Avançar para o conteúdo principal

Basta-me sentir!

Não sei ao certo porquê.
Nem quero lá saber bem porquê.
Basta-me sentir.


No fundo, estou convencido até de que se quisesse poderia avançar alguma explicação agradável a propósito da coisa; mas sinceramente não me apeteceu nada mesmo seguir por aí. Em todo o caso, os trabalhos pictóricos do Gilberto Bernardo, até os mais vagamente figurativos, levam-me quase sempre ao cheiro da flor do incenso, à luz da Primavera e ao canto do melro negro.

Não sei bem porquê


As pinturas do Gilberto sempre me deram cheiro a flor de incenso.
As cores suaves, juro, sempre me cheiraram a incenso. A incenso dos quartéis de laranjeira. As expressões suaves das formas, sejam quais forem, sempre me cheiraram a incenso. Ao incenso dos tapetes de flores calcados pelos pés nas procissões. Mas nunca, dou-vos a minha palavra de honra, me cheiraram ao incenso queimado nas festas. Só à dos Espírito Santos.
E ao canto do melro negro.


Mário Moura
RG, 14-03.2006

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Moinhos da Ribeira Grande

“Mãn d’água [1] ” Moleiros revoltados na Ribeira Grande [2] Na edição do jornal de 29 de Outubro de 1997, ao alto da primeira página, junto ao título do jornal, em letras gordas, remetendo o leitor para a página 6, a jornalista referia que: « Os moleiros cansados de esperar e ouvir promessas da Câmara da Ribeira Grande e do Governo Regional, avançaram ontem sozinhos e por conta própria para a recuperação da “ mãe d’água” de onde parte a água para os moinhos.» Deixando pairar no ar a ameaça de que, assim sendo « após a construção, os moleiros prometem vedar com blocos e cimento o acesso da água aos bombeiros voluntários, lavradores e matadouro da Ribeira Grande, que utilizam a água da levada dos moinhos da Condessa.» [3] Passou, entretanto, um mês e dezanove dias, sobre a enxurrada de 10 de Setembro que destruiu a “Mãn”, e os moleiros sem água - a sua energia gratuita -, recorriam a moinhos eléctricos e a um de água na Ribeirinha: « O meu filho[Armindo Vitória] agora [24-10-1997] só ven...

Quem foi Madre Margarida Isabel do Apocalipse? Pequenos traços biográficos.

Quem foi Madre Margarida Isabel do Apocalipse? Pequenos traços biográficos. Pretende-se, com o museu do Arcano, tal como com o dos moinhos, a arqueologia, a azulejaria, as artes e ofícios, essencialmente, continuar a implementar o Museu da Ribeira Grande - desde 1986 já existe parte aberta ao público na Casa da Cultura -, uma estrutura patrimonial que estude, conserve e explique à comunidade e com a comunidade o espaço e o tempo no concelho da Ribeira Grande, desde a sua formação e evolução geológica, passando pelas suas vertentes histórica, antropológica, sociológica, ou seja nas suas múltiplas vertentes interdisciplinares, desde então até ao presente. Madre Margarida Isabel do Apocalipse foi freira clarissa desde 1800, saindo do convento em 1832 quando os conventos foram extintos nas ilhas. Nasceu em 1779 na freguesia da Conceição e faleceu em 1858 na da Matriz, na Cidade de Ribeira Grande. Pertencia às principais famílias da vila sendo aparentada às mais importan...

Inauguração das piscinas das Poças, Ribeira Grande

Foram inauguradas Domingo passado as novas instalações balneárias da Ribeira Grande. Perderam-se as Velhas Poças e ganharam-se Piscinas e um areal que muitos já denominam de Areal de Santo André . Venha já a Via Litoral !