Ribeira & Mar – XX
Pode
parecer irónico, no entanto, à excepção das ligações com o exterior e de alguma
actividade piscatória, a Ilha só terá começado a voltar-se para o mar (e ainda assim timidamente) a partir da segunda metade do século XIX. Essa
é a razão (principal) que me leva a (tentar) ver (de forma mais clara a) longa
e larga evolução do uso do litoral no Concelho da Ribeira Grande. Vou (começar
por) concentrar-me no litoral da sua sede de Concelho. Mais precisamente, na área
que vai do Largo de Santo André ao Miradouro de Santa Iria.[1] Porquê
aí? Porque (desconfio) terá sido aí que se deu uma (notória) segunda mudança (mental e urbanística)
da Ribeira Grande (sede). E onde encaixo
aqui as Calhetas? Se seguir (e comparar) a evolução do litoral da sede do
Concelho (antes de 1867) ao das Calhetas (a partir de finais de 1969), presumo
poder perceber como (apesar das derrocadas) o litoral das Calhetas foi ganhando
(entretanto) alguma importância. Quanto ao caso da Ribeira Grande (sede), a situação
(poderá) resumir-se (grosso modo) assim: 1- Após a destruição de 1563-64, causada
sobretudo pela ribeira, as principais casas afastaram-se das suas margens; 2- Pelo (profundo) receio que o mar inspirava, além do forte da Estrela, de calhauzareiros e de pobres casebres, a
terra viveu de costas voltadas para o mar.[2] Só a
partir da década de trinta do século XX (muito provavelmente) indo atrás do que
já se fazia na ilha e fora dela, a terra quer uma avenida litoral, miradouros
sobre o mar e melhorar (substancialmente) as poças de banhos de água salgada.[3] Enquanto
isso, as margens da ribeira (onde se haviam reconstruído no século XIX alguns
moinhos) começavam (sobretudo depois da construção da hidroelectrica e da
inauguração da MOAÇOR em Ponta Delgada) a perder (lenta mas inexoravelmente)
importância. Pelo contrário, o litoral (começava aos poucos) a ganhar (maior)
importância. Não só na sede do Concelho, mas (também) em Rabo de Peixe. José Fraga, vogal da
vereação, em Julho de 1931, pedia que se limpasse e construísse acesso à praia de
banhos de Rabo de Peixe.[4]
Em
1900, a Câmara melhora a Poça/Poças.
Que eram frequentadas (não o esquecer) já em 1867. Em Junho foram ‘aprovados os projectos e orçamentos para a
construção de barracas de banhos
do mar nesta Vila [Ribeira
Grande] (…).’[5]
Em Agosto, já se achavam ‘quase
concluídas as barracas junto à poça de banhos desta vila (…).’[6] Por
que se lançou a Câmara nesse projecto? Esperava aumentar ‘o
(seu) rendimento.’
Ou seja, receitas de ingressos e aluguel de espaços.[7] Como?
Oferecendo melhores barracas (sólidas), a autarquia oferecia novas ‘comodidades aos frequentadores de banhos.’ Daí (a razão) da proposta (unanimemente) aprovada pela ‘vereação’ para ‘ mandar edificar sobre a
referida plataforma algumas [barracas]
de pedra (…).’ A vereação - que tal decidiu -, era formada
pelo Presidente José de Melo Nunes e pelos vereadores Francisco Tibúrcio
de Oliveira, Manuel Tavares do Canto e António Tavares Torres.[8] Quanto iria custar à Câmara a obra? ‘setecentos e vinte dois mil reis insulanos,
equivalentes a quinhentos setenta e sete mil e seiscentos reis fortes.’[9] Como se fez o projecto? Ou dado ideias para ele? Não nos é
dito, porém, é (muito) provável (arrisco a dizer) que tal - como era (então) habitual
-, tenha resultado de ideias de algum (ou de vários) dos vereadores ao de alguém
(habilidoso seu) conhecido. Ou (até) do (próprio) mestre-de-obras? Terá nascido
de coisas que tenham visto em outros lados ou visto em revistas? Onde foram construídas as barracas? Na ‘plataforma
quadrangular (…).’[10] Que havia sido construída (como
se disse no trabalho anterior) - salvo erro – diz o autor da memória, em 1886.[11] Quem foi o mestre-de-obras? António de
Sousa Calouro. Que não sabia assinar.[12] Na
Quaresma de 1900, este pedreiro, casado, de 44 anos, morava com a família na
rua do Vale na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, a segunda da então Vila.
Jacinta Amélia, a esposa, tinha 36 anos. À altura, o casal já tinha as filhas
Maria das Mercês, de 10anos e Maria da Ressurreição, de 3 anos e o filho João
de 8 anos, que ‘em tendo corpo e tino’
poderia (além de levar o almoço ao pai) tê-lo ajudado (de alguma forma) na obra.[13] Por quê investir em banhos de mar se havia banhos
termais? Porque a apetência pelos banhos de mar ultrapassara (já na Ribeira
Grande) o das termas. Um ano antes da construção das barracas nas Poças, José
de Melo Nunes (o Presidente) é claro a esse respeito: eram (as termas, quase só) frequentadas
por gente de fora do Concelho e (muito pior) davam prejuízo aos cofres da
autarquia.[14]
De facto, entre 1915 e 1934, tirando dois casos de posse partilhada de uma casa,
as catorze casas das Caldeiras pertenciam a moradores de Ponta Delgada.[15] Razão
mais do que suficiente para a Câmara da Ribeira Grande propor a cedência das
termas das Caldeiras à Junta Geral do Distrito. Ainda em finais de 1899, a
Junta aceitou a proposta.[16] Um
ano antes da visita Régia á Ilha, o Governo de sua Majestade deu ‘luz verde’ à troca.[17]
A nova atenção dedicada ao litoral da Ribeira
Grande (sede), explicará (também) o cuidado da vereação em mantê-lo limpo. O
que se torna (bem) evidente, na decisão que toma em Setembro. As barracas haviam
sido construídas há escassos meses, e o Presidente José de Melo Nunes pedia
(exigia?) ‘um subsídio às Companhias de
pesca da baleia para ajuda do custeio com enterramentos de resíduos daqueles
cetáceos arrojados às praias deste Concelho.’ O que seria (pelos vistos) um
‘acidente’ com episódios anteriores, já que, aí se diz: ‘No ano findo gastou-se com isso cerca de 1000 mil reis (Saneamento do
Concelho).’[18] Diga-se que (nessa altura) se
praticava (com regularidade) a caça à baleia (com base) no porto de Santa Iria.
Não conheço a resposta das Companhias visadas,
porém, o pedido só em, já é um (claro) indicativo de que se pretendia manter
(impecável) o litoral.[19]
Quem foi Melo
Nunes? Numa rápida pincelada, digo que era natural da Vila da
Ribeira Grande. Que ‘fez (o) curso do Liceu de Ponta Delgada, com boas
notas.’ Na Ribeira Grande, foi professor, tendo substituído
Teófilo Ferreira, ‘fixou-se na
Freguesia da Maia,’ onde casou, ‘sendo-lhe
entregue a administração da Fábrica [de Tabaco] dali, que geriu muitos anos.’[20] Quem seriam os frequentadores (então) das
Poças? Seriam (também) (de certeza) frequentadores da Recreativa (fundada
em 1849) e do Grémio (fundado em 1903).[21]
Alguns deles, um ano antes da construção das barracas, haviam participado no primeiro
‘match de apresentação de foot-ball’ que
pôs frente a frente, na Ribeira Grande, um ‘team’
(estreante) da Ribeira Grande a outro (mais experiente) de Ponta Delgada. Alguns,
até, foram pioneiros da fotografia. Colaboravam ou tinham jornais. Uns
estudavam em Lisboa.
Depois das iniciativas de Melo Nunes em 1900, teriam de
decorrer três décadas antes de surgir uma administração autárquica que desse um
novo (e decisivo) impulso na viragem da Ribeira Grande para o mar. Por que terá sido assim? Entre
outras possíveis causas, talvez o facto se possa explicar pela proximidade aos
projectos turísticos da Sociedade Terra
Nostra. De facto, em 1934 abrira o Bureau de Turismo (em Ponta Delgada),
estava eminente a abertura do Hotel nas Furnas (1935), seguir-se-ia (aí) o
campo de golfe (1939) e a antecessora da SATA (1941). A Ribeira Grande não
queria (de modo algum) ficar de fora. A suspeita torna-se (quase) certeza ao
ler dois artigos publicados
no Correio dos Açores em Maio e Junho
de 1935.[22]
No de Junho, o seu autor que assina X, mas será alguém próximo da Câmara da
Ribeira Grande, revelam-se os projectos (em curso) da autarquia.[23] O
articulista X (com muito orgulho bairrista, passa então) a enumerar (comentando)
o programa da autarquia: ‘A [Câmara] vem
lançando há tempos [Desde quando? Não diz] as suas vistas para a beira-mar e tem entre mãos um vasto plano de
aformoseamento daquele interessante local.’ Qual é o programa? ‘Uma avenida marginal, que partindo do Largo
de Santo André vai até à esplanada do antigo Castelo.’ ‘e ainda a construção
dum terraço junto à praia de banhos que, pela sua piscina natural e pelas
magníficas barracas para uso dos banhistas, é ainda talvez, o que há de melhor
no género por estas ilhas.’ Porém, para tal era necessário ‘a expropriação duns quintais de forma a pôr
a descoberto e a fazer realçar toda a beleza característica da penedia (…).’ A
provar a importância do que se pretendia, adiantava a opinião (abalizada) de
gente de fora: ‘A ilustre direcção de
Terra Nostra conhece já a beleza destes sítios e achou tão interessante a vista
do miradouro que o indicou como um dos pontos a visitar pelo turismo, estando
assente que o Sr. Engenheiro Manuel António de Vasconcelos [com raízes
familiares na Ribeira Grande. Autor, entre outros, do projecto do Hotel Terra
Nostra das Furnas], faça o traçado de um
quiosque a construir ali destinado à venda de postais, refrescos e produtos da
indústria regional.’ Para captar o turismo que ia (e vinha) de Ponta
Delgada às Furnas, era preciso algo mais: ‘Como
complemento [acrescenta X] deste
interessante plano, impõe-se o alargamento da canada das Feiticeiras [rua
Mestre José Dâmaso], afim de dar saída ao
caminho da beira mar para o lado da Ribeirinha, de forma a entroncar na estrada
que segue para as Furnas. Derivaria por ali a passagem de turistas para as
Furnas, proporcionando-se-lhes assim e sem lhes alongar o caminho, o mais belo
trecho da estrada entre Ponta Delgada e aquele vale. (…).’[24]
Quem seria aquele ‘grupo de rapazes de raro tacto
administrativo e acendrado amor à sua terra’ que segundo X, na ‘(…) nossa Camara Municipal,’ estava ‘ desenvolvendo uma acção inteligente?’ Uma acta da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal da Vila da Ribeira Grande de Junho, mês em que sai o artigo, revela-nos os seus nomes: Presidente,
Dr. Artur Soares Arruda (um mariense que esteve à frente da Comissão de 1932 a
1940) e os vogais, Dr. Artur de Almeida Lima, Hermano da Mota Faria (Presidente
de 1950-1955), Dr. José de Medeiros Tavares (os três últimos antigos alunos do
Instituto Gaspar Frutuoso de Ezequiel Moreira da Silva) e Faustino Teixeira de
Lima (comerciante da rua Direita, o operacional).[25]Alguns
faziam parte de uma geração que estudara no Instituto Gaspar Frutuoso, que
havia sido fundado em 1914.[26] Ao
exemplo da geração anterior, também tinham (alguns) ido estudar para o
Continente Português. Onde terão ido buscar essas ideias? Ao que viam em
postais, revistas e nas visitas que faziam fora da terra? Quem construiu (o que
chegou a ser construído)? Talvez alguns dos mestres que estiveram nas obras da
Sala Nobre e da remodelação dos Paços do Concelho.[27]
Um mês antes de sair o artigo de X, José Bruno Carreiro havia
publicado no Correio dos Açores, com destaque de primeira página, uma carta que (de Coimbra) lhe
endereçara Clemente de Mendonça. Micaelense,
vivendo naquela cidade, por sugestão de Amadeu de Frias Coutinho visitara
a Ribeira Grande.[28] Fascinado
com o que lá vira, de volta a Coimbra, em Abril de 1935, traduz em palavras o seu
(genuíno) ‘entusiasmo.’
‘A Praia, que os ribeira Grandenses
inventaram é muito interessante, com as suas bonitas e cómodas barracas, e até
com água doce encanada, o que não é vulgar. Dominando a praia, há um
quiosque-miradouro, que, nas horas de maior clama, atrai a fina-flor da Ribeira
Grande, que ali se entretem e distrai em amena conservação, e regalando-se na
contemplação do buliçoso mar (…).’[29] Não sem prestar ‘homenagem aos
Ribeira Grandenses que têm tido artes de fazer da sua vila uma cidadezinha que
parece mais cidade de que algumas cidades do Continente.’[30] Apesar de o
projecto (completo) só se ter concluído muito mais tarde, ainda assim, estou
(até prova em contrário) (razoavelmente) convicto de que datará da década de
trinta o início da viragem da Ribeira Grande para o mar.
Arquivo Municipal da Ribeira Grande (Cidade da
Ribeira Grande) (continua) (Correio dos Açores, 11 de Agosto de 2023)
[1] Correio dos
Açores, 25 de Julho de 1936: E (já que Santa Iria só servia para apanhar
sargos) um porto de pesca (alvitre não levado a cabo) a construir entre o
miradouro de Santa Luzia e a ponta do Cintrão.
[2] Já antes, as duas pontes (oito arcos e Paraíso) (além da montanha)
miravam (a bom recato) o mar ao fundo. Assim como o adro de Nossa Senhora da
Estrela?
[3] Em Ponta Delgada
(por exemplo) já havia o aterro que fora transformado em Avenida Antero do
Quental. Enquanto a ribeira, fonte de energia dos moinhos de
água, começava a perder (a princípio de forma quase imperceptível) importância,
o mar ia ocupando (paulatinamente) o seu lugar. A partir da década de
trinta do século XX, os moinhos de água da ribeira passaram à defensiva. Conseguiram
que a água retida na barragem fosse libertada em certas ocasiões, terão
conseguido que a autarquia não licenciasse moinhos electricos. Cf. AMRG, Acta de 9 de Abril de 1936, fl. 74 v. Medida
com pouco impacto, já que a rede electrica só na década de setenta se
generalizou. Além disso, a Moagem (electrica) em Ponta Delgada, tirou
clientela. A emigração que levou à diminuição da mão-de-obra e ao aumento dos
salários, os cereais de fora mais baratos, levaram à morte (lenta) dos moinhos.
Nos anos sessenta estavam condenados a desaparecer.
[4] Acta da CMRG, 25 de Julho de 1931, fl. 3
[5] AMRG, Sessão de
6 de Junho de 1 900, Livro N.º 49 (1898-1900), fl. 176.
[6] Diário dos Açores, Ponta
Delgada, 29 de Agosto de 1900, fl. 2.
[7] Ao mesmo tempo,
acabava-se com a ‘(…)
contínua (?) arrumação diária de barracas portáteis.’
[8] Concluía-se a memória do processo das
barracas, dando conta de que se lhe juntaria ‘o competente
projecto.’ Este último, exemplo de autodidata, natural e morador em Rabo de
Peixe, viria a ser Presidente da Câmara de 1909-1910.
[9] AMRG, Memória
Descritiva do Projecto e orçamento para a construção de barracas de banho nesta
Vila da Ribeira Grande, vereação de 25 de Abril de 1900: ‘Memória descritiva
junto à Poça do Castelo, onde muitos habitantes desta vila costumam banhar-se
todos os anos, mandou a vereação de 1886, salvo erro, construiu uma plataforma
quadrangular (…).’
[10] O Forum, Ribeira Grande, 30 de Abril de 1868, fl. 2. A despesa,
declaram, viria demonstrada no ‘orçamento
adiante,’ como de
facto foi. Mas onde ficava aquele Poço? Ter-se-á posto em prática a
sugestão do engenheiro Júlio Ferraz de Abril de 1868? A de ‘arranjar um banho sofrível na poça, que fica
ao lado da em que usualmente se costumam lavar, aprofundando-a um
metro e limpando as pedras, que a mesma tem.’ Portanto, havia (pelo menos)
duas Poças. Que aspecto teria a Poça (inicial)? O de um espaço de água salgada
(de tamanho variável) entre rochas. Que se foi (no caso da poça/poças)
ampliando ao longo dos tempos.
[11] E que - apesar de parcialmente ocultada pelas obras
inauguradas em 2005 – ainda hoje ´possível ver-se.
[12][12] Pediu a José
Augusto Cordeiro Borges de Medeiros que assinasse (em seu nome) o contrato que
celebrou com a Câmara.
[13] Róis Quaresmal
de Nossa Senhora da Conceição, Quaresma de 1900.
[14] AMRG, Sessão de 15 de Março de 1899, Livro N.º 49
(1898-1900), fl. 66: ‘O Senhor Presidente’
formulou a seguinte proposta: ‘Atendendo
a que o estabelecimento balnear do vale das Caldeiras, só dá despesa e nenhum
lucro a esta Câmara, sendo além disso menos frequentado pelos habitantes deste
Concelho do que pelos de outros concelhos, que para ali vão veranear todos os
anos, atendendo a que os rendimentos desta Câmara pela sua exiguidade não
chegam para sustentar estabelecimentos
desta ordem, e inúteis para o município. (…).’
[15] Teodoro,
Hermano, Caldeiras da Ribeira Grande,
Edição do Museu da Ribera Grande, 2003, p. 36.
[16] AMRG, Sessão de 27 de Dezembro de 1899, Livro N.º 49
(1898-1900), fl. 127 v.: Presidente: José de Melo Nunes; Francisco Tibúrcio de
Oliveira, Francisco Paula Velho de Melo Cabral; Gualberto Soares Vargas, Manuel
da Costa Aguiar, António Tavares Torres, Manuel Tavares do Canto. ‘a cedência feita pela Câmara do
estabelecimento balnear das Caldeiras (…).’
[17] AMRG, Sessão de
7 de Março de 1900, Livro N.º 49 (1898-1900), fl. 147: ‘relativamente ao estabelecimento termo balnear das Caldeiras (…).’
[18] AMRG, Sessão de
7 de Março de 1900, Livro N.º 49 (1898-1900), fl. 153.
[19] Foram também
responsáveis por realizações de longo alcance, tais como as negociações
começaram antes das de Vila Franca, mas pretendeu-se alargar a cobertura, por
isso atrasou. Pela introdução
(em 1901) da luz electrica na (então) Vila da Ribeira Grande; AMRG,
Sessão de 27 de Dezembro de 1899, Livro N.º 49 (1898-1900), fl. 127 v.-128 v. Pela colocação de números de
polícia nas portas das residências, pela transformação da antiga praça em
Cascata; AMRG, Sessão de 27 de Dezembro de 1899, Livro N.º 49
(1898-1900), fl. 127 v.-128 v.: O prolongamento da Rua do Estrela, que só se faria na década de 90.
AMRG, Sessão de 11 de Abril de 1900, Livro N.º 49 (1898-1900), fl. 163: A ‘canalização de ferro nesta Vila, para as
águas potáveis, construção de uns Paços
do Concelho; e remoção de um conduto para os moinhos da rua do Arco desta
Vila.’ Também foi da sua responsabilidade. Foram eles que receberam D. Carlos e D. Amélia.
[20] Silva, João Cabral de Melo e, A Vila da Ribeira Grande [Manuscrito-
Ribeira Grande: [s. n.], 1953; Silva, João Cabral de Melo e, Concelho da Ribeira Grande, [S.l.: s.
n.], 1959, p. 50.
Escreveu largamente (e durante anos) em vários jornais da Ribeira Grande (antes
e depois da implantação da República). Depois de 1910, manteve-se
(orgulhosamente) monárquico.
[21]O Trabalho,
Ribeira Grande, 7 de Novembro de 1903, fl. 1: ‘Fundação do Grémio Ribeira-grandense. Com o
título de Grémio Ribeira Grandense acaba de fundar-se nesta Vila uma sociedade
de recreio e diversão. A sociedade acha-se instalada num belo prédio situado no
Largo Gaspar Frutuoso.’ A Chirinola, Ribeira Grande, Ano II, N.º 2, Domingo
Gordo, 26 de Fevereiro de 1911, fls. 1-3: Descreve o corso carnavalesco e o
itinerário. Que vai até à igreja da Ribeira Seca. Correio do Norte, Ribeira
Grande, 8 de Fevereiro de 1913, n.º 30, fl. 3.
[22] Correio dos
Açores, 16 de Maio de 1935, p.1; Correio dos Açores, Ponta Delgada, 20 de Junho
de 1935.
[23] Cujo autor se
identifica apenas por um X. Será, no entanto, estou em crer, dado o teor do que
escreve, alguém da Ribeira Grande. Correio dos Açores, Ponta Delgada, 20 de
Junho de 1935, p.2. Desabafa (aí) a sua (enorme) perplexidade: ‘é curioso notar que, só passados 35 anos,
os ribeira grandenses voltassem a abrir os olhos para a beira-mar e lhe
dispensassem a atenção e o carinho que a sua beleza plenamente justifica (…).’
O artigo abre com uma homenagem aos pioneiros da viragem: ‘Em 1900 uma vereação de homens que tinham os olhos abertos, mandou
construir a praia de banhos, aformoseando aquele local.’
[24] Correio dos
Açores, Ponta Delgada, 20 de Junho de 1935, p.2. O que foi concretizado desse (ambicioso) plano? Pelo
que se lê, em 1935 já existia o miradouro de Santa Luzia, o passeio do Castelo
(sobre as ruinas do Forte da Estrela), e organizado o jardim do Largo de Santo
André. Aquisição dos Castelo: AMRG, Freguesia
Matriz, Forte de Nossa Senhora da Estrela, Processo de alienação, Março de
1928. Além disso, pretendiam alargar a rua do Castelo. Cf.
AMRG, ano de 1934, Projecto e orçamento para o alargamento e reconstrução da
rua do castelo. Para isso, iriam adquirir as casas daquela rua sobranceiras às
Poças (Poça). A aquisição (no entanto) só viria a verificar-se em inícios da
década de setenta.
[25] Acta da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal da Vila da Ribeira Grande, de 18 de Junho de
1935.
[26] Correio do Norte, Ribeira Grande, N.º 21, 24 de Outubro de 1914, p. 3 (?)
[27] AMRG/FCMRG – Livro de Ordens de Pagamento, OP1 1933-1937, 13 de Agosto
de 1936, p. 144;
3 de Setembro de 1936, p. 146; 10 de Setembro de 1936, p. 147.
[28] Que seria Presidente da Câmara de 1969-1971), que encontrara numa viagem às (ditas) ‘Ilhas de Baixo’ e reencontrara nas Furnas.
[29] Correio dos
Açores, 16 de Maio de 1935, p.1.
[30] Confessa só a
ter então conhecido, porque antes: ‘Conhecia a Ribeira Grande, apenas de passagem. Nunca me haviam dito que
essa Vila-Cidade era digna de uma demorada visita (…).’
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