Ideias à solta sobre maneiras de construir essa Cidade
Ideias à solta que gostaria de partilhar com quem se der ao trabalho de as ler e de eventualmente se interessar por elas. Devo dizer que me considero um cidadão português porque sou açoriano e sou açoriano porque vivo na ilha de São Miguel e sou micaelense porque sou desta cidade, uma das duas da minha ilha. Vejo a ilha, tento, pelo menos, vê-la num todo.
Não sou faccioso, não detesto partidos, acho-os necessários sem falsas hipocrisias, mas não teria estofo para militar fosse em que partido fosse. Sou apologista da sociedade civil e por isso dou os primeiros passos, diga-se que cabotinos, na blogoesfera.
Sou humanista, não dissocio a liberdade da dignidade, não vejo uma sem outra. Considero, é bom que conheçam o meu ponto de vista, que não existe liberdade sem dignidade, já o disse, mas respeito. Não posso apertar as mãos a quem tenha os punhos cerrados (Indira Gandhi). Considero uma discussão completamente inútil, aquele em que os intervenientes estejam todos de acordo (Albert Einstein). Desperdício de tempo.
Não me move quaisquer outros desígnios que não sejam os de partilhar ideias com elevação com quem as queira partilhar comigo. Não faço este blogue porque ache que os outros não são nada disso ou daquilo, mas porque acho que um blogue reflecte m pouco de cada um de nós. É a democracia, ou a possibilidade, na sociedade global. Nem tudo é mau no mundo global. Creio.
Se por estas alturas ainda não mudaram de blogue, peço-lhes que me acompanhem em três ou quatro tópicos. Pontos que considero úteis para que a minha Cidade (Vossa também apesar de não residirem porventura nela) o seja cada vez mais.
Peço-lhes, àqueles que aqui não residam, que observem os Açores da janela da Ribeira Grande. Em suma, que se assumam como cidadãos das Ilhas. Sei de antemão que o bairrismo, o doentio, não facilita a tarefa, mas sei que é possível mantê-lo sob rédea curta.
Aqui vamos. Não há cidade sem urbanismo nem urbanismo sem pessoas nem espaços onde vivem e circulam. Tudo o que se faça na Ilha é uma mais valia para a Ilha, mas há coisas que cada parcela tem de fazer por si. Tratar da sua casa. A responsabilidade de uma cidade é criar um modo de vida que produza emprego, lazer, prazer de se viver. A Cidade é motor de desenvolvimento ou então não é cidade. É outra coisa qualquer. Um dormitório é um dormitório, nunca uma cidade. As cidades têm de ser complementares. A minha tem ribeiras e tem um mar diferente, até a luz e os cheiros não sei se já repararam são diferentes dos do sul, e tem termas tudo num espaço de poucos quilómetros quadrados. Mas não prescindo da outra nem do todo da ilhas e das ilhas e do país. É este todo que me faz o que eu sou.
Estando já, e muito bem, apesar de discordar do traçado e de outras coisas que reputo de fundamentais, que deixarei para outra altura, até porque o que não tem remédio, remediado está, ou até ainda porque é fútil endireitar a sombra da vara torta, em estado avançado o Projecto do primeiro quilómetro da futura Via Litoral à cidade da Ribeira Grande, cujo traçado final ligará as cinco freguesias citadinas, não vejo que se eseja a pensar em termos urbanísticos globais.
A começar pela Ribeirinha: Não seria de integrar o porto de Santa Iria, o porto que serviu a terra durante séculos, um dos três melhores, é verdade, antes da construção da doca artificial e Ponta Delgada, porto que ainda aguarda o cumprimento da defunta Junta Geral de nele se construir um porto mal se acabasse a doca e Ponta Delgada? Os próprios habitantes, apesar de haver uma rua do Porto, banhistas, uns 20 barcos de boca aberta, de recreio e a valer, mergulhadores, etc.., estão quase de costas voltadas para o venerável porto. Porto que teve posto da Guarda-Fiscal e foi sede e uma companhia de exportação de laranja. Quem o vê hoje, apesar de recuperado, não o pode imaginar como o foi outrora até ao século XIX. Finais. Nem se lembra da promessa não cumprida. Ó os alfarrábios, estes chatos o sabem.
Incluindo o porto de Rabo de Peixe e a marina que se deverá, ou deveria, construir na formosa e calma baía do Porto Formoso, creio que se deveria construir outra no porto de Santa Iria. Assim, a começar a nascente da Cidade, teríamos uma marina num local aprazível e sossegado a pouca distância do centro da Cidade, seguir-se-ia o majestoso barrocal da Chã das Gatas, o Complexo Balnear das Poças com o velho Forte setecentista reconstruído (o mesmo se deveria fazer no Porto Formoso), as casamatas da II Guerra Mundial (quer junto às Poças, quer as junto ao areal de Santa Bárbara). Uma via que siga o recorte da costa e que mandasse às malvas os entulhos recentes do monte Verde. O areal antes das décadas de cinquenta e de quarenta e mesmo de sessenta chegava mais ao mesmo aonde hoje se ergue o Hipermercado Modelo. Passe a publicidade, como se diz.
Mas nada da Via Litoral valerá um caracol se não se fizer uma via marginal às margens da ribeira Grande, ou mesmo às da ribeira da Ribeirinha e às da ribeira Seca. Simples passeios com pequenas pontes, subidas e descidas, etc. tirando partida da estonteante beleza dos locais por onde passa a ribeira. Em certos trechos isto já está feito. Noutros não. Por exemplo o trilho, servidão, que da ponte da rua dos Moinhos, Ribeirinha, levava os trabalhadores à velha fábrica de linho desactivada. Os Bensaúde com tantos hotéis não poderiam musealizar a sua velha fábrica? Seria mais um local a visitar pelos ocupantes dos seus hotéis.
Outro ponto: Sabiam que a única das cinco freguesias da cidade que não tem acesso directo à Variante Sul é a que mais precisaria dele. E bastaria tão-só asfaltar (?) um mísero quilómetro entre a estrada do Pico das Freiras à Magarça. Já há carros a circularem nele em precárias condições. Será por ela que circularão as viaturas pesadas da Lacto Bel, dos estaleiros próximos, da serragem de pedra e todos quantos precisam de ir ao Palácio de Justiça. Com dois juízos, Escolas, futura Biblioteca, acesso à Câmara às Poças, etc.. Trata-se da Matriz e é de bradar aos céus com a mão canhota apontada em riste.
E o parque de estacionamento para servir os utentes do novo Palácio de Justiça? Ouve-se dizer, que democracia da zorra é essa do ouvir dizer, que querem construir casas a custos controlados na área que serviria de parque de estacionamento. Registe-se que antes da transferência do Palácio em questão já os poucos estacionamentos estavam saturados: Escola com professores e funcionários, sede da área escolar. E agora com dois Juízos, Conservatória do Registo Civil, Predial e Notarial mais o Delegado do Ministério público? Como será? Só com a via de acesso, qualquer tinhoso descobre isso, à variante sul e um bom parque de estacionamento. Poderiam fazer um subterrâneo e ajardinar o espaço de cima mais o jardim já existente. Dentro em breve, nos tais apartamentos patos-bravos, nascerá uma loja de ferragens e um Café, paredes-meias com a Escola Gaspar Frutuoso. Isso é que é urbanismo e do melhor.
Uma outra questão final, por agora: E o acesso dos Bombeiros à Variante Sul? Só pela canada da Mariana. Ironia: Já existe um esboço de entrada na Variante.
Nada que se faça numa cidade pode ser pensado sem se pensar no todo, o urbanismo é como o jogo do xadrez. Cada jogada implica outras.
Dir-me-ão e com razão, donde virá o caroço para tudo isso? E quem o fará? Resposta simples. Da Região e da autarquia. Porquê? Com que direito. Por ermos cidade por o fazerem às outras e porque contribuímos como todos sabem ou deviam saber: inertes para a construção civil, geotermia, etc.. O nosso problema é não termos voz.
Vou de férias. Aproveito para melhorar a minha técnica incipiente dos blogues.
Boas férias a todos dentro em breve se Deus quiser cá estarei de novo.
Ideias à solta que gostaria de partilhar com quem se der ao trabalho de as ler e de eventualmente se interessar por elas. Devo dizer que me considero um cidadão português porque sou açoriano e sou açoriano porque vivo na ilha de São Miguel e sou micaelense porque sou desta cidade, uma das duas da minha ilha. Vejo a ilha, tento, pelo menos, vê-la num todo.
Não sou faccioso, não detesto partidos, acho-os necessários sem falsas hipocrisias, mas não teria estofo para militar fosse em que partido fosse. Sou apologista da sociedade civil e por isso dou os primeiros passos, diga-se que cabotinos, na blogoesfera.
Sou humanista, não dissocio a liberdade da dignidade, não vejo uma sem outra. Considero, é bom que conheçam o meu ponto de vista, que não existe liberdade sem dignidade, já o disse, mas respeito. Não posso apertar as mãos a quem tenha os punhos cerrados (Indira Gandhi). Considero uma discussão completamente inútil, aquele em que os intervenientes estejam todos de acordo (Albert Einstein). Desperdício de tempo.
Não me move quaisquer outros desígnios que não sejam os de partilhar ideias com elevação com quem as queira partilhar comigo. Não faço este blogue porque ache que os outros não são nada disso ou daquilo, mas porque acho que um blogue reflecte m pouco de cada um de nós. É a democracia, ou a possibilidade, na sociedade global. Nem tudo é mau no mundo global. Creio.
Se por estas alturas ainda não mudaram de blogue, peço-lhes que me acompanhem em três ou quatro tópicos. Pontos que considero úteis para que a minha Cidade (Vossa também apesar de não residirem porventura nela) o seja cada vez mais.
Peço-lhes, àqueles que aqui não residam, que observem os Açores da janela da Ribeira Grande. Em suma, que se assumam como cidadãos das Ilhas. Sei de antemão que o bairrismo, o doentio, não facilita a tarefa, mas sei que é possível mantê-lo sob rédea curta.
Aqui vamos. Não há cidade sem urbanismo nem urbanismo sem pessoas nem espaços onde vivem e circulam. Tudo o que se faça na Ilha é uma mais valia para a Ilha, mas há coisas que cada parcela tem de fazer por si. Tratar da sua casa. A responsabilidade de uma cidade é criar um modo de vida que produza emprego, lazer, prazer de se viver. A Cidade é motor de desenvolvimento ou então não é cidade. É outra coisa qualquer. Um dormitório é um dormitório, nunca uma cidade. As cidades têm de ser complementares. A minha tem ribeiras e tem um mar diferente, até a luz e os cheiros não sei se já repararam são diferentes dos do sul, e tem termas tudo num espaço de poucos quilómetros quadrados. Mas não prescindo da outra nem do todo da ilhas e das ilhas e do país. É este todo que me faz o que eu sou.
Estando já, e muito bem, apesar de discordar do traçado e de outras coisas que reputo de fundamentais, que deixarei para outra altura, até porque o que não tem remédio, remediado está, ou até ainda porque é fútil endireitar a sombra da vara torta, em estado avançado o Projecto do primeiro quilómetro da futura Via Litoral à cidade da Ribeira Grande, cujo traçado final ligará as cinco freguesias citadinas, não vejo que se eseja a pensar em termos urbanísticos globais.
A começar pela Ribeirinha: Não seria de integrar o porto de Santa Iria, o porto que serviu a terra durante séculos, um dos três melhores, é verdade, antes da construção da doca artificial e Ponta Delgada, porto que ainda aguarda o cumprimento da defunta Junta Geral de nele se construir um porto mal se acabasse a doca e Ponta Delgada? Os próprios habitantes, apesar de haver uma rua do Porto, banhistas, uns 20 barcos de boca aberta, de recreio e a valer, mergulhadores, etc.., estão quase de costas voltadas para o venerável porto. Porto que teve posto da Guarda-Fiscal e foi sede e uma companhia de exportação de laranja. Quem o vê hoje, apesar de recuperado, não o pode imaginar como o foi outrora até ao século XIX. Finais. Nem se lembra da promessa não cumprida. Ó os alfarrábios, estes chatos o sabem.
Incluindo o porto de Rabo de Peixe e a marina que se deverá, ou deveria, construir na formosa e calma baía do Porto Formoso, creio que se deveria construir outra no porto de Santa Iria. Assim, a começar a nascente da Cidade, teríamos uma marina num local aprazível e sossegado a pouca distância do centro da Cidade, seguir-se-ia o majestoso barrocal da Chã das Gatas, o Complexo Balnear das Poças com o velho Forte setecentista reconstruído (o mesmo se deveria fazer no Porto Formoso), as casamatas da II Guerra Mundial (quer junto às Poças, quer as junto ao areal de Santa Bárbara). Uma via que siga o recorte da costa e que mandasse às malvas os entulhos recentes do monte Verde. O areal antes das décadas de cinquenta e de quarenta e mesmo de sessenta chegava mais ao mesmo aonde hoje se ergue o Hipermercado Modelo. Passe a publicidade, como se diz.
Mas nada da Via Litoral valerá um caracol se não se fizer uma via marginal às margens da ribeira Grande, ou mesmo às da ribeira da Ribeirinha e às da ribeira Seca. Simples passeios com pequenas pontes, subidas e descidas, etc. tirando partida da estonteante beleza dos locais por onde passa a ribeira. Em certos trechos isto já está feito. Noutros não. Por exemplo o trilho, servidão, que da ponte da rua dos Moinhos, Ribeirinha, levava os trabalhadores à velha fábrica de linho desactivada. Os Bensaúde com tantos hotéis não poderiam musealizar a sua velha fábrica? Seria mais um local a visitar pelos ocupantes dos seus hotéis.
Outro ponto: Sabiam que a única das cinco freguesias da cidade que não tem acesso directo à Variante Sul é a que mais precisaria dele. E bastaria tão-só asfaltar (?) um mísero quilómetro entre a estrada do Pico das Freiras à Magarça. Já há carros a circularem nele em precárias condições. Será por ela que circularão as viaturas pesadas da Lacto Bel, dos estaleiros próximos, da serragem de pedra e todos quantos precisam de ir ao Palácio de Justiça. Com dois juízos, Escolas, futura Biblioteca, acesso à Câmara às Poças, etc.. Trata-se da Matriz e é de bradar aos céus com a mão canhota apontada em riste.
E o parque de estacionamento para servir os utentes do novo Palácio de Justiça? Ouve-se dizer, que democracia da zorra é essa do ouvir dizer, que querem construir casas a custos controlados na área que serviria de parque de estacionamento. Registe-se que antes da transferência do Palácio em questão já os poucos estacionamentos estavam saturados: Escola com professores e funcionários, sede da área escolar. E agora com dois Juízos, Conservatória do Registo Civil, Predial e Notarial mais o Delegado do Ministério público? Como será? Só com a via de acesso, qualquer tinhoso descobre isso, à variante sul e um bom parque de estacionamento. Poderiam fazer um subterrâneo e ajardinar o espaço de cima mais o jardim já existente. Dentro em breve, nos tais apartamentos patos-bravos, nascerá uma loja de ferragens e um Café, paredes-meias com a Escola Gaspar Frutuoso. Isso é que é urbanismo e do melhor.
Uma outra questão final, por agora: E o acesso dos Bombeiros à Variante Sul? Só pela canada da Mariana. Ironia: Já existe um esboço de entrada na Variante.
Nada que se faça numa cidade pode ser pensado sem se pensar no todo, o urbanismo é como o jogo do xadrez. Cada jogada implica outras.
Dir-me-ão e com razão, donde virá o caroço para tudo isso? E quem o fará? Resposta simples. Da Região e da autarquia. Porquê? Com que direito. Por ermos cidade por o fazerem às outras e porque contribuímos como todos sabem ou deviam saber: inertes para a construção civil, geotermia, etc.. O nosso problema é não termos voz.
Vou de férias. Aproveito para melhorar a minha técnica incipiente dos blogues.
Boas férias a todos dentro em breve se Deus quiser cá estarei de novo.
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