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Haverá açoriano que não se indigne com tamanha barbaridade? (Santa Iria – XVIII) Este é o último artigo da série dedicada ao nosso fabuloso Porto. Estes 18 artigos não brotaram de ressentimentos, nasceram de um dever e direito de cidadania. Sou Historiador enquanto cidadão, tenho o dever de partilhar o que sei para o que julgo ser o bem geral da minha comunidade. Relembrei-me disso ao reler uma conferência de Bento de Jesus Caraça realizada na União Cultural «Mocidade Livre, a que deu o título de ‘ A Cultura Integral do Indivíduo Problema central do nosso tempo. ’ É ainda actual e foi reeditada este ano. Aconselho a leitura. Não havia ainda percebido se essa do ‘mauzão do mar da costa Norte’ era mesmo verdade ou se era apenas uma desculpa para não investir no Mar do Norte. Agora percebi: é uma desculpa para investir em massa no Sul e atirar umas migalhas ao Norte. Ora, vamos ao que interessa. Fotografei o Porto de Santa Iria em 2006, pouco antes da sua interdição, e em 2021. Vou pa
Sem dinheiro era assim, com dinheiro é assado!? Para meditar   (Santa Iria – XVII)   Afinal o grito de alerta ‘ Salvemos o Porto de Santa Iria!, ’ lançado em Dezembro de 1949 por Tavares Barbosa, ’ foi ouvido. Manuel Francisco Tavares Barbosa casa na Ribeirinha com uma senhora viúva. Está na freguesia já na década de 30. É um autodidacta, escreve para os jornais e é autor de peças de teatro. Laureano Almeida lembra-se bem de o ouvir e a outros discutir obras de Eça de Queirós. Acabou por ir para a Ilha Terceira onde faleceu. Era aparentado ao José Barbosa, homem do Teatro, jornalista, que morou na Fajã de Baixo. Tavares Barbosa, não sei se ainda residia na Ribeirinha, conseguiu que o Comandante do Posto Fiscal da Ribeirinha Gil Soares Paulino não só ouvisse o seu apelo como passasse à acção. O amigo e mestre nas coisas da Ribeirinha e que será mestre nas do aeroporto de Santana, chamou-me a atenção para um artigo de Gil Paulino que explica o que se passou. Muito obrigado a
Há baleia, golfinhos, furnas, ondas! O Norte também é!   (Porto de Santa Iria – XVI) ‘ Saem à costa desta ilha, algumas vezes, baleias, mais da banda do norte que do sul, principalmente na costa do lugar de Rabo de Peixe, onde se acham muitas favas do mar, que dizem ser-lhe agradável ou natural manjar. E, posto que muitas saíssem somente se aproveita o azeite delas, sem nunca se achar ambre (sic ).’ Frutuoso, Gaspar, Saudades da Terra Livro IV, ICPDL   Indaguei junto de empresários das áreas de turismo e dos desportos náuticos, se um porto de Santa Iria reabilitado interessaria à tão propalada nova economia do mar. Apesar de ainda pairar o ‘fantasma do mar da costa norte da Ilha,’ recolhi respostas encorajadoras. Ei-las: mediante certas condições, asseguraram-me, haverá interesse. Porquê? É complementar o que se oferece a Sul com o potencial do Norte. O Norte sempre foi terra de avistamento de cetáceos. A costa norte é mais interessante do que a do sul. A que condições alud
São Miguel não é só Ponta Delgada (Porto de Santa Iria – XV) Sou português dos Açores e micaelense da cidade da Ribeira Grande. Tenho raízes familiares espalhadas por toda a Ilha de São Miguel, pela ilha do Faial e pela do Pico. No continente, sou de Soure e da Batalha. A partir daqui, sem despir a camisola de historiador, envergo a camisola de cidadão. Antecipo-vos que vou ser duro. Mas leal. O meu amigo Francisco Maduro-Dias, com quem de vez em quando toco no assunto da Açorianidade , vem há muito repetindo, de forma certeira, que os Açores mais do que nove ilhas, são nove mundos diferentes. [1] Que devemos respeitar. Concordo e bato palmas, apenas acrescentando uma correcção: vista de fora, São Miguel é Ponta Delgada e, no entanto, apesar de Ponta Delgada, a auto-proclamada Capital da Ilha e dos Açores, pôr e dispor da Ilha, a ilha é muito mais ilha do que Ponta Delgada quer que a Ilha seja. Acreditem que a ilha e os Açores perdem com isso: muito mesmo, pois o triângulo de dese