Poceirões
& Calhau da Furna
– XIX
Onde ir tomar um (bom) banho de água salgada nas Calhetas? Aos Poceirões ou ao Calhau da
Furna. Apesar de os Poceirões
ficarem (já) no lado dos Fenais da Luz, a pouco mais de duzentos metros das
Calhetas, era ali que iam (e ainda alguns vão) ‘da igreja para cima.’ Mas também lá iam (e vão ainda) os (vizinhos)
do Farropo [Lugar dos Fenais da Luz] e do Pico da Pedra.[1]
Há (ali) ‘boas’ poças – piscinas,
como diz o povo dali perto. Para alguns, até serão (bem) melhores do que as do
Calhau da Furna. E esse, no coração das
Calhetas, quase no final da rua da Boa Viagem e a dois passos do porto das
Calhetas? Era mais frequentado pelos da
igreja para baixo. E dos de Rabo de Peixe e Pico da Pedra.’ Dizem-me ainda.[2]
Lá em baixo na Volta (rua do Porto e próximo dela) davam-se mais com o pessoal
da Cova da Burra (Rabo de Peixe). Que também iam ‘nadar’ no porto ao lado. Hoje o Calhau da Furna é frequentado (além
do mais) por turistas do Hotel e dos alojamentos locais. E gente ao redor da Ilha.
Isso vi eu. Deve o seu aspecto actual a obras realizadas na década de noventa.[3]
Por razões económicas, não se concretizou, em 2006-9, um (ambicioso) projecto
de beneficiação.[4] Ainda
assim, conquistou (uma bem merecida) Bandeira
Azul. Prova da sua excelência.
Dito
isso, para conhecer os banhos das Calhetas, vou começar pelo princípio. Na
Europa, o uso de banhos de mar (no
início, apenas para fins medicinais) terá (segundo dizem) principiado em
Inglaterra no século XVIII. Ainda naquele século, tanto ali como (também) em França,
já se tomava banho de mar por puro prazer.[5] Em Portugal, conhece-se (algum) uso (já)
no século XVIII. Todavia, é (só) a partir do século XIX que se espalha o gosto (e
a prática) de ir ao mar a banhos.[6] Como terá (a moda) chegado a São Miguel?
É possível que tenha aqui chegado por várias vias: através da colónia britânica
aqui instalada, através de elementos das tropas liberais (que estiveram na
Ilha) e que haviam estado exilados em França e em Inglaterra, através de micaelenses
que viajavam para o estrangeiro, através de madeirenses ou (mesmo) de contactos
com as outras ilhas dos Açores. No entanto, ao contrário do que já acontece
para o caso de Portugal Continental, que irei seguir, há que admiti-lo, conhece-se
(bastante) mal a sua história na Ilha de São Miguel.[7] Tanto
quanto consegui descobrir, descobri uma (muito recente) nota (introdutória) a
uma exposição alusiva ao tema.[8] E um
artigo do meu patrício Ferreira de Almeida, que conhece tão bem ou melhor do
que eu as (nossas) Poças e mais ainda o (desafortunado) porto de Santa Iria. [9] Nesse
(seu) trabalho, fala de dois dos primeiros locais (conhecidos) de banhos de mar
da cidade de Ponta Delgada: Alcaçarias e Cerco dos Frades. Situam-se (cronologicamente)
antes de 1870 e depois de 1845.[10] Em
1870, diz-se que ‘se acham agravados os benefícios
dos banhos d’agua salgada’ das Alcaçarias,
devido aos despojos de uma fábrica de destilação estabelecida ali perto, na Rua
do Calhau.[11] Todavia,
se a casa que o inglês John Bristow tinha
no calhau do Cerco dos Frades (já) antes de 1839, lhe servia (também) de apoio
a banhos e não (só) a outros fins, será possível recuar na data para (uma altura)
anterior a 1839.[12] Certo?[13]
À caça de ‘migalhas’ úteis (à nossa história) vamos
‘radiografar’ (o mais possível) duas (preciosas)
notícias de 1845. Daqui se retira (como se verá) alguma informação (valiosa)
sobre os (primórdios dos) banhos de mar em S. Miguel. Saem
no Açoriano Oriental. Pela atenção
que dedica ao assunto, é possível que tenha sido (até prova em contrário) o
grande defensor dos banhos de mar. A primeira notícia é de 16 de Agosto.[14]
Numa nota curta no meio de outras dedicadas a outros assuntos, o jornal reclama
‘Um local para banhos, o mais próprio
possível.’ Considerando-os ‘salutíferos
banhos de água salgada.’ O local escolhido é o das ‘Alcaçarias.’ Estavam ‘aforadas a Thomas Hickling [n.
21.02.1745 – f. 31.08.1834],’
que havia falecido há onze anos. ‘A Câmara
Municipal,’ ‘visto não tira(r) lucro
nisso’ (…) (queria) converter (aquele local) ‘em utilidade pública.’ No entanto, ainda que fosse ‘uma obra tão desejada para a comodidade
pública,’ o jornal (como bom arauto do liberalismo) afasta a iniciativa
pública (Câmara) apelando (antes) à iniciativa particular: ‘se houver algum empreendedor que queira
especular por sua conta.’ Passados menos de
um mês sobre a primeira nota, a 13 de Setembro, sai uma segunda. Tal como a anterior,
será da lavra do editor do jornal, F. J. P. de Macedo, ou de outro seu colaborador
ou (até) de um leitor. Quem a redige queixa-se do facto de ‘numa cidade tão rica e comercial como esta
nossa, é pena que ainda não hajam lugares próprios para banhos de mar, à
imitação do que acontece noutras terras mais afortunadas, é verdade, porém
menos populosas que Ponta Delgada.’ O que se poderá (porventura)
retirar destas duas notas? Quanto a mim, primeiro, que o primeiro apelo caíra
em saco roto. Logo, era preciso ‘espevitar’ o bairrismo (adormecido) da Cidade (leia-se de Ponta Delgada).
Segundo, antes de Agosto /Setembro de 1845, já haveria locais onde tomar banhos
de mar fora da Cidade. Mas onde? Na
ilha? É provável que se referisse à ilha. Mas onde na Ilha? Ainda no Concelho,
em São Roque? Fora do Concelho, no da Lagoa? No de Vila Franca? No da Povoação?
No de Nordeste? No da Ribeira Grande?
Talvez por não ter
obtido a resposta esperada à sugestão das Alcaçarias, o autor da nota muda
(entretanto) de estratégia. Passa a sugerir a constituição de uma associação
privada e escolhe um novo local: o Cerco dos Frades. Após ter dado um valente
puxão de orelhas no (evidente) desinteresse da Cidade, oferece uma solução a quem o possa ler: ‘Se se formasse nesta cidade uma pequena
associação, que tivesse por fim aproveitar o extenso calhau do – Cerco – para
nele mandar construir algumas casas de banhos; estamos persuadidos que quem tal
coisa empreendesse não perderia o seu tempo, nem o seu dinheiro, e seria isso
um benefício que o público muito apreciaria.’ O ‘calhau do Cerco’ era um bom local para banhos, pois, ‘além de ser extenso (…) tem muitas poças,
grandes e pequenas; e, por esta razão, próprio para nele se construírem banhos,
de diferentes dimensões.’ O que acontece também na Poça/Poças da Ribeira
Grande. Ou nas das Calhetas. Como (adiante) tentarei mostrar. Para convencer os
(que descriam) do interesse (comercial) daquele investimento, fornece-lhes
razões inquestionáveis: ‘No tempo das
calmas, isto é no Estio, e parte do Outono, haveria ali grande concorrência de
pessoas, que a troco que 40, 60 e 80 reis,’ e repare-se ‘como se faz e Lisboa,
não deixariam de ir refrescar-se a qualquer hora do dia.’ Não esconde (porém) a ameaça (muito concreta) do mau
tempo (habitual) de Inverno, que causa (invariavelmente) destruição. A solução
passava por construir-se ‘as mesmas casas
com a maior segurança possível, e já o mar as não danificaria nem destruiria.’ Prova
disso é o que ‘(…) aconteceu a uma [casa] que o sr. John Bristow, inglês, possui no
mesmo calhau, o mar, em 5 de Dezembro de 39, quase que a cobria; mas, serenada
a tempestade ficou a casa no mesmo lugar sem defeito, quando pelo contrário
algumas moradas da estrada de Santa Clara sofreram grande dano, não obstante
ficarem mais distantes do mar.’[15] Chegou a haver banhos nas
Alcaçarias? Sim. Como se viu, em 1870 (apesar das queixas) estavam a funcionar.
E no cerco dos Frades/Estradinho? Ali ou por ali perto, ainda funcionava na
década de sessenta do século XX.
Enquanto
não se faz a (necessária) história balnear de todos os concelhos da Ilha,
centro-me no (pouco) que sei do da Ribeira Grande. Tanto as poças do mar como os
poços da ribeira, as levadas dos moinhos, os areais e as termas (tudo o indica)
terão sido (sempre) locais (privilegiados) de banhos. Sem muitos ou nenhuns apoios. As Poças/Poça, é bom dizê-lo, eram frequentadas (já) antes de 1867. Então,
pela elite (masculina) da rua Direita e pouco mais. Uma notícia, datada do
verão de 1867, é (bem) prova do que afirmo: ‘O sítio da Poça está sendo muito concorrido para banhos de mar, para que
se pedem para ali alguns melhoramentos.’[16] Um aparte (a propósito, creio): os
banhos mais concorridos (para a elite) eram e continuariam a ser (por muitos e bons
anos) os das ‘termas das Caldeiras e (os) banhos da água prodigiosa da Ladeira da
Velha.’[17] Ainda o disse Francisco Carreiro da Costa
em 1949. Apesar disso, o interesse pelos banhos do mar ia-se (aos poucos) afirmando.
Indo além da Poça, estender-se-ia (sem quaisquer condições) aos areais e a
Santa Iria. O interesse seria maior entre os mais jovens? Provavelmente. Sobretudo
homens. Gente mais aberta (e atenta) ao que se fazia fora da Ribeira Grande. Que melhorias eram pedidas em 1867 para a
Poça?[18]
Uma notícia comentada, datada do ano seguinte, bem a tempo de preparar o verão
que se avizinhava, mostra (com clareza) o que se pretendia. É de Teófilo
Ferreira e sai em O Fórum. Jornal da
Ribeira Grande. De Teófilo e de Francisco Maria Supico. Conta-se assim. Numa
quarta-feira, dia 22 de Abril, o engenheiro da Junta Geral Ricardo Júlio Ferraz
(n.
26.05.1828 – Funchal – f. 24.12.1880 – Funchal)[19] (entre outras visitas efectuadas
na mesma ocasião na Ribeira Grande) foi ‘examinar
o sítio, onde a nossa Câmara projecta fazer os banhos de mar.’ O jornalista,
professor e antigo tipógrafo Teófilo Ferreira[20] -
que pode ter acompanhado a visita ou sido informado por quem a acompanhara -,
depositava pouca (ou nenhuma) confiança no resultado da visita, não (provavelmente)
por duvidar da competência do engenheiro Ferraz, mas por ela ter sido feita na
pior altura possível: ‘pouco se pôde
decidir, visto que havia muita ressaca.’ E só por essa observação coxa, feita
em ocasião imprópria, ‘(…) o sr.
Engenheiro foi de opinião, que se poderia arranjar um banho sofrível na poça,
que fica ao lado da em que usualmente se costumam lavar, aprofundando-a um metro e limpando
as pedras, que a mesma tem.’
Quais poças? Se já (lá) utilizavam umas? As
poças Velhas, local onde se construíram as piscinas (actuais)? Não sei ao certo.[21] O
Poço do Castelo? Esse seria o que já havia? Sinceramente, também não sei a
resposta. Nesse do castelo, em 1875, o ‘engenheiro Miguel Henriques projecta(va) fazer um
varadouro (…).’[22] Ferreira, prudente, aconselhava a
realização de uma nova visita, desta vez, com mar calmo: ‘porque só assim pode conhecer o plano, que convém adoptar, pois é certo
que é melhor esperar mais algum tempo, e fazer a obra boa, do que
repentinamente consumir dinheiro sem proveito.’ Abrir-se-ia (antes de mais)
o assunto à discussão pública: ‘Antes, pois,
de se deliberar, definitivamente, acerca desta obra, a ilustre Câmara Municipal
deseja ouvir a opinião dos seus munícipes e por isso lhes franqueamos desde já
as nossas colunas, para a discussão deste negócio.’[23] Não há certezas de que as obras tivessem
sido executadas, porém, sinal de que algo (muito ou pouco) tenha sido (lá)
feito, é que, em 1871, os banhos das Poças/Poça já eram referidos no
Regulamento policial Municipal.[24] Na década seguinte, surge (nova)
prova (evidente) de que (entretanto) haviam sido feitas obras. No ano de 1885,
o Noticiarista,
[25]
(outro periódico da Ribeira Grande) cujo
editor, proprietário e tipógrafo era Manuel de Frias de Castro (n.
2.12.1882 – Rabo de Peixe),
sob o título Poças (agora já no
plural), além de informar que ‘os banhos
do mar têm sido este ano muito frequentados pela nossa melhor sociedade,’ prova
que (lá) se haviam realizado obras. Escreve assim. Não obstante, ‘a poça acha(r)-se muito melhorada, é verdade, mas sentimos que por pouco tempo, pois é de
esperar que no próximo inverno fique novamente entulhada com a pedra que dela
tiraram pela proximidade em que foi
lançada.’[26]
Portanto, melhoramentos precários.
Com o passar dos anos, foram
sendo introduzidas (ali novas) melhorias/reparações (necessárias).[27] A
vereação de 1886, por exemplo, ‘salvo
erro,’ acrescenta o autor da memória escrita em 1900, ‘construiu uma plataforma quadrangular (…) de cantaria para ali colocar algumas barracas,’ mas ‘fosse por falta de meios, ou por qualquer
outro motivo, essas barracas foram ao princípio feitas de lona, afim de se
deslocarem diariamente ao terminar o serviço balnear (…).’ Como se
degradassem, foram (então) ‘substituídas por uma grande barraca de madeira, com vários
compartimentos internos, que seria desarmada e arrecadada ao terminar a
estação, se antes desse tempo um vendaval não a destruísse completamente.’ No
entanto, como esta última solução tivesse (também) falhado, a vereação de 1900
decidiu construir barracas de pedra e cal. Que ainda hoje se mantêm de pé. Assunto
que (para melhor perceber o Calhau da Furna) pretendo aprofundar no próximo
trabalho.
Biblioteca Municipal Daniel de Sá
(Cidade da Ribeira Grande) (continua)
[1] Conforme me foi
dito pelo empresário Victor Pavão. Ou algum turista (desgarrado) do Hotel
Pedras Negras. Com esse propósito, por iniciativa (conjunta) daquela unidade
hoteleira e da Junta dos Fenais da Luz, construíram-se uns degraus de acesso e
(lá em baixo, encostada à barreira) foi feita uma pequena banqueta.
[2] Testemunho de
Luís Brás, 22 de Julho de 2023.
[3] Na Presidência
de José Duarte. O projecto é do desenhador (Calhetense, antigo vice-Presidente
da Câmara da Ribeira Grande) Milton Costa.
[4] Testemunho de
Ricardo Moniz da Silva, 3 de Agosto de 2023. Foi Presidente da Câmara Municipal
de 2005 a 2013. A ideia era virar a Ribeira Grande (Concelho) para o mar. Na
mesma Presidência, à volta de 2006-9. O projecto era do arquitecto Fenando
Jorge Monteiro (o mesmo de Santana, de Santa Bárbara, dos Moinhos e de Santa
Iria).
[5]
Freitas Joana Gaspar de, O litoral português na
época contemporânea: representações, práticas e consequências. Os casos de
Espinho e do Algarve (c. 1851 a c. de 1990), Doutoramento em História,
História Contemporânea, Universidade de Lisboa, de 2010; Martins, Pedro
Guerreiro, Contributos para Uma História
do Ir à Praia em Portugal, Dissertação de Mestrado em História
Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de
Lisboa, 2011; Santos, Lia, Ir à praia: como tudo começou, Diário de Notícias,
31 de Julho de 2016.
[6] Freitas Joana Gaspar de, O litoral português
na época contemporânea: representações, práticas e consequências. Os casos de
Espinho e do Algarve (c. 1851 a c. de 1990), Doutoramento em História,
História Contemporânea, Universidade de Lisboa, de 2010; Martins, Pedro
Guerreiro, Contributos para Uma História
do Ir à Praia em Portugal, Dissertação de Mestrado em História
Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de
Lisboa, 2011; Santos, Lia, Ir à praia: como tudo começou, Diário de Notícias,
31 de Julho de 2016.
[7] Porquê? Não tem
merecido a atenção devida por parte dos nossos mais conhecidos (e conceituados)
estudiosos. Na geração anterior à nossa, talvez se explique pelo facto de
(estes) considerarem o tema (ainda) marginal (e desinteressante). Hoje
(todavia) já começa (o tema) a interessar alguns investigadores.
[8] Riley, Carlos, (texto), Época balnear: Vale das
Furnas, Documento do mês, Junho de 2022.
[9] José Alfredo
Ferreira da Almeida, Os banhos do Cerco e
das Alcaçarias, Correio dos Açores, 10 de Setembro de 2020, p. 9.
[10] Em 1845 é o
alvitre para a construção de locais (mais estruturados) para banhos de mar. Em
1870, já existiam, pedindo-se que façam neles melhorias.
[11] Açoriano Oriental, 9 de Julho de 1870, p.1. Pedi ao autor do artigo que me desse a referência completa e transcrevi-a.
[12] Açoriano Oriental, Ponta Delgada, 13 Setembro de 1845,
p.4. Fui ao jornal confirmar e transcrever a notícia na íntegra.
[13] Alcaçarias,
local da piscina de São Pedro? Perguntei ao João Pacheco de Melo (hoje, dia 31
de Julho de 2023). Resposta: ‘Sim. Os
banhos das alcaçarias (ou Calhau das Senhoras, como era conhecido.
Prolongando-se para a rua do Calhau, foram transformadas nas chamadas Piscinas
de São Pedro.’ ‘O cerca, ou mais
concretamente a Cerca dos Frades, ao que sei, era aquela zona que depois deu
lugar ao estradinho.’ Pedro Pascoal:
‘o estradinho ficava mais ou menos onde estão hoje as oficinas da Junta
Autónoma dos portos.’ Testemunho de Pedro Pascoal, 31 de Julho de 2023. Em
inícios do século XX, além das Alcaçarias e do Cerco dos Frades, Ponta Delgada
(cidade apenas) dispunha também do Torninho (Matriz?).
[14] Açoriano Oriental, 16 de Agosto de 1845, p. 1. Pedi ao autor do artigo que me desse a referência completa e transcrevi a notícia.
[15] Açoriano Oriental, Ponta Delgada, 13 Setembro de 1845,
p.4. Fui ao jornal confirmar e transcrever a notícia na íntegra.
[16] A Persuasão, 31 de Julho de 1867, p. 3.
[17] Costa, Francisco
Carreiro da, A lição da Ribeira Grande,
Edição da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Ponta Delgada, 1949. E
fora da Ribeira Grande, os das Furnas. Talvez (já) os da Ferraria. Teodoro,
Hermano, Caldeiras da Ribeira Grande, Edição Museu da Ribeira Grande, 2003.
Termas das Caldeiras da Ribeira Grande. Que vinham (bem) de longe, do século
XVII e se calhar mesmo do anterior.
[18] Apesar de (a não
ser que se encontre melhor prova) ser quase impossível identificar as
Poças/Poça de então, pelas fotografias que temos, estou em crer que as Poças
(como vieram a ser conhecidas posteriormente) resultaram de duas ou mesmo três
poças: a Velha, a outra (Nova?) e o poço do Castelo (encostado ao forte de
Nossa Senhora da Estrela).
[19] https://www.wikitree.com/photo/jpg/Ferraz-30. Há
pouco havia projectado a estrada (alternativa à via litoral) das Calhetas às
Capelas. É provável que por esta altura tenha ‘desenhado’ a fachada e torre da
igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. Como o fizera (ou faria) para a fachada
e ermida do cemitério de Nossa Senhora da Estrela, no coração da Ribeira
Grande. Fora o autor do ‘desenho’ do jardim e do Mercado (anterior ao actual)
da Ribeira Grande. Assim consigo perceber que a Câmara da Ribeira Grande lhe
tenha pedido ideias para o seu projecto de banhos de mar. Pode não passar de
uma (mera) suspeita, claro. Casara com Catherine Prescott Hickling Ivens.
[20] Segundo Urbano
Mendonça Dias e Francisco Maria Supico. Teófilo Ferreira, que
nascera na Ilha das Flores, tendo vindo adolescente para Ponta Delgada, após
ter sido professor na Ribeira Grande, foi estudar em Lisboa, onde chegou a
deputado e a vereador da Câmara da capital, ai falecendo a 12 de Dezembro de
1893.
[21] As de antes da década de sessenta, setenta, terão resultado de várias mexidas em poças anteriores. Onde e quais? Sem projectos, sem fotografias, sem memórias, resta-nos o quê? Especulação.
[22] A Persuasão, Ponta
Delgada, 22 de Setembro de 1875: ‘(…) A Câmara consignou na acta de
sua sessão um voto de agradecimento ao mesmo sr. Engenheiro, pelo interesse que
toma pelo aumento e prosperidade do concelho.’
[23] Forum, Ribeira Grande, I Ano, N.º 8, 30 de Abril de 1868,
fl. 2.
[24] Desdobrável:
Inauguração do Complexo de piscinas das Poças da Ribeira Grande, 17 de Julho de
2005: Regulamento de polícia Municipal de 7 de
Julho de 1871, submetido à aprovação do Conselho Municipal a 7 de Agosto.
[25] Moura, Mário
Fernando Oliveira, Memórias da ponte dos
Oito Arcos da Ribeira Grande, ICPD, 1996, p. 271: ‘O Noticiarista de 30 de
Setembro de 1885.
[26] Esteve à frente dos projectos de O Noticiarista (1882-1891?) e A Ribeira Grande, II Série (1894-95).
[27] AMRG, Memória
Descritiva do Projecto e orçamento para a construção de barracas de banho nesta
Vila da Ribeira Grande, vereação de 25 de Abril de 1900. Cruzando/analisando os
pormenores de cada fotografia conhecida, posteriores a 1900, mas próximas, umas
três ou quatro, chega-se a essa conclusão.
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