Vila (A)
Primeiro, Campo da Povoação. Depois, Vila de
toda a Ilha. Hoje, vai da ribeira das Três Voltas à Praia das Três Marias. Com
a Marina, a partir de 2001/2002, abriu-se (como nunca) aos negócios turísticos
que o Mar propicia. Com a abertura em 2011 do troço das SCUTS e, a partir de
2015, com os voos de baixo custo, a tendência consolida-se. Com tal profusão de
praias, portos e portinhos, a Vila é (sem favores) uma (estupenda) Vila/Mar.
Geologia.
Até ao limite nascente da praia da Vinha da Areia, pertence
ao Complexo Vulcânico do Fogo, a
partir daí para nascente, pertence ao Sistema Fissural Vulcânico do Congro. A parte mais oriental, no entanto, pertencerá
(já) ao Vulcão da Povoação.[1]
Hidrologia. A Ribeira da Praia é uma
das grandes ribeiras da Ilha. E (tal como a Ribeira Grande) tem a sua origem no
maciço do Fogo.
Dito
isto, vou olhar as ondas (da Vila) pelos olhos dos que nelas deslizam.
A ilha (do surf) sabe que há na Vila uma comunidade. Activa e aberta à Ilha. Dividida
em três grupos (ou gerações). O grupo dos mais velhos. Dos que foram para lá
morar. São pioneiros do surf e do bodyboard na Ilha: Gui Costa, Bruninho Garoupa
e Pedro Arruda. O primeiro, com João Garoupa, é considerado o (verdadeiro) primeiro
surfista da Ilha. O último, voltado para o Calhau do Laureano, escreveu o seu ‘Mais Velho Surfista do Atlântico.’ E (é justo
dizê-lo) mais Rodrigo Herédia, é ‘culpado’
pela abertura da Ilha (sobretudo da Ribeira Grande) ao Surf Mundial. Um segundo
grupo ‘de seis [surfistas]:’
‘Eu [Roberto Couto], o Ruben Marcelino, o João Arruda, o Miguel
Silva, o Miguel Brum e o Ryan.’[2] Tirando
o último, são naturais e residentes
na Vila. Andam pelos 40 anos. E um terceiro (de bodyboarders). Mais novos (andam
pelos vinte, trinta anos, um ou outro nos quarenta), são (excepto um que vive
na Ribeira Grande) também residentes na Vila: ‘Eu [Filipe Melo Bolacha] e o
João Vieira (trintas). Mais novos (vintes): Pedro Pimentel; João Peixoto; Dino
Sardinha; Ruben Cabral: André Branco. Quarentas, Nuno Bicho [que vive e
trabalha na Ribeira Grande], André
Furtado.’[3]
Todos os três grupos surfam as ondas da Ilha. Mais: conhecem quem as surfa na
Ilha. Na Vila, surfam na Baixa da Vila. O segundo e o terceiro grupos, surfam
também ‘na praia de Água de Alto, no Calhau da Margarida (não é esse o nome)
na Ribeira das Tainhas Praia e na Amora.’[4] O primeiro
e o segundo (até) organizam surftrips (fora
da Ilha).[5]
Pelo que tenho visto até agora, existem (actualmente) três comunidades de surf na
Ilha (Mosteiros, Vila e os que fazem de Santa Bárbara, Monte Vede e Berço a sua
base principal). Haverá (ou houve mais duas ou três: Maia, Ribeira Quente,
Calhetas). Comunidades que, no seu todo, formam uma Tribo. Sem chefes, quase só
masculina.[6] Tendo
por ‘capital’ as gémeas Santa Bárbara
e Monte Verde. Não só por ser ‘o’ centro (indisputado) da modalidade e a
autarquia ter registado a marca, mas por ser (como em nenhum outro local da
Ilha), motor de desenvolvimento económico. É (ainda) apenas uma constatação
empírica.
Praia
de Água de Alto? São (na realidade) duas: a Pequena e a
Grande. A Grande foi ‘a primeira nos
Açores a receber em 1988 a Bandeira Azul.’[7] A pequena, terá uns 180 metros
de extensão e a Grande, 600 metros.[8] Todavia,
são mais pequenas do que a do Monte Verde e a de Santa Bárbara. Na década de
sessenta, tal qual acontecia no Pópulo Pequeno, um punhado de famílias da Vila (já)
ia lá a banhos.[9]
Por o acesso à praia da Vinha da Areia ser privado, a Vila (na sua maioria) frequentava
a Praia do Corpo Santo.[10] Voltas à volta do tempo, é a onda da
Praia Grande que interessa a esta narrativa. Da qual, o veterano (de surf) Gui
Costa, tem uma opinião formada: ‘tem uma grande movimentação de areia, por
isso é muito irregular. O lado nascente da praia é que costuma dar uma ondinha,
uma esquerda, que dá para brincar.’[11]
Roberto Couto, falando (certamente) pelo segundo grupo, diz que ‘é raro ir (lá) no Inverno. Raramente está bom nessa altura. Só um Swell grande. Só se
tiver um Noroeste muito grande.’[12] O
novato (bodyboarder) Filipe Melo Bolacha,
diz: ‘Antes da obra do talude. Era mais
junto ao hotel. Agora é no canto mais perto da Prainha.’[13] A
capitania, dos 28 corredores atribuídos na Ilha para treino de ‘desportos de deslize,’ atribuiu cinco à
Praia de Água de Alto. Menos dos (9) do Monte Verde e dos (8) de Santa Bárbara,
mas, mais do que os (4) das Milícias, e muito mais do que o único corredor do
Pópulo e de São Roque.[14]
Ainda assim, as escolas (e empresas de Surf), vão lá muito raramente.
Pelas praias, seguia o caminho que ligava a
Vila aos lugares de Poente (da Ilha). No lado Nascente da Praia Grande, lado do
Hotel Bahia Palace, houve uma casa
solarenga com a sua ermida dedicada a Jesus, Maria José e um forte com esse
mesmo nome. Cultivavam (por ali) vinha. O Hotel (de luxo), construído em
terrenos que haviam sido do Marquês da Praia e Monforte, abriu em 1984.[15]
Há ali um exemplar (recente) de Dragoeiro, no próprio local onde existiram
quatro Dragoeiros (seculares) que tendo sido classificados em 1982, morreram
poucos anos depois.[16]
A maravilha geológica dos taludes. E, talvez ainda (haja imaginação) para ouvir
ecos dos cantos solitários do ‘Caetaninho
da Praia,’ cantor lírico (oriundo de Água de Pau) pateado em Milão que (por
isso e não só) ali se refugiou durante anos a fio (em condições precárias).[17]
E a área ao redor da onda do
Baixio da Vila (como foi sendo)?
Até ao século XX, foi um centro de cabotagem e de construção naval da Ilha
(talvez o mais importante).[18] Até
mais perto de nós, o matadouro funcionou no local do (antigo) Castelo das
Taipas; o (primeiro) Mercado de Peixe não ficava distante (daquele). Um pouco a
poente, as olarias. A nascente, fornos de cal. Mais a nascente ou mais a
poente, mas naquela área, resultante de catástrofes naturais ou da falta de
peso político da Vila, o porto mudou quatro vezes de ‘poiso.’ Portos defendidos por fortes. [19] Em
1877, o litoral da Vila entre o Tagarete e o Largo de Santa
Catarina sofreu uma
mudança radical.[20]
Para construir um Aterro (hoje avenida Vasco da Silveira) ‘sobre o areal e calçada de Santa Catarina,’
o porto do Baixio e o de Santa Catarina desapareceram
(debaixo de entulhos).[21]
Eram úteis quando o tempo não permitia ‘varar no Tagarete’ ou quando ‘os barcos de pesca recorriam ao porto de Santa Catarina para
descarregar as capturas, por ser esta enseada contígua ao mercado do peixe
(ainda um edifício anterior ao actual) [o de 1903].’[22] De
pouco valeram os protestos. Em
2009, com a (enorme) ampliação (para Poente) do porto do Tagarete, sucede nova
alteração (de monta). Obra inaugurada em Abril
de 2009: ‘Isso aqui é Novo. O velho ia até ali.’ Sentado, foi-me indicando isso
(que dizia) apontando para este ou aquele barco (nome ou cor). ‘Porto Velho do Tagarete. O novo foi sobre o
baixim. Sempre descoberta. Maré cheia ou vazia. Apanhava-se lapas, caranguejos,
polvos. Pescava-se de caniço.’[23] Filipe
Melo Bolacha, diz que a onda já não
dá no mesmo sítio: ‘Antes da obra do cais
era mais perto do Tagarete.’[24]
Para explicar a onda do Baixio, volto à conversa com o seu descobridor em 1986: Gui Costa. Foi dar aulas para Vila Franca no ano lectivo de 1985/6.[25] Como é que deste com ela? ‘Ia observar a onda e um dia fui experimentar. A onda estava lá. Era bem definida, comprida e aparentemente fácil. As pedras do baixio eram perigosas, ainda para mais com ondas.’[26] ‘Com algum orgulho sinto que sou responsável pelo inicio do surf na Vila. Das primeiras vezes que surfei aqui, o cabo do mar, o Sr. Saraiva, queria-me prender e apreender a prancha.’[27] Orgulhoso, acrescenta; ‘Quando vou ao mar há sempre um ou outro que se lembra disso.’[28] Como a descreves (não só a do Baixio mais as ondas dali perto)? ‘A (onda) do Baixio da Vila é mais consistente, no enchente e no vazante com a ondulação sul ou de sueste dá uma onda em "castelinho," com parede pouco pronunciada. O facto do fundo ser de pedra tem a vantagem de a zona onde a onda quebra e trajectória da onda ser mais previsível. Claro que de vez em quando há um toque numa pedra, mas isso são cavacos do ofício.’ Outra onda: ‘Com ondulação de oeste, a Ponta de São Pedro é uma zona a considerar, mas com pouca força.’ Ainda outra: ‘Fora da Praia do Corpo Santo, também rebenta uma onda interessante, quando está ondulação maior.’[29] Pedro Arruda refere essa última. Quebra mesmo diante da sua janela ‘a que ali chamam de onda do Corpo Santo.’ No entanto: ‘Funciona no Verão. Com inchas.’ E resume: ‘Toda esta zona só é boa com swell de sul.’[30]
Mais
ondas (para surfing)? ‘Há
a do Calhau da Margarida (não é esse
o nome) na Ribeira das Tainhas. Fundo misto. Tem uma boa esquerda.’[31] E a da Amora (em Ponta Garça)?
‘Fundos de areia. Varia muito.’[32] São
três as Praias/Calhau da Amora: Praia da Amora (450 metros), Praia da Ribeira
da Amora (200 metros). A terceira é conhecida por 3 Marias ou do Inácio (80
metros). Porquê? ‘Inácio era o dono de
propriedades dali.’ E 3 Marias? ‘Duas irmãs e uma prima. As duas irmãs morreram afogadas.’[33]
Na Praia da ribeira dos Moinhos, disse-me o filho de um dos moleiros ali de
baixo que já faleceu, havia três ou quatro moinhos:[34]
‘Nos moinhos moravam famílias. Os velhos
moravam cá em cima. Os mais novos lá em baixo. Moía-se milho.’[35]
Aos moinhos ‘Por um caminho acima da
ribeira. Mas tinha que se sair pelo mesmo caminho. Dos dois lados havia vinha e
quartéis de ‘bananeiras.’ Quando é
que os moinhos deixaram de trabalhar? ‘Talvez em 1972. Meu pai fez uma moagem cá em cima.’ E barcos? ‘No nosso porto havia uns seis ou sete.’[36] Porque acabou? ‘Foram morrendo ou embarcando.’[37]
De volta
à Vila. Que impacto teve o (ampliado) porto na economia da Vila? Quantos barcos são mesmo da Vila? Perguntei ao pescador António Santos. Começou a contar:
‘oito.’[38]
E a malta nova quer a vida da pesca?
‘Não quer saber do Mar. Havia 30 ou mais
Mestres. Só há três. Um deles é meu
pai. Tem 84 anos. Esteve de cama. Agora está melhor. Um outro que está
internado no Hospital Velho (Ponta Delgada).’ E de onde são os outros
barcos que aqui vemos?
‘De Rabo de Peixe. Isso aqui é um porto
de abrigo. Os pesqueiros estão todos no Sul.’[39]
Se o porto não mexeu com a economia local, o
turismo mexe. Só alguns exemplos. Em 2017, Pedro Arruda abre o Villa by the sea. Entre 2018 e 2021, a
Avenida Vasco da Silveira é reabilitada. Em 2021, o Barracão de Peixe (na
Avenida, datando de 1903) reaparece como Restaurante onde ‘4
chefes – um dos quais o Ruben Correia -, apresentam diferentes visões da
cozinha, desde a oriental, italiana, tradicional e contemporânea.’ Em 2024, a Praia do Corpo
Santo (e Calhau das Dias), reabrem remodelados.[40] A força é toda na Marina. Nas praias.
O Hotel Marina. Os alojamentos: ‘Esse
aqui atrás [mesmo sobre o porto de abrigo] é um tal entrar e sair gente no Verão!’ É o turismo![41]
Ainda sem dados estatísticos globais, que (segundo alguns especialistas) fariam
crescer a percentagem a favor do turismo, já se pode afirmar (com alguma
segurança) que ‘(…) o turismo é hoje um dos, se não o, motor
principal da economia da ilha [de São Miguel], representando já mais de 170 milhões de euros em proveitos directos, o
que equivale a 20% das receitas totais da Região, e 14% do emprego,
ultrapassando já o sector primário. Os dados mais recentes mostram que só o
sector do alojamento local representa já cerca de 7% do PIB da Região com um
impacto directo e indirecto de aproximadamente 350 milhões de euros.’ [42]
No
entanto, é preciso estar (muito atento a uma nuvem negra que paira.
Honra seja feita à Vila
que em 1995 inaugurou o primeiro emissário submarino dos Açores.[43] Louvável o que (a esse respeito) ficou feito
na remodelação da Avenida. Mas, por uma ou outra razão, o emissário vem falhando.
E há (mesmo) quem diga (não sei se exageradamente ou não) de não estar a funcionar
em pleno há ‘mais de dez anos.’[44] O
Ilhéu (até) ficou fechado (atribuindo-se erradamente a outra causa). E sente-se (na pele) o problema: ‘No Baixio da Vila sim, apesar de não estar
comprovado, mas a rapaziada fica doente quando há problemas com as estações
elevatórias que levam os esgotos para o emissário. Talvez até quando há
descargas do emissário e o vento está do mar.’[45] E (mais)
o que arrasta (em dias de chuva) a (velha) ribeira dos Pelames.
A Vila (Berço do meu bisavô oleiro)
[1] Nicolau Wallenstein, 29 de Janeiro de
2025; Rui Coutinho, 29 de Janeiro de 2025.
[2] Testemunho de
Roberto Couto, 42 anos, Vila Franca do Campo, 23 de Janeiro de 2025.
[3] Testemunho de
Filipe Melo Bolacha, 29 de Janeiro de 2025; Testemunho de Filipe Melo Bolacha,
29 de Janeiro de 2029: Filipe, fala de como chegou ao bodyboard: ‘Nasci em 1994, em Vila Franca, e aprendi com
9 anos o bodyboard com os mais velhos na Praia da Amélia na Ribeira das
Tainhas, onde morava a minha avó.
Uma tia minha comprou-me uma prancha. Sem
fatos. Só se praticava de Verão. Depois arranjamos a parte de cima de
mergulhadores que cortávamos as barbatanas.’
[4] Testemunho de
Roberto Couto, 42 anos, Vila Franca do Campo, 23 de Janeiro de 2025.
[5] No caso do
segundo grupo: à Fajã de Santo Cristo, Marrocos. E já surfou numa piscina de
ondas na Suíça.
[6] Não
fazendo contas à AASB e às escolas. Testemunho de Filipe Melo Bolacha, 29 de
Janeiro de 2029: Filipe, fala de como chegou ao bodyboard: ‘Nasci em 1994, em Vila Franca, e aprendi com
9 anos o bodyboard com os mais velhos na Praia da Amélia na Ribeira das
Tainhas, onde morava a minha avó.
Uma tia minha comprou-me uma prancha. Sem
fatos. Só se praticava de Verão. Depois arranjamos a parte de cima de
mergulhadores que cortávamos as barbatanas.’
[7] Melo, José
Estêvam Pacheco de, Sacrifício que
edifica: o legado de uma vida em Vila Franca do Campo, Letras Lavadas,
2024.
[8] Claro, a julgar pela informação
disponibilizada.
[9] Informação de
Ricardo Rodrigues em 2023.
[10] Mário Moura, Moinhos, 1. Sebenta, Setembro de 1988: ‘(4 de Setembro de 1988)
Ribeira da Prainha. Prainha. Moinho
das Três Voltas. No limite de Vila Franca e Lagoa. Duas pedras (resumo das
notas). Na Praia pequena (de Água Alto) vem desaguar a ribeira das Três Voltas
onde existiu (vi em 1988 as suas ruínas) um moinho. Isso porque, enquanto uns
descobriam ondas, eu (que nem lhes ligava) descobria moinhos.
[11] Testemunho de
Guy Costa, 13 de Janeiro de 2025
[12] Testemunho de
Roberto Couto, 42 anos, Vila Franca do Campo, 23 de Janeiro de 2025.
[13] Testemunho
de Filipe Melo Bolacha, 29 de Janeiro de 2025.
[14] https://www.amn.pt/DGAM/Capitanias/PontaDelgada/Paginas/Capitania-do-porto-de-Ponta-Delgada.aspx:
[15] Começou por ser de Cinco Estrelas. Fechou
e só voltou a abrir quando ‘se
transformou num de quatro estrelas.’
[16] Informação posterior à publicação, prestada por Teófilo de Braga: ‘No lugar dos actuais dragoeiros existentes no terreno do Hotel, existiram 4 dragoeiros que foram classificados em 1982, mas que morreram alguns anos depois.’
[17] Puim, Miguel,
Memórias históricas de Vila Franca do Campo: Vivências, património e
personalidades, Vol. I, Artes e
Letras, 2024, pp. 129-133; Cortes
- Rodrigues, Armando, Voz de longe, Praia de Água de Alto, II Volume, 1974, pp.
149-153
[18] Puim, Miguel,
Memórias históricas de Vila Franca do Campo: Vivências, património e
personalidades, Vol. I, Artes e
Letras, 2024
[19] Martins, Rui de Sousa, Património costeiro naval e marítimo de Vila Franca do Campo, Patrimonia:
identidade, ciências sociais e fruição cultural, Carnaxide, Nº 5 (Nov. 1999),
p. 55-58
[20] Martins,
Rui de Sousa, Património costeiro naval e marítimo de Vila Franca do Campo, Patrimonia:
identidade, ciências sociais e fruição cultural, Carnaxide, Nº 5 (Nov. 1999),
p. 55-58
[21] Dias, Urbano Mendonça, A Vila, Volume II,
2022, pp. 214-215; Puim,
Miguel, Memórias históricas de Vila Franca do Campo: Vivências, património e
personalidades, Vol. I, Artes e
Letras, 2024, p. 25.
[22] Puim,
Miguel, Memórias históricas de Vila Franca do Campo: Vivências, património e
personalidades, Vol. I, Artes e
Letras, 2024, p. 25.
[23] Quinta ida a Vila Franca. Testemunho
de António Santos, 61 anos, pescador, nasceu numa casa junto ao porto. 30 de
Janeiro de 2025; Dias, 1918, 3: 173). [Ampliado,
como hoje se vê, em 2009]: Até 1522, o porto
situava-se na foz da ribeira dos Pelames. Onde também havia construção naval.
Após a destruição de 1522, foi mudado para o Corpo Santo (ali mesmo ao lado,
orago padroeiro dos pescadores). Em 1563, porém, em consequência da crise do
Vulcão do Fogo, mudou-se para um areal situado ao fundo da rua do Penedo: o
chamado porto de Afonso Vaz. Porque o porto planeado para o Ilhéu não foi por
diante (investiu-se na doca em Ponta Delgada, onde residia o poder), como
alternativa para ‘um
cais de desembarque e abrigo’ surgiu o ‘porto
do Baixio (cais do Tagarete), cuja primeira pedra foi lançada em 1849.
[24] Testemunho de
Filipe Melo Bolacha, 29 de Janeiro de 2025.
[25] Testemunho de Gui Fraião Alves Pinto
Costa, 12/13 de Janeiro de 2025.
[26] Testemunho de
Guy Costa, 22 de Janeiro de 2025.
[27] Testemunho de Gui Fraião Alves Pinto
Costa, 12/13 de Janeiro de 2025. Testemunho de Guy Costa, 22 de Janeiro
de 2025.
[28] Que, com o seu grupo, havia batido a ilha e descoberto
ondas (por exemplo a de Santa Iria).
[29] Testemunho de
Guy Costa, 13 de Janeiro de 2025 - Testemunho de Guy Costa, 22 de Janeiro de
2025
[30] Testemunho de
Pedro Arruda, 22 de Janeiro de 2025
[31] Testemunho de
Roberto Couto, 42 anos, Vila Franca do Campo, 23 de Janeiro de 2025.
[32] Testemunho de
Roberto Couto, 42 anos, Vila Franca do Campo, 23 de Janeiro de 2025; Testemunho
de Luís Melo, 25 de Janeiro de 2025. Luís Melo, ‘Nos meses de
Verão, cheguei a ir à Amora pelo trilho (da Ribeira Quente à Ponta Garça) à
procura de ondas diferentes. A Ribeira Quente é melhor do que a Amora.’
[33] Terceira ida a
Vila Franca, Observação e diálogo com locais no Café Gaiteira, Ponta Garça. 27
Janeiro de 2025. Era por ali que se ia e vinha da Ribeira Quente. Fazer
negócios de milhos. Vinho. E outras coisas. Agora não se pode passar. Caiu
quebradas.
[34] Confirmo-o pela
observação que fiz em 1988: Mário
Moura, Moinhos, 1. Sebenta, Setembro de 1988; Ponta Garça: Onze Águas, dois
moinhos. Junto à foz, um terceiro. Eram alimentados por nascentes. Estão
inactivos. (resumo da observação). Então não falei com ninguém.
[35] Donos/moleiros de lá? ‘José Cabral. João Manco. Irmão do José
Cabral. Ficou com o moinho quando o irmão emigrou. António de Arroias (Bainha –
meu pai). Acartava-se tudo de burros e cavalo.’
[36] Os de: José Meloa; Gacioso; João Carneiro,
José António Ferreira. Iam à pesca ou
levavam coisas para a Vila ou a Ribeira Quente. Arriavam os barcos com parais.
Arrumavam nas Furnas.
[37] Terceira ida a
Vila Franca, Observação e diálogo com locais no Café Gaiteira, Ponta Garça. 27
de Janeiro de 2025. Testemunho de José Manuel Santos Narciso, 26 de Janeiro de
2025: ‘Segundo o Presidente da Junta de
Ponta Garça me informou.’ Santos Narciso, orador para a celebração do Dia da
Freguesia, ‘na Praia
da Amora, Um calhau onde desagua a Ribeira da Amora
há ainda vestígios dos moinhos de um columbófilo. As cavidades das embarcações
situam-se entre o calhau e a maioria na zona da praia das 3 Marias. Entre a
Praia das 3 Marias e a Ribeira Quente, havia um acesso. Trilho espectacular
onde se podia vislumbrar uma suposta gruta enorme - supostamente adega de
reserva das vinhas da zona. Uma estrutura com arco em pedra talhada da zona.
Excepcional para o lugar e para a época!’
[38] Cristo Rei, Mestre Arraial, Flor do
Mar, Cristo Rei, Flor da Caloura, Luz do Mundo, André e Diogo (traineira);
Garantia (uma traineira grande de Mestre Natalino), a Senhora da Graça (que
está incapaz. Tenho um, meu pai outro, e meu primo Roberto (com quem falara
primeiro) outro.
[39] Quinta ida a Vila Franca. Testemunho
de António Santos, 61 anos, pescador, nasceu numa casa junto ao porto, 30 de
Janeiro de 2025: Pesqueiros: ‘de Nordeste; Setenta; Formigas; Sudoeste (Baixo
de Sul; Baixo de Fora); Mar de Prata (detrás da doca da ‘Cidade.’ Nota de 1 de Março de 2025, testemunho de José Morgado
Pixela. Mostro-me cópia de livro manuscrito anotado pelos pescadores de Rabo de
Peixe, em que figuram pesqueiros da ponta dos Mosteiros a Nordeste. ‘Baixa Sul,
Nordeste; Baixa Moreão; Cabrito; Conceição, Figueira; Mulato; Mar Rapazes;
Nordeste; Pé Avante.’ Portanto, não será bem assim como me disseram em Vila
Franca. Pesqueiros apenas no Sul, não. Se são melhores do que os do Norte,
ainda não sei.
[40]Obras
de reabilitação da Praia do Corpo Santo e Calhau das Dias com investimento de
1,2 milhões de euros, Correio dos Açores, 18 de Junho de 2024,
[41] Ao invés da
Ribeira Grande, o surf não é motor na Vila.
[42] Pedro Arruda,
Mário Moura, Ricardo Cabral, Petição SOS Monte Verde, Vantagens (Pedro Arruda)
Janeiro de 2025; Açoriano Oriental, 2 de Fevereiro de 2025, pp. 1, 2-3: Em 2023, o AL (com 350 ME) representou
6,5% do PIB Regional; CESA (Conselho Económico e Social dos Açores) Alerta que
faltam dados estatísticos mais completos, Açoriano Oriental, 4 de Fevereiro de
2025, pp. 1, 2-3. Gualter Furtado (primeiro Presidente do CESA) queixava-se da
falta de dados.
[43] Melo, José
Estêvam Pacheco de, Sacrifício que edifica: p legado de uma vida em Vila Franca
do Campo, Letras Lavadas, 2024, p. 95: Após tratamento, o era lançado ‘a cerca de 1200 metros da costa, a uma
profundidade de 20 e tal metros a su-sueste.’
[44] Quinta ida a Vila Franca. Testemunho
de António Santos, 61 anos, pescador, nasceu numa casa junto ao porto. 30
Janeiro de 2025.
[45] Testemunho de
Guy Costa, 13 de Janeiro de 2025. Testemunho de Ricardo Cabral, Janeiro de
2025Testemunho de Ricardo Cabral (Ribeira Grande): ‘aquilo é o pior sítio da Ilha para surfar. Vêem-se porcarias a flutuar
na água.’
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