Clubes (Parte IV)
Clubes? ‘Os treinadores fizeram pressão para que se criasse uma verdadeira associação de clubes.’[1]
É assim que o recorda, quase uma década depois, Luís Silva Melo, Presidente da
Comissão Instaladora e o primeiro Presidente da AASB.[2]
Porquê? O sucesso (mediático e
desportivo) das provas nacionais e internacionais (em Santa Bárbara e no Monte
Verde, devido à visão de Rodrigo Herédia) havia atraído (como nunca) novos
candidatos ao desporto das ondas (e à sua filosofia de vida), no entanto, desde
o fecho da USBA, ficara (quase) tudo (muito) parado (em termos de competições
oficiais). O que terá desencadeado o
movimento da mudança? Uma conversa (fortuita?) na praia. Segundo
essa versão, David Prescott, comentador
de provas de nível nacional e internacional, há pouco fixado na ilha, ainda em
finais do ano de 2013 ou já em inícios do ano de 2014, chegando-se a um grupo ‘de mães’ (mais propriamente de pais e
mães) que (regularmente) acompanhavam os treinos dos filhos (no Pópulo ou nas Milícias),
desafiou-os a fazer aquilo que (quanto a ele) urgia fazer.[3] Versão
corroborada por Lili Viana (mãe do
bodyborder Rodrigo Rijo): ‘O David - com
contactos privilegiados com a Federação de Surf -, abordou-nos no sentido de
querermos ou não formar uma associação que reunisse as condições para obter
apoios da Federação e da Região.’[4] O
desafio pegou (estamos em crer) porque era comum (a pais e a instrutores) este
sentimento de abandono. David terá dado voz a um descontentamento. Era preciso
fazer na Ilha o que já se fazia com bons resultados no continente português
(onde os treinadores tinham recebido a sua formação). O movimento iria refazer
a geografia dos clubes dedicados ao surf na Ilha e criar uma associação de
clubes.
O que acontecera (então) ao surfing (aqui em São Miguel) entre a Azores Islands Pro – Circuito Mundial de
Qualificação da ASP, na praia de Santa Bárbara (Ribeira Grande), última prova
co-organizada pela USBA-DAAZ - em Setembro de 2012 -, e os Trials para o SATA Azores Pro, em Setembro de 2014, igualmente em
Santa Bárbara (Ribeira Grande)?[5] Para
sermos rigorosos, talvez a primeiríssima actividade levada a cabo pela AASB
tenha sido em Santa Maria, durante a Maré de Agosto. [6]
A Atlantic Action Sports (fundada a 18 de Abril de 2013), já sem a
parceria da defunta USBA, organizou a Azores Islands Pro 2013 – Circuito
Mundial de Qualificação da ASP (em Santa Bárbara). Queixando-se de pouco ou
nada haver de Bodyboard ‘desde o Mundial
da Praia da Vitória [em Novembro de 2011], que fora organizado pela USBA.’ Ricardo Fonseca criou em Outubro
de 2013 a ASBA – Associação de Surf e de Bodyboard dos Açores). E promove (com
sucesso, diz-me) em Novembro ‘o
Campeonato Nacional de Bodyboard no areal de Santa Bárbara.’[7] Na
Ribeira Grande, a nova Câmara (eleita em Outubro de 2013) andava (como se diz) ainda
a ‘conhecer os cantos à casa.’ A ASSM
(como já se viu) voltara costas à Ribeira Grande (o mais tardar) em 2011.[8] Desde
então (primeiro, apoiando a USBA, depois de 2013, já por sua conta) Ricardo
Ribeiro Xolim viera (entretanto) preencher
(e fora ficando a preencher) o vazio deixado, ao criar (segundo me diz, ainda em
2013) o seu Azores Surf Clube.[9] Centrando-o
no areal de Santa Bárbara. Nascera no Algarve em 1979. Aos 10, 12 anos aprendeu
a surfar em Vila Real de Santo António, depois ia a Tavira e quando já tinha
carro ia a Sagres. Veio em 2003 estudar Relações Públicas para a Universidade
dos Açores. Em 2009, em Sines, tirou o Curso de Treinador pela Federação
Portuguesa de Surf.[10]
Entra logo em Agosto de 2009, como primeiro treinador da secção do Clube Naval
de Ponta Delgada. David Costa, que tirara (em 2014) o curso de treinador no
Porto, fixa-se (nesse mesmo ano) na Ribeira Grande (onde compra casa e ensina
surf).[11]
A Escola de Surf dos Açores, fundada em 2004, por José Seabra, agora
de André Caetano (de alcunha o ‘Padeiro’)
que a adquirira em 2007, estava activa: ‘Ensino
surf, não formo atletas. Não pertenço a nenhum clube ou associação.’[12] André
não aderiria à AASB. Após 2011, João Brilhante (agora só pelo sul) dedicava-se
a ensinar surf a alunos da escola do Castanheiro e não só. Brilhante (após – ao
que parece -, alguma hesitação) também não iria aderir à AASB. O Clube Naval de
Ponta Delgada, apesar da sua longa ligação não institucional à modalidade, iniciara
a sua actividade em Agosto de 2009.[13] Tendo
como Director de prova, Ricardo Ribeiro Xolim,
o Clube Naval organizou logo em 2010 e (pelo que me dizem) até mesmo 2014 o Circuito Surf e Bodyboard.[14]
Chegou a ter o nome de Circuito Regional. Porém, nunca foi de âmbito regional.
Nem eram provas oficiais. Consistiam em quatro provas anuais, com eventos
repartidos pelo Norte (Santa Bárbara e Monte verde) e Sul (Milícias).[15]
Até à saída dos seus dois treinadores, em Maio e Dezembro de 2014, o
clube Naval foi (sem contestação) o melhor clube de surf e bodyboard da Ilha de São Miguel. Havendo Sérgio Aparício visto o
seu projecto recusado pelo Clube Naval (por alegada incapacidade de
financiamento), foi oferecê-lo (por volta de Maio de 2014) à coordenadora da
secção de Actividades Desportivas dos Bombeiros de Ponta Delgada. Madalena
Duarte, a coordenadora, com uma filha a aprender surf, acolheu o projecto de
Aparício. A secção de surf da Associação dos Bombeiros Voluntários de Ponta
Delgada, de 2015 a 2016, seria (justamente considerada) o melhor clube da Ilha.
Isso, até Aparício ir fundar o seu próprio clube, na Ribeira Grande, onde dava
aulas de Educação Física na escola Gaspar Frutuoso. Durante esse curto período,
a secção de Surf dos Bombeiros de Ponta Delgada seria (por assim dizer) a Meca
(e o epicentro) da modalidade. Os principais actos fundadores da AASB
(Estatutos, Regulamento Interno e eleição da primeira Direcção) teriam por
palco o ‘anfiteatro’ dos Bombeiros de
Ponta Delgada.[16]
Oferecia condições que nenhum outro clube (então) oferecia: piscina e ginásio.
Dois dos melhores instrutores no activo (Aparas
e Triki) estavam lá. Não admira, pois, que tivesse atraído um considerável
número de atletas. Que Aparício arrastara do Clube Naval de Ponta Delgada. Ali,
sonhava-se, graças a apoios, que nunca chegariam, poder elevar o nível da
modalidade (pelo menos) ao nível da do continente. No Clube Naval de Rabo de
Peixe pontuava Sérgio Rego ‘Serginho.’
No Clube Náutico da Lagoa andava David
Prescott. E Manuel Varão.
Necessidade
reconhecida, o desafio lançado por David foi (prontamente) aceite. Marcou-se uma reunião aberta a escolas,
atletas, treinadores e pais. A primeiríssima, teve lugar numa sala da Escola do
Castanheiro.[17]
De tudo se falou naquela e nas seguintes
reuniões.[18]
Houve (mesmo) quem sugerisse a
reabertura da USBA.[19] Daria
menos trabalho do que criar ‘do zero’
uma nova associação. Porém, com receio de (possíveis) dívidas ocultas, a ideia
foi (de pronto) posta de parte. E a ASBA (de Ricardo Fonseca)? Fundada há
pouco. A legislação era clara a esse respeito: era um clube.[20] Aliás,
tal como o fora (afinal) a USBA. Ou a própria ASSM.[21] Posição
que causou (bastante) celeuma.[22] Porém,
ao cabo de várias reuniões, umas mais restritas do que outras, como foi a havida
no Restaurante O Brilhante, decidiu-se
‘criar de raiz uma associação, algo que não havia, argumentaram uns. Uma
associação de clubes que agregasse clubes das Ilhas. Que promovesse provas.’[23] Luís
Miguel Silva Melo, ‘pai de dois surfistas amadores, que aprenderam com
o João Brilhante,’ de então a Fevereiro de 2015, revelar-se-ia uma das peças
fundamentais no processo de ‘instalação’
da nova associação.[24]
Tinha experiência associativa. Economista
de formação, dirigente e atleta de Karaté.[25]
Era muito ‘certinho,’ calmo,
seguro, bom a trabalhar em equipa. Bom comunicador. Quem é Luís Silva Melo? Nascera em Coimbra. Filho de um jurista, natural de
Rabo de Peixe, velho democrata e opositor ao Regime do Estado Novo. Luís veio com
a família ainda com poucos meses de vida para a Ilha.[26]
Em
finais de Abril, ficara assente a criação da AASB. Data (também) fundamental, pois
é então que Aparício e Xolim optam (como vimos) por seguir um caminho diferente
do do Clube Naval (de PDL). E Triki, que de lá já saíra em 2010, se junta a
Aparício na (recém-criada) secção de surf dos Bombeiros. É nomeada uma comissão
instaladora da nova associação. São eleitas duas senhoras (o que não era
novidade, já que a ASSM tinha tido uma senhora na sua Direcção): Lili Viana e Madalena Duarte. Um
surfista, João Alves ‘Triki.’ E dois
pais: Luís Miguel da Silva Melo e Alberto Mota Borges. Alberto Mota Borges, igualmente
à altura, porém, segundo confessou, mas bastante ocupado.[27] Maria Leonila (Lili) Viana - com um filho bodyborder,
era ‘uma mulher desenrascada.’ Era
(além do mais) uma excelente operacional. Madalena Duarte, outra que tal, e João
Alves ‘Triki’ – surfista (auto-didacta,
aos 12 de idade, aprendera a surfar nas ondas de Santa Bárbara).[28]
A
Comissão Instaladora, em apenas quatro meses, montou a nova associação.[29]
O primeiro passo
dado (como
exigia a lei que regula as associações)
foi o de elaborar e fazer aprovar os estatutos. Como já o fizera a USBA, pretendendo
abranger os Açores, convidaram os clubes da Região dedicados à modalidade.[30]André
Avelar (da Associação de Surf da Terceira), que fizera parte (já no período
final) da USBA, confirma-o: ‘Fui
convidado para a AASB pelo Francisco Cabral de Melo. Para ter
representatividade além de S. Miguel.’[31]
João Batista, do Clube Naval de Vila do Porto, diz outro tanto: ‘Fui abordado pelo Carlos Guilherme Igreja,
aluno do David Prescott, para se criar uma secção de Surf. E assim foi. Houve
aqui duas provas de Surf e de Bodyboard. Perguntaram-me se queria fazer parte
da Direcção da AABS e eu disse que sim.’[32] Que clubes aderiram (inicialmente) à AASB?[33] Em
2014 e 2015, eram sete clubes e uma escola. Repartiam-se por três ilhas (Santa
Maria, São Miguel e Terceira).[34] Em
São Miguel, convém repeti-lo, nem André Caetano nem João Brilhante aderiram.
No
dia 6 de Junho de 2014, dois
meses (se tanto) após tomar posse, em
Assembleia-Geral, no ‘anfiteatro’
dos Bombeiros de Ponta Delgada, a Comissão Instaladora apresenta e vê serem
aprovados os estatutos da AASB.[35] O que se pretendia? ‘A função da AASB, tal como qualquer outra
Associação que represente os Clubes da Região, é a de organizar e representar a
modalidade em todas as suas vertentes (formação de atletas, instrutores e
juízes; competição), bem como ser o interlocutor nos Açores com a Federação e
entidades oficiais/privadas. Tudo sempre articulado com todos os Clubes
associados, pois o interesse último é servir os propósitos da modalidade nos
Açores. Por outras palavras, apesar de os Clubes terem a sua dinâmica própria
onde a Associação não intervém, a Associação tem de conjugar os diversos
interesses por forma a promover e desenvolver a modalidade. Foi com este
propósito que se fundou AASB.’[36] Catorze dias após a aprovação dos
Estatutos, ainda em Junho, naquele
mesmo espaço da Associação de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, é eleita
a primeira Direcção da AASB.[37] Pretendendo-se
dar continuidade ao trabalho iniciado pela Comissão Instaladora, a espinha
dorsal da Direcção ficou constituída pelos cinco elementos que haviam
pertencido à comissão.[38] Nele
se incluem (igualmente) responsáveis de todos os clubes aderentes espalhados
por várias ilhas e Concelhos.[39] Apesar
de o Concelho da Ribeira Grande estar representado pelo Clube Naval da Vila de
Rabo de Peixe, a Cidade da Ribeira Grande (onde se situam os areais, principais
palcos do surfing da Ilha, verdadeiros
estádios do Maracaná da modalidade) e
apesar de Ricardo Xolim estar sediado em
Santa Bárbara), ficou de fora. Porquê? Fora já assim no tempo da USBA, mas não
no tempo da ASSM. Teria feito diferença ter alguém (atleta/responsável) da
Cidade a integrar a AASB? Quem quer da cidade que aí estivesse, por certo,
enriqueceria a visão da AASB com uma visão de dentro (e não oficial). De quem
foi a culpa? Da própria cidade da Ribeira Grande. E (claro) da nova associação.[40] O objectivo (seguinte) prioritário, foi
o de provar às entidades oficiais (Governo Regional e Câmaras) que apoiavam o surf e o bodyboard nos Açores que era uma associação credível e capaz. Nesse
sentido, planearam-se as actividades de 2015. Defendendo os interesses dos
clubes, era de imediato necessário assegurar um dos locais privilegiados para
os treinos da modalidade. Assim, solicita-se ao Capitão do porto de Ponta
Delgada, ‘uma zona temporária para a
prática destes desportos de ondas, naquela praia ‘(…) ainda durante a presente época balnear.’[41]
De que praia se tratava? Da de Santa Bárbara. Nessa, competiam por um espaço,
banhistas e surfistas. A do Monte Verde bastava lá ir. Talvez ainda em Julho ou
já nos primeiros dias de Agosto, o recém-eleito Presidente da AASB (Luís Silva
Melo) contactara telefonicamente Filipe Jorge, Vereador da Câmara da Ribeira
Grande. À nova vereação, referira o ‘grande
retorno económico para o tecido empresarial dos Açores, e por conseguinte para
o próprio Município.’ E (de seguida) pedira o ‘patrocínio’ para duas
actividades.[42]
Uma, a 1 de Setembro, ‘na véspera do SATA
Azores Pro. Serão realizados os Trials que mais não são que uma
pré-qualificação para o evento prime que a SATA está a patrocinar.’ Outra,
‘a 9 e 10 de Setembro: a 1.ª Taça AASB.’[43] Com
a AASB (juridicamente) montada e (reconhecidamente) apta a começar as
competições (por razões do foro pessoal, como me confidenciou) em Fevereiro de
2015, o Presidente cedia o lugar a Francisco Cabral de Melo, seu
vice-Presidente. Xico, um velho e
experiente surfista, bom conhecedor dos areais da Ribeira Grande, cujos pais
tinham casa de veraneio na praia dos Moinhos, iria conduzir a Associação até
2018. Um período em que as low-cost
fariam dos clubes (também) empresas. E agora?
Nana Bar, Cidade da Ribeira
Grande
[1] Testemunho de Luís Silva Melo, 19 de
Dezembro de 2023
[2] A quem se
referiria? É difícil de saber,
passados quase dez anos. Talvez, a David Prescott, de Cascais, fixado na Ilha
há escassos meses, a Ricardo Ribeiro Xolim,
natural do Algarve, mas a viver na Ilha desde que para cá viera estudar, em
2003, fora entretanto tirar, em 2009, o curso de treinador, Sérgio Aparício ‘Aparas,’ natural de Peniche, Professor
de Educação Física e Desporto, chegou a São Miguel, onde é efectivo na Escola
Gaspar Frutuoso, na Ribeira Grande, depois de ter estado a leccionar, primeiro,
no Faial, depois, em São Jorge e Terceira, havido
tirado o curso de treinador em 1998, Sérgio Rego (Serginho) e João Alves Triki,
nado e criado em Ponta Delgada (que só tiraria em 2014). Testemunho
de Sérgio Aparício, 24 de Janeiro de 2024; Convém uma correcção. De acordo com
os Relatórios da AASB, Prescott e Triki são apresentados como Juízes de Prova.
Talvez se deva acrescentar, Sérgio Rego, como treinador. E Paulo Ramos, como
Juiz. Estes dois últimos, podendo não ter iniciado o processo, já estão activos
em Junho, como se vê nas actas fundacionais da AASB. João Brilhante (não
treinador) esteve na primeira ou segunda reunião, mas deixou de aparecer.
[3] Se não o vemos
em nenhuma das três actas fundacionais da AASB (de Junho a Outubro), aparece,
no entanto, nas competições até 2017. Cf. Relatórios anuais da AASB. Segundo
Luís Miguel Silva Melo, João Brilhante, em vários escalões, teria uns sessenta
alunos. João Alves Triki também. Além destes, para além dos
membros da Comissão Instaladora, de dirigentes e de dois ou três atletas,
Sérgio Rego, Sérgio Aparício, Ricardo Ribeiro e Francisco Melo são presenças
constantes (e decisivas) nas três assembleias que fundaram a AASB. Dedicando-se
não só a alunos da Escola do Castanheiro, o que restava da ASSM - que a existir se resumiria apenas ao João Brilhante e pouco
mais -, concentrava-se (sobretudo) nos areais de Ponta Delgada. Até se afastar,
Brilhante, apesar de inicialmente colaborar com a nova associação, nunca quis
fazer parte integral dela. Alguns antigos membros da USBA aderiram. Outros,
desiludidos com o curso do projecto, teriam preferido refazer a USBA,
afastaram-se. Um dos (históricos) primeiros surfistas da Ilha, Francisco Cabral
de Melo (o Xico), desempenhará um
papel crucial quer na montagem quer (como já como Presidente) na condução dos
projectos da nova Associação.
[4] Testemunho de
Madalena Duarte, 19 de Dezembro de 202.3 Testemunho de David Prescott, 26 de
Dezembro de 2023: Quando te fixaste cá?
‘Em 2013, aproveitei uma semana entre o
comentário de duas provas, fui ao Continente, fiz as malas e trouxe a minha mãe
comigo. Em São Roque. Faleceria aqui em 2015.’ No entanto, apesar de colaborar,
participou nas três Assembleias fundadoras da nova Associação, não quis assumir
qualquer cargo na nova associação (quer na Comissão Instaladora quer depois na
Direcção) porque, segundo o próprio, ‘para além da minha actividade de comentador
e de instrutor, só dava para ser (como fui) Director dos Juízes e servir de
ponte entre a Região e o Continente.’
[5] Arquivo da CMRG, Correio electrónico de Luís Miguel da
Silva Melo, Presidente da AASB enviado a Filipe Jorge, Vereador da Câmara
Municipal da Ribeira Grande, 11 de Agosto de 2014.
[6] Correcção feita após Luís Miguel da Silva Melo ter lido (dia 26) em Recanto das Letras a versão melhorada e corrigida que a versão melhorada e corrigida que se previa sair (mas que não saiu) no C.A. do dia 28 de Janeiro de 2024: ‘A ideia que tenho é que a iniciativa em Santa Maria já foi com a chancela da AASB.’ Haverá talvez uma primeiríssima iniciativa da (recém-criada) AASB (Associação Açores de Surf e Bodyboard) na Maré de Agosto de 2014 (na praia Formosa, em Santa Maria).
[7] Testemunho de Ricardo Fonseca, 21 de
Dezembro de 2023. Não consegui ver documentos.
[8] Como local de
sede, em 2014, era indicado a rua Direita da Igreja, n.º 5, de São Roque, Ponta
Delgada.
[9] Por exemplo, foi
aí ainda no Verão de 2012 (Xolim já estava por lá) que Peter Healion e a irmã
Nicole, por influência do seu vizinho Tomás Anselmo, começaram a aprender surf.
(Testemunho de Peter Healion, 23 de Janeiro de 2024).
[10] Testemunho de
Ricardo Ribeiro Xolim, 24 de Janeiro de 2024.
[11] Testemunho de David Costa, 26 de
Janeiro de 2024
[12] Testemunho de André Caetano, 26 de
Dezembro de 2023: ‘A Escola de Surf dos Açores foi fundada pelo José Seabra em
2004, um ano após o Espaço Azul. Comprei a Escola ao José Seabra em 2007.’
Participa na Assembleia-Geral da AASB, acta n.º 3, dia 6 de Outubro de 2014.
Chegou a fazer parte da AASB? Gonçalo Azevedo aprendeu com ele em 2012. Testemunho
de Gonçalo Azevedo, 3 de Dezembro de 2023
[13] Apesar de ter
estado muito ligado aos primeiros surfistas da Ilha, só viu a sua secção de
surf ser criada – após alguma forte oposição, na Assembleia-Geral de Dezembro
de 2005. Já em 2004, alguém (as minha fontes não o identificam) haviam sugerido
essa criação. Aberta só em Agosto de 2009, com Ricardo Ribeiro Xolim, como
treinador, que há pouco concluíra o seu curso de treinador, João Alves Triki,
como responsável, e Paulo Ramos Sagão,
como elemento de ligação à Direcção, João Alves Triki saiu em Março de 2010, ficando Xolim responsável desde então.[13]
Ricardo Ribeiro Xolim (de Agosto de
2009 a Dezembro de 2014) e Sérgio Aparício ‘Aparas’
(de 2012 a 2014). Xolim saíra para fundar a sua escola (em Maio de 2014 mas comprometeu-se
a ficar até Dezembro).
[14] Arquivo Ribeira Grande mais, Empresa
Municipal, Zonas Balneares, Pasta 113, Julho - Agosto, Capitania do Porto de
Ponta Delgada. Clube Naval de Ponta Delgda, Ribeira Grande Mais.
[15] Testemunho de
Paulo Ramos Sagão, 26 de Janeiro de 2024.
[16] Outras reuniões
mais restritas, foram feitas no gabinete médico. Testemunho de Madalena Duarte,
23 de Janeiro de 2024.
[17] Testemunho de
Madalena Duarte, 19 de Dezembro de 2023. Quem é David Prescott? ‘Tenho
49 anos. Nasci em Cascais, aprendi a surfar aos 10 anos em Carcavelos. Vim para
São Miguel em 2013. Sou comentador de provas de Surf. Das da World Surf League
e da International Surfing. Comento as provas de Peniche e da Nazaré e de
muitos outros locais da Europa.’ Segundo uns, entre os quais Madalena
Duarte, terão participado umas 60 pessoas. Segundo outras fontes, também
credíveis, apenas mais de trinta.
João
Brilhante (ligado àquela escola), conseguira disponibilizar. Correcção feita
após ter lido (dia 26) em Recanto das Letras a versão melhorada e corrigida a
versão melhorada e corrigida que se previa sair (mas que não saiu) no C.A. do
dia 28 de Janeiro de 2024: ‘Para a preparação da tal reunião
do Castanheiro, TODOS os responsáveis dos Clubes conhecidos e
registados na RAA (não havia nas ilhas todas) foram contactados por mim
para averiguar do interesse em ligarem-se a uma Associação de âmbito regional.
Assim, já havia matéria factual para explanar na dita reunião. Após a decisão
de se avançar, posteriormente fizeram-se os contactos para apresentar uma
lista candidata para os primeiros órgãos sociais enquanto a Comissão
Instaladora cumpria a sua missão.’
[18] ‘Os da Ribeira
Grande não ficaram nada contentes,’ ouvi isso de Lili Viana, que não me aprofundou
o assunto. Quem teria sido da Ribeira Grande? Confusão? Fica a resposta em
aberto.
[19] Segundo o
próprio: Foi o caso do Filipe Mendonça, membro da sua última Direcção.
[20] Diário da
República, I Série, N. 233, 2 de Dezembro de 2009, Decreto Legislativo Regional
N. 21/2009/A, pp. 8490-8509. Regime Jurídico de apoio ao movimento associativo
desportivo. Artigo 7.º?
[21] Segundo Luís
Silva Melo, João Brilhante e Ricardo Fonseca defendiam este ponto de vista.
[22] Correcção feita
após ter lido (dia 26) em Recanto das Letras a versão melhorada e corrigida a
versão melhorada e corrigida que se previa sair (mas que não saiu) no C.A. do
dia 28 de Janeiro de 2024: ‘Na tal reunião
(e ainda durante algum tempo após!) houve pessoas que não se convenciam que
aquilo que houve e havia (USBA, AASM, ABSA) eram meros Clubes. E que apesar dos
nomes não podiam ser associações de âmbito regional. Não foi fácil passar esta
mensagem. Isso foi reforçado por mim e pelo Alberto Mota Borges na reunião.’
[23] Testemunho de
Manuel Varão, 20 de Dezembro de 2023.
[24] Correcção feita
após ter lido (dia 26) em Recanto das Letras a versão melhorada e corrigida que
se previa sair (mas que não saiu) no C.A. do dia 28 de Janeiro de 2024: ‘Tenho
um casal de filhos e não duas meninas. Eles estiveram com o João Brilhante até
Set/2017, época em que a mais velha foi estudar para Lisboa e o mais novo
dedicou-se a outras artes (já fazia, mas dedicou-se em pleno ao Ballet com a
Professora Ana Cymbron, e à Ginástica Artística
no Clube Desportivo Antero de Quental). A minha filha sempre que possa
ainda faz surf. Raramente, mas faz.’
[25] Correcção feita
após Luís Miguel da Silva Melo ter lido (dia 26) em Recanto das Letras a versão
melhorada e corrigida que apenas sairia no C.A. do dia 28 de Janeiro d 2024: ‘Quanto à Associação de Karaté, o nome correcto é Associação
Açoreana da Karaté-Do e Disciplinas Associadas. Foi esta a primeira
Associação regional de Karaté. A Associação de Karaté dos Açores surge alguns
anos depois, sendo uma dissidência da AAKDA.’
[26]Correcção feita
após ter lido (dia 26) em Recanto das Letras a versão melhorada e corrigida que
se previa sair (mas que não saiu) no C.A. do dia 28 de Janeiro d 2024: ‘Vim para os Açores
com cerca de 2 anos. Nasci em 1968 e viemos para cá em 1970.’
[27] Testemunho Alberto
Mota Borges, 16 de Dezembro de 2023: : ‘Estive
na reunião do Colégio do Castanheiro. Foram-me convidar porque tinha as minhas
filhas a aprender Surf. Eu era o Presidente da Associação de Natação dos
Açores. Fui eleito para a Comissão Instaladora. Queriam que fosse Presidente,
achei que seria incompatível. Mas elaborei os Estatutos e o Regulamento Interno
a partir do que sabia do que fora feito para a natação.’
[28] Testemunho de
João Alves Triki, 22 de Janeiro de 2024.
[29] A Comissão Instaladora iria conduzir o
movimento de finais de Abril (altura em que parece ter sido empossada) até à
eleição dos seus primeiros corpos directivos.
[30] Testemunho de
Luís Silva Melo, 19 de Dezembro de 2023: ‘Contactei telefonicamente clubes de várias ilhas.
Convidando-os a fazerem parte desse projecto.’ Luís Miguel
(sobretudo ele, pelo que me apercebi) dedicou-se a contactá-los
(telefonicamente ou por correio electrónico).
[31] Testemunho de André Avelar, 21 de
Dezembro de 2023
[32] Testemunho de João Baptista, 21 de
Dezembro de 2023.
[33] Retirei os dados
de uma lista sem data – mas com os contactos -, que tem por título ‘São Miguel (entidades filiadas na Federação
Portuguesa de Surf)’ que Luís Miguel Silva Melo me enviou e que lhe serviu
para estabelecer contactos. Das
seis ‘entidades – dispersas por seis
das nove ilhas dos Açores -, filiadas na
Federação Portuguesa[33] Ofício sem data da AASB para a Câmara
de Ponta Delgada, mas antes da eleição da Direcção na Assembleia-Geral do dia
20 de Junho de 2014 (dia em que a Direcção é eleita e deixa de existir a
Comissão Instaladora: Cf. Acta da Assembleia-Geral acta n.º 2, 20 de Junho de
2014). Entrevista no dia 18 de Junho ao CANAL FM de Luís Silva Melo acerca da
próxima assembleia-geral marcada para as 20: 30 horas do dia 20 de Junho de
2014 no Salão dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada. Cujo objectivo era a
eleição dos primeiro órgãos sociais. a fazer fé numa entrevista concedida ao Canal FM por Luís Miguel (ainda como
Presidente da Comissão Instaladora), ‘lista
candidata tem a representação de cinco Ilhas da Região. Foram contactados todos
os clubes da Região no sentido de dar a conhecer esta dinâmica e representantes
de quatro ilhas (além da de São Miguel) tiveram todo o gosto em pertencer aos
órgãos sociais.’ Porquê? Não
conseguiram motivar atletas? Já lá vão quase dez anos, diz Luís Miguel Silva
Melo, do que penso ter acontecido. Todavia, na lista (reportando-se a 2014, e apresentada em Assembleia-Geral
em 2015) só encontramos clubes de três (das nove) Ilhas dos Açores.
Inicialmente, figuraram a Ilha do Faial e a do Pico.
[34] Dando crédito
aos relatórios que a ASSB foi (anualmente) apresentando. Em Santa Maria, havia
a secção do Clube Naval de Vila do Porto. Em São Miguel distribuíam-se por três
(dos seis) Concelhos. No da Ribeira Grande, a secção de Bodyboard (e surf?) do
Clube Naval de Rabo de Peixe e, na Cidade da Ribeira Grande, a escola Azores Surf Clube (de Ricardo Ribeiro Xolim); no da Lagoa, a secção do Clube
Náutico da Lagoa; em Ponta Delgada, na cidade, a secção do Clube de Actividades
Desportivas da Associação de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada e a do
Clube Naval de Ponta Delgada, que termina a actividade em Dezembro de 2014, e
nos Fenais da Luz, a Associação de Bodyboard e Surf dos Açores. Na Ilha
Terceira, a Associação de Surf da Ilha Terceira (em Angra do Heroísmo). Em
2013, Sérgio Rego (que havia pertencido à ASSM e à USBA) vai propor ao Clube
Naval de Rabo de Peixe um projecto de bodyboard: ‘criei o primeiro projeto de ensino do bodyboard para a promoção da
modalidade, bem como incutir hábitos saudáveis de vida, assim como desenvolver
a mesma no âmbito da atividade física e competição.’ Xolim: mantendo-o –
porém -, em simultâneo com a sua actividade no Clube Naval de Ponta Delgada,
até se tornar incompatível.
[35] Testemunho de Luís Silva Melo, 19 de
Dezembro de 2023: ‘O
Estatuto, em grande parte, foi uma adaptação do Estatuto da Natação, da qual
fazia parte o Alberto Mota Borges, que tinha filhos a aprender surf.’ Como base, haviam adaptado ao surfing
(em parte) os estatutos da ANARA (Associação de Natação da Região Açores) e, em
parte (também), os da Associação Açoreana da Karaté-Do e Disciplinas Associadas. O membro da Comissão, Alberto Mota
Borges, era Presidente da ANARA. Cf. Biografia Desportiva (C.V) de Luís
Miguel Silva Melo, enviada no dia 18 de Janeiro de 2024. Por exemplo, o jurista
Paulo Linhares Furtado?
Aconselharam-se (igualmente) junto da Federação Nacional de SURF, que tutela a
modalidade, junto das entidades regionais que lhes iriam (ou não) apoiar as
actividades de futuro. Recorreram ainda a dicas’ e à revisão jurídica de
(amigos e) ‘simpatizantes’ com formação jurídica. Testemunho de Luís Silva
Melo, 14 de Janeiro de 2024: E acolheram (sempre) o conhecimento técnico dos
surfistas. E Luís Miguel estivera ligado à criação da associação de karaté.
[36] Testemunho de Luís Silva Melo, 14 de
Janeiro de 2024. Concluindo (com um remoque bem actual): ‘Em teoria é assim. A prática é mais
difícil, haja gente para colocar a Associação a andar para a frente.’
[37] Seria ali igualmente (na
Assembleia-Geral de 6 de Outubro) que iria ser votado a peça que faltava
completar ao edifício jurídico da associação: o Regulamento Interno.
[38] Madalena Duarte, fica na
Assembleia-Geral; para a Presidência da Direcção, vai Luís Silva Melo; Lili Viana assume um cargo na Direcção;
no Conselho Fiscal, Alberto Mota Borges e no Conselho de arbitragem, João Alves
TriKi.
[39] Não sei se
Francisco Cabral de Melo, que se identifica como free-surfer, pertenceu antes à
USBA. Foi sendo eleito vice -
Presidente, e iria substituir o Presidente. Identifiquei (para já) elementos
que pertenceram a associações anteriores. À USBA, André Avelar (Terceira);
Manuel Varão e Pedro Medeiros Violante (que
já havido feito parte da ASSM).
[40] Testemunho de
Madalena Duarte, 23 de Janeiro de 2023: ‘O assunto foi levantado, mas estava
tudo ocupado.’ Ainda durante a vigência da Comissão Instaladora (entre
Abril e Junho de 2014),
procurou-se (sem qualquer sucesso) um local (em Ponta Delgada) onde instalar a
futura sede da AASB.[40] O lugar (mais) óbvio seria nas
instalações dos Bombeiros de Ponta Delgada: ‘não havia lugar.’ Já agora, tendo sido o epicentro do surf e da
instalação da AASB, por que razão não terá ficado sediada nas instalações dos
Bombeiros de Ponta Delgada? Uma outra alternativa? Num espaço cedido pela
Câmara de Ponta Delgada. Depois de instada, esta responderia: os espaços já estavam ocupados por outras
entidades.
[41] Paula Gouveia, Açoriano Oriental, 24
de Agosto de 2014
[42] Arquivo da CMRG,
Correio electrónico de Luís Miguel da Silva Melo, Presidente da AASB enviado a
Filipe Jorge, Vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande, 11 de Agosto de
2014. Consistia em ‘garantir meios de
segurança e salvamento nas duas actividades. Quer mota de água, nadador
salvador e eventualmente a colaboração dos Bombeiros Voluntários com ambulância.’
[43] Arquivo da CMRG,
Correio electrónico de Luís Miguel da Silva Melo, Presidente da AASB enviado a
Filipe Jorge, Vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande, 11 de Agosto de
2014. Testemunho de David
Prescott, 26 de Dezembro de 2023.
No entanto, é possível (talvez) considerar que a primeira actividade da AASB
(ou seria uma iniciativa apenas de sócios?) terá sido a que decorreu durante a
Maré de Agosto na praia Formosa em Santa Maria. Teve como protagonistas David
Prescott e Miguel Contreiras (professor de natação): ‘demos aulas (as primeiras) na Praia Formosa.’ E, já ‘no final do Verão, promovemos (continua
David Prescott) ‘a 1.ª competição de Surf
e de Bodyboard em Santa Maria. Eu também participei.’
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