Avançar para o conteúdo principal

Queremos o Monteiro!






Queremos o Monteiro!

Monteiro sai da Câmara a 24 de Maio de 1974. O seu vice, com quem se entendia na perfeição, sai a 12 de Junho. Na semana seguinte, o vereador José Cabido, com quem tinha pegas, passa a Presidente. Cá fora, poucos iam com a cara dele: era antipático e autoritário. Os antípodas de Monteiro. A malta revolta-se. Eram putos de 16/17. Tanto mais que, na última reunião de Monteiro, zoara cá fora, até zoou que fora o próprio Monteiro quem pusera a circular a notícia, a Câmara garantira a concessão de ‘um subsídio de cem contos destinado à construção da piscina municipal (…).’[1] Monteiro escancarara as portas da Câmara (algo até então quase sagrado) a toda a gente. Gostavam dele. Temos que fazer qualquer coisa. O quê? À noite, no jardim, e durante o dia, nas Poças, eureka: uma manifestação de apoio.[2]  Marcada para o Domingo, dia 16 de Junho, pelas 9 horas.[3] Faz-se uma enorme faixa. Cartazes. O texto do panfleto (distribuído à população) dizia a razão: ‘Monteiro que muito democraticamente tem representado os desejos do Povo Ribeiragrandense.’ Juntam-se na Cascata, talvez uma centena, saem da Cascata, marcham ao longo da rua Direita. Empunham cartazes. Gritam: ‘Queremos o Monteiro! Queremos o Monteiro!’ Queríamos (fui um dos cabecilhas) que fosse dada a Monteiro a oportunidade para concluir o que começara (entre outras coisas): a piscina e o pavilhão.[4] Manuel Barbosa, conhecido opositor a Salazar, no seu livro ‘Luta Pela Democracia nos Açores,’ chamar-nos-ia (muito a despropósito) de ‘fascistas besuntados de democatas’ e de ‘rapazelhos marginais.[5] Nesse mesmo livro, narrando os vários episódios (perdoados mas não esquecidos) de caça aos comunistas de Agosto de 1975, de que Barbosa foi também vítima, aí já nos chama (a alguns poucos de nós) de ‘corajosos jovens anti-fascistas.’ Meio século passado sobre tudo isso, será que valeu a pena? Valeu.

Meio manca, a Câmara continuou. Aguentar-se-ia por mais seis meses. Na reunião de 20 de Junho de 1974, vira-se para a obra do ginásio. Obra (recordemo-lo) começada pouco antes do 25 de Abril. Seria, decidiram, conveniente que se mantivesse na obra ‘dois mestres e dois serventes com vista a evitar grande dispêndio com mão-de-obra e permitir assim que possa encarar-se a possibilidade de suportar as despesas com o vigamento.[6] Na mesma reunião, Armindo Moreira da Silva, que seria eleito pelo CDS nas primeiras eleições autárquicas livres, retenha-se bem o nome (outro elemento vindo do Círculo de Amigos), leva à vereação um assunto que poucos então levavam a sério: a poluição (e o foco epidémico que esta causava) na Praia do Monte Verde. Armindo dizia que era necessário ‘procurar resolver o problema do esgoto do matadouro municipal visto que todos os despojos vão vazar-se na praia o que, para além de constituir um perigoso meio de poluição poderá originar um foco epidémico.’[7] Infelizmente, isso só se iria resolver (muito ano depois) com a abertura do Matadouro Industrial da Ilha (no Pico da Pedra).

Entra vereação, sai vereação, nisto, a 21 de Setembro, a vereação que sobrevivera à purga, cede o lugar a uma Comissão Administrativa, nomeada pelo novo Governador Civil.[8] Um mês antes, a 21 de Agosto, o novo Governador Civil havia tomado posse. Era António Borges Coutinho, 2.º Marquês da Praia e Monforte, um opositor ao antigo regime. Fizera 51 anos em Fevereiro. À Comissão, preside o Dr. Joaquim Forte Sampaio Rodrigues.[9] Continental de Vale de la Mula, aqui chegado com as tropas da (jocosamente conhecida por) ‘Campanha do Ananás.’ Aqui conheceria D. Maria Antónia Franco, a futura esposa, e aqui constituiu família. E aqui viveu e faleceu. Homem prudente e bem-quisto por todos. Foi Presidente do Futebol Clube da Ribeira Grande. Até Presidente da Assembleia-Geral do (meu) Ideal. Da Comissão, faziam também parte, Heitor de Medeiros Ferreira, João José da Silva Oliveira, Viriato Hermínio do Rego Costa Madeira e José Luís Furtado da Rocha Pontes. Logo na sua primeira reunião, quiseram inteirar-se das obras autárquicas em curso, entre as quais, duas iniciadas pela vereação anterior: a ‘construção de um pavilhão gimno-desportivo (e a) construção da piscina municipal (…).’[10]

Terão pegado na obra da piscina? Não. Em Junho de 1975, já haviam assumido o cargo há nove meses, e a piscina estava no mesmo e mais forte. A propósito de saber que resposta se deveria dar a um pedido feito à Câmara para a utilizar em competições desportivas, na reunião do dia 28 de Junho, de 1975, o Presidente Sampaio Rodrigues reabriu a questão da piscina. A sua situação explicava-se em poucas palavras: não estava nem pronta nem licenciada. Seria, nestas circunstâncias, possível autorizar aquele pedido? A Comissão pensou numa saída: pedir a Abílio Baptista ‘delegado desta Comissão Administrativa da Câmara Municipal junto da Comissão Consultiva da Delegação da Direcção-Geral de Desportos em Ponta Delgada, a realização naquela piscina, de competições desportivas.’[11] Abílio (retenha-se esse nome) viria a desempenhar, até finais da década de oitenta, um importante papel quer nas tentativas de a pôr a funcionar quer no seu (infeliz) dobre a finados. Terão em Junho de 1975 obtido autorização da tal Comissão Consultiva? É possível. Viviam-se tempos de rupturas. E transgressões. No entanto, se, porventura, abriu naquelas condições para aquele fim específico, não tardaria a ser novamente fechada. Porquê? A bomba de água simplesmente não funcionava. Neste caso, mais valeria comprar uma nova. Pedem orçamentos. Enquanto isso, a Comissão ia tentando resolver o melhor que podia assuntos (mais) prementes. Além de facturas por pagar, de compromissos assumidos pela vereação anterior, urgia cobrir o pavilhão. Avançam, pois, para a cobertura. E (uma guloseima para os curiosos) dão sinais de querer avançar para a Via Litoral.[12]

Expirou, entretanto, o tempo de vida da Comissão Administrativa. Aconteceu a 3 de Janeiro de 1976. Nesse dia, toma posse a primeira Vereação eleita no pós-25 de Abril. É presidida por Eduardo da Silva Melo, PSD, um membro do Círculo dos Amigos, fora vereador antes do 25 de Abril. Teria uma acção nula. E curta. Ficaria só até Junho.[13] Outros. Daniel de Sá (PS); Artur Martins (PSD), que em Outubro assumiria a presidência; João Gouveia Moniz (PSD); António Manuel Rocha Pontes (PS); Armindo Manuel Moreira da Silva (CDS); Milton Costa (PSD), que de Junho a Outubro desempenhou o cargo de Presidente interino. Essa vereação tem já um interlocutor próximo.[14] Porventura, com quem seria mais fácil de trabalhar. Quem? O I Governo Regional dos Açores que entrara em funções a 8 de Setembro de 1976. Ora, no próprio mês em que a nova Câmara entrava em funções, dava entrada nos Serviços Camarários uma proposta de bomba hidráulica para a piscina. Proposta (está-se mesmo a ver) pedida ainda pela Comissão Administrativa. Porém, ficaria ali para um canto esquecida até que o vereador Armindo Moreira da Silva, em finais de Novembro, se lembrasse dela. Como a descobriu? Talvez a descobrisse em conversa com alguém da Comissão Administrativa, era (por exemplo) amicíssimo de Sampaio Rodrigues, ou talvez porque fosse chamado à atenção por alguém da Secretaria. Resultado: encomendaram uma nova bomba. Em inícios de Fevereiro do ano seguinte, 1978, o correspondente do Correio dos Açores, Padre Edmundo Pacheco, sugeria a cobertura da piscina. Explica as suas maiores vantagens: ‘tornará (a piscina) aproveitável todo o ano e não apenas 3 ou 4 meses no ano (…).[15] E os benefícios que daí se retirariam: ‘servirá para lançar a natação na Vila-Cidade.’ Será que a Câmara agarrou nessa proposta de Edmundo? Chegou a tentar? Não sei. Mas não me cheira. Era o mês de Julho de 1977, era já Verão, e ainda não havia piscina. O correspondente do Correio dos Açores voltava à questão, desta vez associando a piscina à praia: ‘Com o bom tempo que este Verão está a proporcionar, a praia de banhos [refere-se não ao Monte Verde mas às Poças] tem sido muito frequentada, principalmente por gente nova, a qual lamenta a falta que se sente com a ineficácia da piscina, que continua fechada.[16]

Mesmo a findar o mês de Novembro do ano de 1977, mas certamente já a pensar no Verão de 1978, Armindo volta à piscina: ‘a piscina construída nesta Vila’ está, diz ele, ‘praticamente abandonada,’ e deveria merecer ‘um pouco da nossa atenção (…).’ Porquê? Em parte a resposta era semelhante à de Edmundo: ‘não só [pelas] importâncias ali já dispendidas como as boas possibilidades que ela representa para a prática da natação justificam suficientemente essa atenção.’ Ciente de que o maior problema da piscina era o motor, propunha que fossem pedidos orçamentos de motores a firmas locais e continentais.[17] Resumindo: apesar do enorme investimento já feito, a piscina estava abandonada. Inacabada. E desactualizada. Uma perfeita desgraça!

Passam os meses, já se cheirava à Primavera do ano de 1978, e nada ainda de piscina. Para ir adiantando alguma coisa, além do motor, o Vereador António Guilherme do Couto Pimentel, eleito pelo PSD, e que viera ocupar o lugar deixado vago por Eduardo Silva Melo, sugere um ‘estudo urbanístico do local onde está construída a piscina.[18] Em Maio, a Câmara recebia três propostas para ‘o fornecimento de um grupo electro-bomba, para a piscina.’ Querendo a Câmara, caso fosse possível, pôr a piscina a funcionar no Verão daquele ano de 1978, mas sem meios, pede-os à Secretaria Regional do Equipamento Social, para efeitos de apreciação e comparticipação (…).’[19] O Verão, já ia a meio, e nada de bomba. Pior, como tardasse em chegar a resposta da Secretaria, uma das firmas que enviara orçamento, entretanto, enviava novo orçamento (a preços actualizados). A inflação dava dentadas. A Câmara reencaminha-o de imediato à dita Secretaria.[20] Era uma maneira de a pressionar. Viria ainda a tempo? Não. A piscina não abriu ainda em 1978. Estava fechada há uns irritantes quatro anos.

Chega 1979. Logo em Janeiro, Jaime Gama entra na Assembleia da República (com a assinatura de Mário Soares e de Salgado Zenha, entre outros) com a proposta de elevação da Ribeira Grande a Cidade (a última tentativa, em 1852, malograra-se por completo). A 16 de Junho, o Correio dos Açores informa que o ‘Pavilhão gimnodesportivo e [a] Piscina Municipal da Ribeira Grande [estavam] quase em funcionamento.’ Excelente notícia, já que ‘os desportistas da Vila-cidade (quase cidade) contarão, num futuro muito próximo, com condições para a prática das modalidades ditas pobres. Assim, o Andebol, o Basquetebol, o Futebol de Salão, o Voleibol, o Ténis de Mesa e o Hóquei em Patins, serão modalidades que poderão vir a ser praticadas no Mini-Pavilhão (…).’ Porquê Mini-Pavilhão? Porque, atente-se, à falta de ´’cacau,’ o projecto do tempo de Monteiro tivera de ser amputado: ‘dimensões mínimas e sem espaço para o habitual entusiasta assistir a qualquer manifestação desportiva. (…).’ Tirando essa péssima notícia, tudo o resto eram boas notícias, aliás, excelentes: ‘Tudo se conjuga[va] para que a Piscina Municipal também seja [fosse] inaugurada, definitivamente,’ repare-se no definitivamente, que nunca viria a sê-lo, ‘ainda este Verão, funcionando escolas de natação para todos os interessados na sua aprendizagem.’[21]

Faltava pouco. Em inícios de Agosto de 1979, no dia 5, a notícia do Correio dos Açores não deixava margem para dúvidas: ‘A Piscina Municipal vai entrar em funcionamento dentro de dias. Já amanhã, das 10 h às 12 h, será feita, naquele local, inscrição de crianças dos 4 aos 5 anos para tomarem parte num curso de aprendizagem de natação. Consta que está a ser elaborado um programa festivo para a inauguração oficial daquele importante complexo desportivo.[22] Finalmente, a piscina iria ser inaugurada. O grande dia seria Domingo, dia 12 de Agosto de 1979: ‘equipada com um motor de electrobomba, permitindo desta feita, uma renovação das águas.’ Dizia-se. A festa incluía: ‘provas desportivas, para todas as idades, e para ambos os sexos, provas essas patrocinadas pela Casa Dinarte, daquela Vila-Cidade.[23] Será que, questiono-me, foram concluídos os acabamentos previstos no projecto inicial? E os arranjos urbanístico? Só uns retoques. Continuava a não haver balneários ou sanitários. Nem cobertura.

Inaugurada, agora, sim, com festa e pompa e explosões de alegria, a 12 de Agosto, a 26 de Agosto, a Câmara tabelava as entradas: ‘para o uso da Piscina Municipal e das Poças.’[24] Havia que ter algum retorno. Os custos de manutenção eram altos. O Clube Naval de Ponta Delgada que, até então, utilizava a piscina de Ponta Delgada e a da Lagoa, a partir de então, marca provas e organiza festivais na piscina municipal da Ribeira Grande. Era maior. Estava protegida da ondulação. No dia 8 de Setembro a partir das 15:30 o Clube Naval (por exemplo) promoveu uma tarde desportiva de natação na Piscina Municipal.[25] Por vezes, o tamanho da piscina da Ribeira Grande, fez com que algumas provas fossem transferidas.[26] Abriu em 1980? Sim. E em 1981? Também. Mas em péssimas condições.[27] E depois? Monteiro é eleito em 1982, pelas listas do PS. Terá então oportunidade de corrigir erros e completar o que faltava? Vamos ver.

Castelo (Forte da Estrela) – Cidade da Ribeira Grande



[1] AMRG, Vereação de 24 de Maio de 1974, 1973-1975, Livro N.º 94, fl. 91. ‘Um ofício datado de seis de Maio, vindo do Chefe de Gabinete do Ministro de Educação Nacional, Veiga Simão, informava que aquele Ministério mandara ‘processar a favor’ da Câmara, claro, contra comprovativo de despesas, ‘um subsídio de cem contos destinado à construção da piscina municipal (…).’

[2] O Ricardo Peixoto, tanto quanto sei, foi o seu principal redactor. Monteiro sabia dos planos, foi avisado, manteve-se afastado. Mas expectante.

[3] Com o dedo do grupo fundador do CADAR, criado a 10 de Junho por dez jovens.

[4] Como consigo ter distância? Simples. Em 1985 quando concorri a Conservador de Museus da CMRG, Monteiro, como vereador do PS, votou contra. Não me impede de tentar ver a verdade das coisas.

[5] Teófilo de Braga, Fernando Monteiro, Correio dos Açores, 19 de Julho de 2017.

[6] AMRG, Vereação de 20 de Junho de 1974, 1973-1975, Livro N.º 94, fl. 102 v.

[7] AMRG, Vereação de 20 de Junho de 1974, 1973-1975, Livro N.º 94, fl. 101

[8] CF. AMRG, Acta de 11 de Setembro de 1974, Livro 94, 1973-1975, fl. 122 José da Silva Cabido, da vereação anterior a 25 de Abril, assina a sua última em 11 de Setembro de 1974.

[9] Cf. AMRG, Acta de 21 de Setembro de 1974, Livro 94, 1973-1975, fl. 126. A primeira reunião é de 21 de Setembro de 1974. A última acta da Comissão Administrativa é de 28 de Dezembro de 1976; CF AMRG, Acta de 28 de Dezembro de 1976, livro 95, 1976-1978, fl. 2.

[10] AMRG, Vereação de 21 de Setembro de 1974, 1973-1975, Livro N.º 94, fl. 127.

[11]AMRG, Vereação de 28 de Junho de 1975, 1975-1976, Livro N.º 95, fl. 31 v.

[12] AMRG, Vereação de 9 de Agosto de 1975, 1975-1976, Livro N.º 95, fl. 39; AMRG, Vereação de 11 de Outubro de 1975, 1975-1976, Livro N.º 95, fl. 55.

[13] A sua última reunião foi a 8 de Junho. Foi sendo substituído por Milton Costa até ser definitivamente substituído por Artur Martins em 26 de Outubro. A sua última reunião foi a 8 de Junho. Foi sendo substituído por Milton Costa até ser definitivamente substituído por Artur Martins em 26 de Outubro. 8 de Junho de 1977, fl. 79: última a que presidiu Eduardo da Silva Melo; 26 de Outubro de 1977, fl. 138: Primeira de Artur Martins. Entrou António Guilherme Pimentel. No PS: Daniel de Sá cedeu o lugar: Mário Borges. António Manuel temporariamente substituído por José Leonardo. Entre estas duas datas, o Presidente substituto foi Milton Costa.

[14] CF AMRG, Acta de 3 de Janeiro de 1977, livro 95, 1976-1978, fl. 6.

[15] Repórter A. Correio dos Açores, 4 de Fevereiro de 1977, p.2.

[16] [Padre Edmundo Pacheco] Da Ribeira Grande, Correio dos Açores, n.º 16782, 24 de Julho de 1977, p. 3. E em que pé parava a obra do pavilhão e do tanque de aprendizagem? Em pior situação do que a piscina, todavia, a Câmara (com os poucos recursos ao seu dispor) ia tentando remover os obstáculos. Cf. AMRG, Vereação de 23 de Novembro de 1977, 1976-1978, Livro N.º 96, fl. 157 v.: ‘Pavilhão Gimnodesportivo e Tanque de aprendizagem de natação. Ofício de 21 de Novembro da Secretaria Regional do Equipamento Social em resposta a um ofício ali não datado da Câmara. A resposta seria dada pela Secretaria Regional da Educação e Cultura.’

[17] AMRG, Vereação de 23 de Novembro de 1977, 1976-1978, Livro N.º 96, fl. 164. ‘‘pedida à Granja, em Ponta Delgada, uma actualização da proposta oportunamente enviada, procurando-se também ouvir outras casas da especialidade, nomeadamente H. Vaultier, Antero de Paiva, em Ponta Delgada, e outras com sede em Lisboa.’ Ainda ia mais longe, queria concluir a piscina. Para isso, pedia que fosse ‘estudada uma possibilidade de o projecto da citada piscina ser reactivado, procurando-se proceder ao acabamento das obras efectuadas.’A Câmara concordou com as propostas.

[18] AMRG, Vereação de 15 de Março de 1978, 1978, Livro N.º 97, fl. 32. ‘a Câmara concordou por unanimidade.’

[19] AMRG, Vereação de 3 de Maio de 1978, 1978, Livro N.º 97, fl. 65 v.: pelas seguintes firmas: H. Vaultier, Granja, Lima Mayer, Açores.

[20] AMRG, Vereação de 9 de Agosto de 1978, 1978, Livro N.º 97, fl. 125 v.: ‘Lima Mayer actualiza preço da proposta. Câmara delibera enviar à Secretaria.’

[21] Correio dos Açores, 16 de Junho de 1979, p.3.

[22] Correio dos Açores, 5 de Agosto de 1979, p.2.

[23] Correio dos Açores, 10 de Agosto de 1979, p.2

[24] Correio dos Açores. 26 de Agosto de 1979, n.º 17401, p. 3. Das 8 às 18, as entradas são pagas das seguintes formas: Na piscina; até aos 10 anos – 2$50; dos 11 aos 15 anos – 5$00; dos 15 anos por diante – 10$00. (…).’

[25] AMRG, Vereação de 5 de Setembro de 1979, 1978-1980, Livro N.º 99, fls. 24-25. O Vereador Armindo Moreira da Silva (o patrono da piscina) fora encarregado dos preparativos.

[26] Correio dos Açores, 29 de Agosto de 1979, p. 2. No caso, para a piscina da Lagoa, devido ‘à extensão das provas que, como deve ser do conhecimento público, irá ao encontro da menor extensão da piscina da Lagoa (20 metros) contra os mais cinco metros que a piscina da Ribeira Grande dispõe (…).

[27] Em Abril de 1981, a dois meses da memorável festa da sua elevação a cidade, a Ribeira Grande pondera a ‘Vedação da piscina.’AMRG, Vereação de 10 de Abril de 1981, 1980-1981, Livro N.º 101, fl.192 v. ‘(…): carta de 15 de Fevereiro de Indústrias Metálica Previdente, enviando folheto da sua associada Vedações. Caso esta Câmara esteja interessada em qualquer esclarecimento suplementar em receber elementos mais precisos. A Câmara encarregou o engenheiro Vieira de formalizar o assunto.’ Porquê? Maneira de controlar as entradas. Quanto à vedação, seria feita, porém, devido aos preços pedidos, acima das posses da Câmara, iria ser feita (naquele ano ou mais tarde) uma vedação em madeira. Com a prata da casa. Nota de 19 de Novembro de 2025. Em 1981, pouco antes e por altura da elevação a Cidade, Alfredo da Ponte escreveu algumas quadras que nos dão uma imagem de abandono, desmazelo e de muito pouco asseio da piscina. Ei-las: ‘(…) E a piscina, tão sozinha/Somente vive a sonhar. A piscina – que alegra!/ Prá gente banho tomar,/ Com águas: quente e fria,/ E com lixo a nadar./ - E lá resta, três andares/ Por temporais possuídos./ Ainda vão pelos ares/ E sempre mal protegidos./ Mas este espaço falado/ Podia ser coisa fina./ E há quem já tenha pensado/ Fazer uma outra piscina./ - Para o lixo temos uma/ E é dela que estou falando./Se fizerem mais alguma/ A gente só vai pagando… .’ Cf. Ponte, Alfredo da, Ribeira Grande – Cidade, in Ponte de rimas dos versos da Ponte, 2013, Edição dos amigos da Ribeira Grande, pp. 111-112.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Uma História do Surfe na Ribeira Grande (I Parte)

Uma História do Surfe na Ribeira Grande (I Parte)   A História do Surfe começa no Sul da Ilha e o seu berço foi na praia das Milícias/Pópulo. A prática do surf, ‘ já com regras, torna-se regular a partir dos anos 80. É a geração de 80-90.’ Não foram os primeiros, porém, dariam o ‘ empurrão ’ que faltava. [1] ‘ Há uma primeira associação de surfe ligada [e não só] à Escola Antero Quental. ’ [2] É organizada uma primeira competição. [3] ‘O Primeiro Meeting de Surf data de 1985. Tem lugar na Praia do Pópulo.’ [4] Por volta de 82/82, já vinham surfar à Ribeira Grande. Porque frequentaram logo depois Santa Bárbara e o Monte Verde? [5] ‘ A resposta mais simples é a qualidade das ondas. Mas tem a ver com várias coisas o facto de ser praia com fundo de areia. Estar virada a norte e exposta às ondulações. O tamanho das praias com várias i ok das ou picos como nós chamamos. Ondas .’ [6] De que quadrante são ali as melhores? ‘ Ondas Norte com vento Sul são as condições ideais .’...

Moinhos da Ribeira Grande

“Mãn d’água [1] ” Moleiros revoltados na Ribeira Grande [2] Na edição do jornal de 29 de Outubro de 1997, ao alto da primeira página, junto ao título do jornal, em letras gordas, remetendo o leitor para a página 6, a jornalista referia que: « Os moleiros cansados de esperar e ouvir promessas da Câmara da Ribeira Grande e do Governo Regional, avançaram ontem sozinhos e por conta própria para a recuperação da “ mãe d’água” de onde parte a água para os moinhos.» Deixando pairar no ar a ameaça de que, assim sendo « após a construção, os moleiros prometem vedar com blocos e cimento o acesso da água aos bombeiros voluntários, lavradores e matadouro da Ribeira Grande, que utilizam a água da levada dos moinhos da Condessa.» [3] Passou, entretanto, um mês e dezanove dias, sobre a enxurrada de 10 de Setembro que destruiu a “Mãn”, e os moleiros sem água - a sua energia gratuita -, recorriam a moinhos eléctricos e a um de água na Ribeirinha: « O meu filho[Armindo Vitória] agora [24-10-1997] só ven...

A Alvorada e o Império de São Pedro

  A Alvorada e o Império de São Pedro          Alvorada 1.ª metade do século XX   Alvorada 2007                Império de São Pedro:           Império de São Pedro:              Rabo de Peixe……………… Fenais da Ajuda   1. Alvorada ou Arvorada? Cavalhada ou Carvalhada ?   No primeiro documento conhecido que chama um nome à coisa, diz-se assim: ‘(…) cavalhada, vulgo, arvorada [sic] de Sam Pedro.’ (1875) No falar ouvido pelas ruas da sua terra de berço e área de influência, diz-se tudo ao dizer-se simplesmente: Arvorada ou Alvorada de São Pedro . Por ali, ouvem-se com a mesma facilidade com que se mete ar nos pulmões expressões como: Vais ver a Alvorada?   És o Rei da Alvorada? Vais na Alvorada? Quantos cavalos foram este ano na A...