que poderá vir a ter (bastante) impacto no futuro. Que é ‘o único surf camp desta empresa
internacional nos Açores.’[31] O
Presidente (na ocasião) destacou (ou volta a destacar) a tentativa (entretanto já
com algum sucesso) em atrair ‘nómadas
digitais,’ adiantando um (novo) motivo adicional: ‘a abertura da Incubadora de Empresas da Ribeira Grande.’[32]
Ora, se a
autarquia (com a demissão da Direcção da
AASB) tinha motivos para estar apreensiva, outro tanto teriam os pais da Ribeira Grande – que desejassem
pôr os filhos no surf -, e os surfistas (da primeira e segunda levas).[33] Acusam os clubes/empresas: de só quererem
‘dinheiro.’ Acusam a autarquia
e a ASSB: podiam fazer melhor.[34]
Sei, de fonte segura, que (ambas) prometem (tentar) fazer mais. E criar um clube (de preferência escolar) de surf da e na Ribeira Grande?[35] Luís Melo conta que um dia, estando com
Rodrigo Herédia a surfar na praia do Monte Verde, defronte da Vila Nova,
Herédia lhe terá dito: ‘Não tardará muito
a sair dali campeões.’ Será que (um dia) iremos lá chegar?
Café
Lectus – Cidade da Ribeira Grande (continua)
[1] AASB, Acta da
Assembleia Geral de 22 de Novembro de 2022:
A Lista A – de Filipe Mendonça -, venceu com 8 votos, contra 3 da Lista
B, de Gonçalo Girão.
[2] Comprometendo-se, no entanto, a
funcionar como Comissão de Gestão até ser encontrada nova Direcção. A qual, só
viria a ser encontrada (após várias tentativas goradas) oito meses.
[3]A pouco mais de
um ano de terminar o mandato, a Direcção que ia sair (e que apanhara em cheio
com as restrições do Covid-19) procurou (activamente) encontrar quem lhe
sucedesse. Entre outros possíveis exemplos, Aires sondou Sofia Brandão que após
ponderar, declinou o convite, Benjamim sondou João Decq e Gonçalo Girão que
aceitaram o desafio e formaram uma lista. Segundo consegui apurar, da lista
faziam parte, Gonçalo Girão, empresário, que seria o Presidente, João Decq,
artista plástico, Miguel
Contreiras, professor de Educação Física, Pedro Amaral, enfermeiro, Pedro
Correia, Bodyboarder. Praticavam surfing, eram federados mas nem todos
pertenciam a clubes. Apresentaram (isso já confirmei) o seu projecto em
Assembleia-Geral, com o qual, segundo fui informado (aguardo cópia do powerpoint para o confirmar), pretendiam
ter mais atletas federados, fazer mais formação, criar uma estrutura
associativa mais profissional e apostar nas competições. A reacção foi mista:
houve quem saudasse o projecto mas houve quem ficasse de pé atrás. Filipe
Mendonça achou que iriam subalternizar as provas regionais e avançou com uma
lista sua. Deu (antes) conta dessa sua intenção aos Presidentes cessantes
(Benjamim e Avelar). Tanto quanto pude perceber, haverá (eventualmente) dois
outros motivos (talvez mais decisivos) para o aparecimento (e subsequente
sucesso eleitoral) desta segunda lista, creio. A lista de Girão não partira dos
clubes e isso criava um precedente indesejado numa associação de clubes. A
lista de Girão não fazia segredo de que os clubes/empresas micaelenses eram
(por estarem mais ocupados com a empresa) a causa de algum marcar passo.
Dever-se-ia angariar mais sócios federados – também em S. Miguel – sobretudo em
São Miguel (como fez muito bem o André Avelar na Terceira). A continuar a
situação, os votos da Terceira também decidiam o rumo da AASB. O ‘buraco’ estatutário que permitia (numa
associação de clubes) freesurfers federados sócios da AASB passarem por cima
dos clubes, iria ser a seu tempo corrigido. No fundo, não encontro diferenças
intransponíveis entre as duas listas, então porque razão se preferiu uma a
outra? ‘Votámos na lista do Filipe porque
lá estava o Benjamim, o Marco e outros que conhecíamos. Ao Filipe conhecia o
seu trabalho do WSL com o Rodrigo Herédia. Dava-nos garantia de continuidade. A
do Girão era-nos desconhecida.’[3] Foi tida também em conta (segundo apurei) as
personalidades distintas de quem encabeçou as duas listas.
[4] Arquivo da AASB, de Filipe Mendonça,
Apresentação e Plano de Actividade para 2023, Ponta Delgada, Fevereiro de 2023
[5] Tanto mais que os parceiros
institucionais (com quem era disposto dialogar) exigiam (legalmente) crescentes
(e complexas) burocracias. Só talvez com algum profissionalismo, seria isso
(eventualmente) possível.
[6] O ano de 2023 bateria todos recordes
dos últimos vinte anos) mais absorvidos pela vertente empresarial. Ou seja, a
questão de quem elege a AASB: também os sócios individuais ou só os
clubes/empresa. Ou seja, a questão de quem elege a AASB: também os sócios
individuais ou só os clubes/empresa.Questão que, devido ao sobressalto
eleitoral, iria ser resolvida (ou adiada) numa assembleia-geral após a demissão
da Direcção.
[7] Filipe na sequência da Assembleia-geral do dia 13 de Junho de 2023, que fora marcada em 26 de
Maio, cuja ordem de trabalhos não denunciava a verdadeira gravidade do assunto.
Arquivo Digital da AASB, Convocatória para Assembleia-Geral (ordinária),
pelo Presidente, André Avelar, datada de 26 de Maio de 2023: ‘Marcada para o
dia 13 de Junho. A realizar no Corpo dos Bombeiros da Ribeira Grande. Ordem de
trabalhos: Aprovação do Relatório e Contas do ano de 2022; Esclarecimentos
sobre o Campeonato Regional de Surfing 2023 (etapa da Graciosa); outros
assuntos. Henrique Linhares, Entrevista Surf. Filipe Mendonça presidente da
AASB, Açoriano Oriental, 23 de Maio de 2023, p. 20. E no entanto, havia
problemas graves por resolver, que esperava poder ultrapassar na
Assembleia-Geral de 13 de Junho. O que
se passou que tenha levado a Direcção a pedir a demissão? AASB, Arquivo de
Filipe Mendonça, Carta endereçada ao Presidente da Assembleia-Geral, André
Avelar, 13 de Junho de 2023. Filipe Mendonça explicara-o de viva voz na
Assembleia-Geral, porém, na carta datada daquele mesmo dia 13, e endereçada a
André Avelar, Presidente da Assembleia-Geral, e aos sócios da AASB, dando a
entender que o havia explicado, como razão apenas alega: ‘infelizmente (…) atualmente
não se reúnem as condições para continuar
a desempenhar as funções para as quais fomos mandatados.’ Até porque,
apenas três dias antes da nota de convocação da Assembleia-Geral, Filipe
Mendonça dera uma entrevista a um jornal local, na qual não se vislumbra
qualquer sinal de pedido de demissão.
[8] A cada
vez maior exigência da vida profissional e familiar de cada elemento da
direcção. Até que ponto isso (que seria comum a outras direcções) seria motivo
inultrapassável? Não sei. Testemunho de Filipe Mendonça, 29 de Fevereiro de
2024. Nós que não estivemos presentes na
Assembleia-Geral, querendo saber (para dar a conhecer a quem lá não esteve) o
que (aí) alegou em concreto para fazer o pedido de demissão, e para que o
aceitassem, fizemos-lhe a pergunta há dias:
‘Começou com uma desavença na etapa
da Graciosa. Houve um choque. Fiquei praticamente sozinho. Tive reuniões em que
ninguém apareceu. Estavam todos – e eu também -, muito ocupados com as nossas
vidas. Os relatórios (a estrutura estava pré-feita) mas o Tesoureiro
atrasava-se de completar os pormenores necessários. Os clubes queriam mais
dinheiro para as provas. Para antecipar o dinheiro que vem (e tarda em vir) do
Governo Regional, não se devia mexer no fundo de maneio que servia de tábua de
salvação. Não conseguia e pedi a minha demissão.’ Testemunho de André
Avelar, 6 de Março de 2024. Versão de
André Avelar, Presidente da Assembleia-Geral: ‘A falta dos relatórios. Esse foi o motivo central. Não nos enviava os
relatórios, nem atendia o telefone. E era necessário por motivos burocráticos. Testemunho de António Benjamim, 29 de
Fevereiro de 2024. Mas
conseguiu-se o compromisso de formar uma Comissão de Gestão até ser encontrada
a solução. Acrescentou. A versão de
António Benjamim, anterior Presidente, vogal desta nova Direcção, vai a mais
pormenores: ‘A Direcção do Filipe – de acordo com os clubes – só clubes -, e os
outros - clubes/empresas -, chegara a um entendimento que seriam estes a
organizarem as provas. Ora, quem as promovia, teria - por conseguinte -, de
apresentar os relatórios. Nos quais consta a explicação das actividades e
despesas. Como o não fizessem (não sei se todos ou só alguns) a Direcção – após
dar um prazo -, demitiu-se na Assembleia-Geral do dia 13 de Junho de 2023.’
[9] Girão, segundo
Filipe, queria (além de outras coisas) profissionalizar a AASB e dar menos
importância às competições regionais, alarmado telefona a Benjamim diz que vai
avançar com uma lista e convida-o a fazer parte dela. Faz o mesmo a André
Avelar. Para a direcção Filipe vai buscar gente da sua geração: Francisco Faria
e Maia para tesoureiro e João Sequeira de Medeiros para seu Vice (Advogado – 41
anos). Hoje têm 42 anos ou a caminho de fazê-los. Depois, integrou os
senadores: Benjamim (na Direcção); Luís Miguel Silva Melo, Presidente do
Conselho Fiscal; Francisco Cabral de Melo, vogal do Conselho de Disciplina.
André Avelar na Presidência da Assembleia-Geral. Esse equilíbrio (obviamente)
agradou tanto aos clubes como aos senadores, no entanto, desagradou a quem
queria romper com isso. A
exemplo do que acontecera na formação das listas anteriores, pretendeu
equilibrar a renovação (incluindo gente da sua geração) acrescentando-lhe
(porém) uma garantia de continuidade (incorporando senadores da AASB - fundadores e anteriores presidentes).
[10] Fazia parte da AAS (Atlantic Action Sports) organizadora das
provas internacionais que abrindo os Açores ao Mundo do Surf, haviam (na
passada) aberto o caminho à formação de empresas na área (e não só).
[11] Em parte, também
por incompatibilidade com alguns
dos participantes. Segundo me disse.
[12]Tanto quanto (me
foi, até ao momento, possível ver), será uma proposta que em pouco divergirá da
de Girão (mas falta confirmar).
[13] Apesar dos investimentos feitos até então pela ‘Direção Regional do Turismo e pelas Autarquias na realização de eventos nacionais e internacionais,’ algo que reputam de muito positivo. Como alterar essa situação? ‘o investimento nos escalões de formação e nas estruturas de apoio (era) insignificante ou nenhum.’ Daí resultar, continuam, ‘ser o número de atletas açorianos com nível competitivo para poder representar a região num evento nacional, internacional ou até no campeonato nacional de esperança, muito reduzido (cerca de 6), com resultados muito fracos, sendo eliminados na maioria das vezes na primeira ronda da competição.’
[14] Era esse plano
(muito) diferente do apresentado pela lista concorrente? Tanto quanto sei,
aparentemente não divergiria tanto assim. Cf. AASB, missiva de André Avelar
para Gonçalo Girão, 24 de Novembro de 2024: ‘tinha – segundo António Benjamim -, um perfil adequado pela minha visão experiência pessoal/profissional
e conhecimento da indústria do surf para fazer crescer a AASB e captar
investimento.’
[15] Aguardo que
alguns elementos me facultem o Powerpoint apresentado ou outro documento.
[16]Só quem não conheça o espírito orgulhoso e independente
da Ribeira Grande, poderá achá-lo um capricho ou uma bizarria. É provável que,
sendo Capital do Surf, em que a
Câmara apoiava a modalidade como nenhuma outra da Ilha, local da realização das
Assembleias-Gerais da AASB, palco das principais provas (oficiais) e local (de
grande parte dos) dos treinos da modalidade, que Filipe Mendonça quisesse
rodear-se de elementos da Ribeira Grande.
[17] Francisco Faria
e Maia (que depois aprendeu o surf com Luís Melo – outro com ligação
privilegiada à Ribeira Grande – pois fez a pré e a primária na Ribeira Grande,
onde a mãe leccionava) mais o Filipe foi ajudar o Luís Melo no projecto de Rabo
de Peixe. (juntamente com os
Pilão, Tiaguinho, e outros daqui que por lá também andavam)
[18] ‘quatro provas na Praia do Areal de Santa
Bárbara: duas provas no âmbito do campeonato regional, uma prova da Taça Açores
e outra integrada no circuito da ilha de São Miguel.’
[19] 07/12/2022: https://www.cm-ribeiragrande.pt/associacao-acores-de-surf-e-bodyboard-recebida-na-camara-municipal-da-ribeira-grande. Por ser de
extrema importância e (inequivocamente) de interesse mútuo: ‘Por ambas as entidades, foi salientada a
importância do Surf na educação e formação dos mais novos, na promoção da
sustentabilidade e preservação do meio-ambiente, assim como a relevância da
modalidade na atração de turistas e praticantes à Ribeira Grande.’
[20] Correio dos
Açores, 14 de Dezembro de 2022, p.18: Na costa Norte de São Miguel, Marco
Medeiros surfa a maior onda dos Açores na ponta do farol dos Fenais da Ajuda.
Fê-lo ao lado de Sebastian. Cinco anos antes, 2017, havia sido a onda da Viola
surfada por João Macedo.
[21] 05/12/2023: https://www.cm-ribeiragrande.pt/portuguese-surf-film-festival-apresentou-mostra-de-cinema-no-teatro-ribeiragrandense
[22]26/01/2023: https://www.cm-ribeiragrande.pt/participantes-do-seminario-da-fidestra-recebidos-nos-pacos-do-concelho
[23] 06/03/2023: https://www.cm-ribeiragrande.pt/ribeira-grande-apresenta-calendario-de-eventos-para-2023 . (além de
outras realizações, como o TREMOR, o MEO Sound Route, a Festa da Flor, a Feira
Quinhentista, o RFM Beach Power, o MEO Monte Verde Festival, o Azores Burning Summer,
as Cavalhadas de São Pedro, Ecologic Trail Run Azores, Wine in Azores.
[24] Feito para
cumprir a lei, teve, na sua elaboração a colaboração da AASB e o parecer da
Câmara da Ribeira Grande, entre outras entidades.
[25] https://www.amn.pt/DGAM/Capitanias/PontaDelgada/Paginas/Capitania-do-porto-de-Ponta-Delgada.aspx: ‘Pópulo 1;
Milícias 4; São Roque 1; Monte Verde 9; Areal de Santa Barbara 8; Água D’Alto
5.’ Escusado será dizer que, a (muito) breve trecho, se a isso somarmos a
prática de parapente, isso irá causar graves perturbações em Santa Bárbara e
Monte Verde. O que equivale a 61% do total da Ilha. Mas se tivermos só em
consideração as praias do Pópulo (1),
Milícias (4) e São Roque (1), a
superioridade (ou no caso, a dependência) ascende aos 73%.Se aquelas praias
estão mais desafogados, devem-no ao ‘aperto’ (sobretudo) da praia de Santa
Bárbara. Como será quando o saneamento básico e o passeio atlântico tornarem
mais frequentada a do Monte Verde? E (se se concretizar sem grandes atrasos)
esse tempo não andará longe.
[26] Testemunho
de André Rosa, 24 de Outubro de 2023
[27]13/06/2023:https://www.cm-ribeiragrande.pt/unidade-de-execucao-do-monte-verde-em-discussao-publica
[28] Apesar de a
Câmara aumentar a sua participação, não se realizou por falta de apoio
suficiente por parte do Governo Regional a prova internacional habitualmente
organizada pela AAS (Herédia, João Aranha, Filipe Mendonça).
[29]22/06/202: https://www.cm-ribeiragrande.pt/liga-meo-surf-e-determinante-para-a-afirmacao-da-ribeira-grande-capital-do-surf. Trata-se do
troço compreendido entre a travessa da rua do Estrela e o Moinho da Areia (agora
alojamento local). Foi lançado, sendo o resultado do concurso impugnado.
Aguarda novo concurso. Por exemplo: Macedo, Jorge, A Frente-Mar da
Ribeira Grande, Açoriano Oriental, 29 de Junho de 2023, p. 13. A
falta de investimento da Região, suscitou uma intervenção pública dos autarcas
locais (de todas as sensibilidades partidárias) no dia do aniversário da
Cidade. E contou com artigos na imprensa (de elementos destacados do poder
regional).
[30] Audiência Ribeira Grande, 10 de Agosto de 2023, p.14.
[31] ‘Tem como objetivo oferecer aos visitantes experiências diversificadas, tais como aulas de surf e skate, tours pelos ex-líbris da ilha e experiências gastronómicas com produtos locais.’
[32] 09/10/2023:https://www.cm-ribeiragrande.pt/aposta-na-marca-capital-do-
surf-continua-a-atrair-novos-investimentos
[33] Testemunho de
Filipe Mendonça, 17 de Dezembro de 2023: ‘Recebi este ano de 2023, na AASB, da
Escola da Maia, um pedido para a escola do Xolim. Ao abrigo do tal protocolo.’ No
curto período em que a Direcção liderou a AASB, houve um pedido solitário de um
aluno da Escola da Maia (não sei se se concretizou) para aproveitar o protocolo
entre a Câmara e a Escola de Ricardo Xolim.
[34] A opinião dos
que fazem parte de outros universos desportivos, acha que não compete à Câmara
fazê-lo. E se o fizesse teria de fazer igual para todos os desportos.
[35]Como a partir de
Agosto de 2023, a tentar perceber o impacto do Surfing no desenvolvimento da
Ribeira Grande, tenho vindo a publicar artigos sobre o litoral concelhio da
Ribeira Grande, dos quais sete totalmente dedicados à relação do Surf com a
Ribeira Grande, além de observador participante, envergo a camisola do agente
de mudança. Essa é a minha proposta, que fui lançando (como direi melhor no
próximo trabalho) à medida que
ia falando com uns e outros. Isso logo em Agosto. Nos Bombeiros da Ribeira
Grande? Ou no Clube Desportivo da Escola Secundária da Ribeira Grande? Sem
excluir a primeira hipótese, apostaria a fundo na segunda porque a escola
abrange todo o universo concelhio.
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