Sabor
a ano e meio de felicidade
Fernando
Monteiro é o novo Presidente da Câmara da Ribeira Grande.[1] Assumira
o cargo a 28 de Abril de 1971. Através
dele, uma nova geração (e o Círculo dos
Amigos) acedia ao poder. Monteiro fora co-fundador do Círculo (mais Edmundo e Ezequiel Filho). Em Outubro, a
Câmara reafirma a opção da Câmara anterior pela piscina da Eira. Numa reunião,
presidida pelo Vice-Presidente, Manuel Martins de Medeiros, que substituía
Monteiro nas suas ausências, e na presença dos vereadores Aurélio do Couto
Botelho, Eduardo da Silva Melo [membro do Círculo que viria
a ser o primeiro Presidente eleito no regime democrático saído do 25 de Abril] e José Augusto da Costa ‘[deliberou] por unanimidade construir a piscina Municipal no local denominado Eira
da zona do castelo desta Vila (…).’ E seria construída ‘conforme indicações do Técnico Senhor Arquitecto Luís Cunha,
consultado para esse fim e autor do ante-plano do arranjo urbanístico da faixa
litoral da Vila.’
Por que razão
terão confirmado uma opção da Vereação anterior? Porque havia apenas mudado o
Presidente. Além disso, Frias Coutinho, o Presidente anterior, era sogro de
Monteiro. Era um sinal de continuidade. Certo? Mas terão acrescentado algo mais.
A electrificação, por exemplo, ou a cobertura ou até novas dimensões. Seria uma
piscina aberta todo o ano e a qualquer hora do dia. Essa era mais uma das
vantagens sobre as Poças. Mas fora das quatro paredes da Câmara, nem todos aceitavam
a opção da Eira. Pelos dois cafés da Vila, nas tascas e em tertúlias de amigos (segundo
me dizem) houve grossas discussões. Uns achavam que deveria ser nas Poças: ‘Discuti várias vezes com
o Engenheiro Monteiro a questão da escolha do local para construir a piscina.
Eu era de opinião que fosse construída junto ao mar. A opinião dele era
construí-la em terra. Era mais barato, mais fácil e estaria fora da fúria do
mar. A minha era de que acabaria por ser tanto ou mais caro. Motores. Filtros.
E mesmo a construção em si. Betão.’[2] Em privado, Monteiro mantinha
reservas quanto à Eira. Diz-me o filho do Capataz da Câmara, que dirigiu a obra
da piscina, então um menino de dez, onze anos: ‘o Engenheiro Monteiro ia muito à nossa casa falar com o meu pai. Muita
vez comeu connosco à mesa. Comia chicharros com as mãos. Ouvi uma vez ele dizer
para o meu pai: ‘Ali em baixo no mar
é que dava jeito.’ E por que é que não foi afinal junto ao mar? ‘Pela bravura do mar. Não havia quebradouro
que aguentasse a força das ondas.’[3]
Havia (porém) quem – e era gente bastante influente -, não quisesse tocar nas
Poças. É o próprio Monteiro quem o disse (já) em 1989: ‘a
Câmara não quis estragar a poça natural (…).’[4] Como político (e dos bons) surfou a onda.
E a obra avança.
‘A Câmara deliberou [repare-se] por unanimidade [na ausência de
Monteiro, mas por certo com seu aval] que
a mesma fosse construída por três fases, consistindo a primeira na abertura do
cabouco e implantação das fundações, ainda em 1971, a segunda fase da construção da piscina segundo o projecto em
elaboração e a aprovar superiormente (…).’ Chegados a este ponto, devo
dizer que, apesar de não conhecer as indicações do arquitecto, apesar de as ter
procurado, não desisto de as conhecer, para tal, viro-me às hipóteses
(prováveis). Quando (em 1968/9) a Câmara escolheu a Eira, o arquitecto não teria
(por certo) ainda o projecto da piscina, teria (quanto muito) umas ideias gerais.
Suas e da Câmara. Ideias para a sua implantação e dimensões. E, em 1971, já haveria
projecto? Só umas (vagas) ‘indicações.’
Que, no entanto, dariam para a Câmara (com a prata da casa) rasgar caboucos e lançar
fundações. Todavia, para ‘a segunda fase da construção da piscina,’ faltava
o principal: ‘o projecto em elaboração e a aprovar superiormente.’ Só com ele
aprovado, poderia obter financiamento. E daí partir para ‘a terceira fase respeitante a acabamentos e beneficiação de
instalações próprias a ela concernentes.’[5] Em
que consistiriam esses acabamentos? Diriam respeito aos balneários e
sanitários, à electrificação e à cobertura da estrutura?[6] Não
sei.
O que pretendia em concreto a Câmara com
a piscina? A 28 de Junho de 1972, ia a obra já adiantada,
justificando o investimento, a Câmara dizia estar ‘desejosa de dinamizar a vida comercial da sua Vila e tendo em perfeita
consciência as necessidades da sua população em estrutura desportiva e de
recreio (…).’ Para tal, iria construir
uma piscina ‘de dimensão e devidamente apetrechada - para
competições internacionais.’ Tendo perfeita consciência de ser uma obra
cara, para a tornar menos pesada, ‘entendeu
levar a cabo, por administração directa, por ser, evidentemente, menos onerosa
a obra (…).’ Era nem mais, a ‘há muito almejada piscina municipal.’[7]
Uma obra ‘de envergadura financeira desta
natureza,’ e isso, face às ‘ (…) variadíssimas
e ingentes necessidades do concelho, careceria de oportunidade para ser levada
a cabo.’ A oportunidade chegara (qual Maná no Sinai) com a visita à Ribeira
Grande de um Ministro e de um Secretário de Estado?
Que surgiu
a 3 de Novembro. Nisso tudo havia o dedo de Monteiro. Monteiro estava na
Ribeira Grande. Nesse dia, a Ribeira Grande teria uma oportunidade (muito) rara
na sua História. Para quê? Para arrancar apoios ao Governo Central. Nesse dia,
o Ministro de Educação Veiga Simão e o Secretário de Estado do Desporto e Juventude,
Augusto Ataíde, natural da Ilha, visitam a Escola Preparatória Gaspar Frutuoso.
A crónica da visita, vertida em acta, traz por título: ‘Visita Ministerial à Ribeira Grande e seus reflexos.’ Quais
reflexos? A promessa (cumprida, creio) de duzentos contos para a construção de
um tanque de aprendizagem de natação e outro tanto para um ginásio.[8] E
para a piscina da Eira? Aguardava-se (ainda) pela conclusão do projecto? É
provável. Ora, a piscina, o tanque de aprendizagem de natação (no recinto do complexo
do ginásio?) e o ginásio faziam parte da estratégia geral de desenvolvimento do
desporto na Ribeira Grande.[9] Uma
estratégia de Monteiro e da sua equipa? Parece que sim.
Mestre
António Alves, capataz da Câmara, dirigiu, com a craca de anos e anos de obras,
a obra da piscina. Lançada no sentido Nascente / Poente.[10] Era
enorme: 25 metros de comprimento (o que é confirmado) por uns doze/catorze/dezasseis
metros de largura (dizem outros a olho). Uma torre de saltos (com três
pranchas) de seis metros e meio de altura por cinco de profundidade. De altura,
ia (descendo) de pouco mais de um metro a cinco metros. Rodeava-a um lava-pés
de metro e vinte (ou à volta disso). Seis escadas, três de cada lado, davam-lhe
acesso. Havia (se não me engano) um duche. Mais do que um. Dizem outros. Não
havia balneários. Nem sanitários. Entrava-se pela rua do Castelo.[11] À
medida que a obra avançava, lá iam pedreiros, cabouqueiros. Dos mestres
pedreiros, terão lá trabalhado Alfredo Morgado, Eduardo Melo Rodrigues, José
Mourato, José Manuel Gaipo, José Teixeira Gaipo.[12] De
cabouqueiros, ‘lembro-me,’ recorda o filho do capataz, ‘do Mestre Adelino Coroa, morava ali ao lado, pai do Domingos Coroa. Foi
depois para a América. Outro cabouqueiro que me lembro de ter ali trabalhado
foi o Mestre José Alves morava no Outeiro da rua da Ponte Nova. Não sei se o
Mestre Manuel de Rabo de Peixe já trabalhava.’[13]
Quando terá começado a obra?
Ainda em 1971, como pretenderam (inicialmente)? É possível. Porém, ao certo, sabe-se
apenas que a primeira entrada de despesas registada na contabilidade da
autarquia, data do dia 27 de Janeiro de 1972. O que (contudo) não
invalida a hipótese de ter começado ainda em 1971. Podem ser despesas facturadas
numa data e pagas noutra. E quando foi concluída? Foi aberta sem
estar concluída. Quando foi isso? Antes de Novembro de 1972? Ou já em 1973? Em
finais de Julho de 1972, não estava pronta. Em inícios de Março, Augusto Ataíde (como já antes fizera)
atribuía, além de mil contos para o ginásio e o tanque de aprendizagem de
natação, ‘cinquenta contos para a
electrificação da piscina Municipal.’[14] A 30 de Julho, ainda não estava. Apesar
de adiantada. Quem o diz é o padre Edmundo Pacheco, correspondente do Correio na Ribeira Grande: ‘Estão já muito adiantados os trabalhos da
piscina que a Câmara Municipal mandou construir junto do castelo, nas
imediações das Poças.’ Como
seria essa piscina? ‘Com todas as medidas
exigidas para provas internacionais.’ Quais? Infelizmente, não diz. O que
ganharia a terra com a piscina? ‘A
piscina municipal vem trazer inúmeros benefícios à nossa Vila, quer no campo
desportivo, quer como atractivo turístico.’ A Ribeira Grande, por
tudo isso, não via a hora da sua abertura. Dizia Edmundo: ‘É com vivo interesse que a população ribeiragrandense aguarda a
conclusão das obras e a inauguração da piscina.’[15] Quando
aconteceu isso? Há uma nota de despesas relacionada
com a piscina de 10 de Novembro de 1972. Há, porém, outras até 15 de Novembro
de 1973.[16]
Então, foi em 72 ou
em 73? Em 1989, Monteiro disse que a piscina funcionou pouco mais de ano e
meio. Sendo assim, teria sido aberta ainda em 1972. No entanto, não se deve
descartar a hipótese 1973.
Foi inaugurada? Não. Foi simplesmente aberta. Desejava-se
tanto a piscina que até hoje há quem jure ter havido inauguração, mas não
houve, posso garanti-lo. Houve festa, rija, mas não houve inauguração. Como? Se
(vários) jornais, em 1973, cobriram a inauguração da (longínqua) piscina de
Nordeste, por que não o haveriam de fazer o mesmo (caso tivesse havido) da
inauguração da (pertíssima) piscina da Ribeira Grande? Além do mais, a maior da
Ilha. Ora, nem em 1972 nem em 1973, há notícias nos jornais da sua inauguração.[17] E
vi-os todos. Nem sequer há referências a isso nas actas da Câmara. Que também
consultei. Porquê? Não será porque não estava acabada? E não tinha licença? Se assim
foi, como foi possível abri-la ao público? Talvez se possa explicar isso,
primeiro, pela pressão do público, queria a piscina a todo o custo, depois, pela
candidatura de Monteiro às eleições à Assembleia Nacional de Outubro de 1973.
Queria mostrar obra feita, porém, nem o ginásio ou o tanque de aprendizagem
para natação ou a piscina estavam prontos. De todas as três obras, a obra da
piscina era a que mais adiantada se encontrava. Poder-se-ia então abri-la (só) provisoriamente?
Foi assim?
O que falhou para abrir e ficar
aberta pouco mais de ano e meio?
Vou ouvir quem esteve por dentro do
assunto da piscina. João Silva Melo entrou
ao serviço da Câmara em Março de 1982, onde foi Chefe do Pessoal (Encarregado
Geral). Reformou-se em 2023. É da Ribeira Grande e frequentava as Poças e a
Piscina: ‘Quando abriu, nos primeiros
dias, mar bom, uma maravilha. Quando veio mar do Norte forte, avariou o motor.
Para o consertar levava tempo. Havia que o mandar para Lisboa. Enquanto isso, a
piscina estava fechada. Foi feita uma casota para proteger o motor das ondas do
mar. Destruía o tubo que ia buscar água ao mar. Levava uns dois dias inteiros a
encher aquele monstro de piscina. Foram feitas análises à água: imprópria.
Fechava-se.’[18]
Outra fonte. Um artigo de jornal de Setembro de 1973,
de Carlos Pavão de Medeiros, alertava para
os perigos a que se expunham os que frequentavam piscinas sem tratamento das
águas. Nem renovadas com regularidade. Elenca uma série de problemas.
Aterradores.[19]
Essa água não renovada e sem o devido controlo
bacteriológico, levou o então
jovem licenciado em Educação Física, terminara o curso em 1972, a declinar o
convite de Monteiro para dar aulas de natação na piscina: ‘Não queria ser responsabilizado por isso. Dei antes aulas nas Poças.’[20] Luís
Simas, frequentador desde criança das Poças e um dos primeiros frequentadores
da piscina, confirmou-me que ‘apareceram
muitas doenças de pele, algumas deixaram marcas. Por isso, fecharam.’[21]
O
que falhou? Fui ouvir um engenheiro
electrotécnico (com conhecimento de piscinas). Filho da terra. Praticante da
natação, ainda a frequentou.[22]
Albano Moniz Furtado (Tachinha), o
que falhou? A
renovação da água. O motor era fraco. Uma piscina daquela dimensão, construída
a 20 / 30 metros acima do nível da água do mar, precisava de um motor muito
mais potente. Vê lá tu, levava em média dois a três dias a encher. Falhou a
protecção ao motor e ao tubo de captação da água. Não admira, pois, que fossem frequentes
as avarias. As sucessivas paragens. Falhou ainda o controlo bacteriológico da
água. Seria possível dar certo? Sim. Havia motores potentes no mercado. E havia
formas de controlar a qualidade da água. Mas tudo isso saía caro. Muito caro. Pergunto-me, agora, caso tivesse tido
tempo, teria Monteiro sido capaz de corrigir esses defeitos? Se quis, não
teria tempo. A legislatura que
deveria acabar em 1977 acabou em Abril de 1974.[23]
Foi demitido. A Câmara cai. Mantém-se em funções até ser substituída por
uma Comissão Administrativa, nomeada pelo Governador Civil.[24] E, na década de oitenta, quando Monteiro
voltou à Câmara? Corrigiria? Vamos tentar ver isso mais à frente?
A
Merenda, Praça Hintze Ribeiro, Cidade da Ribeira Grande
[1] AMRG, Sessão de
28 de Abril de 1971, 1969-1971, Livro n.º 92, fl. 144. Nota biográfica: Quem
foi Fernando Monteiro (n. 1935 – Vila do Porto – f. 2/06/1995 Angra do
Heroísmo)? Mariense, casou-se na Ribeira Grande em Abril de 1963. Viveu casado
em Lisboa e Ponta Delgada, fixando-se na Ribeira Grande em 1969. Aqui, esteve
na génese do ‘Círculo dos Amigos.’
Reorganizou a União Nacional Distrital. Foi eleito nas listas da UN à
Assembleia Nacional. Depois do 25 de Abril, além de deputado à Assembleia
Legislativa Regional, pela Ilha de Santa Maria, foi vereador em dois mandatos
consecutivos da Câmara Municipal da Ribeira Grande (1983-1990); A primeira acta
que assina como tal é do dia 28 de Abril de 1971: AMRG, actas, 28 de Abril de
1971, fl. 144. Toma posse a 24 de Abril: Correio dos Açores, 25 de Abril de
1971, p.1; AMRG, Sessão de 14 de Abril de 1971, 1969-1971, Livro n.º 92, fl.
141.O sogro, Amadeu
Coutinho, havia deixado a Câmara na semana anterior. Regressara em Janeiro da sua segunda e última
comissão militar em Angola. Fora
nomeado pelo Governador Basílio Seguro.
[2] Testemunho de João Pereira, 28 de Setembro de
2025.
[3] Testemunho de Manuel
António Ferreira Mitó, 25 de Setembro
de 2025.
[4] AMRG, Vereação
de 14 de Julho de 1989, 1989, Livro N.º 129, fl. 3.
[5] AMRG, Sessão de
13 de Outubro de 1971, fls. 195 v.-196.
[6] Quando foi aberta ao público, não havia ainda nada disso. Nem sequer ainda havia na década de oitenta.
[7] AMRG, Sessão de
28 de Junho de 1972, 1971-1973, n.º 93, fl. 78 v. – 79.
[8] AMRG, Livro 93,
fls. 12-8: No dia 3 de Novembro (…)
[9] Entretanto, não
se avançava para a via litoral, ficava-se pela defesa (de uma forma básica) da
orla marítima. AMRG, Vereação de 14 de Fevereiro de 1973, 1971-1973, Livro N.º
93, fl. 164: ‘Protecção da Orla Marítima.
O Presidente informou a Câmara do problema da erosão da orla marítima, vulgo
barrocas do mar desta Vila que ‘se está a verificar uma constante e acentuada
erosão devido â acção mecânica das ondas o que ameaça pôr em perigo as
construções que se situam naquelas imediações.’ Apesar de não ser do seu
âmbito, a Câmara ‘compromete-se a expor o assunto a quem de direito com vista à
sua urgência e inadiável solução.’
[10] Conhece-se pelas
fotografias e pela memória de quem a frequentou. Eu próprio.
[11] E
quais eram as suas dimensões? Não se conhece o projecto final, caso o tivesse
havido, pelo que vou fazer valer diversas.
[12] AMRG, Gerência
de 1972, Obras, Conservação e reparação das praias de banhos do Concelho:
Pedreiros: 28 de Fevereiro a 11 de Março: Alfredo Morgado e Eduardo Melo
Rodrigues; 13 de Março a 25 de Março: Eduardo de Melo Rodrigues, José Mourato;
10 de Abril a 22 de Abril: José Manuel Gaipo; José Teixeira Gaipo.
[13] Testemunho de Manuel António Ferreira Mitó, 25 de Setembro de 2025.
[14] AMRG, Vereação
de 28 de Março de 1973, 1971-1973, Livro N.º 93, fls. 163 – 163 v.
[15] (Correspondente
= Padre Edmundo Pacheco), Correio dos Açores, 30 de Julho de 1972, fl. 1.
[16] AMRG, Livro de Conta Corrente da
Despesa, 1971, V. 67, fl. 191: ‘Construção e obras novas: Construção de uma
piscina. Sem data. No fim do ano votada 50.000$00 – Diferença: 50.000$00. (Não
diz mais nada.); AMRG, Livro de Conta Corrente da Despesa, 1972, V. 68, fls.
137 v., 15: ‘(fl. 137 v.) Despesa extraordinária. Despesa com o material. Obra:
Construção de uma piscina na zona do Castelo na Vila da Ribeira Grande:
Primeira entrada em 27 de Janeiro de 1972 – última: 21 de Junho de 1972; (fl.
153) Construção de uma piscina na zona do Castelo na Vila da Ribeira Grande.
Referência a esta despesa. Primeira entrada: 3 de Agosto de 1972 - 10 de Novembro
de 1972; AMRG, Livro de Conta Corrente da Despesa, 1973, V. 69, fl. 166: 15 de
Novembro de 1973: Dispêndio até à data: 106.817$60 – saldo: 13.182$40.
[17] Diário dos
Açores, 27 de Junho de 1973, p.1; Açores, 29 de Junho de 1973, p.1; Correio dos
Açores, 30 de Junho de 1973, p. 1. ou até da de um pequena piscina na Ribeira
Chã, nesse mesmo ano.
[18] Testemunho de João Luís Figueiredo da Silva Melo, 28 de Setembro de 2025.
[19] Carlos Pavão de
Medeiros, Piscinas e Saúde Pública, Correio dos Açores, 4 de Agosto de 1973,
pp. 1-2.
[20] Testemunho de
Manuel Ledo, 24 de Setembro de 2025.
[21] Testemunho de
Luís Simas, 24 de Setembro de 2025.
[22] Testemunho de Albano Moniz Furtado, 29 de Setembro de 2025:
‘Cheguei a nadar nela, quando vinha de
férias. Umas duas ou três vezes, quanto muito. Depois, vi que a água não estava
em condições e nunca mais lá fui.’ Porque achas que isso aconteceu? ‘Com um
desnível significativo (não medi) de 20 a 30 metros. O desnível exigia um
sistema de bombagem potente. Não é fácil fazê-lo numa costa como a da Ribeira
Grande. Proteger o equipamento. O que é muito caro. Bombas caríssimas. Sistema
de filtragem (areias, pedras, lixo, algas). Muito caro. E frágil. Para isso
(filtragem) era necessário o uso de crivos. Captação; Filtragem; Bombagem,
Tratamento cá em cima. Ácido Inox bombas e tubagem. Equipamento caro. Piscina a
céu aberto: limpeza do que cai na água e do que vai para os fundos. Sem falar
das análises à água propriamente dita. Muito caro. Mas era preciso tratamento
químico. Não sei se o usaram. E se a água se renovava. Nunca foi licenciada: Já
havia regulamentos. Se não houvesse tratamento não era licenciada. Monteiro
talvez fosse o início de um projecto futuro: cobrir a piscina. Pavilhão
coberto. Havia espaço por ali para isso e para mais.’
[23] FERNANDO António
MONTEIRO da Câmara Pereira, in Dicionário Biográfico Parlamentar, 1935-1974,
(Volume II de M-Z), Direcção de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto,
Colecção Parlamento, p. 314). Fonte: “Ana Paula Fonseca, Gabinete de
Imprensa da Câmara Municipal da Ribeira Grande”; Bento,
Carlos Melo, História dos Açores: 1935-1974, Publiçor, Ponta Delgada, 2010, p.
215. Além do mais, foi Presidente
do Conselho Administrativo da Federação dos Municípios de São Miguel. E fez
parte do Grupo da Lavoura da Comissão de Planeamento da Região dos Açores. É certo que foi Deputado à
Assembleia Nacional, é ainda certo que aí foi vogal da Comissão de Política e
Administração Geral e Local.
Além disso, era Presidente da ANP Distrital. De 19 de Novembro de 1973 (quando
tomou posse) a 25 de Abril de 1974.
[24] CF. AMRG, Acta
de 11 de Setembro de 1974, Livro 94, 1973-1975, fl. 122 José da Silva Cabido,
da vereação anterior a 25 de Abril, assina a sua última em 11 de Setembro de
1974.

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