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Afinal, a piscina é nas Poças ou na Ribeira?

 








                                                      

                                                       Afinal, a piscina é nas Poças ou na Ribeira?

 

Nem Poças nem Ribeira, Eira.[1] Se me seguirem, explico como cheguei à Eira. Juro. Uma coisa é certa, a partir de 1867, ano em que, pelo facto de as Poças serem já bastante frequentadas, a Câmara cedendo ao apelo da elite da terra nunca mais deixaria de se interessar pelas Poças e pelo litoral.[2] E (não esquecer) pelas margens (centro/foz) da ribeira. Em1874, andava o Exército à procura de um local onde pudesse instalar um quartel, e a Câmara sugeria-lhe um espaço entre o Castelo (forte de Nossa Senhora da Estrela) e o Largo de Santo André.[3] Em 1884, a ermida de Santo André foi restaurada.[4] Em 1928, desejando ter um passeio à beira-mar, que seria construído entre 1929 e 1935, compra ao Exército (por um preço simbólico) as ruínas do Castelo e (talvez) o seu Curral (mais tarde Eira).[5] Data também dessa essa altura, o miradouro de Santa Luzia (mais conhecido por Palheiro).[6]

Quem teve essa brilhante ideia do passeio e do miradouro? Manuel Faria Marques, fuseiro dos pés à cabeça, jornalista, comerciante, autarca, um faz de tudo um pouco, dizia que eram ‘um grupo de rapazes de raro tacto administrativo e acendrado Amor à sua terra’ desenvolvendo uma acção inteligente.’ Quem eram esses rapazes? O Presidente era Artur Soares Arruda, mariense, os vereadores, todos rapazes da terra, eram Hermano Mota Faria, Faustino Teixeira de Lima, José de Medeiros Tavares e António Jacinto Cabral Botelho. Além do passeio e do miradouro, queriam mais. Continua Faria Marques: ‘vêm lançando há tempos as suas vistas para a beira-mar e têm entre mãos um vasto plano de aformoseamento daquele interessante local. (…).’ Que pretendiam?Uma avenida marginal.Pretensão, note-se, setenta e três anos antes de ser inaugurado o seu primeiro troço. Marginal essa ‘que partindo do Largo de Santo André vai (iria) até à esplanada do antigo Castelo (…).’ Para isso, teriam de fazer o quê? ‘A expropriação duns quintais de forma a pôr a descoberto e a fazer realçar toda a beleza característica da penedia [apenas concretizado trinta anos depois] e ainda a construção dum terraço junto à praia de banhos que, pela sua piscina natural e pelas magníficas barracas para uso dos banhistas, ainda talvez, o que há de melhor no género por estas ilhas. (…).’ A avenida, porém, não acabava no Castelo: ‘Como complemento deste interessante plano impõe-se o alargamento da canada das Feiticeiras [actual rua Mestre José Dâmaso], afim de dar saída ao caminho da beira mar para o lado da Ribeirinha, de forma a entroncar na estrada que segue para as Furnas. Derivaria por ali a passagem de turistas para as Furnas, proporcionando-se-lhes assim e sem lhes alongar o caminho, o mais belo trecho da estrada entre Ponta Delgada e aquele vale.[7] É também a partir da década de trinta (provavelmente vindo já da década anterior) que se começa a limpar a Cova do Milho. Adquirem-se as tendas (sobretudo) de ferreiro, da servidão que descia da Praça [passando pela Cova do Açougue] à Cova do Milho (hoje transformada em escadaria).[8] Em seu lugar, surgiu (na primeira metade da década de cinquenta) um jardim.[9]

Dando um salto da década de trinta a finais da década de quarenta, o que se pretendia então do litoral e das margens da ribeira? Entre alguma da elite local, mais fiel à memória de avôs e bisavôs, reacendera-se a velha aspiração de elevar a Vila a Cidade. A este propósito, estala a polémica, bizantina, diga-se, que saltando dos cafés e dos salões galga aos jornais. Seria a Ribeira Grande uma Vila-Cidade? Poderia vir a ser Cidade? D. Lopo de Sousa Coutinho, Conde de Caminha, com jeito, muito, entra na liça. D. Lopo, ao casar com uma neta de João Albino Peixoto, já defensor no século XIX da elevação a Cidade, mudara-se de Lisboa para Ribeira Grande. Aqui abriu a primeira Livraria da Ribeira Grande. Em 1949, D. Lopo, entre outras interessantes sugestões, como era preciso de dar cara de Cidade à Vila, sugeria para uma área a Norte do Cabo da Vila (rua Adolfo Coutinho de Medeiros) ‘até ao mar um enorme Parque, desde o Bandejo que desaparece, até Vila Nova. (…).’ Como se propõe em 2025? Depois, continue a reparar-se, viria uma ‘estrada de turismo [que] desceria por entre o parque em linha recta até ao mar (…) que então (…) iria com jeitos de cobra que o mar lhe daria até ao Palheiro e dali até alcançar a estrada actual para as Furnas.’ Seria assim a via litoral de D. Lopo. Mais: ‘A lindíssima praia [Monte Verde] em que terminaria este Parque (…) Praia para adultos e praia para crianças na foz da Ribeira.’ Ao longo dessa via litoral, iriam aparecer, continuava: ‘casas, hotel, restaurante, cinemas, jogos e outras comodidades, muita gente da Ilha, que gosta de tomar banho de mar, viria para aqui de preferência. É uma indústria mais a explorar por quem tenha visão, paciência, arte de a tornar moda e tenha ainda capital para empatar. (…).’[10] Essa tal via litoral de D. Lopo, sem uma nova ponte, ou tocar no Areal (Monte Verde), aproveitava a ponte dos Oito Arcos (concluída em finais da década de noventa do século XIX).[11]

Quem queira ficar com uma ideia certa do que foi até há pouco o litoral da Ribeira Grande, leia isso: até às décadas de cinquenta e sessenta, existia uma só praia das Poças ao Morro.[12] Dito de outra forma: as praias do Monte Verde e de Santa Bárbara - hoje separadas -, eram uma só praia. Já Frutuoso o escrevera. O que terá destruído essa praia? Não foi de certeza a lava do Pico Arde, ou a do Pico Vermelho nem tão-pouco a do Pico do Sapateiro, pois, aconteceram muitos séculos antes, foram antes as toneladas de areia dali tiradas entre a década de setenta e a de noventa.[13] No caso da praia do Monte Verde, houve ainda outra agravante. Entre finais da década de quarenta e meados da de sessenta, foi cortada a meio (no sentido Nascente/Poente). Como foi possível? A própria autarquia, a pensar numa futura (e baratinha) Via Litoral, incentivou a população a despejar ali toneladas e toneladas de entulhos. Resultado: o Bairro da Vila Nova e o do Bandejo ficaram ligados por uma rua de entulhos. Hoje, essa nova rua de entulhos (a que, entretanto, se juntaram dunas) faz parte do percurso da nova via litoral: ‘ (…) que nesta Vila se fez, por decisão camarária, com os entulhos que durante muito tempo iam sendo lançados na continuação do chamado Monte Verde, para se proceder à ligação com a Ribeira Seca, pelo Bandejo, numa rasgada visão de uma ‘estrada marginal.[14]

 

Para o litoral/centro e margens da ribeira, em finais da década de cinquenta, havia planos. Nas margens da ribeira (centro) e foz, os Bairros do Curral e da Cova do Milho iam sendo (casa a casa) varridos do mapa. E o local da desejada piscina? Para o arquitecto Nereus Fernandes, em 1960, deveria ser nas Poças.[15] Era o local ideal. Na Ilha conheciam-se duas piscinas do género. A de Ponta Delgada, pioneira, e a da Lagoa, que nesse ano se aproximava do que é hoje.[16] No entanto, para a Câmara, presidida por António Augusto da Mota Moniz, e pelos vereadores Luís Martins Gamboa, José Augusto Costa, José Pereira de Morais e Ventura Rodrigues Pereira, o local ideal seria na ribeira da Cova do Milho.[17] Porquê? Porque, segundo a vereação, não havia ‘(…) necessidade, visto a Vila situar-se à beira-mar, da construção de uma piscina (…).’ Porquê, mais uma vez. Porque a Câmara pretendia ‘levar a efeito a construção de barragens junto à Cova do Milho, que formarão três piscinas com água constantemente renovada. (…).’[18] De facto, na presidência de António Augusto António Augusto da Mota Moniz, foram construídas ‘as pequenas represas entre as duas pontes.’[19] Qual das duas seria a piscina? Provavelmente, a do trecho da ribeira entre a ponte pequena da Cova do Milho e a Ponte dos Oito Arcos. O troço atravessava o bairro da Cova de Milho, bairro que, em 1962, já não tinha moradores.[20] Em 1960, ainda lá moravam doze famílias, no ano seguinte, só lá restava uma.[21] Enquanto isso, a Câmara transformava o espaço em Parque Infantil. Inaugurado (faltando obras) em 1965. Seria certamente para valorizar o novo espaço. Antes vergonha da terra, agora sala de visitas da terra. A dois passos do centro da Vila.

No mês de Julho do ano seguinte à inauguração, em 1966, Silva Júnior, jornalista e membro do Círculo dos Amigos da Ribeira Grande, sem revelar o local, mas por certo a pensar na ribeira, como uma das estruturas da futura nova cidade, indicava uma piscina.[22] Em Setembro, a piscina da ribeira conquistaria um adepto de peso. Miguel Silva, professor de natação do Clube Naval de Ponta Delgada, confessou ao Diário dos Açores (de 24 de Setembro) que na Ilha o local certo para uma piscina seria na ribeira (da Ribeira Grande): ‘Em visita que fiz ao local verifiquei que o caudal da ribeira que atravessa o Paraíso Infantil pode abastecer uma piscina.’[23] A 28, o Correio dos Açores, conquistado pela ideia, titulava o artigo de apoio a ideia: ‘Será na Ribeira Grande a primeira piscina de competição de S. Miguel?’ A dar mais força, enumerava as vantagens para a Ribeira Grande da escolha ribeira: ‘a realizar este belo sonho, contribuiria, em primeiro lugar, para a valorização e progresso da linda vila-cidade, e também para o prestígio de S. Miguel porque, então, seriam possíveis as competições oficiais de natação.’ A que junta mais vantagens: ‘Se o Paraíso Infantil já é (apesar de não estar ainda completo o seu arranjo, o que importa fazer sem desânimos) um regalo para os turistas – e não nos esqueçamos que, aos Domingos, visitam aquele local delicioso muitas pessoas desta cidade e de outros pontos da Ilha – com a construção de uma piscina, a Ribeira Grande daria um passo gigante na senda do seu embelezamento e tornar-se-ia ponto obrigatório para os entusiastas da natação, ficando com a primazia, como se tem verificado noutros sectores, de possuir uma piscina de água doce.’[24] Na reunião do dia 28, a Câmara responde favoravelmente às sugestões do Correio dos Açores (e do) Diário dos Açores.’[25] Iria (porém) a Câmara manter a opção pela ribeira?

Ao mesmo tempo que isso se ia passando, a Câmara ia mudando (e radicalmente) as Poças. De 1967 a 1971, no tempo em que era Presidente António Augusto da Mota Moniz, a área das Poças fora de água, foi ampliada para nascente, foram construídos dois novos solários, seis balneários, pelo menos, arrecadações, chuveiros e um terraço sobre os balneários. Dentro da Poça de banhos, o espaço cresceu graças à remoção de pedras à volta e no interior da própria poça de banhos. Tornou-a maior, mais desafogada e mais funda. Entre 1960/1970, ainda no tempo do Presidente de António Augusto ou já no de Amadeu de Frias Coutinho, a Câmara comprou as casas do lado do mar da rua do Castelo.[26] Essa rua, de 1960 a 1974, perdeu metade das casas (de 38 passou a 19) e quase outro tanto de pessoas (de 169 passou a 86).[27] A demolição das casas, deu mais espaço às Poças. A piscina já caberia nas Poças?

Foi nisso que pensaram. Em 1968, a Câmara, mudando de vereadores, mantendo porém o Presidente, põe de lado (ou em stand by?) a piscina da ribeira.[28] Quer agora ver se há espaço nas Poças. Porquê? A ribeira era perigosa. Não há muito, uma cheia levara ao mar o Barco/Dancing.[29] Pondo de parte o factor (real) perigo, seria possível construir ali uma piscina, porém, exigiria a compra de quintais e ‘comer’ algum do espaço já ocupado pelo Parque Infantil. E nas Poças? Como se poderia encaixar uma piscina de 25 X 14/16 metros, uma torre de saltos de 6,5 metros, um poço da torre de cinco de profundidade e um lava-pés de 1,60 nas Poças?[30] Seria possível fazê-lo sem destruir o que já estava feito? E o que se pretendia ainda fazer? 

Sem saberem isso ao certo, certo é que, na sessão de 24 de Abril de 1968, a Câmara quis ver se era possível: ‘construir uma piscina no lugar das Poças.’ Repare-se: ‘adaptando se possível for, a piscina natural que ali existe.[31] Pretendia ‘ouvir sobre o assunto a opinião de um arquitecto paisagista que brevemente deverá visitar esta Ilha (…).[32] Diga-se que (por graves divergências) a Câmara despedira Nereus e contratara o arquitecto paisagista Luís Cunha. Em Maio desse ano, o Padre Edmundo Pacheco, correspondente do Correio dos Açores, informava que a autarquia fora às Poças com Luís Cunha. [33] O que saiu da visita? Antes de dar a sua opinião, suponho, o arquitecto pediu a ‘demolição das casas adjacentes às Poças,’ e pediu uma planta actualizada do da área e das Poças.[34] Em Lisboa, estudando a planta, que entretanto lhe fora enviada, imaginou dois ou três cenários. De volta à Ribeira Grande, foi às Poças acompanhado de novo pela Câmara, e (tudo suposições) expondo lá as hipóteses possíveis, ficou claro que uma piscina com aquelas dimensões só seria possível sacrificando parte do que já fora feito e do que se pretendia fazer.[35] Além disso (continuo a supor) os custos da obra seriam elevados. Implicava ‘rebentar enormes quantidades de pedreiras.’ Os banhistas, além do mais, enquanto se fizesse a obra, estariam impedidos de frequentar as Poças. Sabe-se lá por quanto tempo. Onde fazer então uma piscina? A opção pela ribeira estava fora de questão, e lá em cima? Na Eira? Porque não? Havia bastante espaço. Ficava ao lado das Poças, evitando-se duplicar estruturas. Ao contrário das Poças, sujeita à inclemência do mar, sobretudo no Inverno, na Eira a obra poderia ser feita em qualquer altura do ano. Decisão tomada. Porém, não se avançou de imediato para a obra. Porquê? Talvez porque as obras das Poças ainda estivessem a ser feitas. Nisto, em Maio de 1971, Amadeu cedia o lugar ao genro Fernando Monteiro.

Terreiro da Forca, Cidade da Ribeira Grande



[1] Eira é o nome que vem na acta; Curral é o que se diz por ali. E Terreiro da Forca? Há quem (de forma vaga) o coloque ao final da rua de João de Horta. Não no local da Eira. E do Curral. Há quem o coloque lá na Eira e no Curral. Não sei. Nota de 11 de Novembro de 2025: Continuo sem saber, no entanto, além da referência escrita do Prior Evaristo Carreiro da Costa da década de quarenta do século passado, reencontrei no meu ficheiro outra referência ao Terreiro da Forca com confrontação de uma propriedade que fica situada naquela área. Mas sem nos dar o exacto local. Confrontações dessa parcela: Norte: Barrocas do Mar; Sul: Caminho; Nascente: Baldio; Ponente: José de Lima e mais (…). Pode corresponder a uma área próxima à da chamada Eira. Área global da Forca. Mas onde exactamente ficava esse terreiro? Na chã, mais tarde Eira, outrora (ou também) Curral? Nota de 13 de Novembro de 2025, reencontrando a nota do Prior Evaristo Carreiro Gouveia, esclarece-se a dúvida: ‘(…) A Forca ficava perto do Palheiro ou Miradouro de Santa Luzia. Era como um balcão. Actualmente esse lugar é chamado Terreiro da Forca (…).’ Cf. SDUAÇ, Fundo José do Canto, 1814-c [Fundo Carreiro da Costa], Carta do Prior Evaristo Carreiro Gouveia ao afilhado (Carreiro da Costa), 10 de Dezembro de 1943, Notas acerca do Pelourinho e Terreiro da Forca. É mesmo ao final da rua de João de Horta.

Cf. BPARPD, Tablionaro da Ribeira Grande, Francisco Machado Coutinho, Escritura de venda de três alqueires de terra e seus baldios sito ao Terreiro da Forca desta Vila, 31 de Janeiro de 1834, 30 de Abril de 1833 – 14 de Outubro de 1834, L. 145, M 23, fls. 82-83.

[2] Nota de 15 de Novembro de 2025: Antes de 1867 eram já frequentadas, o que acontece é que a partir de então a população (elite) exige obras significativas.

[3] AMRG, Acta da sessão de 20 de Maio de 1874, Câmara Municipal da Ribeira Grande, fl. 39 [consulta digital] : ‘(…) cuja expropriação será baixa, e o outro entre esta Vila e a Ribeira Seca mas cuja expropriação será um pouco mais elevada, não indicando edifício público, competente para isso, por não o haver nesta Vila.’ Apesar de a intenção ficar por aí mesmo, valerá (ainda assim) reter a sugestão.

[4] A Persuasão, Ponta Delgada, 13 de Fevereiro de 1884: ‘Subscrição. O Excelentíssimo o prelado da Diocese subscreveu com 30$000 réis para auxiliar a reconstrução da ermida de Santo André, na Ribeira Grande, o primeiro monumento de piedade religiosa que erigiu naquela vila. Empreendeu esta construção o nosso amigo reverendo Luiz Carlos de Faria, vice-prior na igreja de Nossa Senhora da Estrela, matriz da Vila.

[5] Curral onde se iria construir, em 1971/72, a piscina da Eira.

[6] Antes de 16 de Maio de 1935: Construção do Forte de Nossa Senhora da Estrela. Processo de expropriação. Tem planta de Outubro de 1927. Foi alienado em Março de 1928: Miradouro do Castelo: Correio dos Açores?, N.º 4346, 16 de Maio de 1935; Correio dos Açores, Idem, N.º 4691, 25 de Julho de 1936: Fábio Moniz de Vasconcelos, caçador emérito, que conhece todos os recantos da costa norte que vai do miradouro de Santa Luzia até ao Cintrão.

[7] Correio dos Açores, Ponta Delgada, N.º 4373, 20 de Junho de 1935. Para mim foi uma surpresa. Conheci dois, já velhotes, falava até com eles, mas, desconhecia o que haviam planeado fazer durante a sua passagem pela Câmara.

[8] Nota de 14 de Novembro de 2025: Correctamente, conforme confirmei nas Matrizes Prediais, esse jardim e a o Moinho estão na então camada Cova do Açougue. Portanto, diferenciada da Cova do Milho. Cf. AMRG, Freguesia Matriz, Matriz Rústica, Artigos 1 a 1255, Vol. N.º 31, 714-717.Nota de 10 de Novembro de 2025: Talvez o nome correcto seja Outeiro da Cova do Açougue. Alguns dos casebres foram destruídos pela cheia de 9 de Agosto de 1919. Cf. [Ezequiel Moreira da Silva colaborou], Crónica da tempestade de 9 de Agosto de 1919, Revista Micaelense, Novembro de 1919, p. 574.

[9] Pereira, Ventura Rodrigues, A Ribeira Grande, 3.ª Edição, 1984, p. 139: ‘Faustino Pereira de Lima [vereador] (…) – nas Câmaras presididas por Calisto de Oliveira Rocha [1926-1929] e Dr. Arruda [Artur Soares Arruda (1932-1940)] (…) comprou algumas casas devolutas para demolir. Neste seu acto de visão esclarecida - tinha encontrado a solução para a transformação completa da Cova do Milho, que agora [Março de 1963] estamos a presenciar. (…) Hermano Mota Faria [1950-1955], além de comprar algumas casas, transformou um silvado existente na parte mais alta, que ocupava as antigas tendas de ferreiro, num jardinzinho de recorte artístico e elegante, aprazível à vista e agradável aos sentidos (…);’ Hermano Teodoro. Lista de Presidentes da Câmara e Comissão Administrativa da Câmara da Ribeira Grande [Entre 2005 e 1012, e antes de 13 Novembro de 2014, data do seu falecimento]

[10] Caminha, Conde de, Pode a Vila da Ribeira Grande vir a ser Vila-Cidade? Pode, se o Povo do concelho, num grito uníssono disser: - Nós Queremos… Tópicos para um Plano de Urbanização – Grandes empreendimentos – Comparticipações – Boas vontades – Fé no Estado Novo – E… Medidas drásticas. Silva, José Pereira da, A Voz da Ribeira Grande, Diário dos Açores, Ponta Delgada, 8 de Outubro de 1949, pp. 2-3

[11] Solução que, na década de setenta, viria a ser recuperada por uma vereação, logo, atacada por Jorge Gamboa de Vasconcelos; AMRG, Sessão de 27 de Dezembro de 1899, Livro N.º 49 (1898-1900), fl. 127 v.-128 v.: ‘1899: Construída a ponte dos Oito Arcos: Prolongamento da rua do Estrela; 27 de Dezembro de 1899.’ Bem longe ainda de ser concretizado. Aliás, isso só viria a acontecer em finais do século XX: D. Lopo, nesse seu projecto, não teve em conta (nem poderia) o prolongamento da rua do Estrela [Hoje Avenida Nunes da Ponte].

[12] Testemunho presencial de Paulo Amaral Borges, dia 9 de Outubro de 2025.

[13] Ao ponto de a praia de Santa Bárbara ter corrido o risco de ser riscada do mapa e a do Monte Verde não ter andado longe disso.

[14] Padre Edmundo Pacheco, A propósito de aterros, Correio dos Açores, 14 de Julho de 1973, pp. 1,2.

[15] Responsável (entretanto) também (no caso seria apenas um ajustamento – actualização -, ao primeiro da década de quarenta) pelo Plano de Urbanização de Ponta Delgada.

[16] Seguramente já existia uma em Ponta Delgada antes da década de quarenta e outra na Lagoa depois de 1940. Testemunho de Paulo Borges, 29 de Julho de 2023: Foi evoluindo desde a década de quarenta. Começou no m (1959-1971) mandato do engenheiro Carlos Bicudo de Medeiros (1946-1954). Data de então os seus primeiros grandes melhoramentos. O engenheiro Técnico Mota Amaral deu forma ao que hoje é a piscina e a tornou icónica nomeadamente com o seu escorrega (ideia de meu pai depois de uma passagem por Munique trouxe a ideia e transmitiu-a ao seu tio que a executou assim como muitas outras). Assim, no verão de 1969 há a inauguração dos grandes melhoramentos.’

[17] AMRG, Acta da entrada em exercício da Câmara Municipal do Concelho da Ribeira Grande, em 2 de Janeiro de 1960, Livro 85, 1958-1960, fl. 156 v.

[18]ACMRG, Vereação de 24 de Agosto de 1960, fls. 21.

[19] Pereira, Ventura Rodrigues, A Ribeira Grande, 3.ª edição, 1984, p. 140: ‘António Augusto da Mota Moniz [1960-1969], actual e feliz gestor municipal. Com o caminho aberto para a concretização dum sonho de muitas gerações e com o erário municipal capaz de fazer face às despesas inerentes, - completou a compra de casas e construiu as pequenas represas entre as duas pontes.

[20] Róis Quaresmais, Matriz de Nossa Senhora da Estrela, Cova de Milho, 1962: Nenhuma referência.

[21] Róis Quaresmais, Matriz de Nossa Senhora da Estrela, Cova de Milho, 1960: De 1064-1177= Catorze agregados. Doze ainda; Róis Quaresmais, Matriz de Nossa Senhora da Estrela, Cova de Milho, 1961: De 1087-1098 = Doze agregados. Resta apenas, um: Manuel dos Santos, Camponês, 72 anos, e Dídia da Conceição, 70 anos.

[22] Correio dos Açores, Ponta Delgada, 2 de Julho de 1966.

[23] O antigo nadador do Clube Nacional de Natação e instrutor do Clube Naval de Ponta Delgada Miguel Silva faz interessantes declarações ao nosso jornal, Diário dos Açores, 24de Setembro de 1966, p. 2.

[24] Será na Ribeira Grande a primeira piscina de competição de S. Miguel?, Correio dos Açores, 28 de Setembro de 1966, pp. 1-2.

[25] AMRG, Sessão de 28 de Setembro de 1966, fls. 44 v. 45.

[26] AMRG, Documentos de despesa, Obras de conservação e aproveitamento do material das praias de banho do Concelho, 31 de Dezembro de 1967; AMRG, Documentos de despesa, Obras de conservação e aproveitamento do material das praias de banho do Concelho, 31 de Dezembro de 1968; (…) 31 de Dezembro de 1969; AMRG, (…) 31 de Dezembro de 1970; (…) 31 de Dezembro de 1971.

[27] Róis Quaresmais da Matriz de Nossa Senhora da Estrela, 1960 e 1974, Rua do Castelo.

[28] AMRG, Acta da entrada em exercício da Câmara Municipal do Concelho da Ribeira Grande, em 24 de Abril de 1968, Livro 91, 1967-1969, fl. 42 v.: Presidente, António Augusto da Mota Moniz, vereadores: Aurélio Ataíde da Silva Freitas Rocha; Aurélio do Couto Botelho, Eduardo da Silva Melo e José Augusto da Costa.

[29] Na ribeira do Paraíso, justamente no local onde seria a piscina da ribeira.

[30] Além do comprimento, 25 metros, que consegui verificar [Correio dos Açores, 29 de Agosto de 1979, p. 2.: ‘(…) da piscina da Lagoa (20 metros) contra os mais cinco metros que a piscina da Ribeira Grande dispõe (…).’] as outras medidas foram-me sugeridas pelo Manuel António Ferreira, com experiência em medir áreas (18 de Outubro de 2025). Debalde, procurei no Arquivo Municipal e no da Secretaria (Herdeira da Junta Geral) nada encontrei. Resposta do meu pedido à Secretaria (dia 17 de Outubro de 2025): ‘Caro Dr. Mário Moura/Relativamente ao solicitado, temos a informar que o CID não dispõe à sua guarda documentos sobre o projecto e/ou construção da piscina Municipal da RG.’ Nota já depois de enviar o texto para o jornal: Como não se conhecem as dimensões certas nem da que se fez nem da que a vereação de 1969 pretendia, deixo outra hipótese. Qual? Que as dimensões pedida então pela vereação de 1969 tivessem sido outras. Talvez mais pequenas. 

[31] AMRG, sessão de 24 de Abril de 1968, fls. 43 v.-44.

[32] Idem.

[33] (Padre Edmundo Pacheco), Da Ribeira Grande para o Correio, Correio dos Açores, 26 de Maio de 1968.

[34] Envia o original ‘ao arquitecto Luís Cunha, encarregado de tal projecto.’ Pede uma ‘Planta Topográfica da Zona Marítima’ da Vila. Logo que a autarquia a tem, envia o original aio arquitecto Luís Cunha.

[35] AMRG, Sessão de 9 de Julho de 1969, fl. 197. Planta que fora levantada pelo ‘ Técnico Guilherme António de Oliveira.’ Viria dentro de breves dias.’ Câmara espera por ele: ‘A fim de (…) in loco ser estudado o respectivo projecto.’

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