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Gerações 

De volta à Ribeira Grande, volto ao modo como se foi abrindo ao mar (e por contágio, o Concelho). De sessenta em diante deu-se (ou melhor, ter-se-á dado) um (valente) safanão. Não tanto pelo que se fez, mas (mais) pelo rumo (irreversível) dado à (ideia da) via litoral e à aspiração (secular) de ser (um belo dia) cidade. Se o abanão (inicial) (como antes escrevi) se ficou a dever aos ‘soldados de Lisboa e (pouco depois) aos pilotos, mecânicos e funcionários do aeródromo de Santana, já sem estes, o novo empurrão ficou a dever-se (inteiramente) à geração mais nova da Ribeira Grande. Não obstante, a (forte) emigração, as Guerras em África e da saída do aeródromo para Ponta Delgada. São (eles) os frequentadores das Poças, do Teatro, da Recreativa, da Juventude Católica e dos Cafés. Para (tentar) perceber o que (então) se terá passado, escolhi a década de sessenta. Porquê? Porque aí é (possível) ver (com relativa nitidez) as razões (algumas) pelas quais o (agora já quase centenário) sonho da via litoral - apesar de não se ter (então) realizado -, ter logrado passar à geração seguinte.[1] Porque aí (continuo a crer) é (também possível) entrever a razão pela qual a elevação da Vila-Cidade (a partir de então) se tornaria uma mera questão de tempo. Ainda que não o confessassem ‘à boca cheia,’ a (futura) cidade era (há muito) esperada. Sobretudo na (Vila da) Ribeira Grande (não tanto no resto do Concelho), talvez apenas entre uma pequena minoria da classe média. A opinião dos que (sobretudo de fora da terra) achavam (não importa ao caso se o faziam com sinceridade ou apenas por cortesia) que a Vila (bem) poderia ser Cidade, não só funcionou como um (poderoso) incentivo como legitimou (ainda mais) o sonho.[2] Começo pelo Ante-plano de urbanização da Ribeira Grande (que inclui Ribeira Seca e incluirá a Ribeirinha). Porquê? Explico-me. Foram criadas 1) ‘as figuras dos “planos de expansão” das sedes dos municípios e de outras localidades e aglomerados urbanos mais importantes [Onde se enquadraria sem favores a Ribeira Grande] e 2) [também] os “planos parciais de urbanização” (que abrangem apenas uma parte da área dos “planos gerais de urbanização[3] Partindo da opção urbanística dos responsáveis da Câmara da Ribeira Grande [1) plano global ou 2) plano parcelar] torna-se possível identificar o perfil de Vila ou de Cidade que pretenderiam (no futuro). Ao escolherem o Plano parcelar em detrimento do Geral, vê-se que pretendiam (na melhor das hipóteses) (apenas) uma (pequena) Cidade. E prova disso? Apesar de na área (da Vila e sua vizinhança próxima) existirem dois portos de pesca (um, na Ribeirinha, outro, em Rabo de Peixe) e um aeródromo (partilhado por Ribeira Seca e Rabo de Peixe, pelo menos até à decisão de 1963) a Câmara não teve isso em conta. Nem tão-pouco o Plano Parcelar, por razões diversas, mereceu igual empenhamento por parte dos vários Presidentes (da Câmara da Ribeira Grande).[4] No fundo, mesmo para a época, tratou-se (a meu ver e no de gente da altura) de um plano pouco ambicioso. Não se ambicionou construir uma Cidade forte a Norte que partilhasse o poder com Ponta Delgada no Sul. Apenas uma (simples e muito humilde) cidadezinha.

Vou entrar no que se conhece do Plano. Estando o arquitecto João Aguiar (como se viu no trabalho anterior) arredado da Ribeira Grande, a Câmara contacta o arquitecto Nereus António Simão Fernandes (n. 1918 – f.).[5] O qual, na cidade de Lisboa, em Junho de 1960, data e assina o esboceto do ante-plano de urbanização. Repare-se: (apenas) da Ribeira Grande e Ribeira Seca.[6] O Presidente António Augusto da Mota Moniz (c. Novembro 1958-1969) (proprietário, dono de uma fábrica de Chá, muito ligado ao desporto) apresenta-o (de pronto, assim como a planta topográfica e o plano de pagamentos) na vereação do dia 24 de Agosto (1960). Pelo que li, as propostas urbanísticas do esboceto não divergirão (substancialmente) das que em 1949 havia apresentado o Conde de Caminha (como já vimos). Entre as mais marcantes, destacam-se um Parque Urbano, uma Avenida Litoral, uma Estrada de Circunvalação, uma ‘Gare Rodoviária,’ uma ‘zona desportiva (campos de ténis, futebol, ginásio, ringue de patinagem),’ zonas de urbanização (curiosamente onde hoje se encontram), ‘zona de reserva,’ uma pousada [Entre as piscinas e o antigo castelo], um parque industrial. A vereação estuda, discute e (tirando duas discordâncias) gosta.[7] Tanto assim é que o remete à Comissão Municipal de Higiene para parecer. A 26 de Agosto, a (referida) comissão dirigida pelo vereador Ventura Rodrigues Pereira reúne. Nela participaram, atente-se, o Dr. Jorge Gamboa de Vasconcelos, Delegado Municipal de Saúde e o Dr. José da Silva Tavares, Veterinário Municipal.[8] A esse promissor arranque, sucede uma (longa) pausa de quase dois anos. Só a 25 de Abril de 1962, é que a Câmara, através do Presidente, pretende assinar o contrato com Nereus. Como explicar isso? Ao tempo que o topógrafo levou a fazer o levantamento topográfico? Havia poucos topógrafos e todos muito requisitados. O arquitecto tinha outros trabalhos entre mãos? Qualquer que tenha sido a razão, a Câmara aproveitou a vinda de Nereus à Ilha de São Miguel para assinar (pessoalmente) o contrato.[9]

A piorar (ainda mais) a situação, a este atraso, segue-se mais outro de três anos. Talvez por estranhar a demora, apontando o dedo acusador à Câmara da Ribeira Grande, de Lisboa, a Repartição de Estudos de Urbanismo, questiona-a sobre o andamento do ante-plano. Isso três anos depois da (em princípio) assinatura do contrato com Nereus. E (já) quase sete sobre o início do processo.[10] Os planos da Ribeira Seca e da Ribeira Grande já estavam prontos há anos. Mas o da Ribeirinha (ainda) não avançara. Porquê? Por duas razões, uma, por ser (considerada) pouco importante, segunda, por dificuldades financeiras. Informou a Câmara. A Direcção dos Serviços de Melhoramentos Urbanos (outro departamento governamental), também de Lisboa, não se deu (totalmente) por satisfeita com a explicação. Vê-se isso na reunião da Câmara do dia 31 de Agosto de 1967. Percebendo (ou mesmo sabendo) que poderia haver outra razão (de fundo) (com data de 4 de Agosto) quis saber se estava tudo bem entre a Câmara e Nereus. Sim, estava. E promete pedir-lhe (a Nereus) para avançar para o esboceto da Ribeirinha.

Impasse resolvido? Não. Pelo menos já a 26 de Maio de 1968, consumara-se o divórcio entre Nereus e a Câmara da Ribeira Grande. Nessa (precisa) data, já se fala de novo arquitecto: Luís Cunha (n. Porto – 14.04.1933 – f. Lisboa – 28.01.2019).[11] Porquê? Fernando Monteiro, em 1972, informado por um Ministro, dirá que terá sido por incapacidade física de Nereus. Terá sido só por isso? Quem (no entanto) nos informa da mudança de arquitectos (sem explicar os motivos para tal) é o Padre Edmundo Pacheco (n. 28-10-1925 – f. 2015). Co-fundador do Círculo dos Amigos da Ribeira Grande. Irá ser (na década seguinte) o (principal) culpado do empurrão final que faria (finalmente) nascer a nova Cidade. Tem ao seu dispor uma página no Correio dos Açores. Entretanto, José Pereira da Silva havia falecido no ano anterior. Edmundo ocupa o vazio. Vai ser o porta-voz e a voz da nova geração. Andara por fora e vira o que por lá se passava. A 30 de Março de 1969, Edmundo informa que a Câmara encomendara ao arquitecto Luís Cunha o projecto da primeira fase de um plano urbanístico (repare-se) da beira-mar. A Razão? ‘Porque os ribeiragrandenses necessitam de possuir uma beira-mar em condições de atrair muitos forasteiros e de eles próprios saberem aproveitar do mar que é sanatório para a saúde do corpo e repouso do espírito.’ Argumentava. Note-se que eram motivos já alegados na década de trinta. A 14 de Maio de 1969, ainda com António Augusto como Presidente, a vereação recebe a proposta de valorização do litoral pedida a Cunha. Discorda apenas de, para abrir caminho à via litoral, ter (obrigatoriamente) de eliminar casas.[12] Apesar disso, a 9 de Julho de 1969 o projecto seguia o seu curso normal.[13]

Enquanto isso se desenrolava, a Câmara (sempre de olhos no litoral) ia pondo cobro (a alguns) dos (graves) problemas sociais e urbanísticos de que a (Vila da) Ribeira Grande padecia. Tendo tido (creio) em conta sugestões do esboceto do plano (provavelmente, algumas suas), alarga ruas (Condes da Ribeira Grande, Oliveira San-Bento, João de Horta, etc.).[14] Ou para o aterro entre a Vila Nova e o Bandejo (antes de 1963).[15] Em 1964, resolvia o problema do bairro da Cova do Milho. Situado (em pleno) coração da Vila. Após um (longo) processo que já vinha de 1920, é (naquele local) inaugurado o parque Infantil.[16] Já na foz da ribeira, o Bairro do Curral. Outra chaga social e urbanística. É alvo de uma pequena ‘remodelação.’ Para alojar famílias ‘pobres,’ em 1967, surge o Bairro de Santa Luzia.[17] Tratou-se de um projecto financiado pela autarquia e comparticipado pelo Estado. Em suma, a Câmara estava apostada em ‘limpar o litoral’ e áreas próximas. De voltar a terra para o mar. Tanto assim foi que, de 1967 a 1971, foram feitas obras de vulto (estruturais) nas Poças.[18] O espaço é ampliado (mais barracas e outros dois solários). Em 1970, já no tempo do Presidente Amadeu de Frias Coutinho, a Câmara compra as casas do lado do mar da rua do Castelo. Nas Calhetas (certamente contagiadas pelo espírito da época e do que viam fazer nas Poças), o Presidente da Junta de Freguesia, Francisco da Costa Ganhadeiro, guarda-fiscal no porto de Rabo de Peixe, a 11 de Junho de 1969, pedia barracas para o Calhau da Furna.[19] O irmão de Francisco, Manuel era Polícia Municipal na Ribeira Grande e casado com uma irmã do Prior da Matriz da Estrela, Padre Manuel de Medeiros de Sousa. A 29 de Setembro de 1969, de novo as Calhetas. Desta vez, pede à Câmara autorização (e apoio) para desviar as águas que vão parar ao Calhau da Furna.[20] Nem tudo (porém) eram rosas. Longe disso. Em Janeiro de 1962, a Ribeira Grande terá sofrido um duro golpe. Não sei se a Câmara terá tido consciência disso. Quando (finalmente) o Governo em Lisboa havia decidido fazer do ‘aerovacas’ de Santana um verdadeiro aeroporto, o deputado Jorge Gamboa - Delegado de Saúde da Ribeira Grande, que desejava (pelo menos desde a década de trinta) que a sua terra tivesse estruturas dignas da Cidade que queria ser, entretanto escolhido como representante Distrital à Assembleia Nacional -, põe em causa a opção tomada pelo governo.[21] E o governo recua. Não (posso) acreditar que o tivesse feito sem apoio superior. Quanto aos responsáveis da Ribeira Grande? Não se conhecem protestos oficiais, apenas murmúrios deixados pelas mesas dos cafés. Aí, zoava-se que teria ‘ido para Ponta Delgada devido a alguns empresários que eram amigos do Presidente da República, pois era-lhe mais vantajoso financeiramente.[22] Fosse assim ou de outro modo, enquanto, em 1969, o aeródromo da Nordela inicia o seu (normal) funcionamento, que pouco depois viria a ser posto em causa, Santana (excepto para uma pequena aeronave do aeroclube de São Miguel) inicia o seu (quase total) apagamento. É a debandada geral de pilotos, mecânicos, controladores aéreos, demais pessoal. Famílias inteiras com filhos a frequentar a escola Primária ou já o Externato: ‘desapareceu toda a dinâmica comercial que havia em Santana, na Ribeira Grande e nas freguesias limítrofes.’[23] Haverá explicações alternativas? Claro. Conto aprofundá-las noutro local. A terra ressentiu-se), mas não se deixou ir abaixo. Uma nova geração (viajada e culta), iria substituir a velha geração (com uma visão mais humilde e resignada) e assumir (dentro em pouco) as responsabilidades da terra. Funda em 1966 (como que a contrariar a situação) o Circulo dos Amigos. Apesar dos espinhos, para os responsáveis do jornal Diário dos Açores, a Vila da Ribeira Grande era a Vila-Cidade da Ribeira Grande.[24] A Vila-Cidade de São Miguel. Como se lê em outros locais. Assim a tratavam visitantes ilustres e investigadores (locais) com créditos firmados.[25] Ou já indo mais longe. Por exemplo, em 1966, segundo o jornalista Silva Júnior, ‘a futura segunda cidade do Distrito (…).’[26] Ou, em 1967, quando Carreiro da Costa afirmava que a Ribeira Grande ‘bem poderia ser Cidade.’[27]

Museu da Ribeira Grande (Cidade da Ribeira Grande) (continuação) (Correio dos Açores, 1 de Setembro de 2023)



[1] Faltam as fases da Travessa da Rua do Estrela (recentemente aberta) até ao Monte Verde.

[2] Para melhor perceber tudo isso, vou seguir (também) o que se vai passando (ao mesmo tempo) no Concelho e (ainda que de forma mais ligeira) o que se vai (entretanto) passando na Ilha de São Miguel.

[3] Conforme: Silva, Carlos Sérgio Gurgel da, História do urbanismo em Portugal e a tarefa fundamental de ordenar o território e o espaço urbano: Tudo começou pela legislação de 1934: ‘Decreto-Lei n° 24.802, de 21 de dezembro de 1934, que obrigava as câmaras municipais a promover o levantamento das plantas topográficas e elaborar planos gerais de urbanização, limitando-se a estabelecer no §5° do art. 8° que, nos planos aprovados, não poderiam ser feitas quaisquer alterações sem prévio consentimento do Governo, ouvido o Conselho Superior das Obras Públicas.’ Depois, sobre o Decreto-Lei n° 33.921, de 5 de setembro de 1944 (que veio esclarecer e completar o anterior) (…) Fernando Alves Correia (diz que) criou as figuras dos “planos de expansão” das sedes dos municípios e de outras localidades e aglomerados urbanos mais importantes e dos “planos parciais de urbanização” (que abrangem apenas uma parte da área dos “planos gerais de urbanização”). O Decreto o Decreto-Lei 35.931, de 4 de novembro de 1946, que atribuiu força vinculativa aos “anteplanos de urbanização” aprovados pelo Ministro das Obras Públicas e Comunicações.’ Para este período, há ainda a ter em conta ‘os Decretos-Leis números 560/71 e 561/71, ambos de 17 de dezembro, que, inter alia, instituíram os “planos de áreas territoriais”, isto é, planos de conjunto que abrangem vários centros urbanos e zonas territoriais intermédias ou envolventes, e os “planos de pormenor”

[4]Logo no início, Lucindo Machado preocupou-se com o assunto, António Augusto já menos, Amadeu não lhe ligou. Voltou à ribalta com Fernando Monteiro.

[5] CID – Secretaria Regional de Obras Públicas e Comércio, Pasta J. G. 023, Ante-Plano de Urbanização de Ribeira Grande, esboceto, escala 1: 2000, arquitecto Nereus Fernandes, Lisboa Junho de 1960.

[6] O esboceto é (de imediato) enviado à Câmara da Ribeira Grande, cujo Presidente era (à época) António Augusto da Mota Moniz.A 13 de Julho (de 1960) dá entrada na Câmara da Ribeira Grande. A acompanhar o esboceto, o arquitecto remete o seu plano de pagamentos. Nesta mesma reunião, dá (igualmente) entrada a planta topográfica levantada (ou a levantar? Tenho que ler melhor o documento) pelo topógrafo (de Lisboa) Mário dos Santos Pereira, cobrindo a Ribeira Grande (Vila) e a Ribeira Seca (que incluía Santa Bárbara). Por que não ainda a Ribeirinha? Junto segue o plano de pagamentos para aquele técnico. Portanto, se Nereus tinha já pronto em Junho um esboceto do ante-plano de urbanização da Ribeira Grande (e Ribeira Seca) pode concluir-se que a Câmara o tenha contactado antes de Junho. Desde quando? Tanto mais que (a provar-se que ainda já fora feito) o topógrafo teria de ter estado na Ribeira Grande/Ribeira Seca a fazer o levantamento. Na posse do qual, Nereus fez o esboceto. Uma pergunta: por que razão o plano de urbanização da Ribeira Grande incluía (deveria incluir) a Ribeira Seca e a Ribeirinha? A ideia de uma área homogénea? Quem a transmitiu? Alguém da terra? O arquitecto?

[7] Rejeita a praça de touros, alegando que não havia essa tradição, e a piscina oceânica, alegando que têm planos para fazer uma junto às margens da ribeira. Na Ilha, tirando partido da água do mar, já existiam duas piscinas. Seguramente já existia uma em Ponta Delgada antes da década de quarenta e outra na Lagoa depois de 1940.Testemunho de Paulo Borges, 29 de Julho de 2023: Foi evoluindo desde a década de quarenta. Começou no m (1959-1971) mandato do engenheiro Carlos Bicudo de Medeiros (1946-1954). Data de então os seus primeiros grandes melhoramentos. O engenheiro Técnico Mota Amaral deu forma ao que hoje é a piscina e a tornou icónica nomeadamente com o seu escorrega (ideia de meu pai depois de uma passagem por Munique trouxe a ideia e transmitiu-a ao seu tio que a executou assim como muitas outras). Assim, no verão de 1969 há a inauguração dos grandes melhoramentos.’ O Pai de Paulo, Professor Jorge Amaral Borges era professor no Externato Ribeiragrandense. Que utilizava regularmente as Poças (na Ribeira Grande) como local de aulas. Pormenor relevante. Pode ter dado dicas aos alunos? E ao engenheiro Monteiro?

[8] CID – Secretaria Regional de Obras Públicas e Comércio, Pasta J. G. 023Parecer sobre o Ante-Plano de Urbanização, da Vila da Ribeira Grande, elaborado pelo arquitecto Nereus Fernandes em Maio de 1960.

[9] Quase decorrido um ano da assinatura do contrato com Nereus, na vereação de 27 de Março de 1963, reunida a Câmara fica-se a saber que havia recebido um parecer (aí não especifica) da Comissão de Turismo das Ilhas de São Miguel e de Santa Maria (enviado pelos Serviços de Urbanismo. Vinha tratar de outros planos de Urbanização (revia o Plano de Ponta Delgada).

[10] Estava-se (já) a 27 de Janeiro de 1967.

[11] Um excelente arquitecto modernista. A informação que conheço é a que dá o correspondente da Ribeira Grande do Correio dos Açores (não assina mas é o Padre Edmundo Pacheco). O correspondente estaria mal informado? Não.

[12] Porquê? Porque são necessárias para alojar a população e não tem como realojar quem saísse delas. A Ribeira Grande não é Ponta Delgada. Alegam.

[13] O Agente Técnico Guilherme António Oliveira envia a Planta Topográfica da ‘zona marítima da Vila (Ribeira Grande).’ Com uma proposta do local onde se implantaria a piscina. A Câmara (antes de decidir) decide aguardar a vinda daquele arquitecto. Queria ir com ele aos locais propostos. Concluindo: estranho ante-plano/plano.

[14] AMRG, actas, Vereação de 24 de Junho de 1964, fls. 126 v-127; Vereação de 24 de Janeiro de 1962, fls. 3-3v.¸ Vereação de 25 de Abril de 1962, fls. 38 v.

[15] Mais tarde o aterro seria criticado pelo amigo Dr. Jorge Gamboa.

[16] CMRG, Livro de Escrituras, 1923, 5 de Julho de 1923; 1940, 30 de Abril de 1940; 1958, 13 de Junho de 1958, 1964, 12 de Junho de 1964; Ministro das Obras Públicas Chegou ontem a São Miguel, Jornal Açores, Ponta Delgada, 3 de Julho de 1965, p. 1, 3.

[17] AMRG, Actas, Vereação, 14 de Dezembro de 1966, fl.72.

[18] AMRG, Documentos de despesa, Obras de conservação e aproveitamento do material das praias de banho do Concelho, 31 de Dezembro de 1967; AMRG, Documentos de despesa, Obras de conservação e aproveitamento do material das praias de banho do Concelho, 31 de Dezembro de 1968; (…) 31 de Dezembro de 1969; AMRG, (…) 31 de Dezembro de 1970; (…) 31 de Dezembro de 1971.

[19] AJFC, Livro de Actas [1963-1987], acta de 29 de Junho de 1969, p. 21 v.

[20] AJFC, Livro de Actas [1963-1987], acta de 28 de Setembro de 1969, p. 22. AMRG, Actas, Vereação, 27 de Julho de 1966, fl. 23 – 23 v. As (mesmas) Calhetas (em 1966) poderiam vir a ter (muito em breve) um (excelente) miradouro. Sobre o porto das Calhetas, num ponto onde se avista a Ribeira Grande.

[22] Gaudêncio, Alexandre, Padre Edmundo Pacheco: Histórias de um ribeiragrandense, 2012, p. 64.

[23] Gaudêncio, Alexandre, Padre Edmundo Pacheco: Histórias de um ribeiragrandense, 2012, p. 65.

[24] Diário dos Açores, 5 de Agosto de 1961, pp.1-2.

[25] Açores, 4de Agosto de 1968, p.1; Para o viajante A. Lopes de Oliveira era a ‘Vila-Cidade de São Miguel.’ Oliveira, A. Lopes de, Arquipélago dos Açores, Editora Pax, Braga, 1967, p. 78.

[26] Silva Júnior, Correio dos Açores, Ponta Delgada, 2 de Julho de 1966.

[27] Cf. USDUAÇ, Costa, Francisco Carreiro da, O sortilégio da Ribeira Grande, alocução lida aos microfones do Emissor Regional dos Açores, Cf. Transcrição de Delfina Mota, 30 de Junho de 1967.

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