Blogue do Mário

Criar um museu desta natureza traz novidades todos os dias.

A Casa do Arcano representada na maqueta, já antes divulgada, diz respeito à casa antes da construção actual do museu. Hipóteses de crescimento da casa, até hoje, estão publicadas na minha tese de mestrado.

A proposta de reconstituição do Mosteiro de Jesus partiu de uma base documental sólida (pesquisa de arquivo), recolha oral, pesquisa arqueológica e análise comparativa de mosteiros da mesma ordem existentes na ilha de São Miguel.

Dia 30, três dias depois de dado o início, quarta não huve nada, saiu da Sala da Liga da igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela. Faltava pouco para as onze da manhã.

Margarida Isabel Narcisa, como vem no Dote de Ingresso no Mosteiro do Santo Nome de Jesus, toma o nome religioso em Fevereiro do ano da Graça de 1800 e sai do mosteiro em Junho de 1832 quando os mosteiros são fechados.

Está completa a recolocação.

Aqui desviou-se do levantamento por razões de visibilidade. Tornou-se possível ver o quadro em que São José tenta fugir ao saber que Maria está grávida de Jesus. Estava oculto, voltado para a face 2. Ficou agora virado para a face 3. Também se mexeu nos quadros sem figuras por detrás, conforme a ficha das peças. A Casta Susana igualemente posta de maneira que não se pudesse ver uma mulher nua a tomar banho, talvez num acto de censura. Aliás, pelas mesmas razões da fuga de São José.

Já estava assim ontem, terça, à mesma hora. Retiraram-se as Panelas e a Manga de Vidro por não pertencerem ao Arcano. Segundo a própria madre Margarida.

Falta só, se não me erra a memória, as Tribulações de Job. Estão a ser fotografadas pela Élis Marçal. A disposição deste piso, face 1, ficou como foi registada no levantamento feito para a tese.

Amanhã, se o dia o permitir, logo de manhã, agora que o quarto de baixo está desocupado, da Casa do Arcano, vai-se trazer o que se puder.

A dedicação, a minúcia e o escrúpulo desta caminhada a duas mãos e a duas mentes.

Das últimas peças do segundo piso a chegar ontem passavam das dez da manhã. Hoje, por questões de calendário de trabalho e de tempo: ameaça chover, a continuação da mudança ficou adiada para talvez logo à tardinha.

Às 20, a saudade do Arcano Místico.

E Horus: derramado entre espaços mas unido por um objectivo: agora estou no Teatro há pouco estive na Casa da Cultura.

Tive vários poisos, aliás, tenho vários: foi na Sala de trabalho, sempre que era necessário e havia espaço, foi no coro-alto, nave central e foi na Sala da Liga, enquanto houve espaço e os preparados para a conservação e limpeza não me expulsaram, foi ainda e também na Sala popr baixo desta da Liga, sala onde terá estado o Arcano.

Da sala de trabalho: voltada a Norte a Poente. Çado Poente.

A sala ao lado da nave direira (coro-alto) serviu de sala de trabalho durante três meses. às 20 e trinta de ontem estava assim. Janela voltada a Norte. Deu problemas de HR. Felizmente sempre resolvidos.

Às 20 e 30 estava assim. É uma sala estranha e perigosa. Perigosa porque o soalho de pinho mexe quando se anda nele. Mesmo em bicos de pé. Estranha. Porque a HR dela é sempre diferente das outras. Fica por cima do quarto onde o Arcano também terá estado. Aliás, o anexo a Norte foi construído em 1903 para meter nele o Arcano Místico.

Mas já estava assim desde a manhã: só resta um quadro do primeiro piso, quarta face, que ainda não chegou a vez de ir. Foram levados todo o terceiro piso e parte substancial do segundo e nada ainda do primeiro. Ainda bem porque chegou hoje uma figura que viajou de Guimarães para a Ribeira Grande. Foi levada por um arqueólogo que precisava de fazer um varrimento digital para propor uma visita digital ao Arcano Místico. Não passou de proposta porque as verbas estavam para além das nossas posses. Ficará para o futuro.

Às dez da manha de ontem, já não havia quadros do Arcano no coro alto, nave central.

Neste quarto, antigamente seriam as lojas da casa, onde vamos ter um espaço de exposição temporária, ficaram os quadros do segundo piso, das faces uma à três, e alguns quadros da face quatro. É um quarto que inspira cuidados apertados, pois, a HR normal, se não se estivesse a humedecer com a´gua, lavando o chão, ou através da abertura da porta de entrada principal, pela rua de madre Margarida, talvez tivessemos alguim problema.

Que terá sido no tempo de madre Margarida algo equivalente a uma sala de jantar ou de receber visitas. Esta e a anterior, ficam no piso superior, segundo piso, ambas voltadas a Sul, para a rua que tem o nome da sua antiga ilustre ocupante: Margarida do Apocalipse. Com falta do Isabel. Na imagem a Teresa Marreiros.

Uma das três salas de trabalho na Casa do Arcano: esta terá sido a sala onde o Arcano esteve até ser transferido em Janeiro de 1870 para o coro alto da igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela.

O mestre pedreiro, natural e residente nos Fenais da Ajuda, conclui o passeio à volta da Casa do Arcano. Quarta-feira, dia 29, foi o último dia em que trabalhou na calçada.

Daqui a pouco, dar-se-á início à segunda etapa da mudança. O tempo está a favor.

Salvo erro já este ano, se não me baralha a memória, o executivo decidiu emitir selos e envelopes correspondentes às Cavalhadas, já sairam, ao Presépio do Senhor Prior, não me ocorre se já saiu e ao Arcano, a sair no próximo mês de Agosto. Não sei mesmo se uma outra emissão. É uma edição limitada.

Cópia feita sobre acetato sobreposto à inscrição manuscrita na base inferior do tabuleiro do 1.º piso, face 3 do Arcano Místico pelo grupo de trabalho do Paulo Brasil. Janeiro acaba por ser um dos melhores meses para a mudança pelo facto de não haver grandes oscilações entre a HR e a Temperatura.

Leva na mão uma das três peças do 3.º piso, face dois, que estando no Arcano e sendo de madre Margarida, vão ficar em expositores à parte. O trabalho das imagens, destas, foi do Pedro Garcia. No seu telemóvel. Pouco depois chegou o Hugo da Escola Profissional da Ribeira Grande para colher imagens com a Câmara de Filmar.

Tivemos a colaboração de um agente da PSP para nos controlar o trânsito no cruzamento das ruas de João d'Horta com a de Sousa e Silva. Estive a monotorizar, mais a Filomena e a Sófia e o Pedro Garcia os parâmetros de HR e de Temperatura.

Todo o terceiro piso, faces, 1-4, estava na Casa do Arcano. Parou-se sobretudo porque os parâmetros de HR e de Temperatura já o desaconselhavam. Estiveram a mudar: Teresa Marreiros, Elis Marçal, Rui Medalho,. Paulo Brasil, Sónia Janeiro, Filomena Moura e Emanuel Oliveira.

Quando a Criação do Mundo, 1.ª face, 3.º piso, a primeira peça que foi intervencionada em Abril, chegou pelo Paulo Brasil ao quarto em que muito posivelmente esteve até madre Margarida falecer em 1858. No dia 27 de Julho.

Margarida entrou para este mosteiro de freiras clarissas em Fevereiro do ano de 1800, aí permanecendo até á sua extinção em Junho de 1832.

Há que medir parâmetros de temperatura, de Humidade Relativa e de Iluminância: eis o exemplo de uma leitura no dia 24 da temperatura e da HR. Será um transplante, para que dê certo é preciso acertar no dia certo, na altura do dia certo e na HR e na Temperatura compatíveis no novo espaço do Arcano. Se houver grandes diferenças o trabalho que se fez até agora corre o perigo de ter sido inútil. Os próximos dias serão cruciais. Primeiro, na segunda, se o tempo o permitir, de manhã ou à tardinha, levar-se-ão meia dúzia de quadros mais sensíveis. Depois logo se verá. O ideia seria aguardar umas duas ou três semanas para ver como se comportam. Depois de as bandas de dentro e de os stores estarem colocados, vamos ver se se consegue.

O museologo, eu, faz o projecto museológico e o programa científico da exposição, o arquitecto, o Filipe Carneiro, põe em cena os textos e os objectos do discurso museológico da exposição. Neste caso, também os textos da folha de sala, da exposição, diaporamas, filmes, ícones, marketing.

O museologo, eu, faz o projecto museológico e o projecto científico da exposição, o arquitecto, Filipe, concretiza no espaço aqueles projectos.

Eis um exemplo prático da colaboração: como expor o conteúdo? Nesta vitrina.

Na década de 60 a rua foi rebaptizada de Madre Margarida do Apocalipse.

Descidos os degraus do adro, a rua de João d'Horta.

Mestre Emanuel Oliveira.

O mestre José Carlos parece que se despede do coro alto.

O coro alto vai ficando vazio.

Tal como em 1870, em 2009, também a marcação: tabuleiro do primeiro piso, face trás por baixo do qual, lado voltado para o chão, está a inscrição de Pedro Araujo Lima.

Preciso tirar outra fotografia.

Não se vê bem o mês da mudança.

Descobriu-se uma inscrição autografa, por baixo, na parte voltada para o chão, impossível de ver antes de desmontar o móvel: 'Este Arcano foi colocado a 13 de Janeiro de 1870 por Pedro de Araujo Lima.'

... as prateleiras do Arcano do coro alto para a Casa do Arcano.

Mestre Gilberto Bernardo pôs em prática a hipótese avançada.

ARCANO Story Line A história do Arcano desvendada segundo o ponto de vista de Mário Moura. Uma perspectiva sobre a vida da autora do Arcano, Margarida Isabel do Apocalipse, observada como sendo a sua obra, o reflexo do seu próprio percurso pessoal perpetuado neste enigmático legado. ARCANO Tratamento Pretende-se contar esta história de uma forma não-linear, tornando-a mais apelativa, uma vez que deste modo, existirá uma maior participação do espectador no desenrolar do documentário. Este documentário será parcialmente ficcionado através da figura de Margarida Isabel do Apocalipse, permitindo-nos assim que, através da sua representação dramática, sejam reconstituídas algumas passagens históricas. Com esta dramatização, o puzzle da narrativa não-linear será construído e continuado com as encenações ficcionadas, o recurso à narração em voz off e, com as apresentações ao vivo do Dr. Mário Moura, em momentos específicos da acção. Esta presença deverá andar no tempo, passando do passado par

Decreto Legislativo Regional N.º 9/2009/A de 3 de Junho Atribuição da designação de tesouro regional ao Arcano Místico de Madre Margarida do Apocalipse O Arcano Místico de Madre Margarida do Apocalipse, conjunto escultórico composto por pequenas fig...

A criadora Apresentamos sumariamente a criadora. Referiremos tão-só alguns traços da sua personalidade e vida. Falar de alguém é não esquecer que se tem de falar de uma vida desde a infância até à morte, de uma relação com o meio familiar, social e pessoal. Além disso, é ter em conta o crescimento psíquico e somático da pessoa ao longo da vida. E da coerência do ser humano, coerência feita de aparentes ou reais incoerências, de mudanças de opinião, de persistências, de dois pesos e de duas medidas, de razões da razão e do coração, de ódio e de amor, etc. Nela parece existir bem visível um fio condutor ao longo de toda a sua vida adulta conhecida. A imagem que nos chega e a que parece ter igualmente chegado aos contemporâneos, apesar dos sintomas de senilidade dos últimos anos de vida, é o de serenidade, de respeito, de poder, de firmeza, de persistência metódica. De uma pessoa racional. Margarida surge-nos nos documentos que compulsámos, como o 7.º filho de José Francisco Pacheco Moniz

Foi no dia 20 de Abril, fez ontem três meses exactos, ontem estava-se a acabar a última parte da Travessia do Mar Vermelho. Ou seja, tendo começado no 3.º piso, face 1, voltada para poente, prosseguiu-se pelo piso três, pelas faces 2, lado Sul, 3, Nascente e 4, Norte. E desceu-se ao segundo piso, seguindo a mesma ordem e finalmente ao 1.º piso, ainda na mesma ordem.

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Para quem queira saber mais do que a exposição diz, para quem queira ir além, ou saber da programação da Casa do Arcano foi seugerida uma página Web.

Um conto de fadas ou de fados?... Se as fadas existissem, talvez há um pouco mais de um século alguma se tivesse condoído de um esforçado carroceiro que, duramente, trabalhava para sustentar a família que lhe ia crescendo ano sim ano não. Ela poderia tê-lo feito enriquecer de um momento para o outro. E o novo rico passaria a andar de landó e viveria feliz num palácio doirado. Os fados costumam levar muito mais tempo a cumprir-se. Eugénio de Mello cansou-se da pobreza, e partiu sem saber bem para onde. Prometiam-lhe a abundância para si e para os seus. Que já eram tantos que lhe recusavam a entrada dos cinco filhos. Deus facilitara-lhe ligeiramente a vida, chamando para Si um dos pequenos. Mas ainda assim Eugénio teve de fingir que um deles fazia parte de uma família amiga, que o declarou como seu na chegada a um mundo dito novo mas que tinha leis estranhas. Eram os Estados Unidos da América, uma pátria feita por emigrantes. Que só começou a enriquecer quando, no

Em cima descobriu-se por debaixo de camadas de poeiras e detritos vários, marcas. Marcas junto ao exterior e outras junto ao pilarete central. Explico-o no meu Diário.

Quando fomos ao almoço, já estava assim: o tecto do móvel.

do Arcano tocou o chão da igreja.

Temos vindo a recolher sistematicamente imagens do nosso concelho desde 1986, a memória é também feita de imagens. Ia todos os verões passar um mês na Maia quando a minha mãe, telefonista de profissão, ia lá fazer as férias de uma colega. Data desta altura a minha ligação a esta terra.

Vazio, sem os quadros, as prateleiras dos três pisos, nú.

tal como nas outras ocasiões de mudança, nesta também estão a ser feitas marcas de orientação, desta vez seguindo a sugestão que dei na tese.

Foi preciso preparar o móvel antes de ser desmontado.

Daqui a dias o coro-alto ficará com a falta do Arcano: o convívio encetado em 1870, interrompido por volta de 1903 3 retomado antes da Grande Guerra dará lugar ao regresso à casa onde foi feito e mostrado em vida da sua autora e depois dela já com rendeiros na casa do Arcano.

Estiveram os da equipa de restauro até às onze da noite de terça a limpar o tecto. Encontrava-se cheio de poeira, argamassas, reboco e pedras.