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Arquivo Futebol da Ribeira Grande

Cronologia do futebol/ desporto/ lazer na Ribeira Grande e no arquipélago

Século XVI

“ O CONCELHO DA RIBEIRA GRANDE (S.MIGUEL): ASPECTOS ECONÓMICOS E SOCIAIS NO SÉCULO XVI”  António Santos Pereira

“ Calçada do Jogo da Bola até à casa de Fernão d’ Alvares” Tratar-se-ia do jogo da pela, parecido com o ténis. Segundo Gaspar Frutuoso o melhor jogador de pela dos Açores era da Ribeira Grande, jogando com ambas as mãos, sendo os dois seguintes da Maia.

3 Jan. 1879 in “A Estrella Oriental”

Quintal do Jogo da Rita ou da Bola

“ 7 Vendem-se as seguintes propriedades, situadas dentro d’esta villa… 10 aras 80 centiares (155 varas) de terra de quintal chamado do jogo da Rita ou da bola, na Travessa de Santo André. Recebe propostas Francis-co Tibúrcio d’Oliveira.

Introdução do futebol em São Miguel

Pistas

Colégio Fischer? Liceu Antero de Quental / Colégio Gaspar Frutuoso ( 1915 de novo em 1933) / Seminário de Angra . O José Carvalho e a via popular.  O capitão de uma das duas equipas transportava para Ponta Delgada encomendas. Levava aos alunos da Ribeira Grande a estudar naquela cidade. As companhias do cabo submarino.

 

1899

A respeito do dr. Luís Bernardo Leite de Ataíde, etnólogo e mentor do museu Carlos Machado

“ De assinalar ainda  que foi um dos introdutores do futebol em S. Miguel: em 1899, com 16 anos ( 25-04-18883/ f.17-07-1955), participa do primeiro jogo realizado na ilha, deixando acerca do acontecimento uma curiosa nota.” p. “Luís Bernardo Leite de Ataíde. Do Naturalismo ao impressionismo: Um percurso Açoreano”, Signo

 

20-05-1899 in “O Norte”

“ Sport- Amanhã pelas 16 horas da tarde há uma partida de foot-ball no campo d’Avenida de Camões n’esta villa.”

27-05-1899 in  “O Norte”

“ Foot-ball- no último Domingo ganhou o grupo amarello por 2 pontos contra um, marcado pelo grupo verde. Foi capitão do primeiro o sr. José Carvalho e do segundo o sr. Francisco de Paulla.”

10 -06-1899 in “O Norte”

“ Foot-ball- Partida no campo d’Avenida Camões- Não obstante o pouco exercício d’estes os de Ponta Delgada só conseguiram marcar um ponto contra zero, durando a partida duas horas.”

Finais do século XIX

“ Com a fixação dos cabos submarinos, na Horta, nos fins do século passado, uma grande colónia estrangeira foi-se formando e muitos dos seus membros eram praticantes de futebol e de ténis o que veio a influenciar os locais e a sua inclusão nos diferentes clubes que aos poucos se formaram.” P.8 José Bettencourt  Brum, “ Fayal Sport Club. Subsídios para a sua História”, Horta 1988

 

 

Ver números 2,3 e 4

 

1908

“O futebol jogava-se, com certa assiduídade em Angra, desde 1908.” Dr. Baptista de Lima

Ainda  em 1910´s

Equipa do Prior Evaristo “ Os Gasparinhos” tinha a sede onde hoje mora o sr. Vargas na rua do Passal , jogava no Rosário ( onde hoje está o chafariz) sendo arbitrado e orientado pelo próprio prior. Influência do seminário?

 Ainda em 1910’s

Jogo do bilro na rua do Jogo, Ribeirinha, do Marquês Jácome Correia e, na Vila Nova, feitos por mestre José d’Oliveira.

 

 

 

Ver  números 5 e 6

 

4 Agos. 1921

A A.F.Angra do Heroísmo data de 4 de Agosto de 1921 é de supor que se tenha desde logo filiado na Federação Portuguesa de Futebol.

                 1921

Fundação do Grupo Desportivo  Santa Clara

 

 

Ver  números 7

 

14-04- 1923

Fundada a Associação de Futebol de São Miguel

 

 

ver  número 8

 

23-05-1924

“Mês de Sonho” J. Leite de Vasconcelos

Critica ao futebol.

“ Por acaso Seguia no mesmo vapor um grupo de jogadores de foot-ball, que ia debater-se em Ponta Delgada com outro. Sempre a mesma praga por toda a parte! Não há rua ou largo em cidade, ou em minúscula aldeia, onde tais brigadores não exibam e agitem desesperadamente as pernas nuas! De certo o movimento dos músculos, harmónico e moderado, convém à saúde: quem negará a acção benéfica dos exercícios físicos? Mas da fúria, do desespero, da absorção total, que por aí observamos, só resultará ruína ao organismo, mais cedo ou mais tarde. Até no mar se me deparou foot-ball! Contudo,, esta forma de desporto, na sua extravagância e exagero,

é fenómeno que dá que pensar, pois se vê d’ele que não só o mundo é tão pequeno, que num instante uma ideia o avassala de um canto ao outro, senão que nos homens é tal a tendência para a imitação, que cada um adopta com a maior facilidade as manias do próximo: o que explica as tiranias da moda! Ao menos, no caso presente, permitiu a boa sorte que fosse, como médico do grupo, o meu particular amigo e distinto clínico Dr. Víctor Fontes, dado também a estudos de Antropologia, no qual encontrei pois, pois, mais um excelente companheiro que veio agregar-se aos que eu já tinha.”

             4 Nov.  1924

Fundação da Associação de Futebol de Ponta Delgada. Inscreve-se na Federação portuguesa de Futebol.? Continua a ser designada como de S.Miguel nos livros de actas.

Antes de 1924

“ O Açor”- José Ferreira da Assomada/ dr. Jorge Gamboa de Vasconce-los/ Amadeu Coutinho/ Medeiros Pavão… ( A equipa dos casacas- dos ricos)

1925

Acta de 1950 do Águia

Fundação do Águia Futebol Clube: “ (…) Estudar as possibilidades da realização de uma verbena para comemoração das bodas de prata da fundação desta agremiação desportiva …” Também conhecido pelo grupo dos Capelas. Há quem diga que “ O Praia”, um grupo deste tempo, foi o antepassado do Águia. 

Abril de 1925 in “Os           Açores”

Fotografia do campo dos mercados. “ S.Miguel- o campo de foot-ball na villa da Ribeira Grande.” Equipamentos: uma equipa toda de branco, a outra de calções brancos e de peugos e camisas escuras.

Abril de 1925 in “Os           Açores”

No mesmo: “ Ponta Delgada- O team do cruzador alemão Berlin, que jogou no Campo do Liceu, com a primeira categoria do “C.U.S”, sendo vencido por esta.” “ Faial- 2º team do “Faial Sport Club” “ Faial- O 1º team do “Angústias Sport Club” “

“ O primeiro Campeonato Inter-Liceal Açoriano de Foot-Ball.  (…) em fins de Maio do ano passado (1924) e entre os grupos dos três liceus do arquipélago: do Dr. Manuel d’Arriaga (Faial) de D. João de Castro (Terceira) e de Antero de Quental  (S.Miguel). Alcançou a primeira  victória o Liceu Central de Ponta Delgada. Mas o significado deste campeonato não se limita apenas à cultura fisica da mocidade. Um outro sentimento mais amplo presidiu á sua organisação, o qual é de crear  entre todas as ilhas dos Açores, representadas nos estudantes dos tres Liceus, os laços de camaradagem e de amisade que hão-de nortear depois os que hoje moços, serão os dirigentes de amanhã. (…) Naquele vasto recinto que comporta mais de seis mil pessoas, onde se tem realisado as festas escolares de educação física com os alunos do Liceu, do colegio de ensino secundario “ Instituto Vilafranquense”, da Escola Primaria e Escola Normal superior, onde se teem batido, em tardes de animação e interesse, casa-pianos, faialenses, terceirenses, suecos alemães, e os varios grupos dos clubs locais, se efectuou o primeiro campeonato inter-liceal açoriano. (… ) Dr. Jeremias da Costa, reitor do Liceu de Ponta Delgada que alvitrou e realisou o campeonato inter-liceal de foot-ball.” ( tem fotografia do dito campo.)

Fev. 1928 in “Os Açores”

Anedota sobre futebol

Ossos do oficio

 O Juiz - Já viste um publico assim, com tão mau coração?

O Capitão - Nem por isso! Estou informado de que varias pessoas já estão procedendo a uma subscrição para a tua familia.

 

Mar.1928 in “Os Açores”

 

 

AS FINAIS DO CAMPEONATO DO FOOT-BALL MICHAELENSE

(Contem fotografias)

Club Desportivo Santa Clara  (3º classificado .)

 

Sport Club Santa Clara (4º classificado .)

 

Carga ás rêdes do C.U.S. no encontro final do Campeonato, pelo C.D.S.C.

 

Em cima ao centro Club União Michalense (2º classificado.)

 

Club União Sportiva, Campeão Açoreano

 

 

ver número 9

 

Abr.1928 in “Os Açores”

 

 

 

 

 

A DISPUTA DO TITULO MAXIMO DO FOOT-BALL AÇOREANO

Na historia do desporto açoreano, marca uma data bem digna de registo a disputa do titulo de “Campeão dos Açores” entre os clubs União Sportiva de Ponta Delgada e Lusitana Sport Club de Angra do Heroismo, que teve lugar na cidade da Horta em 4 de Março ultimo.

Eram estes os grupos que haviam logrado alcançar as melhores classificações no ultimo campeonato anual realizado em Angra e Ponta Delgada , e d’aí o grande interesse que esse encontro despertou no nosso meio desportivo.

Para campo da prova foi muito bem escolhido o Faial, a ilha dos Açores onde mais se tem desenvolvido o gosto por este desporto, não tomando parte nela nenhum dos Clubs da Horta por não haver ainda ali associação de Foot-ball devidamente organisada mas que segundo nos informam, se acha actualmente em organisação.

 

 

Kick off

 

 

Acompanharam os jogadores, alem de muitos entusiastas do Sport de Angra e Ponta Delgada, o digno Presidente da Associação de Foot-ball de S.Miguel, Dr. Jeremias da Costa e o snr. Izidro Costa representante da Liga de Educação Fisica de Angra do Heroismo.

Acolhimento, que lhes dispensaram os desportistas faialenses e toda a população , foi o mais carinhoso possivel , trazendo todos as mais gratas recordações dessa visita , que foi, incontestavelmente, uma bela e feliz iniciativa.

No dia da chegada foi-lhes oferecido um agradavel passeio ao Capelo, o que deu ensejo a que os hospedes de breves dias podessem admirar uma das mais encantadoras paisagens da « Ilha Azul » como num momento de feliz inspiração chamou ao Faial o notavel prosador Raul Brandão, no seu livro «As Ilhas desconhecidas ».Uma vez chegados ao Capelo foi servido aos excursionistas um magnifico “lunche” na pitoresca «Vila » que ahi  possue o snr. José Maria Dias, digno gerente do Banco do Faial, trocando-se os mais amistosos brindes.

A prova realizou-se no dia seguinte, cabendo a victoria ao C.U.S.de Ponta Delgada. Á noite houve uma recita de homenagem aos visitantes no Teatro do Faial em que reinou o maior entusiasmo, falando varios oradores salientaram a importancia destas visitas desportivas, que muito podem concorrer para os Açoreanos melhor se conheçam, assim, os laços de fraterna amizade que já os unem.

No dia seguinte, segunda -feira, o C.U.S. jogou com uma selecção faialense, ganhando esta por 3 a 1.

Registamos, com prazer, o ter decorrido esta importante prova desportiva dentro do melhor espirito de camaradagem , demonstrando assim os jogadores açoreanos, entre os quais se contam valores bastante apreciaveis, estarem identificados com os elevados intuitos do desporto moderno.

Abril 1930

Inscrição provisória na A.F.S.M. do Pátria Foot-Ball Club da Ribeira Grande

20 Out. 1930

Associação de Futebol da Horta

1930

Cisão da A.F.S.M.. Passa a existir também uma Liga desportiva Micae-lense.

1930

Estão em actividade na Ribeira Grande o Águia, o Artista e o Estrela.

Década de trinta

Equipas de vólei em Rabo de Peixe, Lagoa, Furnas, Vila Franca e Maia.

Na Maia existia o “Gavião” e o “Esperança”. Grande rivalidade. Na Ribeira Grande também.

2-02-1931

Data que se atribui à fundação do Ideal Sport Club. Gildo Furtado Paiva / Arsénio Bravo/ Mestre Manuel Lucas/ Mestre Manuel da Costa/ Mestre José Leite/ Mestre Cabral e outros. Influência da Juventude Católica do Prior Evaristo Carreiro Gouveia. Sede na rua Direita de Santo André, hoje Conde Jácome Correia, numa casa pequena propriedade do pai do sr. Hermano Grota. Ideal, porque se pretendia que o clube seguisse aquele lema. Verde e branco porque souberam que um tal Batacão que chegara da América trouxera camisas de lã daquela cor. O sr. Batacão que  morava na rua das Pedras ofereceu-as ao novo clube. As botas foram feitas na tenda do mestre Manuel da Costa, na rua de João do Outeiro onde hoje está a “Euro Sports” do sr. Décio Borges, por ele, pelo irmão, mestre Germano da Costa, por um mestre Cabral da rua do Espírito Santo. O serviço foi gratuito. A bola foi feita e oferecida pelo cunhado dos primeiros, o mestre José Leite. Todo o couro foi oferecido.

A Conceição tinha um clube, porque não a Matriz que era mais importante?

1931

Seg. Hermano Grota

O primeiro jogo foi com o Águia, no campo do Mercado. O Ideal perdeu por 7-1. Os jogadores foram para o campo com a banda Triunfo. No segundo, no Domingo seguinte, o jogo foi interrompido quando o Ideal ganhava por 2-1.

Década de 30

Acção do Professor Augusto Moura no Liceu e no União Micaelense. Foi treinador dos senhores José e Jaime Cabido. Na Ribeira Grande o sr. Agostinho David treinava o “Estrela Sport”, o Manuel Rita também era treinador. O Ideal chegou a ser aconselhado por um árbitro de Ponta Delgada. Segundo o sr. Hermano Grota. Todavia, a Ribeira Grande estava muito atrasada em relação a Ponta Delgada. Não havia treinos especiais.

Década de 30

“Um grupo de escutas dirigido por Francisco Machado, filho do sr. Machado, chefe dos correios locais. A sede do grupo ficava onde hoje é a banda do Triunfo.” José Raposo Marques

Década de trinta

Por esta altura : “União Ribeira- grandense, Estrela Sport Club ( Ribeira Seca- sr. António Machado) , Ideal Sport Club, Águia Sport Club, “ Os Vingativos” ( Mariano Frade e outros- Curral, gente ligada ao mar), “Os Artistas” ( carpinteiros da Matriz), “ Os Rambóias” ( Camponeses da Conceição- à volta dos Foros- sede ao lado do Montepio Geral- Tio José Louro), grupo da Ribeirinha ( alguns jogadores da fábrica do linho) Os mais bem estruturados seriam os quatro primeiros.

31 Out. 1933 in “ A Razão”

Secção Desportiva- Os senhores Tomaz Ferreira de Viveiros e José Peixoto d’Oliveira, dois novos cheios de vontade e a quem os desportistas Ribeiragrandenses, muito ficam a dever, numa visão clara do papel que no futuro está reservado ao desporto, tiveram afeliz iniciativa de tomarem de arrendamento, a longo prazo, um cerrado de 15 alqueires se terra, sita no Rosário desta vila, para nele construírem um «Estádio», cujo campo de foot-ball foi inaugurado no passado Domingo, 22 do corrente.

Nos tempos de feróz  e desenfreado egoismo que atravessamos, é consoladôr constatar iniciativas deste genero, e Ver que há homens que, arrostando com a indeferença e a ingratidão do meio e com a crise economica que se está fazendo sentir, se abalaçam a uma empresa destas, que demanda da muita força de vontade e muito sacrifício.

Rectangulo para foot-ball, agora inaugurado, fica sendo o maior dos Açores, - pois é maior ainda que o do campo de jogos do Liceu de Ponta Delgada, - pretendendo os proprietários do novo «Estádio», ao que nos consta, construir outros, para Volley-ball, bilro,etc.etc.

A festa de inauguração do «Estádio do Rosário» foi singela mas grandiosa, pela quantidade e qualidade das pessoas que lhe deram o seu concurso ,tendo o tempo contribuido tambem para o seu maior brilhantismo, emprestando-lhe uma tarde primaveril.

Devido á pequenez do nosso jornal, não podemos fazer uma desenvolvida reportagem do que foi essa festa, limitando-nos a deixa-la arquivada nas colunas da «Razão» ,muito resumidamente.

Tendo-se reunido na Sociedade Instrução e Recreio, os convidados dos proprietarios do «Estadio», organisou-se ali um cortejo, no qual tomaram parte, além daqueles convidados, a liga Desportiva Ribeiragrandense, os «Onze», devidamente equipados, do «Ideal Sport Club» e «Aguia Sport Club» com as suas madrinhas, respectivamente a menina Armenia Raposo Cabral Botelho, gentil filhinha do nosso amigo o SrºAntonio Jacinto Cabral Botelho e a menina Maria Margarida Machado, as duas bandas locais, «Triumfo» e «Voz do Progresso» que durante todo o precurso exucutaram bonitas marchas, e muito povo. Chegando o cortejo ao «Estadio», subiram ao ar muitos foguetes procedendo-se em seguida ao match de foot-ball entre aqueles dois clubs «Aguia» e «Ideal».

Depois da tradicional troca de ramos, deu o pontapé inicial, a madrinha do «Estadio», menina Maria da Conceição Moniz Ferreira, filhinha do Sr.Tomaz Ferreira de Viveiros, que trajava um original vestido, com as côres dos clubs antagonistas.

Certamente por extranharem a grande extensão do campo e o seu piso, que não está ainda suficiente endurecido, ambos os teams não fizeram o jogo que costumam desenvolvêr, o qual decorreu sem interesse, faltas de tecnica, terminando por um empate de zero a zero.

A arbitragem a cargo do Sr. Manuel de Souza Claudino, agradou, apesar de ter algumas deficiencias, proprias de quem arbitra pela primeira vez.

As duas referidas filarmonicas «Triunfo» e «Voz do Progresso», tocaram durante o desafio algumas peças do seu variado reportorio.

Felicitando os desportistas Ribeiragrandenses pelo magnifico «Estadio» com que esta vila ficou dotada e que há tanto tempo ambicionavam, felicitamos tambem os Srs. Tomaz Ferreira de Viveiros e José Peixoto d’Oliveira, pela sua bela e arrojada iniciativa desejando-lhes as maiores felicidades.”

Esta empresa explorou o cinema ao ar livre na avenida Luís de Camões e mais tarde no Teatro Ribeiragrandense. 

31 Out. 1933 in “A Razão”

“ Liga Desportiva Ribeiragrandense.

A Direcção da Liga Desportiva Ribeiragrandense, na presenta época, que é composta dos Exºs Srs.Hermano da Mota Faria, presidente, Viriato da Costa Madeira, Antonio Augusto da Mota Moniz, Antonio Jacinto Cabral Botelho, Manuel de Souza Oliveira, Agostinho da Costa Feio e Francisco Justino Machado, teve a sua primeira reunião no dia 19 do corrente, deliberando ao que nos consta marcar as suas sessões semanais ás quartas-feiras pelas 20 horas e convidar os clubs filiados a pedirem a inscrição dos seus jogadores para o que enviarão as respectivas listas nominais, só depois do que organisará o calendario dos jogos e promove-rá um campeonato local.

 30 Nov. 1933 in “A Razão”

“ Secção Desportiva- Por divergencias surgidas entre a ‘Liga Desportiva Ribeira-grandense’ e alguns  dos clubs seus filiados, motivadas por questões de lana caprina , foi dissolvida aquela agremiação, passando os seus poderes para os proprietários do ‘Estadio do Rosario’, Srs. José Peixoto d’Oliveira e Tomaz José Ferreira de Viveiros. - No proximo domingo, 3 de Dezembro, deve realisar-se no ‘Estadio do Rosario’ um encontro amigavel de foot-ball entre as categorias de honra do ‘Club Desportivo Santa Clara’ e Micaelense Foot-ball Club’ de Ponta Delgada.

15 Dez. 1933 in “ A    Razão”

“Seccão desportiva- Como haviamos noticiado, realizou-se no dia 3 do corrente, no “Estadio do Rosario”, um desafio amigavel de foot-ball entre as categorias de honra do “Club desportivo Santa Clara e o Micaelense Foot-Ball Club, ambos de Ponta Delgada.

Foi um jogo bem desenvolvido, com fases interessantissimas, que não estavamos habituados a vêr  nesta vila e que agradou à vasta assistência que a ele concorreu. Ambos os grupos exibiram bom jogo, sendo de justiça destacar o Micaelense que teve melhor combinação tendo porem pouca sorte nos remates. A arbitragem de José Januário da Costa correcta e imparcial, agradando completamente, terminando o encontro com um empate a 2 bolas. - No dia 10, realisou-se no mesmo “Estadio”, um desafio amigavel entre os clubs locais, “União Ribeiragrandense” e “ Sport Estrela.” Devido  certamente ao mau tempo, a concorrencia foi muito diminuta e o jogo decorreu sem interesse. Arbitrou Manuel Barnabé que agradou, tendo o jogo terminado antes dos noventa minutos devido á chuva e com um empate a 2 bolas.

Ribeira Grande- 9 Janeiro           de 1934

Ofício dos clubes aos proprietários do estádio do Rosário

“ Exª Empreza Tomaz & Peixoto- Ribeira Grande- Os representantes dos Clubs de Foot Ball desta villa, abaixo assinados, veem propôr à Exª Empreza, o seguinte Que em virtude das grandes e inevitáveis despezas que teem de fazer com os grupos, afim de não decair o Sport nesta terra e para se poderem manter, não com fundos, mas sim com decencia, dizem que não  pode continuar de forma alguma a percentagem que atá ao presente tem sido e por isso e de comum acordo, resolveram os mesmos representantes dos grupos, que essa percentagem não pode ir além de 25%, ficando as despezas a cargo dos mesmos clubs, excepto a marcação do campo, que ficará, como anteriormente, a cargo da Empreza, ou então, caso a Empreza não concorde com esta percentagem, os mesmos representantes deliberaram que continuasse o terço para cada parte, mas neste caso todas as despezas que sejam necessarias ficarão à incumbencia da mesma Empreza; de contrario, ou melhor, se a Empreza não concordar com o que acima fica estipulado, o Sport acabará. Esperam resposta o mais breve possivel, podendo ser (sic) ( colada com uma tira- dirigida a qualquer club. ) A Bem do Sport. Os representantes: Do União Ribeira-grandense ( assinado/ Agostinho da Costa Feio / Do Aguia Sport Club ( sem assinatura ) / Dos Estrela Sport Club ( assinado/ Luiz da Silva Melo ) Do Ideal Sport Club ( assinado/ Gildo Furtado de Paiva ) 

c.1937

grupo viveu uns anos de crise. Tal como o Águia.

O Manuel Milho Cozido e o Manuel Correia entre outros reabrem o clube. Compraram a camisa e as joelheiras para o António Buraca ao sr. Gildo Paiva na rua de João d’Horta. Jogos nas Capelas e na Lagoa. A sede era na loja. Tinha sido na casa do sr. Gil, na casa do sr. cabral e na rua do Botelho.

Década de quarenta

Récitas do Ideal. O Rebica o principal animador. No Teatro Ribeiragran-dense.

 

 

Ver número 10

 

Década de quarenta

Antes de 1941 já a sede do Ideal era na rua el-rei D.Carlos I graças à acção do Cabo Manuel de Sousa Garrido.

C. de 1937 o Ideal como estivesse fechado o sr. Manuel Milho Cozido e Manuel Correia ( este último com 17 18 anos) reabrem o grupo. Tempo do António Buraca. A sede era no bar do primeiro.

Década de 40/ 50

( à volta da inauguração do campo Novo)

Quadra do Teófilo ( guerra  de transferências entre clubes)

“ O campo que nunca chega

campo que já chegou

Teófilo está no Águia

e Ideal arrebentou!”

16 Out. 1949

Actas do Águia Futebol Clube, Acta nº 2

Seguro desportivo, escrita moderna e nova lista de s

“ (…) os membros da Direcção provisória que deliberaram: criar um fundo de assistência aos jogadores, para os socorrer em caso de acidente ocorrido em jogo ou em outros casos que serão apreciados de per si; a receita dêsse fundo será constuida  por dez por cento ( sôbre os espectáculos desportivos), digo, sôbre as receitas dos espectáculos desportivos em que este clube intervier e por quaisquer ofertas para isso exclusivamente destinadas. Organizar a escrita desta agremiação em moldes modernos de  modo a permitir a organização de um orçamento. Organizar nova lista de sócios…

 

27-02-1950

Actas, n5 Águia

Nomeação de capitão da equipa pela direcção

“ (…) Foi deliberado tambem nomear capitão geral da équipe de futebol o senhor José Francisco de Melo.”

7 mar. 1950

Actas, nº6- Águia

Verbenas para comemorar as bodas de prata do clube Pedido ao Professor José da Costa, heraldista de ponta delgada, para elaborar o emblema do clube e corte de relações com o Ideal Futebol Clube enquanto se mantivesse a direcção. Processo ao jogador Manuel de Medeiros Morais.

24 Abril 1950

Acta nº 7- Águia

Transferência de jogadores para o União Micaelense sem o conhecimen-to da direcção.

“ Verificada a atitude dos jogadores deste grupo José da Câmara Vieira e Fernando Torres dos Santos que se passaram, sem consulta previa, para o Clube União Micaelense de Ponta Delgada, quando qualquer deles tinha obrigação moral de pelo menos avisar esta Direcção, punir o primeiro com um ano de suspensão e o segundo com seis meses de suspensão.”

27 Nov. 1950

Acta nº 12-Águia

Jogador exemplar: Luís Machado Simas.

“ manifestar ao jogador deste Grupo Luís Machado Simas o seu pesar pelo desastre de que o mesmo foi vitima aquando do jogo disputado nas Capelas com o Maritimo Sport Clube daquela localidade e agradecer ao mesmo tempo a sua generosa atitude para com este clube, desobrigando-o dos encargos que voluntariamente resolvera assumir com o pagamento de honorarios clinicos e medicamentos.”

26 Dez. 1950

Acta nº 13- Águia

“ Propor igualmente  que se promovam as deligencias  necessarias  para a filiação no Sport Lisboa e Benfica, dados as simpatias que esta famosa equipa da capital tem no nosso meio e também por as côres serem idênticas ás nossas; Sendo esta a ultima reunião desta Gerencia desta direcção, saudar os jogadores em geral e de um modo especial particular José de Oliveira Costa ( Coelho) e Eugenio de Sousa Melo ( Faial) pelo seu comportamento e desportivismo.”

2 Abril 1951

Acta nº 20, Águia

“ (…) que se promovesse a ornamentação de um carro alegorico que represente esta agremiação no cortejo de oferendas a favor da Santa Casa da Misericordia deste concelho, dada a alta função social e humana da mesma, que se oferecesse, para êsse cortejo, o producto de um desafio de futebol a realizar  nas condições  em que aquela Misericordia entender.”

15 Set.1951

Acta nº 24-Águia

“ (…) promover um festival desportivo de homenagem à Câmara Municipal deste concelho, em testemunho do nosso reconhecimento pela construção do Campo de Jogos Municipal e convidar para o mesmo o Ideal Sport Clube, o Grupo Desportivo Santa Clara e o Maritimo Sport Clube. Que se promovesse a filiação desta agremiação na Associação de Futebol de Ponta Delgada.” 

1951

Inauguração do campo de jogos actual

5 de Nov. 1951

Novo corte de relações com o Ideal.

“ (…) Que se cortasse relações com o Ideal Futebol Clube por ter tentado filiar um jogador nosso, contra o que entre as duas agremiações estava acordado e por diligenciado (sic) desprestigiar publicamente os membros desta Direcção.”

19-10-1951

Pedido de adesão do Ideal ( o “Águia também ) à Associação de Futebol de Ponta Delgada assinado por Artur de Medeiros Brilhante na qualida-de de presidente da direcção do clube. Também assinam Manuel Nunes Coelho, presidente da Assembleia Geral, António Augusto da Mota Mo-niz, Manuel António cansado Chorão. A direcção era constituída por Artur de Medeiros Brilhante, Humberto Miranda, Carlos Cristiano Pacheco, Manuel dos Santos Gouveia, Aurénio Aires da ponte Furtado. Conselho Fiscal: Domingos Amaral , Manuel de Sousa Silveira e Álvaro Cordeiro.

11 Dez 1951

Ideal Futebol Clube admitido como sócio ordinário da Associação de Futebol de Ponta Delgada. No mesmo dia do Ideal foi admitido o Águia. Era presidente Francisco Inácio Machado e a sede era na rua dr. Eduíno Rocha nº1

20 Fev. 1952

Acta nº32- Águia

Inauguração da nova sede do Águia- travessa de Nossa Senhora da Conceição nº 4- A direcção do Ideal foi convidada e aceitou.

30-04-1956

Acta Assembleia Extraordinária- Ideal

“ (…) o fim da presente reunião , que é a fusão desta agremiação desportiva á do Águia Futebol Clube, também desta Vila, e depois de ser posta á votação, deu esta o seguinte resultado:- A maioria dos sócios presentes em número de vinte, concordaram na referida fusão, a qual deverá actuar no início da proxima época. … assinaram:

Manuel Nunes Coelho ( presidente da Assembleia) Jaime Melo, Jaime Oliveira Rocha, José Francisco de Melo, Artur Medeiros Brilhante, Francisco Leite Ribeiro, Luis Augusto da Ponte Furtado…”

16-01-1957

J.O.  D.G. nº13- 3ª série- Aprovação dos Estatutos do Futebol Clube da Ribeira Grande

21 Jan. 1957

Acta da constituição do Futebol Clube da Ribeira Grande.

Assinam: P.e Edmundo Pacheco/ Mário Raposo Moura/ Aurénio Aires da Ponte Furtado/ Fernando Correia da Silva/ Alberto da Câmara Rita/ Francisco Leite Ribeiro/ Carlos Cristiano Pacheco/ Plínio Maria da Ponte/ José Francisco da Ponte/ Luís Filipe Miranda/ Álvaro Raposo Moura/ Jaime Borges/ Sérgio Marques Pereira? Dinis Furtado…

18 Fev. 1957

Foi feito um pedido de admissão/ filiação na Associação de Futebol de Ponta Delgada, no dia 18 de Fev. De 1957 assinado pelo Padre Edmundo Pacheco, do Futebol Clube da Ribeira Grande. Equipamento azul e bran-co.

26 Fev.1957

Acta nº20- Comunicando à F.P.F. a filiação do F.C.Ribeira Grande. Marcar para o próximo Domingo 3 de Março de 1957 no campo Municipal da Ribeira Grande um festival  para assinalar o início das actividades oficiais do clube de futebol da Ribeira Grande. Jogaram o União Sportiva, o Micaelense, O Futebol Clube da Ribeira Grande e o Santa Clara. A sede era na rua el-rei D.Carlos I nº 59 e tinha 135 sócios efectivos.

1958/59; 59/60; 60/61

Épocas em que o Futebol Clube da Ribeira Grande competiu no Campionato Distrital da II Divisão. Competiu, na primeira época, com os Leões ( Lagoa), vasco da gama e Clube Operário Desportivo.

Década de sessenta

Águia sobe à primeira Divisão

Criação da equipa júnior do Ideal. Um ano ou dois depois o Águia também.( c.1965. A confirmar)

IDEAL vence uma Taça Fosfato Tomás.

Equipa de reservas?

23 Março 1963

Pede-se a mudança do nome.

9 Maio 1963

Os estatutos do Sporting Clube Ideal foram aprovados no D.G. nº 110, 3ª série do dito dia de 9 de Maio de 1963. Caução de 1 000$00.

17 Abril 1965

Os corpos gerentes  do S.C.I. foram aprovados no D.G. nº 91, 3ª série.

1965

Filiação do Sporting Clube Ideal na Associação de Futebol de Ponta Delgada. Era presidente Mário Luís Morgado Correia mais Jaime Vasconcelos Tavares de Melo, Laureano de Sousa Almeida e Álvaro dos Santos Raposo Moura. O Conselho Fiscal: Carlos Augusto da Costa Simões, Manuel dos Santos Garcia e Manuel Cabido Pontes. Assembleia Geral: José Francisco Borges Miranda, Luís Manuel de Miranda Cabral e José de Oliveira Maia.

9 Dez. 1965

O Atlético Desportivo de São Pedro foi admitido como filial da Associa-ção de Futebol de Ponta Delgada. Era presidente da Assembleia Geral Guilherme da Motta Moniz, Manuel Moniz de Mello e Albano Ramalho Cabral de Mello. A Direcção: José Teixeira Tavares, José Manuel Ribeiro, Manuel de Aguiar Luís, José Carneiro Machado, João do Rego Luís e Agostinho Ferreira de Medeiros. Conselho Fiscal: Eduardo Anselmo Pereira…

Década de 70

Subida do Ideal à I Divisão em 72/73 ?

Descida e de novo subida em 78/79. Primeira Taça de S.Miguel. Torneio Açoreano.

Década de 80

Três campeonatos.

6 Abril 1981

Acta Assembleia- Ideal

“ Aprovação do pedido de Filial por este clube ao Sporting Clube de Portugal…”

Assinam:

8 Dez. 1985

Lançamento da primeira pedra do clube da rua Sousa e Silva. Benção pelo Padre Manuel Medeiros Sousa. Caixa de pedra oferecida pelo sr. José Dâmaso onde se encontra uma moeda de 5$00, como manda a tradição, e um pergaminho onde se escreveu o ano etc…

Época 1990/1991

Criação da equipa de Infantis e Iniciados. Na direcção em que era vice-presidente. Fui o primeiro treinador dos infantis. O José António Martins ficou e, muito bem, com eles. Dos Iniciados o Eduardo Pereira.

1991/1992

Equipa de Juvenis.

22 Set. 1992

Inauguração da nova sede do Sporting Clube Ideal. O padre Edmundo Pacheco benzeu e disse algumas palavras sobre o clube. Tinha falado com o sr. Gildo Paiva. Em Janeiro de 1993 faleceu o sr. Gildo.

1995/1996

Pré-infantis. Criei e treinei duas equipas bem como uma de infantis.

1995/1996

O quarto campeonato da I Divisão.


 

Cronologia de Troféus

( o que está na sala de troféus)

Não havia taças?

1945

Taça José Calheta- Ideal

2-2-1947

Taça Dr. Lucindo

2-11-1947

O.C.C.S.C.- I.S.C.

18-1-1948

“Oferta do grupo “Primavera da vida.”

1948

“Taça Manuel Albano”

8-12-1949

Taça disputada com os tripulantes do contrapedeiro “ Tejo” ( há fotografia)

4-05-52

“ Taça Filarmónica Triunfo”

1955

“Taça Nossa Senhora da Conceição.”

1955

“Despedida do árbitro Manuel Albano.” ( salva de prata.)

1955

“Taça o Gaiato”

1963/64

Taça vencida no campeonato P. de V.A.- Lembrança do sócio nº59 José de Medeiros Mendonça

1968/1969

“A.F.P.D. Taça Jaime Cravinho”

1968/1969

Taça Fernando Arruda- categoria Júnior

1969/1970

 Taça Torneio de Preparação II Divisão

1969/70

“Taça Torneio Juventude.”

Década de sessenta

Taça festa de homenagem a Vicente Lucas

1971

A.C.Cymbron- Taça Sacor

1972/1973

“ A.F.P.D. -Campeão da 2ª Divisão.

1976/77

“ Campeonato Distrital de Júniores.”

1977/78

“A.F.P.D. Torneio Primavera.”

!977/78

“Taça de S.Miguel.”

!977/78

“A.F.P.D.- Campeão da 2º Divisão.”

1978/1979

Taça de S.Miguel- ( júniores)

1978

Taça Toronto-Canadá- 1ª Digressão pelos Estados Unidos e Canadá

1980/1981

“Taça de São Miguel”- séniores.

1981/1982

Super Taça Augusto Moura (séniores)

1984/85

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1984/85

Taça de S.Miguel (contestada- séniores)

1985/1986

Taça Norberto Pacheco (séniores)

1987/88

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1988/1989

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1989

Taça dos clubes Campeões Açoreanos

1989/1990

Taça Norberto Pacheco- júniores (?)

1992-1993

Torneio de Abertura- Iniciados

1992-1993

Campeonato de Iniciados.

1993-1994

Taça de S.Miguel- Finalista.

1994-1995

Campeão de sub-12 (Infantis)

1994/1995

Torneio de Encerramento- Júniores

1994-1995

Taça de Honra- séniores

1995

Taça Açores- séniores

1994/1995

Taça de S.Miguel- Juvenis.

Verão de 1995

IV Torneio de Futebol de Agosto- 1º lugar.

1995/1996

Campeão de S.Miguel- Séniores

1995/1996

Taça de S.Miguel- Séniores

1995/1996

Taça de Honra

Notas e questões

1-    Primeiro era uma organização ad hoc semelhante em tudo àquilo que nós em rapazes fazíamos

2-    Depois surgiram as primeiras equipas mais bem formadas e a Liga.

3-    Depois da dissolução da Liga foi a empresa exploradora do estádio quem ficou incumbida de tal tarefa

4-    Após  diferendo entre a Liga e os clubes o futebol para por alguns tempos. Quando regressa a competição é de novo muito informal. O fulano que contacta sicrano. Primeitro reabriu o Ideal, depois o Águia. Os outros clubes desaparecem.

5-    Em 1951 aderem à Associação de Futebol de Ponta Delgada.

6-    A sede:

a)    Rua Direita de Santo André( casa do pai do sr.Hermano Ferreira Grota)

b)    Rua João d’Horta (  casa do sr. Gildo Paiva)

c)    Rua do Passal?( casa do sr. Cabral)

d)    Rua Direita de Santo André  ? ( onde foi a barbearia Cebola)

e)    Rua do Botelho? ( casa do Bica)

f)     Rua João do Outeiro. (loja do Milho Cozido)

g)    Rua de João do Outeiro ou rua el-rei D.Carlos I ( no tempo de Manuel de Sousa Garrido.

h)    Sede actual na rua de Sousa e Silva

7-    Até ao tempo do Manuel de Sousa Garrido o clube era simplesmente o sítio onde se trocava de roupa ou se guardava algum equipamento. Sendo uma loja era privado. Depois com o arrendamento de um local que fora uma tenda de marceneiro onde trabalhou fugazmente como aprendiz o meu tio Norberto se começa a estruturar o clube/sede como um espaço de convívio e de angariação de fundos.

a)    Tempo do sr. Arsénio Bravo. ( cartas e quino- tempo da tropa . Tempo aureo. Clube muito aprimorado e enfeitado graças ao sr. Arsénio Bravo)

b)    Tempo do Álvaro Moura ( coincide com a mudança de nome do clube/ Júniores/ jogos: laranjina / Quino e bar ao fim de semana. Percentagem para o clube com o Quino- ao fim de semana- e jogos de cartas- todos os dias)

c)    Tempo do Gabriel Leite ( sapataria . Já vinha de trás. O sapateiro foi sempre o Mestre Manuel da Costa que fazia trabalhos gratuitamente.)

8-    O clube sempre foi um espaço masculino. A rapaziada furava. Onde estivesse o pai não deveria estar o filho. Com a nova sede pretendeu-se, debalde, transformá-lo, em espaço também feminino.

9-    As duas bandas de música, os cães ( Triunfo), na Matriz apoiava o Ideal- banda do seu fundador o sr.Gildo Paiva que se manteve como tal até ao fim da vida- os gatos ( Progresso) na Conceição, apoiava o Águia, ou os Tarraços como eram também conhecidos. Porquê? Não só por pwertencerem a duas feguesias distintas, não só também porque alguns sócios pertenciam aos seus corpos dirigentes mas porque participoavam durante os jogos ora tocando quando uma marcava um golo ora quando a outra marcava. Este rivalidade entre bandas, por seu turno, vinha da rivalidade dos partidos da monarquia constitucional e depois dos da República. Foi uma tranferência de paixões.

10- Em que período se jogava o futebol?

a)    Fora do verão e das festas de verão?

b)    Na primavera e no Inverno?

c)    Ocasionalmente em alguma festa de verão.

10 Com que idade se jogava?

a)    Até à criação dos júniores ( o Ideal através de meu pai foi a primeira equipa da Ribeira Grande a tê-los) jogava-se no Colégio ou Externato Ribeiragrandense. Supomos que também no Colégio Gaspar Frutuoso já se jogaria. Na escola do professor Laurindo e em todas as que existiram antes da constru-ção da escola central no início década de trinta. Nos recreios e nas ruas, como disse Leite de Vasconcelos. Jogava-se muito no Adro das Freiras ( no meu tempo). Equipas mais ou menos organizadas. De diversas ruas da vila.

b)    Vide apontamentos de Leite de Ataíde, desmond Morris “A tribo do futebol” , todas as publicações da Horta e um catálogo do dr. Baptista de Lima intitulado “Os clubes da nossa terra.”

11-O José Carvalho capitão do primeiro jogo disputado em 1899 seria o avô do Edmundo Carvalho Câmara   ou o tio avô do Constantino Carvalho? Ou seria um outro? O João Ferreira da Assomada era pai de um Ferreira Albergaria, primo do Luís Faria, que foi o primeiro gerente do então Banco Micaelense aqui na Ribeira Grande.

Cronologia do futebol/ desporto/ lazer na Ribeira Grande e no arquipélago #

Século XVI

“ O CONCELHO DA RIBEIRA GRANDE (S.MIGUEL): ASPECTOS ECONÓMICOS E SOCIAIS NO SÉCULO XVI”  António Santos Pereira

“ Calçada do Jogo da Bola até à casa de Fernão d’ Alvares” Tratar-se-ia do jogo da pela, parecido com o ténis. Segundo Gaspar Frutuoso o melhor jogador de pela dos Açores era da Ribeira Grande, jogando com ambas as mãos, sendo os dois seguintes da Maia.

3 Jan. 1879 in “A Estrella Oriental”

Quintal do Jogo da Rita ou da Bola

“ 7 Vendem-se as seguintes propriedades, situadas dentro d’esta villa… 10 aras 80 centiares (155 varas) de terra de quintal chamado do jogo da Rita ou da bola, na Travessa de Santo André. Recebe propostas Francis-co Tibúrcio d’Oliveira.

Introdução do futebol em São Miguel

Pistas

Colégio Fisher? Liceu Antero de Quental / Colégio Gaspar Frutuoso ( 1915 de novo em 1933) / Seminário de Angra

 

20-05-1899 in “O Norte”

“ Sport- Amanhã pelas 16 horas da tarde há uma partida de foot-ball no campo d’Avenida de Camões n’esta villa.”

27-05-1899 in  “O Norte”

“ Foot-ball- no último Domingo ganhou o grupo amarello por 2 pontos contra um, marcado pelo grupo verde. Foi capitão do primeiro o sr. José Carvalho e do segundo o sr. Francisco de Paulla.”

10 -06-1899 in “O Norte”

“ Foot-ball- Partida no campo d’Avenida Camões- Não obstante o pouco exercício d’estes os de Ponta Delgada só conseguiram marcar um ponto contra zero, durando a partida duas horas.”

1901

Horta

Um aluno faialense do Fischer introduz o futebol na Horta.

“ (...) no largo de Santa Cruz, em 1901, um grupo de rapazes de que faziam parte... ( João Silveira V. I. Meneses ) , no número dos quais se encontra o signatário destas linhas, a quem pertenceu a primeira bola com que aqui se jogou, trazida no seu regresso do Colégio Fischer.” Ou Ponta Delgada.

1908

Horta

Um aluno de um liceu de Lisboa trouxe uma bola

“ Logo de entrada o Alberto ( se fôsse hoje chamar-lhe-ia o sr. dr. Alberto  Campos de Medeiros ) apercebendo-se da nossa completa ignorância em assuntos futebolisticos...)

2-02-1909

Fundação do Faial Sport Clube

Tal como o Ideal, o Faial Sport foi fundado no dia de Nossa Senhora da Estrela.

Ainda  em 1910´s

(depois de 1911)

Equipa do Prior Evaristo “ Os Gasparinhos” tinha a sede onde hoje mora o sr. Vargas na rua do Passal , jogava no Rosário ( onde hoje está o chafariz) sendo arbitrado e orientado pelo próprio prior. Influência do seminário?

Finais do século XIX até 1910(?)

Introdução do futebol na ilha e nas ilhas.

Colégio Fisher- sito à rua de S.Joaquim em Ponta Delgada, da congregação francesa do Espírito Santo. Colégio com  internato. Segundo “Relatório da educação...” da autoria do Marquês de Jácome Correia publicado em 1913 existiram vários colégios em Ponta Delgada, a saber: Sociedade Artística e de recreio, Sociedade das Artes e das Letras. No colégio dos Jesuítas no século XVII, por exemplo, jogavam o truque, jogo de bola. 

 Ainda em 1910’s

Jogo do bilro na rua do Jogo, Ribeirinha, do Marquês Jácome Correia e, na Vila Nova, feitos por mestre José d’Oliveira.

Abril de 1912

Confronto desportivo inter-ilhas

Daí até finais da década de trinta houve uma supremacia quase absoluta do Faial Sport Club, quinto clube mais antigo do país, nos Açores. São Miguel ocuparia um  terceiro lugar. O onze faialense deslumbrou Angra e Ponta Delgada por muito tempo.

1913

Faial I Campeão Açoreano e vencedor da Taça Aço-res.

                 1921

Fundação do grupo Desportivo  Santa Clara

1922

Casa Pia Vice- campeão nacional

Olívio Assunção, delegado do Casa Pia:” Devo dizer-lhe que o seu primeiro team ( Faial Sport) é indubitavelmente de categoria. Exceptuando Lisbo-a e Porto, não conheço melhor pela província...”

E : “ Outro ponto que nos impressionou agradavel-mente foi a correcção do público durante os desa-fios, aque não estamos hahituados em Lisboa. Entusiasmava-se, é certo, nos avanços dos faialen-ses, mas aplaudia igualmente as fases mais interes-santes dos dois partidos. Uma nota curiosa: um casapiano passou involuntariamente uma rasteira a um adversário, e o nosso capitão mandou-o sair do jogo. O juiz, com grande gentileza, pediu que ficasse sem efeito o castigo. Quando o jogador vol-tou ao campo, toda a assistência lhe fez uma mani-festação delirante, que nos chocou profundamen-te.”

Cândido de Oliveira:

Ainda sobre o Faial Sport “ (...) a impressão que o onze do Faial S. Clube me deixou nestes dois últi-mos encontros foi a melhor possível... E constatei que o grupo do Faial nos inquietou, por vezes, seriamente... Evidentemente, o onze local, não possui ainda uma boa classe, o que aliás só se adquire com o tempo e defrontando amiúde adver-sários mais experimentados.”

Década de vinte

Havia no seminário de Angra, segundo o P.e Artut Paiva, um  famoso grupo grupo de seminaristas de futebolistas da Ribeira Grande, dos quais destacou o guarda redes, P.e Luís Cabral e o avançado o futuro P.e Moreira Candelária.

14-04- 1923

Fundada a Associação de Futebol de São Miguel

9-04-1924

Visita do Faial Sport à Ribeira Grande.

“ Na Ribeira Grande foram os faialenses alvo de calorosa recepção, tendo sido recebidos na Câmara Municipal, onde usaram da palavra os Srs. Dr. Oliveira San-Bento, Aires Mariano, Aurélio César e António Agreli. Foi-lhes servida uma Taça de Champanhe. No Teatro Ribeiragrandense a Artista Faialense realizou um concerto, que foi muito apreciado, tendo falado o Sr. Ezequiel Moreira da Silva. “

23-05-1924

“Mês de Sonho” J. Leite de Vasconcelos

Critica ao futebol.

“ Por acaso seguia no mesmo vapor um grupo de jogadores de foot-ball, que ia debater-se em Ponta Delgada com outro. Sempre a mesma praga por toda a parte! Não há rua ou largo em cidade, ou em minúscula aldeia, onde tais brigadores não exibam e agitem desesperadamente as pernas nuas! De certo o movimento dos músculos, harmónico e moderado, convém à saúde: quem negará a acção benéfica dos erxercícios físicos? Mas da fúria, do desespero, da absorção total, que por aí observamos, só resultará ruína ao organismo, mais cedo ou mais tarde. Até no mar se me deparou foot-ball! Contudo,, esta forma de desporto, na sua extravagância e exagero,

é fenómeno que dá que pensar, pois se vê d’ele que não só o mundo é tão pequeno, que num instante uma ideia o avassala de um canto ao outro, senão que nos homens é tal a tendência para a imitação, que cada um adopta com a maior facilidade as manias do próximo: o que explica as tiranias da moda! Ao menos, no caso presente, permitiu a boa sorte que fosse, como médico do grupo, o meu particular amigo e distinto clínico Dr. Víctor Fontes, dado também a estudos de Antropologia, no qual encontrei pois, pois, mais um excelente companheiro que veio agregar-se aos que eu já tinha.”

             4 Nov.  1924

Fundação da Associação de Futebol de Ponta Delgada. Inscreve-se na Federação portuguesa de Futebol.

Antes de 1924

“ O Açor”- José Ferreira da Assomada/ dr. Jorge Gamboa de Vasconce-los/ Amadeu Coutinho/ Medeiros Pavão… ( A equipa dos casacas- dos ricos)

1925

Fundação do Águia Futebol Clube: “ (…) Estudar as possibilidades da realização de uma verbena para comemoração das bodas de prata da fundação desta agremiação desportiva …” Também conhecido pelo grupo dos Capelas. Há quem diga que “ O Praia”, um grupo deste tempo, foi o antepassado do Águia. 

Abril de 1925 in “Os           Açores”

Fotografia do campo dos mercados. “ S.Miguel- o campo de foot-ball na villa da Ribeira Grande.” Equipamentos: uma equipa toda de branco, a outra de calções brancos e de peugos e camisas escuras.

Abril de 1925 in “Os           Açores”

No mesmo: “ Ponta Delgada- O team do cruzador alemão Berlin, que jogou no Campo do Liceu, com a primeira categoria do “C.U.S”, sendo vencido por esta.” “ Faial- 2º team do “Faial Sport Club” “ Faial- O 1º team do “Angústias Sport Club” “

“ O primeiro Campeonato Inter-Liceal Açoriano de Foot-Ball.  (…) em fins de Maio do ano passado (1924) e entre os grupos dos três liceus do arquipélago: do Dr. Manuel d’Arriaga (Faial) de D.João de Castro (Terceira) e de Antero de Quental  (S.Miguel). Alcançou a primeira  victória o Liceu Central de Ponta Delgada. Mas o significado deste campeonato não se limita apenas à cultura fisica da mocidade. Um outro sentimento mais amplo presidiu á sua organisação, o qual é de crear  entre todas as ilhas dos Açores, representadas nos estudantes dos tres Liceus, os laços de camaradagem e de amisade que hão-de nortear depois os que hoje moços, serão os dirigentes de amanhã. (…) Naquele vasto recinto que comporta mais de seis mil pessoas, onde se tem realisado as festas escolares de educação física com os alunos do Liceu, do colegio de ensino secundario “ Instituto Vilafranquense”, da Escola Primaria e Escola Normal superior, onde se teem batido, em tardes de animação e interesse, casa-pianos, faialenses, terceirenses, suecos alemães, e os varios grupos dos clubs locais, se efectuou o primeiro campeonato inter-liceal açoriano. (… ) Dr. Jeremias da Costa, reitor do Liceu de Ponta Delgada que alvitrou e realisou o campeonato inter-liceal de foot-ball.” ( tem fotografia do dito campo.)

Fev. 1928 in “Os Açores”

Anedota sobre futebol

Ossos do oficio

 O Juiz - Já viste um publico assim, com tão mau coração?

O Capitão - Nem por isso! Estou informado de que varias pessoas já estão procedendo a uma subscrição para a tua familia.

 

Março de 1928

Os irmãos José e Jaime Cabido da Ribeira Grande são campeões Açoreanos pelo União Sportiva.O Faial Sport não entra.

Mar.1928 in “Os Açores”

 

 

AS FINAIS DO CAMPEONATO DO FOOT-BALL MICHAELENSE

(Contem fotografias)

Club Desportivo Santa Clara  (3º classificado .)

 

Sport Club Santa Clara (4º classificado .)

 

Carga ás rêdes do C.U.S. no encontro final do Campeonato, pelo C.D.S.C.

 

Em cima ao centro Club União Michalense (2º classificado.)

 

Club União Sportiva, Campeão Açoreano

Abr.1928 in “Os Açores”

 

 

 

 

 

A DISPUTA DO TITULO MAXIMO DO FOOT-BALL AÇOREANO

Na historia do desporto açoreano, marca uma data bem digna de registo a disputa do titulo de “Campeão dos Açores” entre os clubs União Sportiva de Ponta Delgada e Lusitana Sport Club de Angra do Heroismo, que teve lugar na cidade da Horta em 4 de Março ultimo.

Eram estes os grupos que haviam logrado alcançar as melhores classificações no ultimo campeonato anual realizado em Angra e Ponta Delgada , e d’aí o grande interesse que esse encontro despertou no nosso meio desportivo.

Para campo da prova foi muito bem escolhido o Final, a ilha dos Açores onde mais se tem desenvolvido o gosto por este desporto, não tomando parte nela nenhum dos Clubs da Horta por não haver ainda ali associação de Foot-ball devidamente organisada mas que segundo nos informam, se acha actualmente em organisação.

 

 

Kick off

 

 

Acompanharam os jogadores, alem de muitos entusiastas do Sport de Angra e Ponta Delgada, o digno Presidente da Associação de Foot-ball de S.Miguel, Dr. Jeremias da Costa e o snr. Izidro Costa representante da Liga de Educação Fisica de Angra do Heroismo.

Acolhimento, que lhes dispensaram os desportistas faialenses e toda a população , foi o mais carinhoso possivel , trazendo todos as mais gratas recordações dessa visita , que foi, incontestavelmente, uma bela e feliz iniciativa.

No dia da chegada foi-lhes oferecido um agradavel passeio ao Capelo, o que deu ensejo a que os hospedes de breves dias podessem admirar uma das mais encantadoras paisagens da « Ilha Azul » como num momento de feliz inspiração chamou ao Faial o notavel prosador Raul Brandão, no seu livro «As Ilhas desconhecidas ».Uma vez chegados ao Capelo foi servido aos excursionistas um magnifico “lunche” na pitoresca «Vila » que ahi  possue o snr. José Maria Dias, digno gerente do Banco do Faial, trocando-se os mais amistosos brindes.

A prova realizou-se no dia seguinte, cabendo a victoria ao C.U.S.de Ponta Delgada. Á noite houve uma recita de homenagem aos visitantes no Teatro do Faial em que reinou o maior entusiasmo, falando varios oradores salientaram a importancia destas visitas desportivas, que muito podem concorrer para os Açoreanos melhor se conheçam, assim, os laços de fraterna amizade que já os unem.

No dia seguinte, segunda -feira, o C.U.S. jogou com uma selecção faialense, ganhando esta por 3 a 1.

Registamos, com prazer, o ter decorrido esta importante prova desportiva dentro do melhor espirito de camaradagem , demonstrando assim os jogadores açoreanos, entre os quais se contam valores bastante apreciaveis, estarem identificados com os elevados intuitos do desporto moderno.

Década de trinta

Equipas de vólei em Rabo de Peixe, Lagoa, Furnas, Vila Franca e Maia.

Na Maia existia o “Gavião” e o “Esperança”. Grande rivalidade. Na Ribeira Grande também.

2-02-1931

Data que se atribui à fundação do Ideal Sport Club. Gildo Furtado Paiva / Arsénio Bravo/ Mestre Manuel Lucas/ Mestre Manuel da Costa/ Mestre José Leite/ Mestre Cabral e outros. Influência da Juventude Católica do Prior Evaristo Carreiro Gouveia. Sede na rua Direita de Santo André, hoje Conde Jácome Correia, numa casa pequena propriedade do pai do sr. Hermano Grota. Ideal, porque se pretendia que o clube seguisse aquele lema. Verde e branco porque souberam que um tal Batacão que chegara da América trouxera camisas de lã daquela cor. O sr. Batacão que  morava na rua das Pedras ofereceu-as ao novo clube. As botas foram feitas na tenda do mestre Manuel da Costa, na rua de João do Outeiro onde hoje está a “Euro Sports” do sr. Décio Borges, por ele, pelo irmão, mestre Germano da Costa, por um mestre Cabral da rua do Espírito Santo. O serviço foi gratuito. A bola foi feita e oferecida pelo cunhado dos primeiros, o mestre José Leite. Todo o couro foi oferecido.

A Conceição tinha um clube, porque não a Matriz que era mais importante?

1931

Seg. Hermano Grota

O primeiro jogo foi com o Águia, no campo do Mercado. O Ideal perdeu por 7-1. Os jogadores foram para o campo com a banda Triunfo. No segundo, no Domingo seguinte, o jogo foi interrompido quando o Ideal ganhava por 2-1.

1931(?)

“ A equipa do Prior. O Gaspar Frutuoso, desapareceu, não sei porquê. O Ideal nasceu do Gaspar Frutuoso.” P.e Artur de Paiva

E o Águia teria nascido do Praia. Alguns do “Açor”, estão na Liga e no Ideal. Não sei se também no Águia. A tradição associa o Águia sempre aos “Tarraços.”( ligados à terra)

Década de 30

Acção do Professor Augusto Moura no Liceu e no União Micaelense. Foi treinador dos senhores José e Jaime Cabido. Na Ribeira Grande o sr. Agostinho David treinava o “Estrela Sport”, o Manuel Rita também era treinador. O Ideal chegou a ser aconselhado por um árbitro de Ponta Delgada. Segundo o sr. Hermano Grota. Todavia, a Ribeira Grande estava muito atrasada em relação a Ponta Delgada. Não havia treinos especiais.

Década de trinta

Por esta altura : “União Ribeira- grandense, Estrela Sport Club ( Ribeira Seca- sr. António Machado) , Ideal Sport Club, Águia Sport Club, “ Os Vingativos” ( Mariano Frade e outros- Curral, gente ligada ao mar), “Os Artistas” ( carpinteiros da Matriz), “ Os Rambóias” ( Camponeses da Conceição- à volta dos Foros- sede ao lado do Montepio Geral- Tio José Louro), grupo da Ribeirinha ( alguns jogadores da fábrica do linho) Os mais bem estruturados seriam os quatro primeiros.

31 Out. 1933 in “ A Razão”

Secção Desportiva- Os senhores Tomaz Ferreira de Viveiros e José Peixoto d’Oliveira, dois novos cheios de vontade e a quem os desportistas Ribeiragrandenses, muito ficam a dever, numa visão clara do papel que no futuro está reservado ao desporto, tiveram afeliz iniciativa de tomarem de arrendamento, a longo prazo, um cerrado de 15 alqueires se terra, sita no Rosário desta vila, para nele construírem um «Estádio», cujo campo de foot-ball foi inaugurado no passado Domingo, 22 do corrente.

Nos tempos de feróz  e desenfreado egoismo que atravessamos, é consoladôr constatar iniciativas deste genero, e Ver que há homens que, arrostando com a indeferença e a ingratidão do meio e com a crise economica que se está fazendo sentir, se abalaçam a uma empresa destas, que demanda da muita força de vontade e muito sacrifício.

Rectangulo para foot-ball, agora inaugurado, fica sendo o maior dos Açores, - pois é maior ainda que o do campo de jogos do Liceu de Ponta Delgada, - pretendendo os proprietários do novo «Estádio», ao que nos consta, construir outros, para Volley-ball, bilro,etc.etc.

A festa de inauguração do «Estádio do Rosário» foi singela mas grandiosa, pela quantidade e qualidade das pessoas que lhe deram o seu concurso ,tendo o tempo contribuido tambem para o seu maior brilhantismo, emprestando-lhe uma tarde primaveril.

Devido á pequenez do nosso jornal, não podemos fazer uma desenvolvida reportagem do que foi essa festa, limitando-nos a deixa-la arquivada nas colunas da «Razão» ,muito resumidamente.

Tendo-se reunido na Sociedade Instrução e Recreio, os convidados dos proprietarios do «Estadio», organisou-se ali um cortejo, no qual tomaram parte, além daqueles convidados, a liga Desportiva Ribeiragrandense, os «Onze», devidamente equipados, do «Ideal Sport Club» e «Aguia Sport Club» com as suas madrinhas, respectivamente a menina Armenia Raposo Cabral Botelho, gentil filhinha do nosso amigo o SrºAntonio Jacinto Cabral Botelho e a menina Maria Margarida Machado, as duas bandas locais, «Triumfo» e «Voz do Progresso» que durante todo o precurso exucutaram bonitas marchas, e muito povo. Chegando o cortejo ao «Estadio», subiram ao ar muitos foguetes procedendo-se em seguida ao match de foot-ball entre aqueles dois clubs «Aguia» e «Ideal».

Depois da tradicional troca de ramos, deu o pontapé inicial, a madrinha do «Estadio», menina Maria da Conceição Moniz Ferreira, filhinha do Sr.Tomaz Ferreira de Viveiros, que trajava um original vestido, com as côres dos clubs antagonistas.

Certamente por extranharem a grande extensão do campo e o seu piso, que não está ainda suficiente endurecido, ambos os teams não fizeram o jogo que costumam desenvolvêr, o qual decorreu sem interesse, faltas de tecnica, terminando por um empate de zero a zero.

A arbitragem a cargo do Sr. Manuel de Souza Claudino, agradou, apesar de ter algumas deficiencias, proprias de quem arbitra pela primeira vez.

As duas referidas filarmonicas «Triunfo» e «Voz do Progresso», tocaram durante o desafio algumas peças do seu variado reportorio.

Felicitando os desportistas Ribeiragrandenses pelo magnifico «Estadio» com que esta vila ficou dotada e que há tanto tempo ambicionavam, felicitamos tambem os Srs. Tomaz Ferreira de Viveiros e José Peixoto d’Oliveira, pela sua bela e arrojada iniciativa desejando-lhes as maiores felicidades.”

Esta empresa explorou o cinema ao ar livre na avenida Luís de Camões e mais tarde no Teatro Ribeiragrandense. 

31 Out. 1933 in “A Razão”

“ Liga Desportiva Ribeiragrandense.

A Direcção da Liga Desportiva Ribeiragrandense, na presenta época, que é composta dos Exºs Srs.Hermano da Mota Faria, presidente, Viriato da Costa Madeira, Antonio Augusto da Mota Moniz, Antonio Jacinto Cabral Botelho, Manuel de Souza Oliveira, Agostinho da Costa Feio e Francisco Justino Machado, teve a sua primeira reunião no dia 19 do corrente, deliberando ao que nos consta marcar as suas sessões semanais ás quartas-feiras pelas 20 horas e convidar os clubs filiados a pedirem a inscrição dos seus jogadores para o que enviarão as respectivas listas nominais, só depois do que organisará o calendario dos jogos e promove-rá um campeonato local.

 30 Nov. 1933 in “A Razão”

“ Secção Desportiva- Por divergencias surgidas entre a ‘Liga Desportiva Ribeira-grandense’ e alguns  dos clubs seus filiados, motivadas por questões de lana caprina , foi dissolvida aquela agremiação, passando os seus poderes para os proprietários do ‘Estadio do Rosario’, Srs. José Peixoto d’Oliveira e Tomaz José Ferreira de Viveiros. - No proximo domingo, 3 de Dezembro, deve realisar-se no ‘Estadio do Rosario’ um encontro amigavel de foot-ball entre as categorias de honra do ‘Club Desportivo Santa Clara’ e Micaelense Foot-ball Club’ de Ponta Delgada.

15 Dez. 1933 in “ A    Razão”

“Seccão desportiva- Como haviamos noticiado, realizou-se no dia 3 do corrente, no “Estadio do Rosario”, um desafio amigavel de foot-ball entre as categorias de honra do “Club desportivo Santa Clara e o Micaelense Foot-Ball Club, ambos de Ponta Delgada.

Foi um jogo bem desenvolvido, com fases interessantissimas, que não estavamos habituados a vêr  nesta vila e que agradou à vasta assistência que a ele concorreu. Ambos os grupos exibiram bom jogo, sendo de justiça destacar o Micaelense que teve melhor combinação tendo porem pouca sorte nos remates. A arbitragem de José Januário da Costa correcta e imparcial, agradando completamente, terminando o encontro com um empate a 2 bolas. - No dia 10, realisou-se no mesmo “Estadio”, um desafio amigavel entre os clubs locais, “União Ribeiragrandense” e “ Sport Estrela.” Devido  certamente ao mau tempo, a concorrencia foi muito diminuta e o jogo decorreu sem interesse. Arbitrou Manuel Barnabé que agradou, tendo o jogo terminado antes dos noventa minutos devido á chuva e com um empate a 2 bolas.

Ribeira Grande- 9 Janeiro           de 1934

Ofício dos clubes aoo proprietários do estádio do Rosário

“ Exª Empreza Tomaz & Peixoto- Ribeira Grande- Os representantes dos Clubs de Foot Ball desta villa, abaixo assinados, veem propôr à Exª Empreza, o seguinte Que em virtude das grandes e inevitáveis despezas que teem de fazer com os grupos, afim de não decair o Sport nesta terra e para se poderem manter, não com fundos, mas sim com decencia, dizem que não  pode continuar de forma alguma a percentagem que atá ao presente tem sido e por isso e de comum acordo, resolveram os mesmos representantes dos grupos, que essa percentagem não pode ir além de 25%, ficando as despezas a cargo dos mesmos clubs, excepto a marcação do campo, que ficará, como anteriormente, a cargo da Empreza, ou então, caso a Empreza não concorde com esta percentagem, os mesmos representantes deliberaram que continuasse o terço para cada parte, mas neste caso todas as despezas que sejam necessarias ficarão à incumbencia da mesma Empreza; de contrario, ou melhor, se a Empreza não concordar com o que acima fica estipulado, o Sport acabará. Esperam resposta o mais breve possivel, podendo ser (sic) ( colada com uma tira- dirigida a qualquer club. ) A Bem do Sport. Os representantes: Do União Ribeira-grandense ( assinado/ Agostinho da Costa Feio / Do Aguia Sport Club ( sem assinatura ) / Dos Estrela Sport Club ( assinado/ Luiz da Silva Melo ) Do Ideal Sport Club ( assinado/ Gildo Furtado de Paiva ) 

c.1937

grupo viveu uns anos de crise. Tal como o Águia.

O Manuel Milho Cozido e o Manuel Correia entre outros reabrem o clube. Compraram a camisa e as joelheiras para o António Buraca ao sr. Gildo Paiva na rua de João d’Horta. Jogos nas Capelas e na Lagoa. A sede era na loja. Tinha sido na casa do sr. Gil, na casa do sr. cabral e na rua do Botelho.

Década de quarenta

Récitas do Ideal. O Rebica o principal animador. No Teatro Ribeiragran-dense.

Década de 40

1941-45- Grande impulso do futebol na vila. Grande animação na sede do Ideal. Período do sr. Arsénio Bravo. Não se realizam os campeonatos de ilha.

Corpo expedicionário na fábrica do Álcool ( engenharia…) O Águia e o Ideal com excelentes executantes tais como o Vila Franca etc… Já não existem os outros grupos. Acentuação da bipolarização. Início das rivali-dades. O livro de São Cipriano e o Santo António no Forno. O carneiro nas Caldeiras. A taça partida. O do Ideal não se atrevia a namorar algu-ma filha de adepto do Águia e vice-versa.

As récitas do Ideal “ A voz

25 Jan. 1946

 Inauguração do Campo Marquês de Jácome Correi-a . Antes Campo de Jogos nas pedreiras da doca, que foi o primeiro campo que a cidade de Ponta Delgada teve. Campo de Jogos do Liceu que foi durante muito tempo alugado aos clubes que nele queriam jogar.)

Década de quarenta

Antes de 1941 já a sede do Ideal era na rua el-rei D.Carlos I graças à acção do Cabo Manuel de Sousa Garrido.

C. de 1937 o Ideal como estivesse fechado o sr. Manuel Milho Cozido e Manuel Correia ( este último com 17 18 anos) reabrem o grupo. Tempo do António Buraca. A sede era no bar do primeiro.

Década de 40/ 50

( à volta da inauguração do campo Novo)

Quadra do Teófilo ( guerra  de transferências entre clubes)

“ O campo que numca chega

campo que já chegou

Teófilo está no Águia

e Ideal arrebentou!”

16 Out. 1949

Actas do Águia Futebol Clube, Acta nº 2

Seguro desportivo, escrita moderna e nova lista de s

“ (…) os membros da Direcção provisória que deliberaram: criar um fundo de assistência aos jogadores, para os socorrer em caso de acidente ocorrido em jogo ou em outros casos que serão apreciados de per si; a receita dêsse fundo será constuida  por dez por cento ( sôbre os espectáculos desportivos), digo, sôbre as receitas dos espectáculos desportivos em que este clube intervier e por quaisquer ofertas para isso exclusivamente destinadas. Organizar a escrita desta agremiação em moldes modernos e e modo a permitir a organização de um orçamento. Organizar nova lista de sócios…

 

27-02-1950

Actas, n5 Águia

Nomeação de capitão da equipa pela direcção

“ (…) Foi deliberado tambem nomear capitão geral da équipe de futebol o senhor José Francisco de Melo.”

7 mar. 1950

Actas, nº6- Águia

Verbenas para comemorar as bodas de prata do clube Pedido ao Professor José da Costa, heraldista de ponta delgada, para elaborar o emblema do clube e corte de relações com o Ideal Futebol Clube enquanto se mantivesse a direcção. Processo ao jogador Manuel de Medeiros Morais.

24 Abril 1950

Acta nº 7- Águia

Transferência de jogadores para o União Micaelense sem o conhecimen-to da direcção.

“ Verificada a atitude dos jogadores deste grupo José da Câmara Vieira e Fernando Torres dos Santos que se passaram, sem consulta previa, para o Clube União Micaelense de Ponta Delgada, quando qualquer deles tinha obrigação moral de pelo menos avisar esta Direcção, punir o primeiro com um ano de suspensão e o segundo com seis meses de suspensão.”

27 Nov. 1950

Acta nº 12-Águia

Jogador exemplar: Luís Machado Simas.

“ manifestar ao jogador deste Grupo Luís Machado Simas o seu pesar pelo desastre de que o mesmo foi vitima aquando do jogo disputado nas Capelas com o Maritimo Sport Clube daquela localidade e agradecer ao mesmo tempo a sua generosa atitude para com este clube, desobrigando-o dos encargos que voluntariamente resolvera assumir com o pagamento de honorarios clinicos e medicamentos.”

26 Dez. 1950

Acta nº 13- Águia

“ Propor igualmente  que se promovam as deligencias  necessarias  para a filiação no Sport Lisboa e Benfica, dados as simpatias que esta famosa equipa da capital tem no nosso meio e também por as côres serem idênticas ás nossas; Sendo esta a ultima reunião desta Gerencia desta direcção, saudar os jogadores em geral e de um modo especial particular José de Oliveira Costa ( Coelho) e Eugenio de Sousa Melo ( Faial) pelo seu comportamento e desportivismo.”

2 Abril 1951

Acta nº 20, Águia

“ (…) que se promovesse a ornamentação de um carro alegorico que represente esta agremiação no cortejo de ofetrendas a favor da Santa Casa da Misericordia deste concelho, dada a alta função social e humana da mesma, que se oferecesse, para êsse cortejo, o producto de um desafio de futebola realizar  nas condições  em que aquela Misericordia entender.”

15 Set.1951

Acta nº 24-Águia

“ (…) promover um festival desportivo de homenagem à Câmara Municipal deste concelho, em testemunho do nosso reconhecimento pela construção do Campo de Jogos Municipal e convidar para o mesmo o Ideal Sport Clube, o Grupo Desportivo Santa Clara e o Maritimo Sport Clube. Que se promovesse a filiação desta agremiação na Associação de Futebol de Ponta Delgada.” 

1951

Inauguração do campo de jogos actual

5 de Nov. 1951

Novo corte de relações com o Ideal.

“ (…) Que se cortasse relações com o Ideal Futebol Clube por ter tentado filiar um jogador nosso, contra o que entre as duas agremiações estava acordado e por diligenciado (sic) desprestigiar publicamente os membros desta Direcção.”

19-10-1951

Pedido de adesão do Ideal ( o “Águia também ) à Associação de Futebol de Ponta Delgada assinado por Artur de Medeiros Brilhante na qualida-de de presidente da direcção do clube. Também assinam Manuel Nunes Coelho, presidente da Assembleia Geral, António Augusto da Mota Mo-niz, Manuel António cansado Chorão. A direcção era constituída por Artur de Medeiros Brilhante, Humberto Miranda, Carlos Cristiano Pacheco, Manuel dos Santos Gouveia, Aurénio Aires da ponte Furtado. Conselho Fiscal: Domingos Amaral , Manuel de Sousa Silveira e Álvaro Cordeiro. Até então só havia vinculo moral entre jogador e atleta a  partir de então passa a existir algum vínculo jurídico.

11 Dez 1951

Ideal Futebol Clube admitido como sócio ordinário da Associação de Futebol de Ponta Delgada. No mesmo dia do Ideal foi admitido o Águia. Era presidente Francisco Inácio Machado e a sede era na rua dr. Eduíno Rocha nº1

20 Fev. 1952

Acta nº32- Águia

Inauguração da nova sede do Águia- travessa de Nossa Senhora da Conceição nº 4- A direcção do Ideal foi convidada e aceitou.

30-04-1956

Acta Assembleia Extraordinária- Ideal

“ (…) o fim da presente reunião , que é a fusão desta agremiação desportiva á do Águia Futebol Clube, também desta Vila, e depois de ser posta á votação, deu esta o seguinte resultado:- A maioria dos sócios presentes em número de vinte, concordaram na referida fusão, a qual deverá actuar no início da proxima época. … assinaram:

Manuel Nunes Coelho ( presidente da Assembleia) jaime Melo, Jaime Oliveira Rocha, José Francisco de Melo, Artur Medeiros Brilhante, Francisco Leite Ribeiro, Luis Augusto da Ponte Furtado…”

16-01-1957

J.O. D.G. nº13- 3ª série- Aprovação dos Estatutos do Futebol Clube da Ribeira Grande

21 Jan. 1957

Acta da constituição do Futebol Clube da Ribeira Grande.

Assinam: P.e Edmundo Pacheco/ Mário raposo Moura/ Aurénio Aires da Ponte Furtado/ Fernando Correia da Silva/ Alberto da Câmara Rita/ Francisco Leite Ribeiro/ Carlos Cristiano Pacheco/ Plínio Maria da Ponte/ josé Francisco da Ponte/ Luís Filipe Miranda/ Álvaro Raposo Moura/ Jaime Borges/ Sérgio Marques Pereira? Dinis Furtado…

18 Fev. 1957

Foi feito um pedido de admissão/ filiação na Associação de Futebol de Ponta Delgada, no dia 18 de Fev. De 1957 assinado pelo Padre Edmundo Pacheco, do Futebol Clube da Ribeira Grande. Equipamento azul e bran-co.

26 Fev.1957

Acta nº20- Comunicando à F.P.F. a filiação do F.C.Ribeira Grande. Marcar para o próximo Domingo 3 de Março de 1957 no campo Municipal da Ribeira Grande um festival  para assinalar o início das actividades oficiais do clube de futebol da Ribeira Grande.Jogaram o União Sportiva, o Micaelense, O Futebol Clube da Ribeira Grande e o Santa Clara. A sede era na rua el-rei D.Carlos I nº 59 e tinha 135 sócios efectivos.

1958/59; 59/60; 60/61

Épocas em que o Futebol Clube da Ribeira Grande competiu no Campionato Distrital da II Divisão. Competiu, na primeira época, com os Leões ( Lagoa), vasco da gama e Clube Operário Desportivo.

Década de sessenta

·       Águia sobe à primeira Divisão

·       Criação da equipa júnior do Ideal. Um ano ou dois depois o Águia também.

23 Março 1963

Pede-se a mudança do nome.

9 Maio 1963

Os estatutos do Sporting Clube Ideal foram aprovados no D.G. nº 110, 3ª série do dito dia de 9 de Maio de 1963. Caução de 1 000$00.

Época de 63/64

A derrota na final com o Lagedo e o cão preto- Superstição. Equipa do Fernando Arrenegado, Manuel Frade, Manuel Garcia, etc…

1964/65 (?)

Criação dos júniores aproveitando os “Académicos” do Externato Ribeiragrandense.

17 Abril 1965

Os corpos gerentes  do S.C.I. foram aprovados no D.G. nº 91, 3ª série.

1965

Filiação do Sporting Clube Ideal na Associação de Futebol de Ponta Delgada. Era presidente Mário Luís Morgado Correia mais Jaime Vasconcelos Tavares de Melo, Laureano de Sousa Almeida e Álvaro dos Santos Raposo Moura. O Conselho Fiscal: Carlos Augusto da Costa Simões, Manuel dos Santos Garcia e Manuel Cabido Pontes. Assembleia Geral: José Francisco Borges Miranda, Luís Manuel de Miranda Cabral e José de Oliveira Maia.

9 Dez. 1965

O Atlético Desportivo de São Pedro foi admitido como filial da Associa-ção de Futebol de Ponta Delgada. Era presidente da Assembleia Geral Guilherme da Motta Moniz, Manuel Moniz de Mello e Albano ramalho cabral de Mello. A Direcção: José Teixeira Tavares, José Manuel Ribeiro, Manuel de Aguiar Luís, José Carneiro Machado, João do rego Luís e Agostinho Ferreira de Medeiros. Conselho Fiscal: Eduardo Anselmo Pereira…

Década de 70

Subida do Ideal à I Divisão em 72/73 ?Época de 1973/74.

Descida e de novo subida em 78/79. Primeira Taça de S.Miguel. Torneio Açoreano.

1978/1979

Era presidente da direcção o sr.António Barbeiro e treinador da equipa principal o Fernando Anselmo. Neste ano já eu jogava. Ganhamos o campeonato da II Divisão, a Taça Primavera e a Taça de S.Miguel. Fomos pela primeira vez aos Estados Unidos e ao Canadá. Durante o mês de Agosto.

Década de 80

Três campeonatos.

6 Abril 1981

Acta Assembleia- Ideal

“ Aprovação do pedido de Filial por este clube ao Sporting Clube de Portugal…”

Assinam:

8 Dez. 1985

Lançamento da primeira pedra do clube da rua Sousa e Silva. Benção pelo Padre Manuel Medeiros Sousa. Caixa de pedra oferecida pelo sr. José Dâmaso onde se encontra uma moeda de 5$00, como manda a tradição, e um pergaminho onde se escreveu o ano etc…

1991 (?)

Criação de Infantis e outras camadas jovens.

22 Set. 1992

Inauguração da nova sede do Sporting Clube Ideal. O padre Edmundo Pacheco benzou e disse algumas palavras sobre o clube. Tinha falado com o sr. Gildo Paiva. Em Janeiro de 1993 faleceu o sr. Gildo.

1995/1996

O quarto campeonato da I Divisão. Criação de duas equipas de pré-infantis. Secção de ciclismo.


 

                                                      Cronologia de Troféus

Não havia taças?

1945

Taça José Calheta- Ideal

2-2-1947

Taça Dr. Lucindo

2-11-1947

O.C.C.S.C.- I.S.C.

18-1-1948

“Oferta do grupo “Primavera da vida.”

1948

“Taça Manuel Albano”

8-12-1949

Taça disputada com os tripulantes do contrapedeiro “ Tejo” ( há fotografia)

4-05-52

“ Taça Filarmónica Triunfo”

1955

“Taça Nossa Senhora da Conceição.”

1955

“Despedida do árbitro Manuel Albano.” ( salva de prata.)

1955

“Taça o Gaiato”

1963/64

Taça vencida no campeonato P. de V.A.- Lembrança do sócio nº59 José de Medeiros Mendonça

1968/1969

“A.F.P.D. Taça Jaime Cravinho”

1968/1969

Taça Fernando Arruda- categoria Júnior

1969/1970

 Taça Torneio de Preparação II Divisão

1969/70

“Taça Torneio Juventude.”

Década de sessenta

Taça festa de homenagem a Vicente Lucas

1971

A.C.Cymbron- Taça Sacor

1972/1973

“ A.F.P.D. -Campeão da 2ª Divisão.

1976/77

“ Campeonato Distrital de Júniores.”

1977/78

“A.F.P.D. Torneio Primavera.”

!977/78

“Taça de S.Miguel.”

!977/78

“A.F.P.D.- Campeão da 2º Divisão.”

1978/1979

Taça de S.Miguel- ( júniores)

1978

Taça Toronto-Canadá- 1ª Digressão pelos Estados Unidos e Canadá

1980/1981

“Taça de São Miguel”- séniores.

1981/1982

Super Taça Augusto Moura (séniores)

1984/85

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1984/85

Taça de S.Miguel (contestada- séniores)

1985/1986

Taça Norberto Pacheco (séniores)

1987/88

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1988/1989

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1989

Taça dos clubes Campeões Açoreanos

1989/1990

Taça Norberto Pacheco- júniores (?)

1992-1993

Torneio de Abertura- Iniciados

1992-1993

Campeonato de Iniciados.

1993-1994

Taça de S.Miguel- Finalista.

1994-1995

Campeão de sub-12 (Infantis)

1994/1995

Torneio de Encerramento- Júniores

1994-1995

Taça de Honra- séniores

1995

Taça Açores- séniores

1994/1995

Taça de S.Miguel- Juvenis.

Verão de 1995

IV Torneio de Futebol de Agosto- 1º lugar.

1995/1996

Campeão de S.Miguel- Séniores

1995/1996

Taça de S.Miguel- Séniores

1995/1996

Taça de Honra

 

Cronologia do futebol/ desporto/ lazer na Ribeira Grande e no arquipélago

Século XVI

“ O CONCELHO DA RIBEIRA GRANDE (S.MIGUEL): ASPECTOS ECONÓMICOS E SOCIAIS NO SÉCULO XVI”  António Santos Pereira

“ Calçada do Jogo da Bola até à casa de Fernão d’ Alvares” Tratar-se-ia do jogo da pela, parecido com o ténis. Segundo Gaspar Frutuoso o melhor jogador de pela dos Açores era da Ribeira Grande, jogando com ambas as mãos, sendo os dois seguintes da Maia.

3 Jan. 1879 in “A Estrella Oriental”

Quintal do Jogo da Rita ou da Bola

“ 7 Vendem-se as seguintes propriedades, situadas dentro d’esta villa… 10 aras 80 centiares (155 varas) de terra de quintal chamado do jogo da Rita ou da bola, na Travessa de Santo André. Recebe propostas Francis-co Tibúrcio d’Oliveira.

Introdução do futebol em São Miguel

Pistas

Colégio Fischer? Liceu Antero de Quental / Colégio Gaspar Frutuoso ( 1915 de novo em 1933) / Seminário de Angra . O José Carvalho e a via popular.  O capitão de uma das duas equipas transportava para Ponta Delgada encomendas. Levava aos alunos da Ribeira Grande a estudar naquela cidade. As companhias do cabo submarino.

 

1899

A respeito do dr. Luís Bernardo Leite de Ataíde, etnólogo e mentor do museu Carlos Machado

“ De assinalar ainda  que foi um dos introdutores do futebol em S. Miguel: em 1899, com 16 anos ( 25-04-18883/ f.17-07-1955), participa do primeiro jogo realizado na ilha, deixando acerca do acontecimento uma curiosa nota.” p. “Luís Bernardo Leite de Ataíde. Do Naturalismo ao impressionismo: Um percurso Açoreano”, Signo

 

20-05-1899 in “O Norte”

“ Sport- Amanhã pelas 16 horas da tarde há uma partida de foot-ball no campo d’Avenida de Camões n’esta villa.”

27-05-1899 in  “O Norte”

“ Foot-ball- no último Domingo ganhou o grupo amarello por 2 pontos contra um, marcado pelo grupo verde. Foi capitão do primeiro o sr. José Carvalho e do segundo o sr. Francisco de Paulla.”

10 -06-1899 in “O Norte”

“ Foot-ball- Partida no campo d’Avenida Camões- Não obstante o pouco exercício d’estes os de Ponta Delgada só conseguiram marcar um ponto contra zero, durando a partida duas horas.”

Finais do século XIX

“ Com a fixação dos cabos submarinos, na Horta, nos fins do século passado, uma grande colónia estrangeira foi-se formando e muitos dos seus membros eram praticantes de futebol e de ténis o que veio a influenciar os locais e a sua inclusão nos diferentes clubes que aos poucos se formaram.” P.8 José Bettencourt  Brum, “ Fayal Sport Club. Subsídios para a sua História”, Horta 1988

 

 

Ver números 2,3 e 4

 

1908

“O futebol jogava-se, com certa assiduídade em Angra, desde 1908.” Dr. Baptista de Lima

Ainda  em 1910´s

Equipa do Prior Evaristo “ Os Gasparinhos” tinha a sede onde hoje mora o sr. Vargas na rua do Passal , jogava no Rosário ( onde hoje está o chafariz) sendo arbitrado e orientado pelo próprio prior. Influência do seminário?

 Ainda em 1910’s

Jogo do bilro na rua do Jogo, Ribeirinha, do Marquês Jácome Correia e, na Vila Nova, feitos por mestre José d’Oliveira.

 

 

 

Ver  números 5 e 6

 

4 Agos. 1921

A A.F.Angra do Heroismo data de 4 de Agosto de 1921 é de supor que se tenha desde logo filiado na Federação Portuguesa de Futebol.

                 1921

Fundação do grupo Desportivo  Santa Clara

 

 

Ver  números 7

 

14-04- 1923

Fundada a Associação de Futebol de São Miguel

 

 

ver  número 8

 

23-05-1924

“Mês de Sonho” J. Leite de Vasconcelos

Critica ao futebol.

“ Por acaso seguia no mesmo vapor um grupo de jogadores de foot-ball, que ia debater-se em Ponta Delgada com outro. Sempre a mesma praga por toda a parte! Não há rua ou largo em cidade, ou em minúscula aldeia, onde tais brigadores não exibam e agitem desesperadamente as pernas nuas! De certo o movimento dos músculos, harmónico e moderado, convém à saúde: quem negará a acção benéfica dos erxercícios físicos? Mas da fúria, do desespero, da absorção total, que por aí observamos, só resultará ruína ao organismo, mais cedo ou mais tarde. Até no mar se me deparou foot-ball! Contudo,, esta forma de desporto, na sua extravagância e exagero,

é fenómeno que dá que pensar, pois se vê d’ele que não só o mundo é tão pequeno, que num instante uma ideia o avassala de um canto ao outro, senão que nos homens é tal a tendência para a imitação, que cada um adopta com a maior facilidade as manias do próximo: o que explica as tiranias da moda! Ao menos, no caso presente, permitiu a boa sorte que fosse, como médico do grupo, o meu particular amigo e distinto clínico Dr. Víctor Fontes, dado também a estudos de Antropologia, no qual encontrei pois, pois, mais um excelente companheiro que veio agregar-se aos que eu já tinha.”

             4 Nov.  1924

Fundação da Associação de Futebol de Ponta Delgada. Inscreve-se na Federação portuguesa de Futebol.

Antes de 1924

“ O Açor”- José Ferreira da Assomada/ dr. Jorge Gamboa de Vasconce-los/ Amadeu Coutinho/ Medeiros Pavão… ( A equipa dos casacas- dos ricos)

1925

Fundação do Águia Futebol Clube: “ (…) Estudar as possibilidades da realização de uma verbena para comemoração das bodas de prata da fundação desta agremiação desportiva …” Também conhecido pelo grupo dos Capelas. Há quem diga que “ O Praia”, um grupo deste tempo, foi o antepassado do Águia. 

Abril de 1925 in “Os           Açores”

Fotografia do campo dos mercados. “ S.Miguel- o campo de foot-ball na villa da Ribeira Grande.” Equipamentos: uma equipa toda de branco, a outra de calções brancos e de peugos e camisas escuras.

Abril de 1925 in “Os           Açores”

No mesmo: “ Ponta Delgada- O team do cruzador alemão Berlin, que jogou no Campo do Liceu, com a primeira categoria do “C.U.S”, sendo vencido por esta.” “ Faial- 2º team do “Faial Sport Club” “ Faial- O 1º team do “Angústias Sport Club” “

“ O primeiro Campeonato Inter-Liceal Açoriano de Foot-Ball.  (…) em fins de Maio do ano passado (1924) e entre os grupos dos três liceus do arquipélago: do Dr. Manuel d’Arriaga (Faial) de D. João de Castro (Terceira) e de Antero de Quental  (S.Miguel). Alcançou a primeira  victória o Liceu Central de Ponta Delgada. Mas o significado deste campeonato não se limita apenas à cultura fisica da mocidade. Um outro sentimento mais amplo presidiu á sua organisação, o qual é de crear  entre todas as ilhas dos Açores, representadas nos estudantes dos tres Liceus, os laços de camaradagem e de amisade que hão-de nortear depois os que hoje moços, serão os dirigentes de amanhã. (…) Naquele vasto recinto que comporta mais de seis mil pessoas, onde se tem realisado as festas escolares de educação física com os alunos do Liceu, do colegio de ensino secundario “ Instituto Vilafranquense”, da Escola Primaria e Escola Normal superior, onde se teem batido, em tardes de animação e interesse, casa-pianos, faialenses, terceirenses, suecos alemães, e os varios grupos dos clubs locais, se efectuou o primeiro campeonato inter-liceal açoriano. (… ) Dr. Jeremias da Costa, reitor do Liceu de Ponta Delgada que alvitrou e realisou o campeonato inter-liceal de foot-ball.” ( tem fotografia do dito campo.)

Fev. 1928 in “Os Açores”

Anedota sobre futebol

Ossos do oficio

 O Juiz - Já viste um publico assim, com tão mau coração?

O Capitão - Nem por isso! Estou informado de que varias pessoas já estão procedendo a uma subscrição para a tua familia.

 

Mar.1928 in “Os Açores”

 

 

AS FINAIS DO CAMPEONATO DO FOOT-BALL MICHAELENSE

(Contem fotografias)

Club Desportivo Santa Clara  (3º classificado .)

 

Sport Club Santa Clara (4º classificado .)

 

Carga ás rêdes do C.U.S. no encontro final do Campeonato, pelo C.D.S.C.

 

Em cima ao centro Club União Michalense (2º classificado.)

 

Club União Sportiva, Campeão Açoreano

 

 

ver número 9

 

Abr.1928 in “Os Açores”

 

 

 

 

 

A DISPUTA DO TITULO MAXIMO DO FOOT-BALL AÇOREANO

Na historia do desporto açoreano, marca uma data bem digna de registo a disputa do titulo de “Campeão dos Açores” entre os clubs União Sportiva de Ponta Delgada e Lusitana Sport Club de Angra do Heroismo, que teve lugar na cidade da Horta em 4 de Março ultimo.

Eram estes os grupos que haviam logrado alcançar as melhores classificações no ultimo campeonato anual realizado em Angra e Ponta Delgada , e d’aí o grande interesse que esse encontro despertou no nosso meio desportivo.

Para campo da prova foi muito bem escolhido o Final, a ilha dos Açores onde mais se tem desenvolvido o gosto por este desporto, não tomando parte nela nenhum dos Clubs da Horta por não haver ainda ali associação de Foot-ball devidamente organisada mas que segundo nos informam, se acha actualmente em organisação.

 

 

Kick off

 

 

Acompanharam os jogadores, alem de muitos entusiastas do Sport de Angra e Ponta Delgada, o digno Presidente da Associação de Foot-ball de S.Miguel, Dr. Jeremias da Costa e o snr. Izidro Costa representante da Liga de Educação Fisica de Angra do Heroismo.

Acolhimento, que lhes dispensaram os desportistas faialenses e toda a população , foi o mais carinhoso possivel , trazendo todos as mais gratas recordações dessa visita , que foi, incontestavelmente, uma bela e feliz iniciativa.

No dia da chegada foi-lhes oferecido um agradavel passeio ao Capelo, o que deu ensejo a que os hospedes de breves dias podessem admirar uma das mais encantadoras paisagens da « Ilha Azul » como num momento de feliz inspiração chamou ao Faial o notavel prosador Raul Brandão, no seu livro «As Ilhas desconhecidas ».Uma vez chegados ao Capelo foi servido aos excursionistas um magnifico “lunche” na pitoresca «Vila » que ahi  possue o snr. José Maria Dias, digno gerente do Banco do Faial, trocando-se os mais amistosos brindes.

A prova realizou-se no dia seguinte, cabendo a victoria ao C.U.S.de Ponta Delgada. Á noite houve uma recita de homenagem aos visitantes no Teatro do Faial em que reinou o maior entusiasmo, falando varios oradores salientaram a importancia destas visitas desportivas, que muito podem concorrer para os Açoreanos melhor se conheçam, assim, os laços de fraterna amizade que já os unem.

No dia seguinte, segunda -feira, o C.U.S. jogou com uma selecção faialense, ganhando esta por 3 a 1.

Registamos, com prazer, o ter decorrido esta importante prova desportiva dentro do melhor espirito de camaradagem , demonstrando assim os jogadores açoreanos, entre os quais se contam valores bastante apreciaveis, estarem identificados com os elevados intuitos do desporto moderno.

20 Out. 1930

Associação de Futebol da Horta

Década de trinta

Equipas de vólei em Rabo de Peixe, Lagoa, Furnas, Vila Franca e Maia.

Na Maia existia o “Gavião” e o “Esperança”. Grande rivalidade. Na Ribeira Grande também.

2-02-1931

Data que se atribui à fundação do Ideal Sport Club. Gildo Furtado Paiva / Arsénio Bravo/ Mestre Manuel Lucas/ Mestre Manuel da Costa/ Mestre José Leite/ Mestre Cabral e outros. Influência da Juventude Católica do Prior Evaristo Carreiro Gouveia. Sede na rua Direita de Santo André, hoje Conde Jácome Correia, numa casa pequena propriedade do pai do sr. Hermano Grota. Ideal, porque se pretendia que o clube seguisse aquele lema. Verde e branco porque souberam que um tal Batacão que chegara da América trouxera camisas de lã daquela cor. O sr. Batacão que  morava na rua das Pedras ofereceu-as ao novo clube. As botas foram feitas na tenda do mestre Manuel da Costa, na rua de João do Outeiro onde hoje está a “Euro Sports” do sr. Décio Borges, por ele, pelo irmão, mestre Germano da Costa, por um mestre Cabral da rua do Espírito Santo. O serviço foi gratuito. A bola foi feita e oferecida pelo cunhado dos primeiros, o mestre José Leite. Todo o couro foi oferecido.

A Conceição tinha um clube, porque não a Matriz que era mais importante?

1931

Seg. Hermano Grota

O primeiro jogo foi com o Águia, no campo do Mercado. O Ideal perdeu por 7-1. Os jogadores foram para o campo com a banda Triunfo. No segundo, no Domingo seguinte, o jogo foi interrompido quando o Ideal ganhava por 2-1.

Década de 30

Acção do Professor Augusto Moura no Liceu e no União Micaelense. Foi treinador dos senhores José e Jaime Cabido. Na Ribeira Grande o sr. Agostinho David treinava o “Estrela Sport”, o Manuel Rita também era treinador. O Ideal chegou a ser aconselhado por um árbitro de Ponta Delgada. Segundo o sr. Hermano Grota. Todavia, a Ribeira Grande estava muito atrasada em relação a Ponta Delgada. Não havia treinos especiais.

Década de 30

“Um grupo de escutas dirigido por Francisco Machado, filho do sr. Machado, chefe dos correios locais. A sede do grupo ficava onde hoje é a banda do Triunfo.” José Raposo Marques

Década de trinta

Por esta altura : “União Ribeira- grandense ( ou Rambóia), Estrela Sport Club ( Ribeira Seca- sr. António Machado) , Ideal Sport Club, Águia Sport Club, “ Os Vingativos” ( Mariano Frade e outros- Curral, gente ligada ao mar), “Os Artistas” ( carpinteiros da Matriz) e oEstrela  tinham fechado.“A União Campestre” ( Camponeses da Conceição- à volta dos Foros- sede ao lado da padaria do Pedro Fontes. Joé Maré, José e Aurino Pingão.), grupo da Ribeirinha ( alguns jogadores da fábrica do linho) Os mais bem estruturados seriam os quatro primeiros. Também o Oriental. 

31 Out. 1933 in “ A Razão”

Secção Desportiva- Os senhores Tomaz Ferreira de Viveiros e José Peixoto d’Oliveira, dois novos cheios de vontade e a quem os desportistas Ribeiragrandenses, muito ficam a dever, numa visão clara do papel que no futuro está reservado ao desporto, tiveram afeliz iniciativa de tomarem de arrendamento, a longo prazo, um cerrado de 15 alqueires se terra, sita no Rosário desta vila, para nele construírem um «Estádio», cujo campo de foot-ball foi inaugurado no passado Domingo, 22 do corrente.

Nos tempos de feróz  e desenfreado egoismo que atravessamos, é consoladôr constatar iniciativas deste genero, e Ver que há homens que, arrostando com a indeferença e a ingratidão do meio e com a crise economica que se está fazendo sentir, se abalaçam a uma empresa destas, que demanda da muita força de vontade e muito sacrifício.

Rectangulo para foot-ball, agora inaugurado, fica sendo o maior dos Açores, - pois é maior ainda que o do campo de jogos do Liceu de Ponta Delgada, - pretendendo os proprietários do novo «Estádio», ao que nos consta, construir outros, para Volley-ball, bilro,etc.etc.

A festa de inauguração do «Estádio do Rosário» foi singela mas grandiosa, pela quantidade e qualidade das pessoas que lhe deram o seu concurso ,tendo o tempo contribuido tambem para o seu maior brilhantismo, emprestando-lhe uma tarde primaveril.

Devido á pequenez do nosso jornal, não podemos fazer uma desenvolvida reportagem do que foi essa festa, limitando-nos a deixa-la arquivada nas colunas da «Razão» ,muito resumidamente.

Tendo-se reunido na Sociedade Instrução e Recreio, os convidados dos proprietarios do «Estadio», organisou-se ali um cortejo, no qual tomaram parte, além daqueles convidados, a liga Desportiva Ribeiragrandense, os «Onze», devidamente equipados, do «Ideal Sport Club» e «Aguia Sport Club» com as suas madrinhas, respectivamente a menina Armenia Raposo Cabral Botelho, gentil filhinha do nosso amigo o SrºAntonio Jacinto Cabral Botelho e a menina Maria Margarida Machado, as duas bandas locais, «Triunfo» e «Voz do Progresso» que durante todo o precurso exucutaram bonitas marchas, e muito povo. Chegando o cortejo ao «Estadio», subiram ao ar muitos foguetes procedendo-se em seguida ao match de foot-ball entre aqueles dois clubs «Aguia» e «Ideal».

Depois da tradicional troca de ramos, deu o pontapé inicial, a madrinha do «Estadio», menina Maria da Conceição Moniz Ferreira, filhinha do Sr.Tomaz Ferreira de Viveiros, que trajava um original vestido, com as côres dos clubs antagonistas.

Certamente por extranharem a grande extensão do campo e o seu piso, que não está ainda suficiente endurecido, ambos os teams não fizeram o jogo que costumam desenvolvêr, o qual decorreu sem interesse, faltas de tecnica, terminando por um empate de zero a zero.

A arbitragem a cargo do Sr. Manuel de Souza Claudino, agradou, apesar de ter algumas deficiencias, proprias de quem arbitra pela primeira vez.

As duas referidas filarmonicas «Triunfo» e «Voz do Progresso», tocaram durante o desafio algumas peças do seu variado reportorio.

Felicitando os desportistas Ribeiragrandenses pelo magnifico «Estadio» com que esta vila ficou dotada e que há tanto tempo ambicionavam, felicitamos tambem os Srs. Tomaz Ferreira de Viveiros e José Peixoto d’Oliveira, pela sua bela e arrojada iniciativa desejando-lhes as maiores felicidades.” ( a fotografia que descobri reportar-se-à a este acontecimen-to!)

Esta empresa explorou o cinema ao ar livre na avenida Luís de Camões e mais tarde no Teatro Ribeiragrandense. 

31 Out. 1933 in “A Razão”

“ Liga Desportiva Ribeiragrandense.

A Direcção da Liga Desportiva Ribeiragrandense, na presenta época, que é composta dos Exºs Srs.Hermano da Mota Faria, presidente, Viriato da Costa Madeira, Antonio Augusto da Mota Moniz, Antonio Jacinto Cabral Botelho, Manuel de Souza Oliveira, Agostinho da Costa Feio e Francisco Justino Machado, teve a sua primeira reunião no dia 19 do corrente, deliberando ao que nos consta marcar as suas sessões semanais ás Quartas-feiras pelas 20 horas e convidar os clubs filiados a pedirem a inscrição dos seus jogadores para o que enviarão as respectivas listas nominais, só depois do que organisará o calendario dos jogos e promove-rá um campeonato local.

 30 Nov. 1933 in “A Razão”

“ Secção Desportiva- Por divergencias surgidas entre a ‘Liga Desportiva Ribeira-grandense’ e alguns  dos clubs seus filiados, motivadas por questões de lana caprina , foi dissolvida aquela agremiação, passando os seus poderes para os proprietários do ‘Estadio do Rosario’, Srs. José Peixoto d’Oliveira e Tomaz José Ferreira de Viveiros. - No proximo domingo, 3 de Dezembro, deve realisar-se no ‘Estadio do Rosario’ um encontro amigavel de foot-ball entre as categorias de honra do ‘Club Desportivo Santa Clara’ e Micaelense Foot-ball Club’ de Ponta Delgada.

15 Dez. 1933 in “ A    Razão”

“Seccão desportiva- Como haviamos noticiado, realizou-se no dia 3 do corrente, no “Estadio do Rosario”, um desafio amigavel de foot-ball entre as categorias de honra do “Club desportivo Santa Clara e o Micaelense Foot-Ball Club, ambos de Ponta Delgada.

Foi um jogo bem desenvolvido, com fases interessantissimas, que não estavamos habituados a vêr  nesta vila e que agradou à vasta assistência que a ele concorreu. Ambos os grupos exibiram bom jogo, sendo de justiça destacar o Micaelense que teve melhor combinação tendo porem pouca sorte nos remates. A arbitragem de José Januário da Costa correcta e imparcial, agradando completamente, terminando o encontro com um empate a 2 bolas. - No dia 10, realisou-se no mesmo “Estadio”, um desafio amigavel entre os clubs locais, “União Ribeiragrandense” e “ Sport Estrela.” Devido  certamente ao mau tempo, a concorrencia foi muito diminuta e o jogo decorreu sem interesse. Arbitrou Manuel Barnabé que agradou, tendo o jogo terminado antes dos noventa minutos devido á chuva e com um empate a 2 bolas.

Ribeira Grande- 9 Janeiro           de 1934

Ofício dos clubes aoo proprietários do estádio do Rosário

“ Exª Empreza Tomaz & Peixoto- Ribeira Grande- Os representantes dos Clubs de Foot Ball desta villa, abaixo assinados, veem propôr à Exª Empreza, o seguinte Que em virtude das grandes e inevitáveis despezas que teem de fazer com os grupos, afim de não decair o Sport nesta terra e para se poderem manter, não com fundos, mas sim com decencia, dizem que não  pode continuar de forma alguma a percentagem que atá ao presente tem sido e por isso e de comum acordo, resolveram os mesmos representantes dos grupos, que essa percentagem não pode ir além de 25%, ficando as despezas a cargo dos mesmos clubs, excepto a marcação do campo, que ficará, como anteriormente, a cargo da Empreza, ou então, caso a Empreza não concorde com esta percentagem, os mesmos representantes deliberaram que continuasse o terço para cada parte, mas neste caso todas as despezas que sejam necessarias ficarão à incumbencia da mesma Empreza; de contrario, ou melhor, se a Empreza não concordar com o que acima fica estipulado, o Sport acabará. Esperam resposta o mais breve possivel, podendo ser (sic) ( colada com uma tira- dirigida a qualquer club. ) A Bem do Sport. Os representantes: Do União Ribeira-grandense ( assinado/ Agostinho da Costa Feio / Do Aguia Sport Club ( sem assinatura ) / Dos Estrela Sport Club ( assinado/ Luiz da Silva Melo ) Do Ideal Sport Club ( assinado/ Gildo Furtado de Paiva ) 

c.1937

grupo viveu uns anos de crise. Tal como o Águia.

O Manuel Milho Cozido e o Manuel Correia entre outros reabrem o clube. Compraram a camisa e as joelheiras para o António Buraca ao sr. Gildo Paiva na rua de João d’Horta. Jogos nas Capelas e na Lagoa. A sede era na loja. Tinha sido na casa do sr. Gil, na casa do sr.Cabral e na rua do Botelho.

Década de quarenta

Récitas do Ideal organizadas pelo Mestre Manuel da Costa. O Rebica o principal animador. No Teatro Ribeiragrandense.

 

 

Ver número 10

 

Década de quarenta

Antes de 1941 já a sede do Ideal era na rua el-rei D.Carlos I graças à acção do Cabo Manuel de Sousa Garrido. Antes tinha sido tenda de mestre Carlos Araújo Lima onde o sr. Manuel do Rego ( um dos fundadores do clube) e o meu tio Norberto trabalharam. Também o sr. Nicolau sogro do José Maria.

C. de 1937 o Ideal como estivesse fechado o sr. Manuel Milho Cozido e Manuel Correia ( este último com 17 18 anos) reabrem o grupo. Tempo do António Buraca. A sede era no bar do primeiro.

Década de 40/ 50

( à volta da inauguração do campo Novo)

Quadra do Teófilo ( guerra  de transferências entre clubes)

“ O campo que nunca chega

campo que já chegou

Teófilo está no Águia

e Ideal arrebentou!”

16 Out. 1949

Actas do Águia Futebol Clube, Acta nº 2

Seguro desportivo, escrita moderna e nova lista de sócios

“ (…) os membros da Direcção provisória que deliberaram: criar um fundo de assistência aos jogadores, para os socorrer em caso de acidente ocorrido em jogo ou em outros casos que serão apreciados de per si; a receita dêsse fundo será constuida  por dez por cento ( sôbre os espectáculos desportivos), digo, sôbre as receitas dos espectáculos desportivos em que este clube intervier e por quaisquer ofertas para isso exclusivamente destinadas. Organizar a escrita desta agremiação em moldes modernos e e modo a permitir a organização de um orçamento. Organizar nova lista de sócios…

 

27-02-1950

Actas, n5 Águia

Nomeação de capitão da equipa pela direcção

“ (…) Foi deliberado tambem nomear capitão geral da équipe de futebol o senhor José Francisco de Melo.”

7 mar. 1950

Actas, nº6- Águia

Verbenas para comemorar as bodas de prata do clube Pedido ao Professor José da Costa, heraldista de ponta delgada, para elaborar o emblema do clube e corte de relações com o Ideal Futebol Clube enquanto se mantivesse a direcção. Processo ao jogador Manuel de Medeiros Morais.

24 Abril 1950

Acta nº 7- Águia

Transferência de jogadores para o União Micaelense sem o conhecimen-to da direcção.

“ Verificada a atitude dos jogadores deste grupo José da Câmara Vieira e Fernando Torres dos Santos que se passaram, sem consulta previa, para o Clube União Micaelense de Ponta Delgada, quando qualquer deles tinha obrigação moral de pelo menos avisar esta Direcção, punir o primeiro com um ano de suspensão e o segundo com seis meses de suspensão.”

27 Nov. 1950

Acta nº 12-Águia

Jogador exemplar: Luís Machado Simas.

“ manifestar ao jogador deste Grupo Luís Machado Simas o seu pesar pelo desastre de que o mesmo foi vitima aquando do jogo disputado nas Capelas com o Maritimo Sport Clube daquela localidade e agradecer ao mesmo tempo a sua generosa atitude para com este clube, desobrigando-o dos encargos que voluntariamente resolvera assumir com o pagamento de honorarios clinicos e medicamentos.”

26 Dez. 1950

Acta nº 13- Águia

“ Propor igualmente  que se promovam as deligencias  necessarias  para a filiação no Sport Lisboa e Benfica, dados as simpatias que esta famosa equipa da capital tem no nosso meio e também por as côres serem idênticas ás nossas; Sendo esta a ultima reunião desta Gerencia desta direcção, saudar os jogadores em geral e de um modo especial particular José de Oliveira Costa ( Coelho) e Eugenio de Sousa Melo ( Faial) pelo seu comportamento e desportivismo.”

2 Abril 1951

Acta nº 20, Águia

“ (…) que se promovesse a ornamentação de um carro alegorico que represente esta agremiação no cortejo de oferendas a favor da Santa Casa da Misericordia deste concelho, dada a alta função social e humana da mesma, que se oferecesse, para êsse cortejo, o producto de um desafio de futebol a realizar  nas condições  em que aquela Misericordia entender.”

15 Set.1951

Acta nº 24-Águia

“ (…) promover um festival desportivo de homenagem à Câmara Municipal deste concelho, em testemunho do nosso reconhecimento pela construção do Campo de Jogos Municipal e convidar para o mesmo o Ideal Sport Clube, o Grupo Desportivo Santa Clara e o Maritimo Sport Clube. Que se promovesse a filiação desta agremiação na Associação de Futebol de Ponta Delgada.” 

1951

Ribeira Grande: o primeiro campo na avenida Luís de Camões, depois campo das reses, Estádio do Rosário, de novo nas reses e finalmente desde 1951 no Cabo da Vila.

5 de Nov. 1951

Novo corte de relações com o Ideal.

“ (…) Que se cortasse relações com o Ideal Futebol Clube por ter tentado filiar um jogador nosso, contra o que entre as duas agremiações estava acordado e por diligenciado (sic) desprestigiar publicamente os membros desta Direcção.”

19-10-1951

Pedido de adesão do Ideal ( o “Águia também ) à Associação de Futebol de Ponta Delgada assinado por Artur de Medeiros Brilhante na qualida-de de presidente da direcção do clube. Também assinam Manuel Nunes Coelho, presidente da Assembleia Geral, António Augusto da Mota Mo-niz, Manuel António cansado Chorão. A direcção era constituída por Artur de Medeiros Brilhante, Humberto Miranda, Carlos Cristiano Pacheco, Manuel dos Santos Gouveia, Aurénio Aires da ponte Furtado. Conselho Fiscal: Domingos Amaral , Manuel de Sousa Silveira e Álvaro Cordeiro.

11 Dez 1951

Ideal Futebol Clube admitido como sócio ordinário da Associação de Futebol de Ponta Delgada. No mesmo dia do Ideal foi admitido o Águia. Era presidente Francisco Inácio Machado e a sede era na rua dr. Eduíno Rocha nº1

20 Fev. 1952

Acta nº32- Águia

Inauguração da nova sede do Águia- travessa de Nossa Senhora da Conceição nº 4- A direcção do Ideal foi convidada e aceitou.

30-04-1956

Acta Assembleia Extraordinária- Ideal

“ (…) o fim da presente reunião , que é a fusão desta agremiação desportiva á do Águia Futebol Clube, também desta Vila, e depois de ser posta á votação, deu esta o seguinte resultado:- A maioria dos sócios presentes em número de vinte, concordaram na referida fusão, a qual deverá actuar no início da proxima época. … assinaram:

Manuel Nunes Coelho ( presidente da Assembleia) Jaime Melo, Jaime Oliveira Rocha, José Francisco de Melo, Artur Medeiros Brilhante, Francisco Leite Ribeiro, Luis Augusto da Ponte Furtado…”

16-01-1957

J.O.  D.G. nº13- 3ª série- Aprovação dos Estatutos do Futebol Clube da Ribeira Grande

21 Jan. 1957

Acta da constituição do Futebol Clube da Ribeira Grande.

Assinam: P.e Edmundo Pacheco/ Mário Raposo Moura/ Aurénio Aires da Ponte Furtado/ Fernando Correia da Silva/ Alberto da Câmara Rita/ Francisco Leite Ribeiro/ Carlos Cristiano Pacheco/ Plínio Maria da Ponte/ José Francisco da Ponte/ Luís Filipe Miranda/ Álvaro Raposo Moura/ Jaime Borges/ Sérgio Marques Pereira? Dinis Furtado…

18 Fev. 1957

Foi feito um pedido de admissão/ filiação na Associação de Futebol de Ponta Delgada, no dia 18 de Fev. De 1957 assinado pelo Padre Edmundo Pacheco, do Futebol Clube da Ribeira Grande. Equipamento azul e bran-co.

26 Fev.1957

Acta nº20- Comunicando à F.P.F. a filiação do F.C.Ribeira Grande. Marcar para o próximo Domingo 3 de Março de 1957 no campo Municipal da Ribeira Grande um festival  para assinalar o início das actividades oficiais do clube de futebol da Ribeira Grande. Jogaram o União Sportiva, o Micaelense, O Futebol Clube da Ribeira Grande e o Santa Clara. A sede era na rua el-rei D.Carlos I nº 59 e tinha 135 sócios efectivos.

1958/59; 59/60; 60/61

Épocas em que o Futebol Clube da Ribeira Grande competiu no Campionato Distrital da II Divisão. Competiu, na primeira época, com os Leões ( Lagoa), vasco da gama e Clube Operário Desportivo.

Década de sessenta 

O Ideal vence uma edição da Taça Fosfato Tomás

Década de sessenta

Águia sobe à primeira Divisão

Criação da equipa júnior do Ideal. Um ano ou dois depois o Águia também.( c.1965. A confirmar)

IDEAL vence uma Taça Fosfato Tomás.

Equipa de reservas?

23 Março 1963

Pede-se a mudança do nome.

9 Maio 1963

Os estatutos do Sporting Clube Ideal foram aprovados no D.G. nº 110, 3ª série do dito dia de 9 de Maio de 1963. Caução de 1 000$00.

17 Abril 1965

Os corpos gerentes  do S.C.I. foram aprovados no D.G. nº 91, 3ª série.

1965

Filiação do Sporting Clube Ideal na Associação de Futebol de Ponta Delgada. Era presidente Mário Luís Morgado Correia mais Jaime Vasconcelos Tavares de Melo, Laureano de Sousa Almeida e Álvaro dos Santos Raposo Moura. O Conselho Fiscal: Carlos Augusto da Costa Simões, Manuel dos Santos Garcia e Manuel Cabido Pontes. Assembleia Geral: José Francisco Borges Miranda, Luís Manuel de Miranda Cabral e José de Oliveira Maia.

9 Dez. 1965

O Atlético Desportivo de São Pedro foi admitido como filial da Associa-ção de Futebol de Ponta Delgada. Era presidente da Assembleia Geral Guilherme da Motta Moniz, Manuel Moniz de Mello e Albano Ramalho Cabral de Mello. A Direcção: José Teixeira Tavares, José Manuel Ribeiro, Manuel de Aguiar Luís, José Carneiro Machado, João do Rego Luís e Agostinho Ferreira de Medeiros. Conselho Fiscal: Eduardo Anselmo Pereira…

Década de 70

Subida do Ideal à I Divisão em 72/73.

Descida e de novo subida em 78/79. Primeira Taça de S.Miguel. Torneio Açoreano.

1980 (?)

O Ideal vai ao Continente competir

Com o Campinense

Década de 80

Três campeonatos.

6 Abril 1981

Acta Assembleia- Ideal

“ Aprovação do pedido de Filial por este clube ao Sporting Clube de Portugal…”

Assinam:

8 Dez. 1985

Lançamento da primeira pedra do clube da rua Sousa e Silva. Benção pelo Padre Manuel Medeiros Sousa. Caixa de pedra oferecida pelo sr. José Dâmaso onde se encontra uma moeda de 5$00, como manda a tradição, e um pergaminho onde se escreveu o ano etc…

Época 1990/1991

Criação da equipa de Infantis e Iniciados. Na direcção em que era vice-presidente. Fui o primeiro treinador dos infantis. O José António Martins ficou e, muito bem, com eles. Dos Iniciados o Eduardo Pereira.

1991/1992

Equipa de Juvenis.

22 Set. 1992

Inauguração da nova sede do Sporting Clube Ideal. O padre Edmundo Pacheco benzeu e disse algumas palavras sobre o clube. Tinha falado com o sr. Gildo Paiva. Em Janeiro de 1993 faleceu o sr. Gildo.

1995/1996

Pré-infantis. Criei e treinei duas equipas bem como uma de infantis.

1995/1996

O quarto campeonato da I Divisão.

1995/1996

Supertaça Norberto Pacheco ( terceira)


 

Cronologia de Troféus

( o que está na sala de troféus)

Não havia taças?

1945

Taça José Calheta- Ideal

2-2-1947

Taça Dr. Lucindo

2-11-1947

O.C.C.S.C.- I.S.C.

18-1-1948

“Oferta do grupo “Primavera da vida.”

1948

“Taça Manuel Albano”

8-12-1949

Taça disputada com os tripulantes do contrapedeiro “ Tejo” ( há fotografia)

4-05-52

“ Taça Filarmónica Triunfo”

1955

“Taça Nossa Senhora da Conceição.”

1955

“Despedida do árbitro Manuel Albano.” ( salva de prata.)

1955

“Taça o Gaiato”

1963/64

Taça vencida no campeonato P. de V.A.- Lembrança do sócio nº59 José de Medeiros Mendonça

1968/1969

“A.F.P.D. Taça Jaime Cravinho”- Júniores

1968/1969

Taça Fernando Arruda- categoria Júnior

1969/1970

 Taça Torneio de Preparação II Divisão

1969/70

“Taça Torneio Juventude.”

Década de sessenta

Taça festa de homenagem a Vicente Lucas

1971

A.C.Cymbron- Taça Sacor

1972/1973

“ A.F.P.D. -Campeão da 2ª Divisão.

1976/77

“ Campeonato Distrital de Júniores.”

1977/78

“A.F.P.D. Torneio Primavera.”

!977/78

“Taça de S.Miguel.”

!977/78

“A.F.P.D.- Campeão da 2º Divisão.”

1978/1979

Taça de S.Miguel- ( júniores)

1978

Taça Toronto-Canadá- 1ª Digressão pelos Estados Unidos e Canadá

década de oitenta

Uma ou duas épocas não há júniores. Reacção de alguns adeptos.

1980/1981

“Taça de São Miguel”- séniores.

1981/1982

Super Taça Augusto Moura (séniores)

1984/85

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1984/85

Taça de S.Miguel (contestada- séniores)

1985/1986

 (Super)Taça Norberto Pacheco (séniores)

1987/88

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1988/1989

“Campeão de S.Miguel”- I Divisão- séniores.

1989

Taça dos clubes Campeões Açoreanos

1989/1990

Taça Norberto Pacheco- júniores (?)

1992-1993

Torneio de Abertura- Iniciados

1992-1993

Campeonato de Iniciados.

1993-1994

Taça de S.Miguel- Finalista.

1994-1995

Campeão de sub-12 (Infantis)

1994/1995

Torneio de Encerramento- Júniores

1994-1995

Taça de Honra- séniores

1995

Taça Açores- séniores

1994/1995

Taça de S.Miguel- Juvenis.

Verão de 1995

IV Torneio de Futebol de Agosto- 1º lugar.

1995/1996

Campeão de S.Miguel- Séniores

1995/1996

Taça de S.Miguel- Séniores

1995/1996

Taça de Honra

1995/1996

Supertaça Norberto Pacheco ( 19-09-96- 0-1 e 4-0 Oliveirenses)

Notas e questões

1-    Primeiro era uma organização ad hoc semelhante em tudo àquilo que nós em rapazes fazíamos

2-    Depois surgiram as primeiras equipas mais bem formadas e a Liga.

3-    Depois da dissolução da Liga foi a empresa exploradora do estádio quem ficou incumbida de tal tarefa

4-    Após  diferendo entre a Liga e os clubes o futebol para por alguns tempos. Quando regressa a competição é de novo muito informal. O fulano que contacta sicrano. Primeitro reabriu o Ideal, depois o Águia. Os outros clubes desaparecem. Excepção feita ao Ramboia.

5-    Em 1951 aderem à Associação de Futebol de Ponta Delgada. ( confirmar lá. Parece que há uma tentativa em 40)

6-    A sede:

a)    Rua Direita de Santo André( casa do pai do sr. Hermano Ferreira Grota)

b)    Rua João d’Horta (  casa do sr. Gildo Paiva)- não confirmado. Confusão com a casa do canto, sede do Estrela.

c)     Rua do Passal?( casa do  sr. José Cabral).

d)    Rua Direita de Santo André  ? ( onde foi a barbearia Cebola). Confusão com a porta ao lado- Sede do Artista.

e)    Rua do Botelho? ( casa do Bica) no tempo do Milho Cozido. Durante pouco tempo.

f)     Rua João do Outeiro. (loja do Milho Cozido)

g)    Rua de João do Outeiro ou rua el-rei D.Carlos I ( no tempo de Manuel de Sousa Garrido.-Antes dos contingentes de tropa cá chegarem. Há quem diga que cerca d 1938. Confirmar)

h)    Sede actual na rua de Sousa e Silva

7-    Até ao tempo do Manuel de Sousa Garrido o clube era simplesmente o sítio onde se trocava de roupa ou se guardava algum equipamento. Sendo uma loja era privado. Depois com o arrendamento de um local que fora uma tenda de marceneiro onde trabalhou fugazmente como aprendiz o meu tio Norberto se começa a estruturar o clube/sede como um espaço de convívio e de angariação de fundos.

a)    Tempo do sr. Arsénio Bravo. ( cartas e quino- tempo da tropa . Tempo aureo. Clube muito aprimorado e enfeitado graças ao sr. Arsénio Bravo)

b)    Tempo do Álvaro Moura ( coincide com a mudança de nome do clube/ Júniores/ jogos: laranjina / Quino e bar ao fim de semana. Percentagem para o clube com o Quino- ao fim de semana- e jogos de cartas- todos os dias)

c)    Tempo do Gabriel Leite ( sapataria . Já vinha de trás. O sapateiro foi sempre o Mestre Manuel da Costa que fazia trabalhos gratuitamente.)

8-    O clube sempre foi um espaço masculino. A rapaziada furava. Onde estivesse o pai não deveria estar o filho. Com a nova sede pretendeu-se, debalde, transformá-lo, em espaço também feminino.

9-    As duas bandas de música, os cães ( Triunfo), na Matriz apoiava o Ideal- banda do seu fundador o sr.Gildo Paiva que se manteve como tal até ao fim da vida- os gatos ( Progresso) na Conceição, apoiava o Águia, ou os Tarraços como eram também conhecidos. Porquê? Não só por pertencerem a duas feguesias distintas, não só também porque alguns sócios pertenciam aos seus corpos dirigentes mas porque participavam durante os jogos ora tocando quando uma marcava um golo ora quando a outra marcava.Nem sempre foi assim. Por exemplo o pai do Manuel da Costa era dos Gatos assim como os filhos. O Hermenegildo também. Este último levava a banda para o campo a apoiar o Ideal. Este rivalidade entre bandas, por seu turno, vinha da rivalidade dos partidos da monarquia constitucional e depois dos da República. Foi uma tranferência de paixões.

10- Em que período se jogava o futebol?

a)    Fora do verão e das festas de verão?

b)    Na primavera e no Inverno?

c)    Ocasionalmente em alguma festa de verão.

10 Com que idade se jogava?

a)    Até à criação dos júniores ( o Ideal através de meu pai foi a primeira equipa da Ribeira Grande a tê-los) jogava-se no Colégio ou Externato Ribeiragrandense. Supomos que também no Colégio Gaspar Frutuoso já se jogaria. Na escola do professor Laurindo e em todas as que existiram antes da construção da escola central no início década de trinta. Nos recreios e nas ruas, como disse Leite de Vasconcelos. Jogava-se muito no Adro das Freiras ( no meu tempo). Equipas mais ou menos organizadas. De diversas ruas da vila.

b)    Vide apontamentos de Leite de Ataíde, Desmond Morris “A tribo do futebol” , todas as publicações da Horta e um catálogo do dr. Baptista de Lima intitulado “Os clubes da nossa terra.”

11-O José Carvalho capitão do primeiro jogo disputado em 1899 seria o avô do Edmundo Carvalho Câmara   ou o tio avô do Constantino Carvalho? Ou seria um outro? O João Ferreira da Assomada era pai de um Ferreira Albergaria, primo do Luís Faria, que foi o primeiro gerente do então Banco Micaelense aqui na Ribeira Grande.

12-Foto de Outubro de 1933?- Questões- Aparece o José Calheta que veio do Águia graças ao empenho do cabo Garrida. Portanto o Ideal, será  comprovadamente anterior àquela data. Em 1933, ou 1935, como outros dizem ( não parece correcto pois o Hermano Grota teria 22 anos e deixou de jogar aos 20. Ele está na foto. Outro problema: ela diz que não foi para o campo novo do Rosário. Falta de memória? Se assim fosse esta fotografia seria ainda anterior a 1933. Ele está na foto e esta está descrita com minúcia no jornal “a Razão.”Deve ter existido uma fotografia para o Águia.Aliás os jogadores do Águia estão entre os do Ideal. Porque será que o sr. Luís diz que o avó lhe dizia que era a fotografia do equipamento novo? O Pingão, bem vistas as coisas chegou depois de 1931, talvez em 1933. O mesmo sr. Luís teria 10 ou 12 anos, inclinando-se para os doze.Ele tem 74?Parece mais lógico 1933.  Porque o sr. Alberto Moniz guardou a do Ideal?

13- Ideal Sport Clube ainda em 1947, conforme se depreende da taça existente no clube.O cartão do sr. Alfredo Machado diz Ideal Futebol Clube.Uma fotografia traz I.F.C.- época do Hermenegildo. Foi por aí que se deu a mudança. Sporting Clube Ideal- 1963+/-

14-Ideal velho= camisas da América= Meia verde, com a manga daquele lado branca e meia branca com a manga verde, calções pretos . Tal como a fotografia de 1933.

Ideal novo- Tempo do Buraca. Pequena modificação ( simplificação)- meia verde, meia branca. Na década de quarenta foi introduzida o equipamento listado horizontalmente, tipo S.C:P. , sendo este usado em simultâneo com o segundo. Este segundoi ainda foi utilizado pelo Ideal depois de acabar o Robeira Grande, como se poderá ver de fotografias no início da década de sessenta. Na Segunda metade daquela década ( confirmar) surge um branco debruado a verde com calções verdes e peúgos seguindo o modelo da camisola.

15- O emblema foi mudando, conforme nota que fiz.

 

 

 

 

Em busca de um Ideal

Será sempre falar das duas faces da mesma moeda: o Ideal e o Águia.

Será também falar do Ribeira Grande. O coração e a razão no passado como no futuro. Será  igualmente falar da Conceição e da Matriz. Finalmente será falar de nós próprios.

Expliquêmo-nos. Primeiro. Tal como em qualquer moeda, uma face não existe sem a outra, o desporto na Ribeira Grande desde o início da década de 30 deste século, não tem existido sem a rivalidade entre o Águia e o Ideal. O primeiro na freguesia Conceição e o segundo na Matriz. Sem grandes oportunidades de distracção, o futebol animava ambas as freguesias. As rivalidades das duas bandas de música prolongava-se nas equipas de futebol. Por um lado, pois, o coração, por outro a razão. Vejamos. Pensou-se  então e bem que para o futebol  sobreviver e competir na ilha teria de existir uma só equipa que reunisse todo o apoio da população. Falhou redondamente a primeira tentativa. Os maus resultados fizeram reavivar as duas identidades: O Águia e o Ideal. Não houve tempo para criar uma nova. Foi efémera a participação: “Duas ou três épocas”. Quatro décadas depois, no rescaldo do campeonato de ilha, mantendo o desejo de se lançar na série Açores,  de novo se perfilam as duas teses. Oxalá que o bom senso prevaleça. Oxalá que os ensinamentos do Ribeira Grande nos sirvam para alguma coisa.

É falar de nós porque tendo nascido num Domingo de Páscoa o nosso pai nos fez no Domingo Idealista e só na segunda cidadão. Foi também no bar do clube, aos sábados e aos Domingos, que aprendemos a por em prática as contas ensinadas pelo professor Leonel Emídio Botelho. Devemos a este clube e ao seu rival todo o circulo de amizades e banco de memórias que nos acompanharão para o resto da vida. Mesmo nas piores alturas, mesmo nos momentos em que a comunidade esteve dividida, o clube foi o sítio um pouco menos dividido. Foi também o local de convívio entre grupos sociais e etários diferentes. Inclusive de promoção social. Ninguém nesta terra é indiferente ao futebol. Ou poucos.

Permitam-me que subdivida esta homenagem em dois momentos: O passado e o futuro.

 

Passado.

 

desporto -rei não foi introduzido na então vila pelo Prior Evaristo Carreiro Gouveia.

Antes de 1911, antes da vinda daquele sacerdote para a Ribeira Grande, em 1899, a imprensa local noticiava a realização de jogos no campo da avenida Luís de Camões entre equipas locais e entre estas e equipas de Ponta Delgada. Pelo teor destas se descobre que o futebol na vila estava atrasado em relação a Ponta Delgada. É muito provável que o mesmo tenha sido introduzido aqui por estudantes ribeiragrandenses do  em férias colégio Fisher daquela cidade.

Por aqui se  poderá perceber também que nem o Ideal nem o Águia foram as primeiras e as únicas equipas da terra. Vejamos esta tentativa .

1-a Primórdios- Estudantes em férias. Fase elitista.

futebol era ensinado nos colégios, tal como na Inglaterra, como veiculo  civilizacional. Século XIX.

Contágio popular. Continuam os primeiros mas o rapaz da rua já joga. Início do século.

Surgem os primeiros clubes na vila. Desaparecerão.

“O Açor”( sede na rua do Alcaide na casa onde funcionou o tribunal- José de Medeiros Pavão e outros. ”Os Rambóias”- também na Conceição. “O Praia”, os “Vingativos” ( Mariano Frade), “O Estrela” (Ribeira Seca?) Alguns representavam as freguesias, outros ruas, ainda outros determinados grupos sociais. A sede era a loja ou a casa de alguém. Ainda os “Gasparinhos” do Prior Evaristo Carreiro Gouveia.

Década de trinta: O Ideal e o Águia. O campo do Rosário e a tentativa gorada da Associação de Futebol da Ribeira Grande. A crise. Ambos fecham.

Competir na Ribeira Grande A gorada Associação. Armando/Hermano Grota e outros da Matriz segundo a tradição fundam o Ideal no dia de Nossa Senhora da Estrela do ano de 1931. A sede esteve numa casa pequena da rua do Conde Jácome Correia.

b- O sr. Manuel Correia, moleiro de profissão, (c. 18 19 anos) mais o taberneiro Manuel Milho Cozido, reabrem o Ideal. Porque eram da Matriz e o Ideal era daquela freguesia e porque existia um grupo de jogadores bom, tal como o António dos Santos, conhecido pelo Buraca. A sede( ou melhor o local onde arrumavam algum equipamento) estava na loja do “Milho Cozido.” Era lá que marcavam encontro era lá que marcavam jogos. O sr. Manuel sendo moleiro e tendo freguesia na Lagoa convidava frequentemente o Operário e os Leões daquela vila. O segundo sendo taberneiro e indo às Capelas se sortir de vinho arranjava jogos com o Capelense e o Maritimo daquela freguesia. Foram uma vez a Vila Franca. Entretanto o Águia tinha reaberto. O campo mudara-se para o mercado das reses. O povo acorria em magotes. Homens e senhoras. Os dois rivais disputavam-se entre si e com as equipas de fora. Se porventura um ganhasse um visitante e o outro não, era uma dupla derrota. A vitória era sempre celebrada a rigor. Faziam-se apostas e durante a semana não se falava noutra coisa. Até havia quem fosse à bruxa ou fizesse malfeitos.  

O sr. Manuel Correia foi comprar a camisa e as joelheiras de guarda redes ao sr. Gil que pertenceram ao primeiro Ideal. Tinha jogado com elas o Teófilo passaria a jogar o António Buraca.

A sede arrendada na rua de el-rei D. Carlos primeiro. A direção do cabo Garrido alugou, pouco antes da grande guerra, ao dr. José de Medeiros Tavares o local da sede que manteria até 1992.

Tempo da guerra- Período áureo. Co a vinda de destacamentos militares para a ilha as equipas locais não só tiveram mais adversários como também se forneceram de excelentes executantes. Ainda não havia campeonatos estruturados.

Preparar para competir com o resto da ilha: Segunda metade da década de cincoenta. O Ribeira Grande. Reunir esforços.

Cada um por si.

4-a)Campeonato Popular. A ilha sem Ponta Delgada.

Associação de futebol. Ribeira Grande na ilha e em Ponta Delgada.

b’- Formação da equipa de júniores

b’’- Campeão da II Divisão e subida à primeira divisão.

O Ideal na Região? O futuro.

 

ENTREVISTA COM: MARIANO MONIZ FRADE.

 

FEITA POR: MARIO MOURA

Em Junho de 1996.

M.M-  Como é o seu nome todo direito ?

M.F- O meu ?

M.M-Sim o seu nome.

M.F- Mariano Moniz Frade.

M.M- Em que dia, e qual é o ano do seu nascimento?

M.F- Eu, de  13.

M.M- 1913 ?

M.M- E que dia e o mês ?

M.F- Agora é que eu não sei ,mas eu faço anos sempre em Agosto.

M.M- Agora no mês de Agosto quantos é que faz ?

M.F- Eu faço 84.

M.M-84?

M.F- Depois chegou uns rapazes ,eles eram filhos daqui, chegou uns rapazes da terceira, eles eram filhos daqui ,e filhos de uns caboqueiros , foram para a terceira e depois vieram para aqui da terceira disseram: eh Mariano queres jogar à bola ? Eh pá como é jogar à bola ? Epá vamos jogar à bola. Ó depois fui eu ,era o José Elias, era o Eriel Grilo que trabalhou aqui com  esses Gamboas aqui nesta casa, onde tu hoje…

M.M- Onde eu moro.

M.F- Era o Serafim Graça, era um rapaz, era ele ,o  José e um Manuel eram dois irmãos.

M.M- Do Faial  é ?

M.F- Eram os Faialenses , eles chamavam-se mesmo Faialenses.

M.M- Eles chamavam-se  Faialenses é.

M.F- E agora eu … é já se sabe , depois ,eh pá quem é que vai botar sentido á gente ?  

Ao depois a gente disseram e se a tia Maria dos Anjos de Elias se quizesse, ela lavava a roupa à gente, a gente quando …quando vendesse os bilhetes  tirava-se as despesas uma coisa e outra , passava-se a liçença que era preciso , tirava-se a liçença na câmara para ir jogar e mesmo para saber quantos bilhetes se vendia , essas coisas assim , agora a gente ia jogar .

M.M- O sr º quantos anos é que tinha aí ?

M.F- Eu havera de ter para aí uns 18 , 19 anos eu estava perto a casar .

M.M- 18, 19 anos.

M.F- É, eu estava perto a casar , ao depois é … a gente já se sabe jogamos à bola sempre , ganhavam com uns perdiam com outros ,garreavam com uns, garreavam com outros , andavam de rolo naquele campo que era uma vergonha , havia 3 policias, havia o José do norte , José do norte ,havia um outro policia ,  havia um Armano também , que morava aqui numa casa , aqui , esta casa aqui do canto que era Armano ,que era Armano Pecheleiro que era policia , não era o Armano Pecheleiro ? era o Armano Pecheleiro.

M.M- Como é que se chama aquela rua ?

M.F- Era aqui nesta, esta casa  aqui de onde morava o Buraca .

M.M- Ah!… de onde mora agora o mestre Duarte é ?

M.F- É, é ,É ali de onde está o Duarte .

M.M- O mestre Duarte pintor.

M.M-È ,quero dizer … foi de maneira que isto era assim , ao depois a gente …

M.M- Porque têm o nome de vingativos ?

M.F- Quem deu o nome foi o tal rapaz , o Faialense , é que deu o nome de vingativos, a avó desse rapaz ela chamava-se Maria dos Anjos , era uma mulher forte , pois ela disse eu tomo conta de voçês e lavo a roupa e faço os banquetes se for preciso para a gente comer , e ela fez isso , ora a gente , era estraçoada do açougue ,era “coieiras   com batata “ ela fazia aquilo com batata , as coieiras com batata , vinha buscar o vinho , a gente comia.

M.M.- E as camisas ?

M.F-  As camisas ela é que lavava e …

M.M- Eram vermelhas?

M.F- Era vermelhas.

M.M- Igual ao Águia ?

M.F- Ao depois ele não quis as camisas vermelhas , quis umas camisas como o Ideal ,  tinha , assim umas camisas já meias brancas com riscos .

M.M-Riscos de que cor ?

M.F- Riscos verdes .

M.M-  Verdes ?

M.F- Eram uns riscos verdes.

M.M- Mas eram  uns riscos assim ao alto ou ?

M.F- Ao alto assim todo riscado , um risco mais largo , outro risco mais estreito.

M.M- Verde e branco ?

M .F- Sim .

M.M- Porque é que ele não quis mais o vermelho ?

M.F- Não quiseram , porque havia o vermelho a…

M.M- Mas também havia o Ideal que era verde ?

M.F- Pois era , mas a gente , a gente aqui sempre dava mais para o Ideal .

M.M- Porquê ?

M.F- O nosso grupo sempre dava mais para o Ideal , eu não sei porque era , a gente não gostava muito de… do Águia porque diziam que o Águia era o que botava St º António no forno .

M.M- Isto o que é que quer dizer ?

M.F- Ou , sei lá o que é que quer dizer , botava St º António no forno , se não ganhasse  que St º António ia para o forno.

M.M- Ia de castigo ?

M.F- Ia de castigo para o forno,  e eles quando ganhavam St º António era alumiado com velas .

M.M- Era os Capelas é que ponham o St º António…

M.F- Era , era aquela família era os capelas , os capelas , era de mijar de rir para aí com essa família até que , a Maria dos Anjos Elias poê-se neste barulho , chegou a uma altura que a Maria dos Anjos  Elias disse assim eh pá essas dividas  isso estão grandes , isto é preciso agente fazer contas ora no tempo eu não tinha dinheiro , eu não possuía nada , eu ia ás lapas , se eu queria comer eu ia ás lapas , os outros também cada qual ia para seu lado , ninguém tinha nada , imagina , eu sempre conhecia bem , era teu pai ,teu pai eu sempre conheci de criança e conheci mê que era teu tio , teu tio   que casou com uma rapariga de Lisboa que tirava dentes , não era ?

M.M- Porque é que os vingativos desistiram ?

M.F- Desistiram por causa das dividas , eles não tinham dinheiro para pagar a Maria dos Anjos fechou o clube , o clube era uma casinha , era dela , era morava numa casinha e tinha uma casinha pequenina era casa…

M.M- E voçês , e os jogadores aonde é que foram jogar , deixaram de jogar ou…

M.F- Deixamos de jogar , ele pegou nas camisas e botou tude dentro de uma saca , ele foi para a terceira e levou as camisas consigo .

M.M- Ah!… sim ?

M.F- As botas já não prestavam , muitos davam um coise na bola , a bota é que ia com a bola , não tava justo ao pé , era botas sem prestar ora bem , uma vez eu deu um coice na bola saiu bota e tude e , uma vez eu garreie com o Faialense …

M.M- Quem era o guarda redes ?

M.F- O guarda redes era o irmão do Faialense .

M.M- Do Faialense ?

M.F- Era um Manuel que casou com a filha dum tio Morais daqui da  rua das Espigas , isto era finar de rir , e acabou-se , acabou-se não tinham dinheiro para pagar a sua avó como é que a gente havera de continuar naquele jogo , a Maria dos Anjos então disse eh filho eu não posso aguentar isso mais , eu até deu tanto , todas as semanas eh Mariano não dás nada , Eh Mariano mesmo aos poucos , eu disse eme eu vou dar alguma coisa a ganhar , agora ela também andava a vender rebuçados por estas procissões , ela andava com o cú de arrasto por estas valetas a vender rebuçados , e pronte acabou-se e assim foi embora o vingativo .

M.M- Voçês jogaram com …

M.F- Jogamos com a R. Seca , jogamos com a Ribeirinha , Jogamos com o Ideal também , o Ideal , a gente levava tanto golo .

M.M- Com o Ideal ?

M.F- Então ó , eles faziam com a gente o que queriam , o Ideal tinha jogadores bons .

M.M- Quem era ?

M.F- Tinha um guarda redes bom , chegou a ser um Buraca , chegou a ser o Mané Barnabé , o António Barnabé ou lá como que é , ele tinha grandes jogadores o Ideal , tinha o Laurino Carreiro a (  Back ) que é o pai desses Carreiros todos, era um grande jogador , tinha o Manuel Caetano que trabalhou na Câmara , morreu à pouco tempo , era um comprido, grande , que  era aqui do Moinho de Vale , que é o pai desses rapazes …

M.M- Os Vidinhas ?

M.F- Os Vidinhas sim , sim, era o pai assim se passou , e as dívidas , quem ficou com as dívidas foi a mãe do António Elias , é que ficou com as dívidas todas ,ela é que andou de cú  de arrasto para vender rebuçados para repor o dinheiro.

M.M-  Mas para pagar o quê ?

M.F- Para pagar as dívidas que a mulher tinha feito , ela compra o pão , fazia as panelas de comida para a gente comer quando a gente vinha da bola , comprava o vinho , ela também coitada inha buscar isto fiado porque não havia dinheiro , que era para a gente , quando a gente , quando vendessem os bilhetes , ao depois a gente botavam uma corda para ninguém passar , para entrar para o campo , uns saltavam , outros  guindavam , não tinham medo da gente , agora é que eles têm medo para ir para certos lugares .

M.M- Voçês faziam campeonatos  uns com os outros ?

M.F- Faziam lá nada , a gente jogavam , sei lá os campeonatos como era , e os campeõs , naquele tempo não era campeonatos , quem ganhava é que fazia uma folia , vinha fazer uma folia para casa , comer e beber.

M.M- E taças , não havia nada disso ?

M.F- Havia taças ,que eles faziam , eles chegaram a fazer com papeles de prata , forraram mê que era latas , faziam aquelas coisas grandes e forravam com papel .

M.M- Em que lugar é que o Sr º jogava ?

M.F- Era ali no campo .

M.M- Eu sei que era ,  mas em que posição é que jogava ?

M.F- Eu era ( Back ) .

M.M- Do lado esquerdo , ou do lado direito ou centro ?

M.F- Do lado direito , eu jogava sempre ali do lado do tanque .

M.M- Era do lado do tanque ?

M.F- Era do lado do tanque , era direito , eu era ( Back ) direito , e o Faialense era ( Back ) esquerdo , jogava ao lado do caminho , quando a gente jogava nas balizas de cá ,  bem a gente muda de balizas , quando a gente jogava naquilo eu jogava direito de cá , era no lado de baixo , era de lá para cá , eu jogava no lado de cima .

M.M- E quando , quando essa equipa se fundou o Ideal , já tinha aberto ou ainda não existia ?

M.F- Eme já tinha , eme o Ideal já estava aberto , o Ideal tá aberto à muitos anos , eh pá o Ideal tá aberto já à tantos anos , o Ideal e o Águia .

M.M- De onde é que o Ideal tinha o clube nessa altura , era ali na loja do cebola , na tenda do cebola ?

M.F- Eu acho que era aqui na tenda do cebola , parece que era aqui na tenda do cebola , aquilo ali era do Sr º Américo , era do Sr º Américo o gordo .

M.M-Do Américo  Pecheleiro ?

M.F- Do Américo Pecheleiro , aquilo ali era do Américo Pecheleiro .

M.M- E trabalhava com ele , não trabalhava com ele o Arsénio Bravo ?

M.F- Trabalhava com ele o Arsénio Bravo , morava ali na rua de trás .

M.M- Na rua das Espigas ?

M.F- Não , aqui ao pé do Germano da Costa , o Bravo era ali , morava ao pé dele .

M.M- Este José trabalhava com o Pecheleiro não era ?

M.F- Trabalhava com o Pecheleiro , com o  Américo .

M.M- E este Arsénio teve , segundo me dizem foi um dos primeiros que fundou o Ideal mais o …

M.F- Eles é que fundaram o Ideal .

M.M- Eles quem ?

M.F- Foi o Laurino Carreiro .

M.M-O Laurino Carreiro ?

M.F- O Laurino Carreiro que era o pai …

M.M- Era o primo ?

M.F- O Laurino .

M.M- Era o pai de quem ?

M.F- O mestre Laureno , que ele era um mestre , e teve aí vários fulanos e também …

M.M- Não conhece mais ninguém ?

M.M- Tinha aí vários fulanos , eu não me lembro agora de mais ninguém.

M.M-O Gil Furtado tem alguma coisa a haver com isso ?

M.F- O Gil Furtado ?

M.M-O Gil Furtado Paiva .

M.F- O Gil Furtado era da Ribeirinha .

M.M- Mas ele não tem nada a haver com isso ?

M.F- Não tem , não tem ,se ele tinha era lá quando a gente ia jogar , a gente uma vez fomos jogar a um pasto , não havia campo , a gente , havia campo mas era preciso uma licença , passar uma licença na Câmara , e a gente para não pagar a licença nem nada , a gente fomos dar uma desforra , para um pasto , o pasto estava aos “tranbulhães “cheio de “sarragaço “caía um para uma banda ,outro para a outra ,misíricórdia , e garreias então-se , algum vinha sem alguma malha de cabelo na cabeça , era de guerrar , naquele tempo isso era um caso sério, não é como agora , isso agora não há “garreias “nenhumas .

M.M- Quanto tempo é que aguentou  essa equipa dos Vingativos ?

M.F- Aguentou , aguentou para aí , pouco mais de um ano .

M.M- Pouco mais de um ano ?

M.F- Pouco mais de um ano , ela também começou-se a queixar que não podia aguentar mais, ela já tinha já, já tinha uns trezentos mil reis de dividas ,eme era muito dinheiro, ela coitada…

M.M- Era muito comer ?

M.F- Ela “inha” buscar o vinho, o vinho era fiado, o pão era fiado, o pão, ela uma vez comprou um carrinho, o pão era vendido em carrinhos , em carrinhos assim com dois varales , e ao depois , ela toca a encher duas sacas de pão para a gente comer,  a gente comia era com “coieiras” que iam buscar ao açougue, as “coieiras” das vacas, era o que a gente comia com batata.

M.M- Eh pá e voçês, a sede, o clube era lá em baixo no curral ,não era ?

M.F- É, o clube dos Vingativos era no curral .

M.M- Era lá em baixo ?

M.F-É, quer dizer  que para entrar lá , era preciso , era preciso levar umas chaves, aquilo era perigoso , aquilo era , quem entrava lá era preciso falar bem lá ,senão ele não saía a cancela do curral para fora , aquilo naquele tempo era tudo , aquilo era tudo gente de porta de  acolá para dentro, era os Teófilos , era os Frades, era os Elias , sabes lá que qualidade de gente era aquela que tava ali para dentro .

M.M- Então ,esta equipa era tudo gente ali do curral ?

M.F- Era tudo dali .

M.M- Era tudo gente dali ?

M.F- É, era tudo dali.

M.M- O Teófilo foi aquele que ao depois , foi guarda redes de …?

M.F- O Teófilo chegou a ser guarda redes do Águia .

M.M- E o filho dele, foi aquele que foi jogar para o Lusitânia ?

M.F- O filho dele ao depois foi para a Terceira.

M.M- Para o Lusitânia ?

M.F- Foi , foi jogar para lá ,dois irmãos.

M.M- O Sr º diz que tinha uma cancela no curral ?

M.F- Não, aquilo era um curral , não tinha cancela, mas se tinha nome de curral , devia de ter uma cancela , mas não tinha cancela .

M.M- Não havia animais para ali ?

M.F- Não havia , havia cães quem entrava lá de noite … aquilo quase todas as casas tinha um cão deitado à porta , assim que ladrava um , não prestavam para nada , mas assim que ladrava um misiricórdia ,era uma música , era a música dos cães , a gente finavam-se de rir acolá para dentro, isso já …

M.M-O que é que voçês faziam no clube ?

M.F- Eh pá mas isso já à mais , isto já tem mais de 40 anos .

M.M- Então não tem, então se o Sr º tinha 19 anos , tem 80 e ?

M.F- 83 .

M.M- 83 , pronto à 72 anos , eu vou fazer as contas.

M.F- 19-20, eu joguei dos 19 aos 20 anos ,é que eu jogava à bola, imagina isto já quantos anos tem ?

M.M- Espere lá, eu vou fazer as contas de novo 83, isto foi mais ou menos em…

M.F- Ao depois rebentou a guerra .

M.M- Em 34.

M.F- Ao depois arrebentou uma guerra, que a gente colamos os vidros com papel.

M.M- Isto foi em 1934 , o campo já não era ali em cima , não é ?

M.F- Não é ,era ali.

M.M- Isto deve de ter sido, em 1934-1935.

M.F- Teu pai quando fizeram o campo ali , ao depois foi para ali trabalhar os filhos do Cabido, do Sr º Cabido, não te lembras do José Cabido , o José Cabido morreu à pouco tempo não foi ?

M.M- O José Cabido está vivo.

M.F- O José Cabido está vivo ? Ah!…isto era o irmão, o José Cabido a mulher é que morreu, a Dona Odete , eu cheguei a trabalhar em casa aqui no cabo da Vila .

M.M- O que é que o Sr º fazia ?

M.F- Arranjava-lhe o quintalinho .

M.M- Era vinhateiro ?

M.F- Não era vinhateiro, ia lá dar horas de serviço .

M.M- Mas o trabalho do Sr º foi sempre no mar não era ?

M.F- Era no mar , e ao depois acabei do mar… é já se sabe  , eu fazia qualquer coisa que me mandavam fazer, aqui no quintal das Mirandas, eu também trabalhava aqui .

M.M- O Sr º Cirino Também ?

M.F- O Sr º Cirino , trabalhava aqui…com o Sr º Cirino eu levei quase 21 ano ,o Cirino , o Renato eu já estava lá quando ele ainda  foi para a Terceira para a tropa , e ao depois casou lá na Terceira veio, o Didio é o ultimo compadre que eu tenho, de uma mais moça que é  casada hoje em Lisboa , em Braga eu trabalhei muito…

M.M- Quantos filhos é que tem ?

M.F- Tenho 10, veio 10 e tá tudo vivo aí , não morreu um .

M.M- Não morreu um ?

M.F- E com tanta fome que passaram .

M.M- O Sr º já casou duas vezes ?

M.F- Duas vezes eu tenho 3 da primeira .

M.M- Que é o Manuel ?

M.F- O Manuel Frade.

M.M-É o mais velho ?

M.F- O José Frade Carreiro Moniz, que está no Canada e é o Alfredo Frade que trabalha aqui na fábrica do leite.

M.M- O Sr º disse por ordens de idades não é ? o Sr º disse o mais velho, o outro e o outro, o abaixo ,e o abaixo ?

M.F- Os 3 , da primeira , e desta tenho 7 , quer dizer 10 filhos não morreu nenhum , tá tudo aí , e todos eles passaram fome ,  todos eles passaram dias a eito com papia ,farinha fervida na panela .

M.M- Estes é que ponham o Stº António no forno não?

M.F. Era a família deles , era a avó os avôs, não ponham o St º António no forno, eles diziam assim se a gente não ganhar, isso era o Águia , se agente não ganhar St º António vai para o forno , eu também nunca vi com os meus olhos , já se sabe que é mentira , iam botar St º António no forno, e era o Teixeira que havia na Vila Nova , diz que levava o livro do São Cipriano debaixo do braço .

M.M- Quem era esse Teixeira ?

M.F- Era um Teixeira da Vila Nova , acho que era meio amaricado , e ele diz que levava o livro de São Cipriano, eu também nunca vi .

M.M- Para quê ?

M.F- Eme diz que dizia ali umas palavras e o Águia ganhava .

M.M- Ganhava sempre ?

M.F- Sei lá .

M.M E o Ideal não fazia nada ?

M.M- Quando o Águia perdia estava esquecido do livro, não falava para o livro ,quando ele não ganhava então é porque ele não leu bem no livro, não pôs as coisas em condições.

M.M- Os de Trás dos Mosteiros vinham aqui dar uma desforra, não era ?

M.F- É , os de Trás dos Mosteiros, arranjavam 11 jogadores ao depois vinham aqui abaixo jogar , com os jogadores do curral que eram os Vingativos .

M.M- Jogavam a onde ?

M.F- Ás vezes a gente jogavam em Trás dos Mosteiros , quando era em Trás dos Mosteiros a gente tinha que desforrar com eles lá acima , ali naquele largo que tem  acolá em Trás dos Mosteiros , era acolá que a gente jogavam , quando aquilo, quando tiravam uma licença ,a gente jogavam  era no campo da bola , quando era para ir à Ribeirinha a gente não tiravam licença , a gente ia jogar para um pasto que havia .

M.M- E lembra-se do … dos Rambóias ?

M.F- Os Rambóias .

M.M- Lembra-se disso ?

M.F- Então não me lembro dos Rambóias , os Rambóias já foi depois da gente .

M.M- Quem é que jogava nesses Rambóias ?

M.F- Era tanto corisco que agora não me lembro , jogava rapazes da R. Seca, jogavam daqui .

M.M- O Gabriel , o Gabriel Leite ?

M.F- O Gabriel Leite, comia alguma coisa lá no Clube, agora o Gabriel jogava nada, eu não me lembro de ele jogar.

M.M- Nesses Rambóias ?

M.F- Nesses Rambóias .

M.M- Qual era a cor da camisola deles ?

M.F- Eu não tou visto.

M.M- Não tá ?

M.F- Não.

M.M- E o Sr º lembra-se de uma outra equipa aqui, chamavam a equipa dos casacas das pessoas ricas ou finas aqui ?

M.F- Não, não me lembro .

M.M- O Medeiros Pavão o Sr º Amadeu Coutinho ?

M.F- Eles sabiam jogar era a meio da noite, era com quartios na loja do Jaime Borges, isto era  um grupo ,os jogadores da loja do Jaime Borges era da beira da noite, havia um Tavares havia um chefe de…mas havia gente boa naquele tempo, eme  aquilo era gente boa, havia o Sr º Pavão também era uma pessoa boa, para mim ajudou-me bastante o Pavão ajudou-me bastante no tempo, era o Pavão e era o Roberto que trabalhava com o …  que era muito amigo do teu tio, de um tio teu, irmão do teu pai, que casou com a tal enfermeira de…

M.M- Meu tio Mário.

M.F- Sim o Mário, e era o Roberto ,que era um Roberto.

M.M- Roberto quê ?

M.F- Ali diante do Sr º Ângelo Alfinete, aquela viuva que tem …

M.M- Manuel Roberto .

M.F-  Manuel Roberto, ele era caixeiro do António Pombeiro .

M.M- Do Sr º António Pombeiro .

M.F- É ,ainda no outro dia estive falando com a mulher deste Sr º Roberto, a esposa desse Sr º Roberto.

M.M- Ela está viva .

M.F- Sim tá viva a mulher, esteve falando comigo na farmácia e a filha conhece-me muito bem, aquela família conhece-me muito bem, e mesmo a Dona Laura da farmácia conhece-me muito bem ,o Drº António do lameiro, o Pedro isto é gente que me conhecem  que misiricórdia , quando me vêm dizem-me logo que adeus, são pessoas muito boas ,o Dr º António é que me deu aquela madeira para aquelas minhas portinhas novas e tudo , foi o Dr º António é que trouxe ainda na carrinha para ali, e eu é que levei dali para a fábrica do Vieira, mas eu parece-me, que na fábrica do Vieira, que eles me enganaram, ficaram com madeira boa e deram-me madeira laparoza verde , porque, a porta assim com o tempo ficava aberta, quer dizer, é preciso saber com quem é que a gente fala .

M.M- Mas ao depois o Sr º não quis jogar no Ideal , ao depois ?

M.F- Não ,não, eu nunca jogava no Ideal .

M.M- Mas gostava do Ideal ?

M.F- Gostava, era o grupo mais preferido ,era o Ideal , o meu filho jogava lá.

M.M-O Manuel ?

M.F- O Manuel era guarda redes.

M.M- O Manuel jogou lá depois do Biráca, não foi  ?do António Biraca ?

M.F- Foi, o Manuel era bom guarda redes, o Manuel Frade , era um bom guarda redes, é mas naquele tempo levava uma canelada, vinha para casa eu é que lhe sofria, não recebia 10 centavos, não davam nada , não recebiam nada.

M.M- Não recebiam nada ?

M.F- Nada .

M.M- Mas as pessoas gostavam, iam para o futebol ?

M.F- Ah!… entretiam-se para acolá , eh meus colegas.

M.M- Este também jogava ?

M.F- Jogava.

M.M- Este também jogava ?

M.F- Nos Vingativos.

M.M- Jogou ?

M.F- Eh José, e também comeu algum bocado de coieira , eh José, José tua mãe não fazia a comida para agente comer, quando a gente jogavam nos Vingativos , eh lá, e a gente ficamos devendo a divida toda a ela.

JOSÉ CÂMARA, mais conhecido por : ( José Preto “o terrorista” ) .

J.C- Na loja do grão, a loja do grão.

M.M- A loja ?

J.C- Chamavam a loja do grão .

M.F- O nosso Clube era loja do grão .

M.M- Do grão ?

J.C- É,É .

M.F- A loja do grão .

M.M- Porquê ?

M.F- Porque é porque lá a gente, comia alguns grãos de favas cosidas com alho e pimenta, e rabos de vaca, ás vezes era rabiças de vacas, era aquilo o que a gente comia, e era coieiras de vacas, não era José ?

J.C- Era, coieiras de vaca .

M.M- Consolava, a mãe sabia fazer aquilo bem feito.

J.C- E sopa de fueiro , a modos de ficar negro .

M.M- Ele ficou a dever dinheiro não foi ? foi um calote ?

M.F- A mãe, a gente nunca pagamos o que távamos devendo a ela .

M.M- A que é que jogava, a ponta quieta ?

M.F- Este para a ponta quieta  táva bom com ele .

J.C- Ponta quieta !…era…

M.M- O que é que jogava ?

J.C- Jogava à bola .

M.M- Eh homem, mas em que sitio é que jogava ?

J.C- Jogava à defesa .

M.M- À defesa era ?

M.F- O José Preto não sabe ? eu era ( Back ) , do lado direito

J.C- Era ( Back ), do lado direito era N-º 1 .

M.M- Do lado esquerdo ou do lado direito ?

J.C- Do lado esquerdo .

M.M- Era canhoto ?

J.C- Era .

M.M- Quem é que era a avançada de voçês ?

M.F- Eu sei lá quem é que era a avançada .

M.M- O Teófilo é que jogava à baliza de voçês ?

M.F- Não o José, era avançado .

M.M- O Teófilo ?

J.C- O Teófilo era avançado centro .

M.F- Não o Teófilo jogou com a gente foi só uma vez ou duas , que ele não gostava de jogar nos Vingativos .

M.M- Onde é que ele jogava ?

M.F- Era no Águia .

J.C- Era vermelho .

M.M- Sim, mas quando ele jogava com voçês em que lugar é que ele jogava ?

M.F- Era guarda redes, era ,era no tempo que o…

M.M- E quem era o avançado centro de voçês ?

M.F- Era o …

M.M- O Faial ?

M.F- Era, o José , o José o saca das bolas, ele chamava-se o saca das bolas.

M.M- Porquê ?

M.F-É porque ele sacudia as bolas, ele tinha um jogo e sacudia as bolas numa saca, e ao depois botavam a mão, e a bola que tiravam se era para ganhar, era para ganhar, se era para perder, era para perder.

M.M- Eh pá isto era ao quino ?

J.C- Ele sacudia a saca das bolas, a  bola quando saía entrava outra vez.

M.F- Era finar de rir.

M.M- Voçês ganharam algum jogo ?

M.F- Ganhamos alguns e perderem sempre, a gente ganhava, era em casa da Maria dos Anjos de Elias, em casa da Maria dos Anjos de Elias , sempre ganhavam porque a gente comia, alguma garrafa de vinho, algum prato de coieira, algum bocado de pão de trigo, o nosso mal era fome, a gente iam jogar, era só para quando acabassem de jogar, virem comer, a Maria dos Anjos dizia assim: eh Mariano, enta filho da nação, isto já vai adiantado, vira-se eu assim, a gente não tem um grupo bom, para a semana há - de vir um grupo de fora, a gente vai montar um grupo bom, e vai-se fazer dinheiro para pagar essas dividas, até hoje  que Maria dos Anjos viu as dividas por pagar, era a mãe deste. ( J.C ) .

M.M- Quem é que ia tirar as licenças ?

M.F- As licenças era o capitão de jogo .

M.M- Aquele é que era o capitão, é ?

M.F- Não era, não era.

J.C- Era major.

M.M- Quem era o capitão ?

M.F- Era o Faialense .

M.M- O Faialense ?

M.F- O José Faialense é que era o capitão, eh António quando tua mãe  fazia a comida para o Vingativo, tu quanta idade é que tinhas ? ele também comia com a gente, era na loja do tio grão .

M.M- Na loja do tio grão.

M.F- Tio grão.

M.M- Mas aquilo era uma loja de vender coisas ou era …?

M.F- Eme, era a nossa loja, era um mostrador que a gente fizemos com umas costaneiras…

J.C- Numa casa velha.

M.F- Numa casa velha, fizemos ali um mostrador para a gente…

J.C- Era o clube.

M.F- E uma mesa para a gente comer e tudo, era o nosso clube .

M.M- Era um clube para comer e beber não é ?

M.F- Era um clube da gente comer, e ficar devendo ao dono nunca lhe pagaram à Maria dos Anjos de Elias, ela é que ia vender rebuçados, para arranjar o dinheiro, para pagar aos donos, era coieiras, mas as coieiras eram compradas, pois, e o pão era o carrinho é que trazia, o pão, o pão era do Gouveia, de um Chico Gouveia, era pai desse Ildeberto, era pai dele, que morava naquelas casas acolá ali em cima, credo, quando viam o pão, o pão vinha numa canastra, quando a gente via, canastra do pão, a gente dizia assim, temos que comer, vá para baixo à conta de Deus, a gente é preciso comer, a gente queria era comer, a Maria dos Anjos tinha a paciência, fazia aquela comida bem feita, ah !…fazia Deus te livre, a gente consolavam-se a comer, vinho não faltava, ás vezes era alguidares de vinho, alguidares de vinho.

M.M- Alguidares de vinho ?

M.F- Alguidares de barro, alguidares cheios, a gente vinha com uma tigela.

M.M- Como é que voçês iam buscar esse vinho ?

M.F- Eme não faltava quem vendia, havia muito vinho naquele tempo, esta beira mar era tudo vinha.

M.M- Era tudo vinha é ?

M.F- Era tudo até à beira da rocha, isto era tudo vinhas por aí abaixo.

J.C- A minha tia fazia vinho lá, os Tachinhas .

M.F- Os Tachinhas, a gente tinham o vinho dali.

J.C- Aqueles alguidares de barro.

M.F- Cheios de vinho.

J.C- Aquelas pipas de madeira.

M.F- E a gente iam buscar à casa das Burcós, para o moinho que hoje é do Carlota.

M.M- Ah ! são os Burcós na altura ?

M.F- É, a gente iam buscar lá talhas, e jarras de barro, cheias de vinho para a gente beber cá em baixo, a gente levava, a gente levava duas patacas, três patacas traziam uma talha de vinho.

J.C- Aquele também, aquele que tá ali.   

M.M- Ele também jogou aquele ?

M.F- Não jogou, ah! Não jogou.

J.C- Era rapazinho.

M.F- Era criança, não jogou .

J.C- O Alves Pinto.

M.M- O seu nome ?

GABRIEL MEDEIROS LEITE

M.M- E a idade ?

G.L- O Sr º qual é a idade que quer por ? 77.

M.M- 77 é ?

G.L- Ali calado.

M.M- Em que ano é que nasceu ?

G.L- Não sei bem agora não me lembro.

M.M- 77 ?

G.L- 77.

M.M- E o dia em que nasceu , o Sr º nasceu aqui ?

G.L- Nasci na R. Grande, nasci aqui .

M.M.- Em que rua é que foi .

G.L-Foi na R. Grande, na rua do Guilherme do Rego .

M.M- Qual é essa rua?

G.L-Eme, é ali a rua de São Gonçalo Bezerro, ali ao pé da loja do Fona .

M.M- E há quantos anos o Srº... o Srº jogou no Rambóia foi ?

G.L- Foi.

M.M- Qual era a cor das camisolas ?

G.L- Aquilo qualquer camisa servia, (risos) .

M.M- E de onde era o clube ?

G.L- O clube ? Era numa palha de burro, (risos).

M.M- Aonde ? Era na Conceição .

G.L- Srº ?

M.M- Era na Conceição ?

G.L- Não era, a gente jogava sempre para o lado da Matriz.

M.M- Não mas o clube aonde é que era ?

G.L- Agora a a gente tinham clube, a gente quando se despia, lá dentro, vestia-se era no campo, o resto era levado numa saca de lona (risos).

M.M- Quem é que deu este nome de Ramboia ?

G.L- Quem é que deu ? Foi eles quem mandava, (risos).

M.M-O Srº quantos anos é que tinha quando jogou nisso ?

G.L- Ah !... ainda era novo, mais novo do que sou agora.

M.M- É claro, o Srº o que é tinha ?

G.L- Tinha aí, 60,60 e tal, mas também era um moço novo,todos os dias da manhã a rapariga ponha-me um café com chá, um café com leite, era oque eu bebia de manhã chegava à hora de ir caçar...

M.M- Já havia o Águia e o Ideal quando estes Ramboias ?

G.L-Já havia o Ideal.

M.M- E foi depois do tempo da Guerra, estes Ramboias ? foi depois ou...?

G.L- Foi antes ou foi depois, ou foi na ocasião, eu acho que não, eu acho que já foi depois da guerra.

M.M- Ah! sim e o Srº jogou logo no principio no primeiro ano ?

G.L- No primeiro ano.

M.M-E quem é que jogava mais consigo ‘? gente que...

G.L-Era mais...

M.M- Nomes ?

G.L- Os nomes deles eu não sei.

M.M-Já não sabe ? E voçês jogavam com quem ?

G.L- A gente jogavam com aqueles grupos que, é a missãose aparecer naquele dia como a gente também ia aparecer,assim como o Águia.

M.M- Jogaram com o Águia ?

G.L- Com o Águia.

M.M- E ganharam.

G.L- No tempo o que é que o Águia tinha ? Tinha era rabusga, (risos).

M.M-Voçês ganhavam o Águia ?

G.L-Então não ganhavam o Águia ou que é, o Águia não era mais do que a gente.

M.M- E o Ideal ?

G.L- A gente tinha mais resistência, se eu jogava no Ideal.

M.M-Jogava no Ideal ?

G.L- Eu jogava no Ideal.

M.M-E os Ramboias?

G.L- Os Ramboias, os Ramboias os paços com ele. (risos).

M.M-Mas não chegou a jogar nos Ramboias ?

G.L-Eu quando eu joguei eu corri muitas coisas, muitas equipas .

M.M- Qual foi as equipas que o Srº jogou ?

G.L- Eles botavam-me com uma barreta na cabeça e ia... (risos).

M.M-É o quê ?

G.L- Para não cair o bolor, (risos).

 

ENTREVISTA COM: GILDO ELÓI  FURTADO PAIVA.

 

M.M-Portanto vais dizer a...

G.P- O nome.

M.M- O teu nome.Hoje é Junho de 1926 dia (?).

M.M- Ele vivia na rua ?

G.P- Rua João Nº 2, onde morou, o Srº Gildo Furtado Paiva , nascido a 18 de Março de 1910, filho de: José Maria de Paiva Jr .E de: Albina Jr.Natural da Matriz da Ribeira Grande.

M.M- Nasceu aqui nesta rua ?

G.P- Não , não, meu pai nasceu na rua do Passal, rua do Passal, eh! pá, eu não sei o nome daquela casa pá, é uma casa que fica ali ao pé da... ao lado de cima onde morava o Srº Cabral de fronte do Drº Crispim tinha o escritório, naquelas casas, o meu nome é: Gildo Elói Furtado Paiva.

M.M- E idade ?

G.P- 47 anos.

M.M-Bem ,outra coisa, o teu pai a...

G.P- A, o meu pai ,o meu pai quer dizer, eu lembro-me de ele trabalhar sempre na Stª Casa da Mesiricórdia no Hospital da Stª Casa da Mesiricórdia, mas ele antes teve uma mercearia aqui em casa.

M.M- Aqui mesmo ?

G.P- Aqui mesmo, chegou a ter aqui uma mercearia .

M.M- Aqui ou no lado de Baixo?

G.P-Aqui mesmo nesta, e ao depois foi conviado pela adminis... p’la mesma,digamos, da Stª Casa da Mesiricórdia para ir gerir, para fiel de armazém,  isto era a segunda casa dele, e depois tinha o controlo daquilo tudo e tinha a pensão alimentação, enfim tudo o que dizia respeito ao Hospital, ele é que tomava conta daquela coisa toda.

M.M-Teu pai chegou  a trabalhar quando jogava no Ideal ,numa loja ali do Srº, no canto da cascata ?

G.P-Sim, sim, ele disse-me isto uma vez.

M.M-Do Srº Américo ?

G.P-Sim, sim chegou a trabalhar com o Srº Américo, sim, sim, era novinho, era novinho.

M.M- O Srº Américo da Pecheleiro.

G.P-O meu pai era novinho quando foi para ali , ele disse-me isto uma vez o Srº Américo era... Como é que eu heide dizer, o Srº Américo tinha uma loja, isto não é do meu tempo, eu não me recordo, eu lembro-me do Srº Américo.

M.M- Tinha uma mercearia.

G.P-Tinha uma mercearia antes de montar por sua conta, ele disse-me isto uma vez.

M.M-Ele nunca te chegou a falar do Ideal.

G.P-Não,o Ideal não, eu não sei nada de pormenores, simplesmente ele disse-me uma vez, uma...que fundou o Ideal juntamente mais um amigo dele, eu tinha para aí uns 6 ou 7 anos.

M.M-Era o cunhado ?

G.P-O cunhado do meu pai? Não, não.

M.M-Era o Manuel Garrido.

G.P-Não,não.

M.M-Seria ele o Arsénio Bravo ?

G.P-Eh pá isso não sei, isso não sei eu, acho que tinha...

M.M-Ele disse-te isso que tinha fundado o Ideal com um amigo?

G.P-Com um amigo,sim,foi um dos fundadores do Ideal agora como é que a coisa foi feita não te posso dizer.

M.M-Não te disse mais nada de quem construi o Ideal ?

G:P- Não,não, nada relacionado com o Ideal, eu não me recordo,agora da banda isto já é do meu tempo, que eu andava com a banda.

M.M-Este verde e branco tem alguma coisa a ver com o Ideal

G.P-Não, não eu nunca joguei no Ideal.

M.M-Mas teve uns tempos o clube, entre aspas, o clube foi aqui ?

G.P-Aqui na minha casa, ah! sim, sim isto foi.

M.M-Isto não tem nada a ver, este verde e branco ?

G.P-Sempre foi assim desde que eu me conheço,o meu pai era verde.

M.M-O clube teve aqui.

G.P-Sim,sim.

M.M- E também esteve em vários sitios antes de ir p’ra...

 

M.M-[Segundo outra informação o clube, não teria estado neste local, mas naquela que mais tarde seria a loja do Srº Cebola.( por baixo da casa do Srº Lucindo Pinto, sito ao canto das ruas Marquês Jácome Correia e Sousa e Silva )].

G.P-Agora o Srº Padre Edmundo é pode-se recordar disso tudo, porque ele já tem uma certa idade,pode lembrar-se de muita gente daquela época, agora falar da música sim.

M.M-E a música como é que é,o ultimo amor dele foi a música?

G.P-Sim, o ultimo amor dele foi a música, eu não me recordo.

M.M-Ele afastou-se do futebol porque não gostou daquilo ou...

G.P-De quem do Ideal?

M.M-Não do futebol em geral.

G.P-Sim, quer dizer o meu pai deslocou-se do futebol e dedicou-se mais à música.

M.M- E porquê ?

G.P-Eh! pá,não sei, ele nunca me contou isso,já era muita coisa para ele, e ele era o carola ali da música da Banda Triunfo.

M.M- Não seria porque dava muita chatices, porque a bola também dava chatices.

G.P- Dava muito mais chatices, porque inclusilvelmente ele tinha aqui, trabalhva por amor  à camisola e então a banda, dedicou-se à banda porque, enfim gostava de música, andava atrás dos maestros,havia o maestro Salvador que era um gajo muito irritado,irritava-se por tudo e por nada,morava em Rabo de Peixe.

 

ENTREVISTA COM: HERMANO GROTA ( Aqui na R. Grande).

 

H.G-Ele era sapateiro casou com uma filha do Joaquim Esgalha, que era irmão do meu cunhado, quando eu,aqui à meia duzia de anos vim aqui, fui à loja lá do Joaquim Esgalha , ele teve-me amostrando o armazém atrás,diz que aquilo no tempo, era de arrumar bestas ali naquelas taberninhas todas,aquilo estava cheio de material para a loja,para a mercearia, ele só tem um filho, agora quem é o filho

M.M-Não tem dois,tem um outro na América,tem um outro, que se chama José Joaquim em New Bedford na América do Norte.

H.G-Eu cuidava que era o filho do meu irmão .

M.M- Manuel ?

H.G- Manuel Grota, e era a Inês a filha do Joaquim, era duas filhas que o Joaquim Esgalha tinha, uma que casou com o”Bogango”e a outra casou com o meu irmão,e eu julgava que era só um filho que o “Bogango”tinha.

M.M-Tem dois rapazes.

H.G-Dois rapazes,lá na América.

M.M-São todos do Ideal.

H.G-Ah! já era no tempo,o “Bogango”já era no tempo,o”Bogango”só vivia de roda dos sapateiros,uma coisa os pontos que ele fazia, mas ao depois ele ficou com aquela loja e com a casa, deu lá à cunhada,que era a minha cunhada, a Inês, meu irmão já tinha morrido, deu lá a parte dela ,e foi para o ar.

M.M- E o Srº Manuel Pacheco ?

H.G-Aí está um grande homem.

M.M-A tenda do mestre Manuel Pacheco era mais acima ?

H.G- Era mais adiante.

M.M-Onde está hoje, não é?

H.G-É, onde está hoje, ele fez uma obra grande ali,modificou aquilo tudo, eu ouvi dizer depois de ele fazer obras ali, a modificar aquilo, é que começou a ficar acanhado em casa, não se importa de sair nem nada,não sei.

M.M-Quem toma conta daquilo, práticamente, é o genro.

H.G-É,o genro.

M.M- O Alfredo, o alto, o Srº chegou a trabalhar com ele, o Manuel Pacheco ?

H.G- O Pacheco, não há mais ninguém, por aí como o Pacheco...

M.M-Isto foi depois do mestre Manuel Lucas, não foi?

H.G- Aprendi foi com o Manuel Lucas,  aprendi o oficio com 15,16,17 anos,depois estabeleci-me por minha conta em Àgua de Pau, onde estou hoje ainda, tive lá dois anos fui para a tropa,depois da tropa mudei-me,ali para a Ribeira Seca, para um lugar, já não é nada do que era,para ao pé da ponte, meu sogro quis que eu viesse para ali ,para ficar perto dele, p´ra filha, e a gente ia-se casar, ficavam ali, mas não deu resultado, não conbinou ele comigo, meu sogro comigo, não combinou, eu era muito vingativo, eu, qualquer coisa tinha que ser o que eu queria, eu não tinha dinheiro bastante para aguentar a minha opinião,percebes, eu não tinha nada, vivia era do trabalho,não tinha um escudo comigo,foi o meu mal, ficou tudo perdido, meu irmão mal se lembra-se de mim, chama-me para a América eh! homem que vergonha séria,tá bom ,já percebeu?

M.M-Aquilo na sua profissão quando precisavam de ferrar um animal portanto,cavalos,burros,éguas, ou vacas?

H.G-E bois.

M.M- E bois, iam a ter consigo, e o Srº também ia a ter às vezes aos sitios ?

H.G-Não eles é que me procuravam, quero ferrar o meu cavalo,ou um boi,ou coisa .

M.M-Ia lá  a ter alguém ?

H.G-Yé, eu fazia as ferraduras e fazia os cravos eram poucos, agora é que já vem cravos de fora já feitos, cravos como fazem pregos, agora fazem cravos.

M.M-E tinha gente a trabalhar consigo?

H.G-Nunca tive, assim muito tempo gente a trabalhar comigo,às vezes algum, a gente tem um lugar que possa desenvolver, já o Srº percebeu? a gente tem que ter ajudas para se desenvolver, um fulano sozinho, não esgravata coisa para aumentar,é coisa para ir tentiando.

M.M-O seu cunhado,que tinha mais à frente aquela loja,tinha mais à frente também uma oficina de ferreiro.

H.G-Yé,o Manuel Pereira.

M.M-E ferrador também ?

H.G-Não, não, era só serralheiro.

M.M-Era só serralheiro ?

H.G-Era só serralheiro e ferreiro de ferrar rodas.

M.M-O Manuel Pereira ?

H.G-Yé, o Manuel, ele era entendido para essas coisas,de tractores arados para soldar uma coisa dos arados que gasta a ponta na terra, ele soldava umas pontas novas lá.

M.M-Eu cheguei a falar com ele, como eu estou a falar aqui com o Srº no gravador, e eu tenho gravado, e as ferramentas dele está lá em cima no museu.

H.G-Ah! o filho deu isto tudo para o museu ?

M.M- Algumas e outras a gente conseguiu,ele com quem é que aprendeu ?

H.G-Com o pai.

M.M-O pai era serralheiro ?

H.G-O mestre Manuel Oliveira era ferreiro, não ferrador, serralheiro ferrar rodas e... isto gasta a manga da roda,o pano da roda ao depois deitam-lo um enchimento para ficar cheio, para consertar a roda,esses coisas assim.

M.M-A casa dele era no Cabo da Vila à esquerda?

H.G-Aquilo agora pertence à Câmara.

M.M-Uma garagem da Câmara?

H.G-Yé,arrumavam, eu não sei,à anos para trás um carro da bombaria dos bombeiros, que aquilo era comprido, era comprido estás a perceber, aquelas oficinas foram obrigadas a vender à Câmara da R.Grande, o mestre José de Pina,o mestre Amâncio,o mestre José Cavaco que era Latoeiro, o mestre Amâncio Macaca,foi tudo obrigado,o mestre Afonso Morais, ao depois ficou o filho lá que é o Firmo Morais, seus pais morreram ao depois, e ele é que era o dono daquilo tudo, aquilo era encostado à farmácia, ali na farmácia do Hospital.

M.M- E porque é que foram obrigados.

H.G-Foram obrigados a vender, porque o Srº Drº Lucinto é que era o presidente da Câmara nessa altura, e queria, ele fez direito, queria fazer uma limpeza à rua direita, que aquilo era uma porcaria, carroças, automóveis, então comprou aquelas oficinas todas.

M.M- O Srº já não estava cá ?

H.G-Ah não.

M.M- E o mestre José Zeferino de onde é que tinha a tenda ?

H.G-O mestre Zeferino,o Zeferino que jogou à bola ?Era antes de chegar ao Hospital, quer dizer do campo da bola para cá, à direita havia ali o Machado Simão,depois havia ali uma casinha velhinha de um casal velho, escondidinho ali ,que era do Pecheleiro, o pai daquela Sª que casou com o Zeferino, e ao lado de cá, era a casa do meu sogro,e o outro lado tinha duas portas,era onde trabalhava o Zeferino.

M.M-Era, já quase encostado ao Hospital.

H.G-Era encostado ao portão, o portão que há ali que dá para o Hospital.

M.M-E esse mestre José Zeferino é da sua idade não é ?

H.G-Yé.

M.M-Era marceneiro ?

H.G-Era marceneiro, ele entretia-se ali, a fazer alguma coisa.

M.M- O Srº já disse que ele jogou consigo, mas que tinha o primeiro desafio no Ideal?

H.G- No Ideal, foi, a gente fomos juntos para o campo, eu tenho pena de não me recordar bem o nome dos outros.

M.M-O Srº já se recordou de mais alguns.

H.G-O José Zeferino .

M.M-Eu falei neste com o meu pai.

H.G- Exactamente, de onde eu me lembrei é verdade,e eu lembrei-me do Manuel Gaspar, que é o irmão do Duarte Gaspar, da outra vez que a gente falamos eu não me lembrei dele, meu primo, fomos para o campo juntos.

M.M- E também se lembrou do outro, do guarda redes ?

H.G-Exactamente, também não me lembrei agora é que avivou mais alguma coisa, o Teófilo,o que vendia pão de trigo, o Mândioco também, e ao depois foi o Barnabé.

M.M- Neste primeiro jogo também ?

H.G-Não, não foi,aquilo antes foram melhorando aquilo.

M.M-O Barnabé era guarda redes.

H.G-Era um bom guarda redes.

M.M-O Mândioco ou o Maroto ?

H.G- Maroto, distribuia pão de trigo, a mãe ou lá quem era.

M.M- Foi no primeiro jogo ou foi depois ?

H.G-O Maroto ?acho que não, eu já não sei,não tenho a certeza .

M.M- Mas jogou consigo?

H.G- Yé, a gente jogamos, Yé.

M.M-E o Hermano Pereira, o Srº lembra-se, também jogou nesse jogo?

H.G-Então não,ele era “ Half “ direito, e eu era “Half” esquerdo.

M.M-Eu tenho aqui uma fotografia...

H.G- Do Hermano?

M.M-Não sei se é dele, o Srº vai ver.

H.G- Era um rapazinho, era novo como a gente, ele ao depois quando foi lá de visita, eu achei-o muito diferente, muito grosso.

M.M- Veja se é algum desses, esse que tem a cabeça amarrada.

H.G- Quem é que tem a cabeça amarrada ?

M.M- Dizem que é um Hermano Pereira .

H.G- Não, o Hermano Pereira o seu lugar era “Half” direito, e eu era “Half” esquerdo, a gente era do mesmo tamanho, do mesmo tamanho, e com o mesmo corpo.

M.M-E o Manuel Gaspar, o que é que fazia ?

H.G- Ponta direita.

M.M-Era ponta direita.

M.M-Portanto este Manuel Gaspar, o Srºdisse também, que ele tinha, tinha aprendido já um bocado tarde, tinha aprendido o oficio...

H.G-O oficio de ferrador, aprendeu com o cunhado na Ribeirinha.

M.M-Que cunhado ?

H.G- O cunhado o António Pinheiro, o António Pinheiro que casou com a minha prima Eliza era irmão do Manuel Gaspar.

M.M- E este Srº embarcou ? 

H.G-Ele foi para o Canada e morreu lá e o meu primo Manuel Gaspar, morreu no Canada também, já morreu lá ,era mais velho do que eu dois anos.

M.M-Este Hermano Pereira também foi, não é também embarcou ?

H.G- Foi para a América, mas não foi para a Califórnia, foi para”east” onde vai muito português, ele foi para ali, este guarda redes?!

M.M-Este guarda redes é o Buraca .

H.G-É o Buraca ?

M.M-É, era o António Buraca.

H.G-Foi um guarda redes bom do Ideal, e agora o que eu  acho aqui, já não me recordo, se era ao alto as listas, se era assim, era assim com certeza ,porque está aqui assim.

M.M-Não, não sei, quer dizer porque eles mudaram isso, não é, podem ter mudado.

H.G-Yé, não, não mudaram nada então,eu não me recordo da verdadeira equipe, se era ao alto as listas se era assim como está aqui, já percebeu ? Mas devia de ser como está aqui, eles conservaram sempre a mesma coisa não é verdade? Assim atravessado, e agora eu estava confundido se era ao alto, não deve de ser (?) se aqui está assim, é porque é assim mêmo está a percerber ? Não iam mudar aquilo.

M.M- Mas não eram todas verdes ? Tinham riscas ?

H.G- É exactamente verdes, agora eu tava confundido, aqui era atravessado, eu tava confundido que era ao alto,já o Srº percebeu ? Se está atravessado é, tá representando o primitivo, não tenho a certeza então, deve de ser assim, eu penso que era ao alto, não posso  afirmar.

M.M- Mas este mestre Manuel Gaspar também tinha um apelido ?

H.G-Consola.

M.M-Consola.

H.G- Yé, a gente não le conhecia por outra coisa, o Manuel Consola.

M.M- Ele é muito mais velho do que o irmão Duarte não é ?

H.G- É, é, ele era mais velho do que eu dois anos.

M.M- Ah!

H.G-O Duarte era um rapazinho novo, eu andei com o Duarte ao colo, a gente caimos no canto do cebola, a minha mãe disse vais levar teu primo Duarte a casa ? E eu trazia-lo ao colo, chegou à loja do cebola, tinha havido, tinha chovido muito, tinha trazido terra pela rua das Pedras abaixo, aquilo no tempo era terreiro tudo, ali ao canto do cebola tinha ali terra das águas que tinha vindo, e quando eu ia passando ali para ir para a casa da minha tia, que é a casa da (?).

M.M-Aqui ao lado não é ?

H.G- Exactamente, eu atrapalhei-me ali na terra, com pedras e terra eu caí mais ele.

M.M- A sua rua também era de terra ?

H.G- Não.

M.M- Já era de pedra ?

H.G- Era, foi sempre de pedra aquela rua.

M.M- E o largo de Stº André ?

H.G-Ah! Aquilo era tudo terreiro.

M.M- Era ali que voçês jogavam ?

H.G-  Não, jogavam a meio da rua .  

M.M- Sim,mas voçês jogavam à bola.

H.G-Eh! Era lá em baixo no (?).

H.G- Ali em baixo naquelas ruas, naqueles cantos daquelas ruas que atravessa, a gente brincava ali mêmo no caminho,não é, não havia policia nem nada que incomodasse a gente, quem será esse de cabeça amarrada ?

M.M- O António Buraca diz que isso é o António Pereira, o Hermano Pereira .

H.G-Ora bem.

M.M- Esses são mais novos, isso é uma outra fotografia, essa outra fotografia aqui é mais nova .

H.G- É mais nova ?

M.M- Esses são mais novos, são rapazes mais novos,são rapazes aí para uns 50 anos.

H.G- Para 50 agora não?

M.M- Esses daqui tem o Arrenegado?

H.G-O Arrenegado é verdade já não sei a que é que ele jogava.

M.M- Aqui no Ideal lembra-se de ele jogar ?

H.G- Yé, eu lembro-me deste nome mas dizer a pessoa .

M.M- É este aqui ,este rapaz está na América, é esse, o pai também era Arrenegado morava ali na rua do Saco,eram....

H.G-Eles são os Arrenegados?

M.M- Vendiam carne.

H.G- Vendiam carne ?

M.M- Eram encherqueiros.

H.G- Ah! Encherqueiros matavam porcos e vendiam.

M.M- Tem aí um Viga, um Santos, tem aí um Frade .

H.G- Ah! Daquela família...

M.M- Tem aí um Frade.

H.G-Ah! Frades da rua da...

M.M- O filho do Mariano Frade.

H.G- Da rua das Espigas, esses Frades eram ali da rua das Espigas .

M.M- Até o tenho aqui .

H.G-Ah! Tem, tem, vai-se deixando não é ?

M.M- O Srº disse-me que no principio que no primeiro jogo, quando fizeram o primeiro jogo, já sairam da sede ali do clube ?

H.G- Lá da casa, dali daquele quartinho pertencia ali.

M.M-O srº explique lá outra vez como é que foi, saíram dali e ao depois?

H.G-Antes do grupo tá formado,a gente já estava....Aqueles que estavam encarregados daquilo tudo, como será que a gente vá arrumar a equipe e quando for para jogar e coisa, tavam planear aquilo, e lembraram-se daquele quartinho de casa que era do meu pai, como eu ia jogar falei com meu pai a... falei foi com a minha mãe,eh mã,a mã se quisesse a gente despiam-se aqui, vestiam-se para ir jogar à bola, eu despia-me era em casa tudo era ali dentro,e a minha mãe é que ficou ,quando a gente acabava o desafio para correr aquilo por água, e coisas, correr a ferro para a gente jogar da outra vez, quando fosse jogar d’outra vez e assim foi, também não sei quantas vezes usaram isso assim, e ali é que a gente se mudava de roupa, também não tinha lugar para mais nada, era só para mudar de roupa, fechava-se a porta por causa dos pequenos, aquilo era tanto rapaz para ver o Ideal, faz-se ideia naquele tempo,a banda de música foi buscar a gente ali .

M.M- E voçês ao depois foram ?

H.G-A gente viemos para trás para o canto do José cebola, agora aqui, preparamos para o campo das reses, passar ali as pontes, muito contentes já se sabe tudo rapazinhos novos, tudo gente nova e gente educada para ir jogar com aqueles tarraços, que aquilo é uma gente mais activa do que nós já batidos, já percebeu? já tinham jogado, foi uma alegria para nós quando a gente foi com a música para trás jogar à bola, mas já se sabe na volta foi 7-1 ou 6-2 ou sei lá já bem, não me lembro da volta muito bem.

M.M-Já não se lembra bem do resultado?

H.G- Eu penso que foi 7-1,à segunda vez é que a gente tava a ganhar por 2-1 mas não chegamos ao fim, aqueles partidários do Águia, partidários do Ideal começaram a ralhar  para além, o árbitro deu por terminado o desafio, o arbitro era o Srº Albano da cidade, o Srº que nunca se casou, que era o homem que mais afilhados tinha, todos le convidavam para padrinho da crisma.

M.M-E foi este árbitro que também uma vez foi, falar um bocadinho como é que era o futebol.

H.G- Exactamente foi convidado por aqueles que mandavam no Ideal.

M.M-Srº Albano?E o último nome dele não se lembra? Albano da Ponte é ou não?

H.G- Era  Albano, o Srº Albano ele era uma pessoa delicada e bem posto.

M.M-O que é que ele fazia ?

H.G- Ele era empregado na cidade em qualquer coisa, mas ele era convidado para árbitro para esses desafios, mesmo na cidade e fora da cidade, ele era (?).

M.M- O Srº Hermano também me falou e lembrou-se, que tinha feito uma confusão com o nome do...

H.G-Do Batacão?

M.M- Sim.

H.G- Com o Pingão ?

M.M- Sim, sim.

H.G- Eu penso que é mais Pingão do que Batacão, que é mais próprio do Pingão do que Batacão, Batacão havia ali um no Rosário que tinha ali uma casinha em frente à casa do meu mestre, que era Batacão .

M.M- O Mariano, o tio Mariano, um que tinha estado na América não é ?

H.G- Ele tinha estado na América, nunca casou, nunca se...

M.M- Este é que era o Mariano Batacão?

H.G- É, e por isso eu penso que era... 

M.M- Este Srº morreu com 101 ou 102 anos .

H.G- Não me diga ?

M.M- Falei com ele,eu também tenho gravações dele, e o outro, a que o Srº se refere é o Pingão?

H.G Pingão, Yé, daquela família do Aurino Pingão que ficava em frente à casa do

 Januário  Couvinha que tinha os carros de praça naquelo tempo, que fazia carroças e coisas...

M.M- E o que é que fazia este tal Pingão daqui da rua das Pedras ?

H.G- Eu não sei ele tinha ido à América, tinha vindo da América para cá, está a perceber era pessoa que vivia sobre si, penso eu,eu era novo...

M.M-Ele era um homem já com idade?

H.G-Era um homem já com 40 e tal anos, mais ou menos, penso eu, não era pessoa de tá de roda dos rapazes, pois quando souberam que ele tinha aquela equipe, aqueles que formaram o Ideal foram lá, falaram com ele, e ele deu...

M.M-O Srº Gil Paiva já morava ali na ladeira da rua João D´Horta?

H.G- Foi muito antes dele morar ali, eu penso que ele tava solteiro ainda,quando ele trabalhava, tava empregado com o Srº Américo Pecheleiro, penso que ele tava solteiro.

M.M- O Srº Américo Pecheleiro vem a ser cunhado do mestre José Sofrino?

H.G- Yé, não o Srº Américo.

M.M- Era irmão da esposa.

H.G- Não era irmão do pai da esposa do José Sofrino, era tio dela.

M.M- Tio da esposa do José Sofrino.

H.G- Yé,e ele morreu bem novo e ela herdou aquilo por cuidar do tio, herdou aquilo não sei aquilo como é que está, se ela é viva não sei, ela é viva ainda ? Não sabe também? Ela deve de viver ali .

M.M- Portanto esse senhor Pingão morava aqui mesmo na rua das Pedras à direita quem desce a ladeira da...

H.G-Ah! Do lado da igreja?

M.M- Quem vai pela rua das Pedras acima...

H.G- A rua das Pedras para ir para o Rosário.

M.M- Para ir para o Rosário.

H.G- Faz ali à direita uma ladeira que dá para a igreja .

M.M- Ao depois teve a casa...

H.G- Exactamente o Gil teve ali aquela casa e fez uma tascazinha ali.

M.M- O Pingão era...

H.G- É logo a seguir, não é a casa do canto, é logo a outra .

M.M- Na rua das Pedras?

H.G- Na rua das Pedras .

M.M- No lado direito quem sobe?

H.G- Do lado direito quem vai para o Rosário, ali é que estou vendo sempre, que a gente fomos lá.

M.M- O Srº foi lá, foi?

H.G- Aqueles que mandavam foram, e eu também fui, para ver o jeito daquilo, também todo contente, vá-se formar o grupo do Ideal.

M.M- E ele é que ofereceu aquilo?

H.G- Ele deu aquilo,não quis dinheiro nenhum por aquilo,era só camisa calção e peúgos, era o que ele tinha, não tinha bolas.

M.M-Nem botas.

H.G- Nem botas, era só a equipe .

M.M- O Srº antes de jogar no Ideal com a idade que tinha, jogava à bola pela rua?

H.G- É pela rua, com uma bolinha feita de trapos que a minha mãe fazia, e se a minha mãe não fazia, fazia outros, para agradar os pequenos, e a gente andava aos pontapés com aquilo, esfolar dedos e unhas.

M.M- Jogavam ao fim de semana, Sábados e Domingos?

H.G- Depois da escola a gente não fazia outra coisa,p´ra calhau para jogar à bola, naquelas ruas de menos movimento.

M.M- E qual era a sua equipa aqui na R.Grande antes de haver o Ideal, tinha alguma?

H.G- Não, eu nunca gostei do Águia.

M.M- Era só a unica equipa que havia, era a unica equipa que havia?

H.G- Quando a gente se formaram era aquela.

M.M- E a outra dos casacas ?

H.G- A dos casacas já tinha acabado.

M.M- Já tinha acabado?

H.G- Yé, já tinha acabado, aqueles ricos e bem empregados o Srº João Ferreira que era guarda redes, grande guarda redes,ele aguentava a bola com uma mão e com a outra dava na cara do jogador pela tacada, aquilo era um bota abaixo.

M.M-E na... o Srº depois do trabalho o que é que havia para fazer?

H.G- Quando eu tava a aprender o ofício jogava no Ideal, depois do trabalho era horas de ir para casa  me lavar para me deitar, o meu mestre fazia serão, no tempo não havia horas extraordinárias que a gente pudesse dar, e eu tinha que estar lá até ás nove, nove e meia, dez horas, muita vez a ajudar o meu mestre, e de inverno, ajudar o mestre conforme o trabalho que ele tinha para no dia seguinte, encomendas,fregueses que diziam, a mestre Manel tal dia vê lá se acaba o trabalho, ou de boi ou coisa, meu mestre tinha que preparar aquelas coisas todas antes do dia, para no outro dia ter aquilo tudo mais ou menos adiantado para não levar tanto tempo, era isso não havia tempo para nada,já o Srº percebeu, ao Sábado eu trabalhava até ás tantas,era ao Domingo.

M.M- Ao Domingo era para a missa da manhã ?

H.G- Muitas vezes nem sequer ia lá, a minha mãe perguntava-me ême o que é que o Srº Padre há-de dizer, eh mãe eu já não vou, já não me lembro, tudo mentiras, já o Srº percebeu?

M.M- O Srº sabe qual era a altura que jogavam? Jogavam no Verão? Durante o Verão jogavam?

H.G-A gente começamos foi no Verão, quando se formou o Ideal,a gente foi a primeira vez ,era Verão, era quente.

M.M- Porque é que o Srº diz isso?

H.G-Eu não me recordo de Inverno a gente ir jogar, de Iverno parece que a gente não jogavam.

M.M- Não?

H.G-Não, não me parece.

M.M- E nos dias...

H.G-Aquilo era um tempo atrasado, não é como agora, agora ou se chover, ou coisas assim, chega ao dia têm que ir jogar.

M.M-Não era quando ás vezes estava muita chuva voçês não jogavam?

H.G- Não me recordo, eu só me lembro de jogar era com tempo bom.

M.M-Quem ?

H.G-Aqueles bons.

M.M-E, Voçês, o Srº não tocou na música pois não? Não tocava na música, não aprendeu música?

H.G- Não, não por acaso não tinha nenhum do grupo do Ideal que tocava nisso, não tinha nenhum, é verdade.

M.M- E durante as procissões voçês, na altura das procissões voçês iam para lá, as festas do Coração de Jesus, daqui, da Conceição, da Ribeira Seca, da Ribeirinha, voçês iam a estes sitios, ou iam também assistir ao espétaculo,Porto Formoso?

H.G- Cada um, nas festas, quando ele dizia ia, a gente ia ,mas isso, ia um ou dois amigos, não era o grupo, já o Srº percebeu ? A gente não formavam o grupo naquelas festas.

M.M- Sim, sim mas iam ?

H.G- A gente iam ver.

M.M-E no Verão não dava tempo, não dava tempo para quando saísse do trabalho, ir tomar banho ás poças?

H.G-Não me parece, nem sequer ao Domingo,porque eu não sabia nadar como é que ia tomar banho, não podia tomar banho.

M.M- E os Espíritos Santos, cada rua tinha um Espírito Santo?

H.G- Yé, mas eu vou te dizer uma coisa,o Espírito Santo aqui na R. Grande, não tem valor nenhum à vista dos outros lugares.

M.M- Porquê ?

H.G- Porque fazem mal feito, não tem valor nenhum, aí é que está, agora Domingo passado, o Império do Espírito Santo de São João, eles em Água de Pau deram massa sovada a toda a gente, leite,cerveja,vinho,refrescos, tudo dado, as vacas lá tiravam o leite, quem queria beber um copo de leite com uma fatia de massa tinha e comia, aqui na R.Grande eu nunca me lembro de fazerem uma coisa dessas,e então caixas de cervejas, caixas de laranjadas, à desposição, quem não queria beber um copo de leite para comer uma fatia de massa,faziam um refresco,bebiam era para toda a gente de graça, massa sovada aquilo eram três quatro bolos partiam aos bocados ás fatias,umas fatias boas, não é uma fatiinha,fatias de massa sovada,e tinha o vinho, tem refresco, tem tudo,tem leite, tem tudo à disposição, aqui na R. Grande eu nunca, na Terceira a mesma coisa.

M.M-É igual?

H.G- É igual, já o Srº percebeu aqui na R.Grande não há quem faça isso,e isso é uma cidade importante, mas não tem aquele, aquele dom,tás a ver, havia aqui uns Impériozinhos uma coisinha, a gente ia a subir o Império davam um bocadinho de massa sovada, e uma pinga de vinho, antigamente.

M.M-Voçês tinham ali as festas na rua não é, na rua,aqui na rua direita de Stº André.

H.G- Não, não havia Império ali.

M.M- Não?

H.G-Era na rua de João d´Horta ou de Stª Luzia, também não me recordo bem, também um tio meu, o tio Ângelo fez um Império ali naquela rua que dá para Stº André, ao lado onde morava o Mariano da Costa o sapateiro,aquilo mê que fecharam aquela rua, também havia um Império ali antigamente, já à muito tempo.

M.M- E as Cavalhadas o Srº vi na televisão lá?

H.G- Yé, as  Cavalhadas sempre houve, em parte que eu me lembro sempre houve, teve uns anos muito fraquinho,yé mas já à anos para cá que tem se desenvolvido bem,eu conheci o sogro do Ralinho Tavares, que era Srº João de Melo da Guia, tratávam-le,e havia o Praticante, o Srº António Praticante, era uma pessoa antiga.

M.M- Este era mais velho do que o outro é?

H.G- Não.

M.M- Quem era dos dois o mais antigo?

H.G- O Praticante é que foi o mais antigo penso eu, ao depois ficou o outro, que era o sogro do Srº João de Melo da Guia.

M.M- E como é que eles organizavam isso?

H.G- Havia lugar de se juntarem, mas eu não sei onde.

M.M- Era na casa do Luis Mota?

H.G- Havia de haver lugar grande,para se juntar aqueles cavalos todos para ao depois começarem a fazer a coisa, mas eu não sei.

M.M-Não sabe?

H.G- Ainda hoje não sei, há-de haver um lugar,não pode ser um daqui outro dali.

M.M-Eles ao depois como é que era?Vinham para aqui, e tal qual como são hoje, assim vestidos, ou eram vestidos de outra maneira ?

H.G- Ême já vinham de casa assim, era aquele que melhor se podia enfeitar,no tempo havia muito ouro antigo,e ao depois eles pediam aqui ali,coisa para enfeitar os seus canecos.

M.M- O Srº lembra-se disso quando era criança?

H.G- É lembro-me um bocado.

M.M- Dizem que atrás das Cavalhadas iam carros, grupos, mascarados, faziam comédias?       

H.G- Era, como é que hei-de dizer, esses das Cavalhadas,Alvorada, o Rei ao depois tinha, havia o Rei ali, havia outros cantavam ali.

M.M- Outros?

H.G- Outros.

M.M-Que vinham atrás?

H.G- Não, eram daqueles mesmo.

M.M-Eram mesmo daqueles?

H.G- Cantavam em frente à igreja da Ribeira Seca, de São Pedro.

M.M- E aqui na R. Grande onde é que eles cantavam?

H.G- Em frente à Câmara, não é cantar ,faziam um discurso uma coisa assim, modas antigas faziam ali, tava aquela gente afirmar e a cantar aquilo.

M.M-O Srº lembra-se do jogo do bilro?

H.G- Do jogo do bilro?

M.M-Bilro.

H.G- Bilro,onde tem uma coisa de por a campainha onde a bola passava ali, toca dá sinal não é?

M.M- É o cróquete.

H.G-O cróquete yé, o bilro.

M.M- O bilro acho que é...

H.G- O bilro de atirar a bola contra o pau,yé era o bilro.

M.M-O Srº lembra-se disso?

H.G- Ême então não me lembro,em Ribeira Chã, ainda usa muito disso, da tarde vão brincar,aquele pessoal mais antigo.

M.M- E aqui ?

H.G- Nunca vi isso aqui.

M.M.Mas havia aqui ?

H.G- Nunca, não me lembro de ter havido,só vi aquilo foi quando eu fui para a Água de Pau, é que comecei a ver aquilo na Ribeira Chã, era o lugar que usem,e penso que usem, nem sequer em Água de Pau eles usem aquilo, eu nunca vi em Água de Pau, eu vi em Água de Pau era a dita coisa que tinha a campainha pendurada.

M.M-Ah! É o cróquete.

H.G- O cróquete, pá.

M.M- E quem é que jogava isto?

H.G-Aqueles mais antigos de lá da freguesia penso,rapazes bons, filhos de gente de ter alguma coisa iam-se intreter para ali, não sei lá o que é que ganhavam com aquilo.

M.M-Esse Drº(duvida?) também chegou a jogar uma vez ou outra.

H.G- No Rambóia?

M.M-Sim.

H.G- O Drº Gustavo . (duvida?).

M.M-O primo?

H.G- O Jacinto Freitas, que era irmão do Ângelo Freitas, já morreu os dois, e o Humberto Freitas também era irmão deles já morreu, morreu novo, o Humberto Freitas, chegou a ter aquela casa por baixo do Artur Farias,p´ra aquele lado dali, mas ele morreu novo,era fraco dos “pulmãs”.

M.M- Então este Srº seu primo tinha uma equipa, chamavam os Rambóias ?

H.G- Ah! é, uma coisa muito pobrezinha.

M.M-O Srº chegou a jogar no campo...?

H.G-Que dá p´ra Ribeirinha.

M.M- Que dá para a Ribeirinha?

H.G- Isto foi nos Rambóias, meu primo pediu-me para ir lá que não tinha jogadores,coisa meia atrapalhada.

M.M- Nessa altura já estava casado?

H.G- Yé.

M.M- E morava a onde?

H.G-Em Água de Pau.

M.M-Já morava em Água de Pau?

H.G- Yé, meu sogro tinha matado os porcos,e ao depois a gente viemos à matança,eu e a minha mulher.

M.M-E qual foi,em Setembro ou Novembro, pelos Santos não é?Quando é que se matam os porcos?

H.G-É o tempo que se matam os porcos, é no fim do ano,ou ao principio do ano,meu primo sabia, vieram a ter comigo para ir ajudar a eles.

M.M- E com quem é que jogou ?

H.G- Não me recordo o outro grupo quem era.

M.M- Não se recorda?E o outro campo, era melhor que aquele ali em baixo?

H.G-Este campo era terra, terra é muito melhor, já o Srº percebeu, era melhor que o campo das reses.

M.M- Porquê?

H.G-Porque o campo das reses tinha muito pedregulho, de pedra, e ali era tudo terra, a gente caiam não se esfolavam tanto como no outro lado.

M.M- As balizas para que lado é que eram,as balizas era para o lado da Ribeirinha, ou era para o lado da,uma para o lado da Lagoa do Fogo e outra do mar ?

H.G- Não, como é que lhei-de dizer, qual campo? O campo das reses?

M.M- O a caminho da Ribeirinha ?

H.G-Ah! o da Ribeirinha? Era uma virado para a Ribeirinha, e a outra baliza era do lado da R.Grande.

M.M-Ah! Julguei que as balizas tivessem, uma para o lado da Lagoa do Fogo e outra para o lado da rocha, não?

H.G-Atravessadas, uma para o lado da Ribeirinha e outra para o lado da R.Grande.

M.M- Ah! tá bem.

H.G- Quem ia para o campo tava a baliza do outro lado.

M.M-E o campo era do mesmo tamanho desse?

H.G- Não me parece.

M.M-Não?

H.G-Não me parece.

M.M- E era só campo da bola ou tinha outros campos à volta?

H.G-Era só campo da bola.

M.M- Não tinha campo de vólei?

H.G- Não, não tinha nada à volta.

M.M- E taberna, tinha ali alguma taberna?

H.G-Nada, não tinha nada, eh pá aquilo sei lá, foi um pequeno amanho p´ra acolá,o governo é que ajudou aquilo com certeza, eu não sei, talvez ele é que pagou aquele terreno de renda, ou qualquer coisa, não me parece que fosse os grupos, não me parece, aquilo foi ajudado de qualquer maneira.

M.M- E de que qual era a cor da camisa desses Rambóias, lembra-se?

H.G-Parece que nem tinha cor que prestasse, não me cai agora, era uma coisa assim ,muito meia atrapalhada.

M.M- As épocas do futebol começavam em Setembro e acabava em Junho, ou como é que era, ás vezes jogavam 1 mê, 2 meses, 3 meses, como é que era?

H.G-Eu também não tenho a certeza como era antigamente,não sei se é como é agora ou não ? 

M.M- Agora começa por exemplo em Agosto ou Setembro, vai até Maio, não pára joga-se todos os jogos.

H.G-Agora parou em Maio?

M.M-Pois foi,portanto o Srº teve, quando diz que jogou 4 épocas, o Srº tá pondo aqui nas 4 épocas também os jogos que fazia no Rambóia ou...

H.G-Não, não, o Rambóia já é de tempo fora parte, eu já não jogava no Ideal.

M.M- Ah! Sim?Já não jogava?

H.G-Já não tinha grupo para jogar, meu primo que sabia que eu tinha jogado no Ideal foi até comigo para ir, porque faltava um jogador.

M.M- E quem é que jogava nesta altura no Ideal? Já não se recorda.

H.G-Já estava tudo mudado, já era outros jogadores diferentes.

M.M-Ah! Sim.

H.G- Ah! Yé, era tudo jogadores diferentes, o José Calheta, foi para lá jogar à back, era um grande back, o Buraca, o Buraca era guarda redes,foi um grande guarda redes também, o José Salé,era um grande jogador para chutar para a rede, era muito certeiro,José Salé, era  José Salé.

M.M-E o Srº falou também no Cabo Garrido,que é o cunhado do Gil Paiva?

H.G- Sim, exactamente, isso foi um grande auxiliar p’ro Ideal, já o Srº percebeu? Era um partidário bom, Manuel de Sousa Garrida.

M.M- Ah! o Sousa Garrida!?

H.G- Era casado com a irmã do...

M.M-Do Srº Gil Paiva.

H.G- Exactamente.

M.M- Mas este Srº também, ele tá no principio do clube não tá, esse Srº Manuel?

H.G- Yé, tá do principio.

M.M- Ele onde é que morava este Srº?

H.G-Ah! Na rua de Saco, eu penso que nasceu ali, criou-se ali, ao depois quando casou foi com a irmã do srº Gil Paiva.

M.M- E o que é que ele fazia antes de ser cantoneiro?

H.G- Ele,para dizer a verdade antes eu não sei, a profissão dele não sei qual, o que é que ele tinha, qual era a profissão.

M.M- Teria sido carpinteiro ou coisa assim?

H.G-Não, não,eu penso que ele sempre foi empregado de qualquer coisa da Junta Geral, e ao depois ele é que era...

M.M- O chefe?

H.G- Yé.

M.M- Do cabo dos cantoneiros?

H.G-Yé, do cabo dos cantoneiros, corria os cantoneiros, ele era cabo dos cantoneiros, depois tinha um chefe o chefe era aquele, foi,antes eu não sei quem foi,mas, eu lembro-me do Srº Cabral que tocava rebeca.

M.M-Ah!

H.G-Foi chefe dos cabos dos cantoneiros,nunca mais se viu.

M.M-Dizem que depois de estar o clube na sua casa? O clube ?Chegou a estar num quarto da casa do Srº Cabral, o Srº lembra-se disso?

H.G-Do Cabral? Qual Cabral?

M.M- Deste Srº Cabral ?

H.G- Da rebeca, que tocava rebeca?

M.M- Sim,sim.

H.G- Ele ao depois dali mudou-se para lá?

M.M-Sim, dizem que teve aí.

H.G- Oh! Não me recordo.

M.M-E, meu pai é que disse que tinha uma lojinha em baixo naquela casa mesmo encostada á casa do cabo Garrida, ali na rua do Passal ?

H.G- Talvez,agora não...

M.M- Mas eles dizem isso?

H.G-Devia de ser qualquer coisa,que ao depois é que se mudaram para a rua Direita,em frente ao Srº Augusto Farias.

M.M- O Srº já me disse que o clube, aquilo era só para vestir e despir e pouco mais, não havia mais nada de outras coisas.

H.G-Era uma pequena, era um pequeno amanho.

M.M- De onde é que era, havia aqui alguma loja onde os partidários do Ideal se juntavam mais, antes do jogo, ou não havia?
H.G-Bem ,a loja do José Cebola.

M.M-Era a loja do José Cebola, naquele canto, ele era partidário do Ideal?

H.G-Ême se ele era! A gente procurava era aqueles partidários que sempre ajudava alguma coisinha.

M.M- Lá na loja falava-se de futebol etc?...

H.G- Era o diabo para falar, era uma coisa séria.

M.M- Ah! È ?

H.G-Ah! Yé, e então quando aconteceu aquela coisa da gente ganhar por  2-1, isto foi uma festa grande naquela R. Grande até ás tantas.

M.M- Ah! Sim?

H.G- Oh! Yé.

M.M- O jogo não foi ao fim?

H.G- E não foi ao fim.

M.M-E fizeram uma festa?

H.G- Aquilo era rir, contentes nem que ganhassem sempre, ficaram tão satisfeitos nem como eles tivessem a certeza de ganhar sempre, (?)a gente não tinha grande sorte com aqueles filhas da puta do Águia,pois aquilo era gente bruta batida, a gente era tudo meninos pipis, tudo pequenos educados.

M.M-E as pessoas que iam para o futebol, portanto quem é que ia para o futebol ver o jogo?

H.G-Naquele tempo?

M.M- Sim?

H.G-Era pouca gente.

M.M- Era pouca gente?

H.G- Era.

M.M- Iam homens, mulheres, crianças.

H.G-Não Srº, aliais não aparecia lá uma.

M.M-Ah! Sim?

H.G-Mas, mais tarde aparecia uma aqui ali, muito raro,era muito raro aparecer uma Srª ali, não sei porquê,talvêz elas julgavam que o calção que ia cair, e já não tapava certas coisas, eu vi fazer agora não, elas tinham receio e não iam .

M.M-E havia brigas cá fora?

H.G- Lá de vez em quando era barulho.

M.M-Cá fora?

H.G- Era os partidários de um lado e do outro.

M.M-E lá dentro também?

H.G- Dentro do campo foi um (?) a segunda vez que fomos ao campo.

M.M- Como é que foi?

H.G- Os partidos de um lado e do outro pegaram-se no lado de fora ,e ao depois pegaram-se no lado de dentro,aquilo ficou tudo atulhado, e o Srº Albano que era o árbitro, eu agora é que me lembro dele, era uma pessoa educada, deu por determinado o desafio,nunca mais se entendiam ali.

M.M-E quem é que começou aquilo lá dentro, não sabe?

H.G-Começou por o lado de fora os dois partidos, começou no lado de dentro os jogadores uns com os outros,começaram a discutir.

M.M-E a policia foi lá?

H.G-Qual policia?

M.M-Não havia?

H.G- Era o José do norte coitado e o Hermano Pecheleiro que era irmão do Srº Humberto Pecheleiro, que também foi policia,mas aquilo era os zeladores da Câmara não era a policia como é agora, e que fosse como é agora, não podiam fazer nada, muita gente, o que é que dois policias, é o que tava para lá, era dois policias,quando havia um desafio ia dois policias para lá,mas era o mêmo que nada.  

M.M-O Srº quando foi para Água de Pau, o futebol lá tava melhor do que aqui na R.Grande?

H.G-Não havia futebol lá.

M.M-Não havia bola?

H.G-Não.

M.M-E na Lagoa?

H.G-Na Lagoa havia o Operário.

M.M- E era uma boa equipa?

H.G-Yé, eu ainda me recordo que a gente fomos jogar à Lagoa, e o Operário também veio jogar aqui à R. Grande,fomos jogar à Lagoa,o Ideal,eu também fui, até fui posto de fora,mais o Carroça, a gente começaram a discutir e o árbitro...

M.M-Voçês da mesma equipa? Voçês dois da mesma equipa é que começaram a discutir?

H.G- Não,o Carroça,era do Operário.

M.M-Mas o Carroça era daqui da R.Grande?

H.G-Não, não o carroça,ele ainda está vivo,ele é da minha idade, tem um filho que a gente trata por Carroça, o apelido, e é empregado no banco, no banco Tota & Açores,também foi um grande jogador o filho, e o pai já era.

M.M-Esse Carroça de onde é que vive?

H.G-Eles são da Lagoa .

M.M-Ah! Mas havia um Caroça aqui na R.Grande.

H.G- Ah! O Carroça aqui? Era o choufeiro do Januário Couvinha.

M.M-Não nada a haver com esse outro?

H.G-Nada da bola, era o Carroça, que até a “Voz do Povo”formaram um grupo de Teatro, “Voz do Povo” da R.Grande.

M.M-De quem era esse Teatro? Era do Ideal?

H.G- Não,meu primo Manuel da Costa era metido nisso, e outros mais, e então tinham dito Carroça ao primeiro nome dele na peça.

M.M-O outro que era condutor do Couvinha?

H.G-Do couvinha já o Srº percebeu, e então o Manuel Cabral Rebica,o Manuel Cabral Rebica também foi para o campo com a gente eu agora é que não me lembrava.

M.M-No primeiro jogo.

H.G-Sim Srº.    

M.M-Ele jogava?

H.G-Jogava, e ele era um gravete, mas tinha um pontapé na bola que ela ia longe, eu cá nunca ...

M.M-O Manuel Cabral Rebica também jogou nesse clube?

H.G- Também jogou no Ideal, agora tá a cair.

M.M-E ele a que é que jogava ?

H.G- Eu penso que ele jogava a avançado centro, logo adiante dos esféricos.

M.M-Ele era sapateiro?Era?

H.G-Não,não, ele nunca foi nada,ele no tempo estudou para padre.

M.M-Ah!

H.G-Mas não conseguiu chegar ao fim, mas é que, a gente precisavam de um requerimento,uma folha de papel selado para qualquer coisa,ele é que preenchia aquilo,ele fazia aquilo tudo, ele andava sempre ali de roda da fazenda .

M.M-O Srº conhece um mestre Miguel?

H.G-O Miguel que foi para a América?

M.M-Sim,sim.

H.G-Yé,perfeitamente bem, que era carpinteiro.

M.M-Era parente deste Rebica,não era?

H.G-Yé ,casou com uma irmã do Manuel Cabral Rebica, casou com uma irmã dele.

M.M-Ouvi dizer que ele dizia muitas quadras,fazia muitas quadras,ou durante os jogos,ou no campo da bola essa coisa toda, o Srº lembra-se de ouvir alguma ?

H.G-Não tou certo.

M.M-Já não se lembra?

H.G-Como é que o Srº se lembra deste nome?Um nome com tanto anos?

M.M- Meu pai é que me disse.

H.G-Ah!eu já estava admirado.

M.M- Meu pai é que me contou.

H.G-Yé?Ele morava ali, na rua direita de Stº André,logo ao principio, abaixo do Cebola  mas deste lado, estás a perceber? Encostado ao Artur Farias,Artur Farias que é o dono daquela casa que tem a loja por baixo,este rapaz casou com a irmã do Manuel Cabral Rebica,foi para a América naquele tempo, morava naquela casa logo adiante.

M.M-O Srº estava dizendo que foi para a rua, desse jogo com o Operário, que garreou com o Carroça?

H.G-Yé, isso foi na Lagoa.

M.M-Na Lagoa?

H.G-A gente fomos à Lagoa,ele jogava a “apte” direito e eu a “apte” esquerdo.

M.M-E o que é que aconteceu para irem para a rua?

H.G-Por qualquer motivo a gente começaram a discutir,e o árbitro era um Srº,por acaso, uma pessoa boa.

M.M-Era o mesmo Srº Albano?

H.G-Não,não, não era o Srº Albano, foi um da Lagoa mêmo, e ele apitou os dois para a bancada.

M.M-Ficaram lá o resto do jogo ou voltaram?

H.G-Nunca mais voltamos, ficamos lá,ao depois deu em rir, ficamos bem um com o outro,a gente não chegamos a brigar nem nada,e o filho hoje quando me vê, ainda se lembra dessas coisas que o pai conta,e eu também falei-le nisso, é muito meu amigo Carroça.

M.M-E o que é que ele faz precisamente?

H.G-É empregado no banco ele.

M.M-O pai?

H.G-O filho,o pai era um homem de negócios, agora o filho é empregado no banco é um belo rapaz bem ensinado, foi um grande jogador também, o pai tinha fama, era um jogador de mandar peso o Carroça,agora no Ideal, a jogar não havia Carroças, havia para lá era o choufeire do Januário Couvinha,que era daquela comédia a “Voz do Povo”da R.Grande quando foi ao Teatro,e então o Manuel Cabral Rebica era um belo ponto ele dizia Januário Couvinha bêbedo tem a mania que tem carroças nos carros de aluguer, que tem carroças, que era o choufeiro que era carroça, ele era muito engraçado nesse sentido.

M.M-E quando foi essa comédia o Srº ainda tava no Ideal ?

H.G-Também não me recordo bem .

M.M- Ou já estava na Água de Pau?

H.G-Se já estava em Água de Pau não me recordo bem, já não me lembro.

M.M-O Srº lembra-se ao depois de ir ver,de ir aquele clube ali ,o clube que tinha ali na rua direita ?

H.G-Ême entrei lá.

M.M-Quando é que entrou lá?

H.G- Já não jogava no Ideal, quando ele tinham aquilo.

M.M-O clube tava de fresco,tava de novo aberto ali é?

H.G-Não me recordo se tava aberto à muito tempo ou não.

M.M- Era o cabo Garrida é que tinha aberto aquilo não foi?

H.G-Não sei quem é que abriu aquilo, eu sei que meu primo Girmano, este Girmano da Costa é que usava a barraquinha que havia uma coisinha pequenita ele levava para ali uns refrescos e coisas.

M.M-Ah!Ele vendia ali?

H.G-E vendia ali, uma coisa de pouco valor.

M.M-E jogavam ás cartas?

H.G-Não sei bem.

M.M-Porque é que o Srº diz isso?

H.G-Era capaz, eu nunca estive ao serão lá já o Srº percebeu ?

M.M-Ah!

H.G-Quando o grupo, por exemplo eu vinha aqui, e o Ideal ia jogar com qualquer grupo de fora,depois eu iatambém até lá beber uma bebida,mas era entrar e sair.

M.M-A gente vai agora dar ali, vamos ver o clube quer ver?

H.G-Yé.

M.M-O Srº vai dar uma vizita ali no clube.

H.G-Yé, com muito gosto.

H.G-Alguém mudou isso?

M.M-Ah, isso então não foi assim, antes isso era Ideal,era Ideal Futebol Club ou Ideal Sporting Club, antes eu acho que não tinha aquele leão.

H.G-Não,não, não havia nada disso naquele tempo,era o Ideal,o Ideal ,o clube do Ideal, então aquele nome não está direito derrepente?

M.M-Tás bom? Teu pai como é que está? Este Srº jogou no primeiro jogo que o Ideal fez, este rapaz é filho do António Buraca.

H.G-Do António Buraca?!Esta descendência é uma descendência de jogadores bons.

FILHO DO ANTÓNIO BURACA-O Srº está bom?

H.G-Os Buracas mandam peso.

M.M-O Srº lembra-se do António Buraca é o pai dele.

H.G-Yé,é o teu pai?

M.M-É o pai dele tava vivo o pai.

H.G-Tá vivo ainda?

M.M-Tá oh!, a gente ainda vai falar com ele, ele tá em casa.

B-Se forem lá ele tá em casa.

M.M-Ele tá sempre ali,e é sobrinho do Oliver,ah!Não conheceu o Oliver?Ah! é este Srº ,recordas de conheceres teu tio oh, a sala das taças está aberta? A sala das taças está aberta?Não sabes ?Tens a chave aí?Tem aqui bonecos esse aqui não diz nada também, o Srº não se lembra desta? Srº Hermano tem aqui alguma taça do seu tempo, nem bonecos nem nada?O Srº  jogou este jogo contra uma equipa de Marinheiros, jogou nesta,jogou?Isto tem 47 anos.

H.G-47?

M.M-Tá  ali marcado,agora essa aqui não tem nada, não tá marcado nada,(?).

H.G- Acho que foi muito depois disso.

 

M.M -Entrevista outro antigo jogador do S.C.I nome (?)

 

M.M-Não conhece é? Então o Srº começou a jogar com o António Buraca não foi, na altura que o Manuel Milho Cozido pegou na equipa .

(?)-Fomos jogar para as Capelas isto tudo .

M.M-O Srº é do tempo do Ideal teve fechado?

(?)-Teve fechado.

M.M-E o Srº pega a seguir?

(?)-Depois o ideal teve aqui na casa do aquele o mestre José André.

H.G-O mestre José André é da rua das Pedras.

(?)-Não, não é pela rua da Praça abaixo de onde é a casa do (Jacinto do Pico?)

M.M-Quem é? Ême isto foi a primeira, isto foi na casa dele, eh homem isto era a casa dele, vamos a ver.

(?)-Mestre José André o...

H.G-Mestre José André ficou com aquela casa depoi do Ideal aquilo ali era do meu pai ,Manuel Grota .

(?)-Eles dali já se espiavam-se para Stº André para depois ir para o campo.

H.G-Dali é que a gente saimos da primeira vez para ir o campo da casa do André ,mas aquilo depois é que foi à mão do André,era do meu pai e ao depois meu irmão vendeu aquilo ao André já percebeu?

(?)-Em frente do Manuel Lucas.

H.G-Yé, diante do Manuel Lucas direitinho.

(?)-Eu fui (?)ali para baixo.

H.G-Ainda mudáste-te de roupa ali?

(?)-Não,não,eu não jogava.

M.M-De onde era que o Srº se mudava de roupa?

(?)- De onde é que eu moro?

M.M-De onde é que mudava de roupa?

(?)-Eu vestia-me e despia-me era em casa da minha noiva no tempo,de onde é a praça dos porcos, diante, de onde mora o António Buraca .

M.M-Era pelo lado de trás não é?

(?)-De onde tem aquela casinha ali dentro,pelo lado de trás.

M.M-Ah! Tá bem.

H.G-Não havia clube.

M.M-Então o Srº pega a jogar é quando o Ideal volta a abrir com o Manuel Milho Cozido e o Manuel Correia, eo Manuel Correia não é?

H.G-O Manuel Correia?

M.M-O Srº não conhece o Manuel Correia.

H.G-O Manuel Correia que jogou no Ideal ?

M.M-Não,não jogou.

(?)-O Manuel Correia jogou no Ideal, o Buraca,o Mário jogou no Ideal.

M.M-Quem é o Mário?

(?)- O Mário Capelas, o Mário aquele rapá que chegou a casar com uma da família dos Capelas.

M.M-O Mátinho?

(?)-Exactamente, o pai desse Mátinho tava na América, já morreu na América.

M.M-Casou com a filha do Manuel Capelas?

(?)-Exactamente,exactamente.

M.M-Como é que ele chegou casar com a filha do Manuel Capelas he he he.

(?)-Foi por causa da bola,intermédio da bola.

M.M-Quem é Manuel Correia? Era irmão do José Correia?

(?)-Exactamente,depois do paneleiro ir para a Lagoa para a fábrica do alcool para ter um emprego, porque ele não tinha outro serviço, para a fábrica do alcool, já não morreu o paneleiro?

M.M- Mas o ideal tinha uma boa equipa já nesta altura,o Trindade também jogava não é?

(?)- Eu o “Joca” do meu tempo.

M.M-Voçês jogavam a onde, jogavan à avançada?

(?)-Á defesa ,eu o Humberto o Alfredo relojoeiro.

M.M-O Alfredo jogava à defesa?

(?)-E era o campo novo também jogou aqui, no meu tempo.

M.M-O campo novo?

(?)-Ele no tempo jogou aqui.

M.M- Mas quando é que deixou de jogar?

(?)- Já à uns 20 e tal anos ou mais(?..)

M.M-O Srº não conhece nenhuma taça daqui do seu tempo, ou não conhece nenhuma taça aqui?Olhe aqui uma tem riquinha oh,essa não tem nada marcado aqui,nem essa, essa aqui també não,deixa ver se é aqui que tem o pescoso partido, essa é a tal que é do Águia ,essa não tem nada.

H.G-Essa taça é do Micaelense ou do...  

M.M-Aquele aqui não tem nada,eh essa é do tempo de voçês, taça do Drº Lucindo,em 1947 no dia de Nsª Srª da Estrela, isto é do tempo de voçês,isso é do tempo de voçês.

H.G-Essa aqui é de um grupo de amigos.

M.M-Ah! sim, isto aqui diz 47 o que é isto aqui? Dia 2 de Novembro de 47 e diz Ideal Sport Club, esse é que tá todo partido, é um boneco não é? Esse é que tá todo partido, A.N-Jogava ali o Ronha  eh grande equipa tinha o Ideal o Sousa eh.

M.M-Este que está aqui,espera lá oh Srº António Noronha, este que está aqui é o ...

A.N-É o Hermano Pereira.

M.M-É o Hermano Pereira ?Mas este jogou no seu tempo ainda ou não?

H.G-Yé, a gente jogamos junto ele jogava a apte direito e eu jogava a apte esquerdo.

(?)-E o Manuel Gusteano, o Manuel Gusteano que vendia tramoços também.

M.M-Não conhece?

H.G-Não é do meu tempo.

M.M-É o Manuel Gusteano,mas o Srº António lembra-se do Srº Hermano jogar, lembra-se de ter visto?

A.N-Eu lembro-me de jogar no Ideal, mas não jogamos juntos.

M.M-Não mas lembra-se do Ideal,do Ideal antigo?

A.N-Então não me lembro,era criança e ver jogar à bola.

M.M-O Srº lembra-se quem é que jogava,quem é que jogava com eles?

A.N-Eh! pá tantos jogadores agora...

M.M-Diga nomes, diga nomes.

A.N-Ême, eu conhecia era de vista,era criança, aquele o Teófilo.

M.M-O Teófilo?

A.N-O pai era guarda redes do Ideal, o Hermano Pereira,e mais, o mestre Carreiro.

M.M-O mestre Carreiro jogou nesta equipa antiga?

A.N-No Ideal? Então não jogou o Laurino Carreiro não é Laurino?

(?)-Mestre Laurino Carreiro.

A.N-Mestre Laurino Carreiro.

(?)-Tá no Canada .

A.N-Já morreu .

0(?)-Ele já morreu ?

H.G-Laurino Carreiro não é?

A.N-Jogava a médio esquerdo.

H.G-Acho que é.

A.N-Um belo jogador.

(?)-Manuel Calheta.

A.N-José Calheta morreu.

H.G-José Calheta também

A.N-Morreu...

H.G-Mas era à defesa?

A.N-À defesa.

(?)-Caí da rocha abaixo coitado, eu tenho 65 anos e lembro-me do José Calheta.

M.M-E esse aqui conhece.

(?)-E o Vedinha que morava ali no Moinho do Vale.

A.N-Era o irmão daquele que era carteiro que mora ali na,irmão do Lopes.

M.M-Do Srº Lopes?

A.N-O Lopes o irmão.

M.M-E quem é esse o que tá aqui? Isso é o Maquias?

A.N-É o Maquias, esse era um rapaz da R.Seca.

M.M-Como é que se chama?

A.N-Agora o nome dele já não...

M.M-Era Anselmo?O Anselmo ?

A.N-Ele tava na,ele hoje está em Canada esse rapá.

M.M-E este aqui ?

A.N-Este aqui é o preto.

(?)-É o Frade.

M.M-Não é nada o Frade eh homem não é não.

(?)-O abaixo deste é que morreu.

 A.N-Daqui eu conheço todos, todos que eu conheço o Maquias o Humberto Freitas muito amigo meu tive com ele na tropa em 52, o Girmano da Costa o Manuel Carreiro.

M.M-E esse quem é que é aqui é o seu irmão Olivério é?

A.N-É, é o meu irmão.

M.M-Esse Olivério?

A.N-Esse é que é o Olivério aqui, o Hermano Pereira.

M.M-E esse aqui?

A.N-Esse, eu não tou vendo esse.

M.M-Este é o António Fernandes é?

A.N-O António Fernandes.

M.M-O Alfredo relojoeiro.

A.N-O Alfredo Relojoeiro.

M.M- E este ?

(?)-Este aqui eu também não sei quem é.

M.M-Ême este não é o Barata ?

(?)-O Lopes e este aqui o Alfredo.

M.M-Mas esse não é o Barata aquele.

A.N-Esse é o Manuel Frigideira.

M.M- O Manuel Frigideira.

A.N-Esse eu não dou muita fé desse ,e esse .

M.M-E esse aqui?

A.N-Isso foi quando a gente jogamos,eu acho que foi o primeiro desafio.

M.M-Ah! Esse é Manuel Carreiro não é?

A.N-O Manuel Carreiro, até essa menina é filha do Srº Coelho,casou com o Jaime Barata.

M.M -E esse aqui?

A.N-Esse aqui já jogou o Manuel Frade, esse é da cidade.

M.M-O Pinto.

A.N-Não tou vendo esse,esse é o Manuel,o Manuel...

M.M- Garcia o Manuel Garcia.

H.G-Ao pé da loja do Girmano não era esse?

A.N-Exactamente.

H.G-O Girmano da Costa?

A.N-O Girmano da Costa, e o Pinto tá aqui o Pinto eh!.

M.M-Isto é da inauguração,do dia da inauguração.

H.G-Inaugurado aqui é?

A.N- Ao pé da praça.

M.M-Eu acho que é aqui o Hermano Faria não é?

A.N- É o Srº Hermano Faria,ele dantes,ele é que era o presidente.

M.M-E este?

A.N-Esse eu não conheço,já à anos...

M.M- Este aqui não é o srº Marianinho?O pai do padre Edmundo.

(?)-O josé Carneiro o Rebica, o Santos,o Baldão.

A.N-Eu não tou a ver agora, já tem anos,junto ao Campo Novo?Ah o Abilio.

M.M-E aqui conhece alguém aí?

A.N-Daqui já é o Ribeira Grande não é?O R.Grande?

M.M-Não,não isso é a inauguração do campo.

(?)- Manuel Preto e o José Pexinho ,oh, tive com ele no Canada sempre juntos,tivemos vendo o Setubal jogando levou 5 marretas, 5 que eles levaram ,5 martelos e que trabalho.

M.M-Não,não, isto é o Maritimo com o Águia.

M.M-Quem é que levou 5 ?

(?)-O Setubal levou 5 marretas.

M.M- De quem?

(?)-Dos Croeiros, lá no Canada eu tive mais o José Pexinho eo Manuel Preto sentados, eu tava no meio deles.

M.M-Onde é que tá o José Pexinho?

(?)-O José Pexinho aqui oh, o Manuel Preto e o José Pexinho.

M.M-Ême isto é o Fernando Anselmo.

M.M-Voçês...Essa aqui, o mestre Raimundo mais o Maquael neste dia não fizeram os mal feitos bem feito,perderam aqui essa taça, com o Lagedo que perderam.

RAIMUNDO.Com o Lagedo lá em baixo na cidade eu não fui ver,não fui,eu tinha Mátiné na esplanada.

M.M-Ganharam todos os jogos e perderam neste. 

 

 

 


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