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Diário de experiência : tentativa de reconstituição da massa e das figuras dos quadros do Arcano Místico de Madre Margarida Isabel do Apocalipse.

       Diário de experiência : tentativa de reconstituição da massa e das figuras dos quadros do Arcano Místico de Madre Margarida Isabel do Apocalipse.

 

 

Dia 14 de Fevereiro de 1995/ c. 14:10 horas-

 

Local: Rua de Sousa e Silva nº37 ( cozinha )

Intervenientes: Mário Fernando Oliveira Moura; D. Ana Lisete de Paiva e D. Alda Machado.

 

No dia 8 de Fevereiro, c. das 11:30, o Prof. Dr. Álamo Menezes, pelo telefone, directamente do pólo Universitário de Ciências Agrárias, na Terra Chã, Ilha Terceira, comunicou-nos o resultado das análises efectuadas ao glúten.

Enviáramos para o laboratório, após nos termos certificado de que só lá o poderíamos fazer, e após termos do mesmo técnico recebido instruções acerca da recolha das amostras. Antes tinha-mos dialogado com a Directora do Centro de Conservação e de Restauro dos Açores, Drª Paula Romão, que tinha cá estado, a nosso pedido em Outubro, além de uma brigada de fotógrafos liderada pelo Sr Guedes da Silva, da mesma instituição.

Recolhemos amostras dos números 38-2(1) “ Appresenta seo unigeto filho. Os Santos Velho e Anna profetisão a paixão e morte de Christo Senhor “/“Purificação de Maria Santissima”(QUADRO: Festa da padroeira da Igreja onde se encontra o Arcano realizada a 2 de fevereiro de cada ano), 74-1(1) “ Portal de Belem” ,que, contém ainda “ A visita dos reis Magos” e a “Circuncisão” e nº72-1(1) “ Casa de mulher”. ( fotos n.º 16-18)

Que critério  adoptámos?

1º- Porque ali observávamos existirem reunidos materiais e técnicas representativas do todo.

2º-  Porque estão na face 1, a  mais deteriorada ( voltada para a janela do frontispício que nem sempre teve cortinado.) de todas. Assim recolheríamos sem  causar mais danos, como recolhemos, as amostras necessárias.

Possível senão? Material mais envelhecido. ( segundo o professor que efectuou os testes laboratoriais.)

Pergunta: Distinguir os glútens. Registe-se que só não o fizemos no Instituto José de Figueiredo, como o fizéramos em 1987/88, porque este não tem condições para o fazer, segundo nos comunicou a engenheira Maria Isabel Ribeiro.

Resposta:” Glúten de arroz, possivelmente trigo também, para conferir consistência, somente algum, existindo ainda vestígios de peixe. Para o resto vocês vão ter de experimentar.”

14: 10Hora  Nº1 ( vejam-se as fotos 27-41 e 45-54. Estas últimas ilustram uma demonstração, a nosso pedido, levada a cabo pela D. Ana Lisete Paiva numa escola de ensino básico na vila da Lagoa, em Janeiro de 1995. É a chamada “massa de cores”(nota no fim).Retirámos as fotos.

250 gramas de farinha de arroz (R/L empacotado por Ramazzotti, L.da) , 1colher de sopa de farinha de trigo com fermento, 3/4 de um copo de goma-arábica( feita ontem) = c.175ml/ c.40 a 50 gramas  de goma-arábica. A D. Ana Lisete amassou durante , sensivelmente, 3 minutos.

Comentário inicial: Fica uma pasta uniforme e com liga. Obedece e não é quebradiça. Talvez se deva deixar secar. Experimentámos no micro-ondas, a várias temperaturas, porém, queimámos demasiado o exemplar.

Resultado: A Ana Lisete fez uma trança e uma flor ( veja-se fotografias) A Senhora foi-nos recomendada pelo pintor Tomaz Borba Vieira como responsável , numa área escolar da Ilha de São Miguel, pela formação em trabalhos manuais. Destacava-se, entre outros o seu trabalho com miolo de pão. Foi a partir daquela experiência que se foi ajuizando as diversas pastas.

14:45-    Nº2

c. 125 gramas de farinha de arroz, adicionando-se, porém, mais uma colher de sopa de farinha de trigo ( 150ml) e mais 25 ml de goma-arábica.

Resultado: Pareceu-lhe ser ainda mais amoldável e menos quebradiça do que a anterior .

16.35    Nº3

125 gramas de farinha de arroz ( +/- 20 a 25  mais da mesma farinha) 2 colheres de sopa de farinha de trigo sem fermento e a mesma quantidade de goma arábica, c. 175 ml ( é difícil ser-se rigoroso nas proporções , segundo a senhora, funcionando com o quanto baste das cozinheiras) Levou igualmente o mesmo tempo a amassar.

Observação: Parece que temos pasta.

16:55   Nº4  Só farinha de trigo

100 gramas de farinha de trigo, mais qualquer coisa, e, 3/4 do copo com goma-arábica. A farinha sem fermento.

Observação: Muito elástica, demasiada consistência.

 

 

Observação: experimentou-se a secagem rápida no forno microondas a várias temperaturas. Não deu certo, pois, é difícil controlar a temperatura.

Pelo que talvez a secagem fosse natural. No forno de lenha, assim a cola fecharia gradualmente e evitar-se-iam os gretados.

 

17:25  Nº5    Miolo de Pão

Miolo de pão de trigo + 125 gramas de farinha de arroz ( Pão de papo-seco) + goma-arábica.

Observação : Só com goma-arábica

 

17.45  Nº6   1ªFiguração -não colorida.

A D.Ana Lisete experimentara e fizera uma trança e uma rosa, como já dissemos, porém. a D.Alda Machado, barrista, experimentou uma primeira figuração( veja-se fotografia). Tentou primeiro a técnica de desbaste, não gostou. De seguida, a nossa sugestão, testou a de vestir o boneco.

 

21:40  Nº7  Em casa da D.Alda Machado utilizando a massa da 2ª experiência( a que viria a provar ser a melhor)

Observação: Devia fazer por partes . Deixa-as secar separadamente e depois cola-as. Disse isso depois de ter experimentado dura-te cerca de uma hora e de ter feito uma “Nossa Senhora”, um “ São José” e um “ Menino Jesus na manjedoura”. ( veja-se fotos.) É difícil fazer as mãos, eu não consigo fazê-las! Será encaixado? Parece de plástico. Os bonecos da freira.

Pincelou “O menino...” com goma-arábica, para ver no que dava.

 

Dia 15-2-95  Nº8 

11:00 no meu escritório . Rua de Sousa e Silva, nº37.

As massas continuam húmidas e boas para modelar. As “ Tranças” e “as flores” também.

 

Dia 16-02-95  Nº9 Idem

A trança e as flores estão a secar. Os bonecos estão bastante húmidos. O  exterior das bolas grandes (cada uma de  diferentes massas) está a secar. É ainda fácil modelar com o interior. Eu e o Júlio , meu filho, fizemos várias flores. As peças mais pequenas secam mais depressa. Seriam secas ao vento? Amanhã irei experimentar.

 

Dia 17, 18 e 19- 2- 1995

Experimentei a custo a secagem. Ora chovia, ou fazia vento. Estava um tempo húmido. Não notei resultados sensíveis.

 

Dia 20-02 -95

No Domingo falei com o Sr. João Revoredo, confeiteiro local, e hoje com a D. Maria Francisca Brum, também confeiteira e extremamente habilidosa. O primeiro recorre basicamente à técnica que o pintor Tomas denominou de “infantil”, ou seja peça à peça, a segunda, utiliza o desbaste ou repuxo.

Hoje notámos ( registá-mo-lo fotograficamente) que, exceptuando o n.º 3 todas as demais pastas estavão atacadas com bolores, sobretudo a nº1. A n.º 4, só farinha de trigo, apresentava-se com um aspecto bastante acastanhado. A nº3 não só não tem sinais de bolores como ainda se presta à modelagem, sendo o seu interior alvo, apesar de , no exterior ter uma crosta acastanhada.

O que foi modelado apresenta sinal de bolores, excepto as peças mais pequenas. É preciso eliminar as humidades. Como? Primeiro secagem ao ar livre e depois passagem pela boca do forno a uma certa temperatura? Os confeiteiros fazem assim . Dependendo do teor de humidade do ar. Tem muito a ver com a experiência do dia a dia. Julgamos que a explicação se situará nesta atitude empírica.

A Alda não fez mais nenhuma tentativa o  Gilberto irá tentar fazer uma cópia de uma figura ( a que serve de capa ao relatório do Instituto José de Figueiredo).

Vamos tentar observar à lupa as figuras . O pintor Tomaz vem cá à minha casa. O busto de mulher, feito pela Alda, depois de ir ao micro-ondas perdeu grande parte dos seus bolores. A camada cromática decerto também ajudará a eliminar os bolores. Será?

 

Sequência operatória hipotética- 1- A melhor massa é a nº3; 2- Deve-se deixar descansar bem, durante algum tempo, mais do que um dia, antes de a começar a trabalhar; 3- Consegue-se , adicionando-se-lhe água, trabalhar alguma massa um pouco, insistimos no pouco, dura; 4- Duas técnicas , a do desbaste e a da peça a peça, coexistem nos bonecos do arcano ( observámos “in loco”) e 5- A secagem, ainda não confirmado, deverá passar por uma secagem preparatória antes de ir para a boca do forno. Vimos os confeiteiros fazê-lo com o açúcar confeiteiro.

Vamos ver o que diz o Gilberto Bernardo.

Observámos “O Moisés da Transfiguração” n.º 37-2(1/4) que foi em 1987 a analisar ao Instituto de José de Figueiredo. Fez o corpo e depois vestiu-o peça à peça. A massa seria previamente colorida, excepto  para alguns retoques.

 

Dia 22-02-95  4ªfeira.

A massa nº3, passados 9 dias, ainda se encontra em perfeito estado. A crosta exterior está maior. Atiramos para o lixo as outras bolorentas.

 

Dia 23-02-95 ( anos de M.e Margarida! )

Falamos com o Gilberto: tem o boneco mais ou menos parecido, disse-nos ao telefone e pintado a aguarela. As mãos são delicadas, ainda mais as da freira que as fez. Sábado iremos falar melhor.

 

Dia 25-02-95

Experiência com o “Gilbertinho”: O Gilberto juntou a pequenos montes que fez com a massa nº3 aguarela de bisnaga, conforme as cores pretendidas. Fez isso seis dias após termos feito a massa.

Técnica: 1º- corpo do boneco despido e já pintado( tipo confeiteira)

                2º- braços e cabeça feitos à parte.

                3º- Pôs a “roupa”.

        4º- Os braços, os dedos, modelados um a um, foram incorporados nas mãos.  bastante delicada. Fez várias tentativas. Exige dedos finos e grande pratica, disse-nos.

                5º- Fez o cabelo tal como as botas, à parte, e encaixou-o na cabeça. Fez o mesmo para as barbas.

                6º-Trabalhou com um estilete para fazer os panejamentos das roupagens( antes de deixar secar- Teve alguma dificuldade, pois, a massa precisou de ser humidificada)

 

Observação : Levou mais ou menos dez a quinze minutos a fazer o “Gilbertinho”. Existe a possibilidade de tornar o material mais plástico, e prolongar o tempo de feitura, recorrendo à água. Talvez com goma-arábica. Precisaria de estiletes, além de boa is-ta, dela ou lentes, e de dedos sensíveis.  O “ Gilbertinho” foi feito domingo passado.

 

Dia 29-03-1995- 14:50horas.

Passou um mês e meio:  A trança e a flor exibem uma finíssima e quase imperceptível, a olho nu, poalha de bolor.O interior está branco e quando se utiliza um canivete torna-se facilmente em farinha. Estes foram feitos com a massa nº1 ( farinha com ferem-to).

A mulher com o cesto e o busto de mulher, feitos no 1º dia pela D.Alda Machado com a massa n.º 2- atacados por bolores, perderam-no quase todo depois de os submetemos ao micro-ondas. Exibem de novo uma leve camada de bolor. Utilizei o canivete e reparei que a massa, em termos de consistência, assemelha-se à cera, tal como os bonecos do Arcano.

O menino na manjedoura e a Nossa Senhora, também feitos pela D.Alda, e cobertos com goma-arábica quase que não mostram sinais de bolores. A massa nº3 tem o aspecto e a consistência da que anteriormente descrevemos.

Finalmente o que resta da massa nº3 está duríssima. É castanha por fora e esbranquiçada por dentro e tem também a consistência da cera.

 

Reparo final: Em primeiro lugar, não tendo formação laboratorial, aconselhamos a partir daqui a fazê-lo.

Em segundo lugar, parece-nos que o grande problema é o domínio das humidades. A minha avó secava as roupas no inverno ou em dias húmidos colocando a roupa num estendal junto à boca do forno. Os confeiteiros fazem-no igualmente. Todavia é preciso saber controlar o calor. Um último reparo tem que falar da dose de empirismo acumulado em todo este processo. Assim para se penetrar pela porta que agora cremos ter entreaberto, e avançarmos, é necessário “ir experimentando”.

 NOTA: Em criança, ainda na escola, brincávamos com berlindes feitos de miolo de pão. Mais tarde, viemos a saber que havia uma senhora que fazia “coisas” com o mesmo material. O mesmo viemos a descobrir em relação ao que se fazia nas escolas primárias. Até mesmo “bonecos do presépio” (O“Açoriano Oriental” de Dezembro de 1994 fala disso). Não se poderá, assim, dizer que não existisse o hábito de utilizar farinhas para modelar figuras. Não esquecer “as pretas de natal, conforme nos disse o Sr. Luís Agnelo Borges, descendente do irmão de Madre Margarida, porém, a composição de Madre Margarida , tanto quanto sabemos, e pelo testemunho de quem a conheceu, é inédito. Encontrámos referên-cias ao uso da farinha de milho pelos índios do Peru, aliás compramos um minúsculo presépio de “massa”, no natal de 1993.Já os tínhamos visto em Montreal em Novembro de 1990, no Santuário de São José. Disseram-nos que havia, ou há, um museu no norte de Itália, salvo erro, museu presidiário, que reúne trabalhos em miolo de pão. Infelizmente nunca podemos confir-má-lo, tal como não o conseguimos em relação aos museus do Pão da Alemanha.

 

Dia 23-05-1995- Quase dois meses e meio depois

 

Os Professores Álamo Menezes e Alfredo Borba estiveram no coro alto onde se encontra o Arcano Místico, tendo este último procedido à colheita de amostras para nova análise laboratorial.Reti-rou as amostras de quadros do 1º, 2º e 3º pisos da face um . Eram cerca das 16:45 quando chegaram e 17:45 quando partiram.  

O que motivou esta nova análise?

Ao telefonar para a Universidade dos Açores a pedir o envio do relatório o Prof. Álamo Menezes falou-me num pormenor que , por lapso, não nos fora comunicado antes. Tratava-se da existência de um novo constituinte, o vidro. Ficou acordado telefonar dentro de duas semanas.

 

 

Dia 30-05-1995

 

Contactámos a D.Ana Lisete Paiva para, mal nos enviem os resultados das análises, fazermos novas experiências.

 

Dia 6-06-1995

 

Ainda não há resultados. Aproveitámos para telefonar ao Centro de Restauro dos Açores a fim de sabermos se já havia algo sobre o conteúdo de dois frascos que descobrimos numa parede da cozinha da casa do Arcano. “ São formas cristalizadas” Disse-nos a sua Directora. Acordamos entrar de novo em contacto para sabermos mais.

 

Dia 7-06-95

 

A amostra da massa com a qual fizemos o “Gilbertinho” continua com o mesmo aspecto de há dois meses.

 

Dia 19-06-1995

 

Cerca das 12:15. Ao telefone com o Prof. Alfredo Borba. Foi-me transmitido:

“ Foi encontrada uma percentagem muito alta de vidro moído à volta de 50%, talvez um pouco menos.”  E respondendo a questões que lhe coloquei:

“ Determinou-se perfeitamente a existência de vidro moído porém o que não está confirmado é a percentagem exacta.São massas distintas. Até que ponto a análise visual é fiável? Se calhar teoria de se fazer pastas e tentar compará-las.  Fez-se um corte estológico com micrótico, preparação para o microscópio e projecção no ecrã do computador. Hoje, logo à tarde irei confirmar no laboratório e mando uma telecópia com os resultados.”

 

Dia 20-06-95

 

A telecópia fora enviada cerca das 17:00 horas do dia anterior, todavia só me chegou às mãos cerca das 9:00 horas do dia seguinte.

 

“ Segundo o que conseguimos ver, por campo de 1cm3, 25% é vidro, aparece um outro constituinte, que vamos tentar identificar melhor, mas que nos parece ser cola, numa percentagem de 25%, o resto é arroz.

                            

                                        Um abraço, até amanhã

 

                                               Alfredo

                                           ( assinatura)

 

Dia 21-06-95

 

 

Depois de falar com o Tomaz e com o meu orientador enviei uma telecópia cujo teor transcrevo :

“Ex.mo Sr Prof. Alfredo Borba

Obrigado pelo trabalho que teve. Já sabe mais alguma coisa? Só existirá farinha de arroz?

 

                                 Atenciosamente

                  

                     Mário Fernando Oliveira Moura”

 

 

Dia 22-06-95

 

Conversa telefónica com o Prof. Borba:

“Porque se utilizaram quantidades pequenas de material para amostra não foi possível controlar o seu peso daí que os resultados nunca possam ser rigorosos. Pusemos a hipótese de ser farinha de milho branco, porém inclinámo-nos para o arroz. Seria bom tentar reconstituir a massa. Se o fizeres manda-me uma amostra para poder comparar. Achas que a cola era goma arábica?”

Respondi-lhe:

“ O Instituto José de Figueiredo identificou a cola como sendo goma-arábica. Vou enviar quanto antes a amostra que pediu.”

As amostras foram retiradas da “Lapinha” (nº74-1(1) ) e “Transfi-guração”( n.º 37-2(4/1) ) .

 

Dia 25-06-1995- Cerca das 13 horas.

 

Pedi pelo telefone à Dona Ana Lisete que fizesse uma amostra da massa sugerida pelo Prof. Alfredo Borba:

50% de farinha de arroz, 25% de goma arábica e 25% de poalha de vidro transparente. Ainda esta semana será enviada para o mies-mo professor a fim de a comparar com os dados que obteve com as amostras do Arcano referidas na entrada anterior.

 

Dia 29-06-1995

 

A D.Ana Lisete Paiva entregou-me uma amostra de 50 gramas de farinha de arroz, 25 gramas de pó de vidro e outros 25 de goma-arábica. Ainda estava húmida e quente. Pareceu-lhe não muito diferente das que já fizéramos.

 

Dia 30-06-1995

 

Dividi sensivelmente a meio a amostra e enviei-a ao Prof. Alfredo Borba.

 

Dia 3-07-95

 

Falei de manhã com ele. Se recebesse a encomenda hoje iria ao laboratório. Depois dir-me-ia qualquer coisa. Talvez antes de sexta-feira tivesse alguma novidade. Seria bom pois levaria novidades ao meu orientador. Parto naquele dia para o continente com destino a Esterri d’Áneu, província de Lérida.

 

Dia 31 de Agosto de 1995.

 

De regresso à ilha observei os exemplares que tenho vindo a seguir e verifiquei que mantêm, aparentemente, sensivelmente o mesmo aspecto, todavia, o bolor parece ter alastrado, ainda que lentamente.

Quanto à massa feita com vidro. Mantive-a, por acaso, dentro de um saco de plástico.

1- Uma massa cor de açúcar queimado.

2- Assemelhava-se ao aspecto dos torrões de “caiota” ou a granulados tipo “cascalho.”

3- Destacavam -se os cristais de vidro castanho.

4- Havia um pouco, quase nada, de bolor.

Fora a massa feita há pouco mais de dois meses. Não obstante ter sido conservada num saco plástico, como se disse, conseguira eliminar humidade, ao invés das massas que fizéramos anteriormente, conservadas ao ar livre. Evitara-se quase completamente o bolor.

Todavia, o aspecto exterior da massa  não condiz com o aspecto exterior das figuras do Arcano Místico.

Rasguei o saco para a observação,deixando-o posteriormente ent-     reaberto.

 

4 de Outubro de 1995

 

Contactei pelo telefone com o Prof. Álamo Meneses ficando este de contactar-me depois de falar com o Prof. Borba sobre os resultados comparativos entre a massa que enviara e as amostras das figuras do Arcano que recolheram. Trata-se de saber se coincidem.

 

5 de Outubro de 1995.

 

Encontrei, por acaso, a D. Ana Lisete. Disse-me que a cor da massa se deveria à cor do vidro moído que utilizara. Mas está muito grossa, ao contrário da massa das figuras do Arcano? Se calhar será melhor repetir a experiência utilizando vidro branco. Retorqui-lhe. O vidro secara a humidade, disse-me ainda, talvez um vidro branco mais fino aproxime a massa que fizemos da do Arca-o? Ficou assente e combinado que o faríamos mal eu regressas-se de férias.

 

9 de Outubro de 1995

 

Há cada coisa de pasmar! Ainda por acaso observei de novo a massa e verifiquei para meu espanto que mudara completamente. Mudara de cor, já não havia qualquer vestígio de bolor e perdera o granulado de vidro tipo “cascalho ou torrão de caiota. Vou fotografá-la.

A partir de agora vou deixá-la totalmente fora do saco. Observam-se duas matizes da mesma cor. um tom caramelo claro e um outro mais claro que se aproxima das figuras não pintadas  de Madre Margarida. Além do mais, tal qual as figuras do dito Arcano,é transparente e brilhante, como se tivesse uma camada de verniz. Parece uma cera muito rija. Antes de tocar-lhe pela primeira vez julguei que seria oleosa. Tive de o fazer várias vezes par me certificar do contrário. Nota-se ainda o cheiro da goma-arábica.

O que faremos de seguida?

1- Aguardar a resposta do Prof. Álamo.

2- Vigiar a evolução da massa fora do saco.

3- Comunicar o ocorrido quer ao Prof. Álamo quer à D. Ana Lisete quer ainda ao Tomás Borba Vieira.

4- Pedir à D. Alda Machado que modele uma figura com a massa agora feita.

5-Continuar a observar as figuras feitas há oito meses e pico, com as composições anteriormente descritas.

 

10 de Outubro de 1995

 

A pressa é má conselheira.Pior ainda quando tomada como atitude científica. Afinal a massa descrita na entrada anterior era goma-arábica!

 

Novembro de 1995 

 

O dr.º Henrique Parreira esteve a observar o Arcano Místico.Levou as figuras que já tinham ido ao Instituto José de Figueiredo para as analisar à lupa binocular.

 

18 de Dezembro de 1995

 

Concluiu:”Podemos concluir da observação realizada que as figuras terão sido modeladas, pintadas, todos os pormenores acertados e depois levados ao forno para cozimento, a temperatura relativamente baixa.” Mas o suficiente para derreter o vidro moído. Há que fazer uma nova experiência.Aliás já combinei fazê-lo. Aguardo que o trabalho alivie um pouco.

 

Janeiro de 1996

 

Tentei contactar de novo o Prof.Álamo Menezes por causa do relatório.

 

13 de Fevereiro de 1996

 

As figuras que a D.Ana Lisete e a D.Alda Machado modelaram forram atacadas por pulgões. Atirei-as fora.Igualmente a massa a que adicionáramos o vidro moído colorido.Esta não estava aparentemente parasitada e só apresentava uma leve mancha de bolor.Tal como a encontrara já no regresso de Espanha.

 

8 de Março de 1996

 

Outro equívoco. Afinal o relatório do prof. Alfredo Borba foi enuviado ao presidente da Câmara em Fevereiro de 1995! Tarde é o que nunca chega.Quer falar comigo, disse-me o Henrique Parreira.

No relatório diz-se que é farinha de arroz com trigo e vidro.Na massa reconstitutiva parece ter entrado vidro a mais. Vamos a ver. O Henrique prometeu enviar-me uma segunda via do relatório.  

 

8 Março de 1996

 

Dito e feito. Chegou-me à tarde por fax a cópia do relatório.

 

14 Março de 1996

 

O que é vivo aparece: chegou o relatório vindo da Câmara.

 

12 Abril 1996

 

Nada sei ainda do conteúdo dos frascos encontrados na casa do Arcano, nem dos vidros. O Henrique está a tratar disso.

 

17 Maio 1996

 

De manhã contactei o arqueólogo Mário Varela Gomes e a Dr.a Clara Silva para começar a 2ª fase de prospecções. Já a semana passada falara com os meus colegas da Universidade dos Açores. Há um mês manifestei junto do padre da Matriz o interesse em reiniciar as mesmas. Estamos a aguardar que o empreiteiro que utilizou o quarto de baixo para depósito de materiais de saneamento básico entregue a chave. E que eu descanse um pouco para me preparar para a defesa da tese. Aliás já segunda-feira irei assistir a uma prova idêntica.

Ás 14:30 fui contactado pelo Alfredo Borba. Disse-me que o conteúdo de um dos frascos que encontrei  na cozinha da casa da freira do Arcano ( por detrás da fonte, conforme prospecção arqueológica que efectuei) continha farinha de arroz e vidro moído, um outro continha bagacina moída. Quanto às proporções utilizadas na massa reconstituída disse-me que levara demasiado vidro. Dir-me-ia mais pois ainda não tinha contactado com o laboratório. Estava visivelmente entusiasmado.

 

Diário de escavação

 

 

 29-05-1996

Segunda conversa tida com o arqueólogo Mário Varela Gomes e com a Dr.ª Clara Silva. A primeira ocorreu na semana transacta.

Escavação fina e estratos finos (50cm) Quadrícula de 1/1 ou 2/2 Nos cantos para encontrar estruturas, como dizia o D.Fernando de Almeida, recolhendo e mandando analisar tudo. Equipa pluridisciplinar. Fazê-lo com minúcia.

Aliás já falei com o Sr padre e estará tudo pronto para avançar a este nível, ou seja a preparação logística da escavação.

Lista do material necessário para a escavação da casa da freira do Arcano

 

1- Pedir a Musell Soil Color Charts

                  Kollmorgen Corporation

                  2441 North Calvert street

                  Baltimore- Maryland

                  21218- U.S.A (c.50 000$00?)

 2- Contactar o Prof. João Cardoso- Universidade Nova de Lisboa- Costa da Caparica- Departamento de Ciências da Terra - Geologia (ossos de animal/ se não for muito também malacologia/ ossos de peixe e escama

   Tel.: Uni: (01) 295 4464 ext. (0902)

         Cas. (01) 2910553

  - Prof. Santinho da Cunha

  -Flora/ madeira.Mas gosta mais de pólens e sementes- Prof. João Pais- Mesmo telefone do Prof. João Cardoso.

 -Vidros-Análise física- Prof. Peixoto Cabral (rádio carbono)- (01) 9550021 Instituto de energia nuclear.

Vidros- análise formal-Falar Jorge Custódio- Associação Portuguesa para o estudo dos vidros.Ver catálogo dos vidros(MNAA)- O Mário Varela Gomes ficou em dar o nome do outro.

Análises de carbono 14 custam 70 000$00 cada.

Teodolito? 

Cerâmica do Funchal a sair no próximo ano nas actas do Congresso de Tondela. Falar com o João Diogo.

- Camadas arqueológicas históricas(naturais- poderiam ser artificiais) finas.

Numeração de peças encontradas em camadas: S.II ( sector evidente e diferenciado), Q 7 ( quadrado de, neste caso concreto,  2x2), c 4 ( camada arqueológica 4 com descrição da cor do solo- ajuda da carta de solos- e amostra de terra)-1( significa o número da peça dentro da camada)

 

14:30

A Susana ( C.A.M- t. (086)62443/ F.(086)611089) é de opinião de que talvez um nível óptico ( mais barato) substitua o teodolito. Os engenheiros e os topógrafos usam-no.

Carta de solos/ Instituto Geológico e Mineiro| Plano de Urbanização do Zambujal\ edifício 56, Alfragide 2720- Amadora.

 

14:54

Dr.ª Graça (Univ. dos Açores)

Informações: Malacologia-Prof Frias Martins

                       Plantas- Brandão Oliveira

                       Ossos animais- Ferraz de Carvalho| Departamento de Biologia

                       Vidros- análise química- Prof. Valdemar/ CIÊNCIAS                                                TECNOLÓGICAS- Geociências.

A Carta de solos/ U.Açores tem. Já não temos que investir dinheiro.

 

                                             30-05-1996

Fui ver os preços do material para o trabalho de campo/ escavação.

1-Teodolito/ nível óptico- Talvez consiga o empréstimo.

2-Carta de solos/ Serviços de documentação U.A.

3-Mira- temos

4-bússola

5-réguas normais

6-quadro de loiça/giz/seta de madeira

7-Caderno de campo

8-pincéis finos/clister/escova de dentes/bisturi

9-colher de sopa/faca pequena de cozinha

10-peneiras/ malha pequena (rede 2 600$00 metro mais IVA)

11-Escova tipo de piaçaba-145$00 cada

12-Baldes de plástico- 146$00 cada

13-Fita métrica- 20 metros- 2 600$00 mais IVA

14-barbante tipo pião- 1 meada 500$00

15- picareta pequena de jardineiro-311$00 cada

16-colheres de pedreiro- 3 c. 2 990$00 mais IVA cada

17-estacas

18-rolos de fotografia e diapositivo

19- disponibilidade de máquina fotográfica-revelação imediata.

20-disponibilidade de se fazer com rapidez alçados, cortes e plantas

21- Ver se há água e electricidade na casa

22- derrubar tapumes de blocos

23-2 portas de madeira para o exterior

24- Mais logística: sensibilizar o Mitó, o Emanuel e um topógrafo para fazerem alguns levantamentos pontuais/ sensibilizar malta de História. Treino durante umas semanas.

 

Deixei ontem ao cuidado da dr.º Mónica Moura na Universidade dos Açores mostras recolhidas na "casa da freira do Arcano."- espécies da fauna e da flora locais.

Contactei igualmente ontem à tarde com elementos do Departamento de Geociências da mesma Universidade. Falarei na segunda com o Rui Coutinho (departamento t. 653033 casa 652973)  e com o Nicolau Wallenstein . Este último a fazer a sua tese de doutoramento sobre o vulcão da "Lagoa do Fogo."

A geociências poderia interessar-se pelo solo. A biologia pelos "vivos,"assim evitaria ter de ir à Costa da Caparica.

                                                 31-05-1996

Contactei com a Dr.a Isabel Pinto Osório, Chefe de Divisão de Património da Câmara Municipal do Porto, rua de Entre Quintas, nº219, 4050 Porto,(T(02)321262- Fax (02)2087772) sob a alçada da qual está a "Casa do Infante" ( (02)316025)

                                      Esquema da escavação

1- Descasque interior das paredes. Procura de estruturas.

2-Marcação dos sectores

a) S.I -Casa da Freira (interior)

b) S.II- Casa anexa (interior)

c) S.III-Quintal da Casa da Freira

d)S. IV- Quintal da casa anexa

Poderei eventualmente desdobrar em outros sectores. Por exemplo a estrumeira.

3-Ponto zero/ Do interior para o quintal?

a) quadrado 2x2

b)valas de verificação nos cantos- chamar a geo./ procura de alteração estrutural

c)Nos quadrados ir por camadas naturais. Levar a escova / colherim e picareta pequena/ peneirar tudo

d) Limpar cerâmicas e deixar secar naturalmente o resto

e)etiquetar tudo

f) registo de campo diário

4-Quintal

a)zona dos pátios dos animais

b)quintal da casa pequena  

 

Verão de 1996

 

Exposição itinerante  por todas as freguesias do concelho de 24 fotografias do Arcano Místico. 

 

17 Julho 1996

 

“ Exmª Senhor

Director da Casa da Cultura da Ribeira Grande

Assunto:Conteúdo de frascos.

Cumpre-me informar V.Ex.ª que o conteúdo dos frascos enviados por essa instituição e que segundo informação foram descobertos numa pesquisa arqueológica, na casa da Freira do Arcano da Ribeira Grande, contêm farinha de arroz, vidro moído e saibro moído, material já anteriormente identificado nas figuras do “ Arcano”.

com os melhores cumprimentos.

O Director

Alfredo Borba

 

26 de Setembro de 1996

 

Assunto: Pedido de identificação de amostras arqueológicas.

 

Em resposta ao vosso pedido de identificação do material recolhido na escavação sita à casa do Arcano, até ao momento podemos fornecer as seguintes informações:

Moluscos- as conchas mais finas serão provavelmente de Patela candei D’Orbigny ( Lapa mansa ) , enquanto as mais grossas de Patella aspera Roding ( Lapa brava )

Ident. - dr. Ana Cristina Costa

 

sementes - as sementes mais escuras serão provavelmente de Citrllus lanatus ( Thunb. ) matsum. & Nakai ( Melancia ) , enquanto as mais claras e de maiores dimensões de Cucurbita L. spp. ( Abóbora ).

Ident. - Secção de Botânica

 

Aves- trata-se de ossos e de cascas de ovo de galinha. Conseguiram-se identificar dois ossos como sendo a parte distal de uma tíbia e um hú-mero.

Ident. - Doutora Fátima Melo Medeiros

 

Com os melhores cumprimentos

 

Mónica Moura

 (assistente)

 

Março de 1997

 

1ª reunião conjunta entre os elementos técnicos do projecto e o vereador responsável.

 

Abril de 1997

 

Reunião da Comissão mista igreja/autarquia das obras da casa do Arcano. Tratou-se de três pontos: 1- legalização da casa ( passá-la para o nome da igreja); 2- financiamento; 3- Necessidade de se proceder já à elaboração de estatutos do dito museu. Faço parte desta comissão. 

 

Abril de 1997

 

 Envio de amostras de lapas e outras conchas encontradas por nós nas sondagens arqueológicas da casa de Madre Margarida ao engº António M. Monge Soares do Laboratório de Rádiocarbono do ITN para datação. Também enviamos ao cuidado do mesmo amostra de prato com restos de comida para análise. Tomamos conhecimento com ele e com outros elementos que acompanhamos na recolha de amostras da fachada da igreja do Espírito Santo da Ribeira Grande.

 

Maio de 1997

 

Contacto com o engº Monge Soares. Ainda não fez as análises.

Finais de Maio de 1997 

A autarquia começou a recuperar o telhado da casa do Arcano. Eu, o arquitecto e o engenheiro temos trabalhado em conjunto.

9 de Junho de 1997  

Tirei duas fotografias aos mestres em cima do telhado da casa do arcano  para o dossier do museu. O padre José Maria irá em breve ser substituído por outro. Entretanto a Comisssão Fabriqueira está demissionária. Será desta? Teremos de recomeçar tudo de novo? As obras circunscrevem-se, nesta fase, pré-eleitoral, à cobertura, aos rebocos exteriores e às portas e janelas que dão para o exterior. Destinam-se, tecnicamente, a suster a degradação. Os rebocos serão feitos com as ligas tradicionais tal como ainda lá está. As janelas também. O arquitecto, entretanto, está a fazer o projecto. Depois disto tentarei acabar as sondagens interiores. Entretanto, sigo e registo, passo a passo, todos os passos. Estou à espera de picarem as paredes, tanto exteriores como interiores, para seguir a evolução da casa. Todos os materiais têm sido recolhidos.

4 de Julho de 1997

Forraram o telhado e cobriram-no com plástico, calculem. Ficou-se por aí.  Nas últimas duas semanas ando a filmar o Arcano e os percursos da vida e da obra mais festas e algo mais que possa sugerir e esclarecer as diversas relações possíveis. Domingo vem um cónego novo para substituir o padre José Maria que foi para a ilha das Flores. O museu continuará virtual?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                  APENSO GRÁFICO  

 

 

Pl. I-        Arcano- Relação quarto móvel.

Pl. II-                 -  Implantação.

Pl. III-                - Alçado poente.

Pl. IV-                 - Alçado sul.

Pl. V-                  - Alçado nascente.

Pl. VI-                 - Alçado norte.

Pl. VII-                - Relação banco móvel.

Pl. VIII-               - Planta do banco.

Pl. IX-                 - Portada.

Pl. X-                  - Fechadura do lado esquerdo da portada/ Parte de dentro.

Pl. XI-                 - Puxador e tramela.

Pl. XII-                - Sistema utilizado para fechar o arcano.

Pl. XIII-               - No coro- Corte A; B- ( escala 1:5o)

Pl.XIV-                - Corte A;B ( escala 1:20).     

Pl.XV-                 - Cobertura do Arcano.

Pl.XVI-                - Parte sob o Arcano.

Pl.XVII-               - CorteC,D/ A/B/ alçado lateral direito e esquerdo.

Pl.XVIII-              - Encaixe superior e inferior da vara de ferro.

Pl.XIX-                - Ferragem da base.

Pl.XX-                 - Pata de leão- Base do Arcano.

Pl.XXI-                - Divisões interiores.

Pl.XXII-               - Marcas no móvel e nas portadas ao nível do 2ºpiso.

Pl.XXIII-              - Marcas no móvel ao nível do 3ºpiso.

Pl.XXIV-              - Marcas na base do 1ºpiso.

Pl.XXV-               - Marcas nas tábuas que servem de base aos quadros do 1ºpiso.

Pl.XXVI-              - Marcas sob os suportes dos quadros do 1º piso.

Pl.XXVII-             - Números atribuídos aos quadros do 1ºpiso.

Pl.XXVIII-            - Marcas na prateleira do 2ºpiso.

Pl.XXIX-              - Marcas nas tábuas que servem de base aos quadros do 2ºpiso.

Pl.XXX-               - Marcas sob os suportes dos quadros do piso nº2.

Pl.XXXI-              - Números que atribuimos aos quadros do 2ºpiso.

Pl.XXXII-             - Marcas sobre a prateleira do 2ºpiso.

Pl.XXXIII-            - Marcas nas tábuas que servem de base aos quadros- 3ºpiso.

Pl.XXXIV-            - Marcas sob os suportes dos quadros-3ºpiso.

Pl.XXXV-             - Números que atribuimos aos quadros-3ºpiso.

Pl.XXXVI-     Casa do Arcano    - Alçado principal.

Pl.XXXVII-                              - Alçado lateral esquerdo.

Pl.XXXVIII-                             - Corte.

Pl.XXXIX-                               - Planta do 1ºpiso.

Pl.XL-                                     - Planta do 2ºpiso.

 

 

 

 

                                Apêndice fotográfico

 

F.1-        Frontispício da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Estrela; no seu interior encontra-se desde 1870 o Arcano Místico.

F.2-       O Arcano Místico no coro alto, nave lateral do Santíssimo               Sacramento a cuja Confraria pertence por legado testamentário  desde 1858.

F.3-        Vista do mesmo através da porta de acesso .

F.4-        Marcas         - Céus do quadro da criação(nº1-3(1/4).

F.5-                           - Céus do dilúvio. ( nº7-3(1/2).

F.6-                           - Céus do Gólgota.( nº43-2(1/2).

F.7-                           - Céus  da Sarça ardente(?) (nº20-3(2/3) )

F.8-                           -   céus do vértice das faces 3 e 4,terceiro piso. Não parece estar relacionado com nenhum quadro.

F.9-                           - Céus da Transfiguração. ( nº37-2(1/4) )

F.10-      1ºpiso face 2.

F.11-      1ºpiso face 4.

F.12-      Gólgota ( nº43-2(1/2)

F.13-             Idem

F.14-             Idem

F.15-      2ºpiso-4ªface.

F.16-      Lapinha ( nº74-1(1) )

F.17-            Idem

F.18-      Purificação de Maria no38-2(1)

F.19-      Templo de Salomão-nº34-3(4).

F.20-      Matança dos inocentes-nº6-3(1).

F.21-      Casa de Zacarias- nº11-3(2).

F.22-      Salomão entretido- nº23-3(3).

F.23-      Sarça ardente(?) -nº20-3(2/3).

F.24-       “Igreja Triunfante” (?)-nº18-3(2).

F.25-      Exemplo de pintura sobre o vidro.-nº 16-3(3) (?).

F.26-      D.Ana Lisete Paiva.

F.27-      Ingredientes utilizados nas experiências descritas        sobretudo no relatório anexo.

F.28-      Idem- massas.

F.29-      Idem- massas.

F.30-      Primeiros elementos  feitos à mão pela D.Ana Lisete.

F.31-     Pormenor.

F.32-     D.Alda Machado ao fazer a sua primeira tentativa    recorrendo à técnica do desbaste .

F.33-      Idem.

F.34-      A massa com a farinha de trigo com fermento ao fim de certo  tempo.

F.35-     Massa só com farinha de trigo.

F.36-     Com miolo de pão.

F.37-     Massa nº3.

F.38-     Sr. Gilberto Bernardo.

F.39-     Mulher com cesto-D.Alda Machado ( com bolores)

F.40-     Primeiros elementos feitos ao fim de certo tempo.

F.41- a   “ Gilbertinho”-Técnica do vestir a figura.

F.41- b               Idem

F.42- a   Boneco feito pela Dona Alda Machado-Técnica do                         desbaste.

F.42- b               Idem

F.43- a    Figura examinada no Instituto José de Figueiredo-Téc-    nica de vestir.

F.43- b               Idem

F.44- a    Figura examinada no Instituto José de Figueiredo-(Moisés)- Veja-se o pormenor da textura.              

F.44- b    “Toque” da mão da autora.             

F.44- c    Pormenores da construção da figura.             

F.45- a    Mesma técnica.             

F.45- b    De costas.             

F.46- a    Técnica mista. Moldar e vestir.             

F.46- b                Idem

F.47- a    Técnica mista. Massa colorida separadamente.               

F.47- b                Idem

F.47- c’    Figura da colecção do srº Luís Agnelo Borges, descen-dente do irmão de Madre Margarida Isabel do Apocalipse.Costas.

F.47- c’’              Parte da frente.

F.47- d’               Idem  (frente)

F.47- d’’                      (costas)

F.47- e’               Idem  (frente)

F.47- e’’                      (costas)

F.47- f’               Idem  (costas)

F.47- f’’                       (frente)

F.47- g’               Idem  (frente)

F.47- g’’                    (costas)

F.48-       Parte superior externa do Arcano Místico (móvel).

F.49-       Parte inferior externa do Arcano Místico (móvel).

F.50-       Marca feita no 2º piso, vértice das faces 2/3.

F.51-a     Marca no 2º piso, face 2.

F.51-b     Marca no 1º piso, face 4.

F.52-a     Marca na armação vertical  junto ao vértice das faces 4/1 no 2º piso.

F.52-b     Marca na armação vertical da 2ª face junto ao vértice do 1/2 no 2º piso.

F.53-      Fotomontagem de toda a 1ª face do Arcano Místico.

F.54-      Fotomontagem da 2ª face.

F.55-      Fotomontagem da 3ª face.

F.56-      Fotomontagem da 4ª face.

F.57-a    Estado actual de parte  do frontispício da casa do “Arcano Místico.” Fotografia tirada do lado norte.

F.57-b    Fotografia tirada do lado sul.                  

F.58-a    Alçado sul.

F.58-b    Alçado norte.

F.59-a    Interior do maior quarto da mesma casa situado no lado nascente  e no 1º andar. Fotografia tirada de poente para nascen-te.

F.59-b    Do mesmo quarto. Tirada de nascente para poente.

F.60-      Quarto do 1º andar situado no vértice poente da casa.

F.61-      Vestígio de porta situado na parede poente do corredor que ladeia o quarto maior da mesma casa.

F.62-      Vestígio de janela ou copeira encontrado na parede norte do quarto mencionado na fotografia anterior.

                        Apêndice de Desenhos

 

 

Des.1-            Como se faz uma figura: Técnica do vestir a figura.( hipotética reconstituição)

Des.2/3-         Técnica de desbaste e mista.

Des.4-             Barro recoberto com a massa.

Des.5-             Barro policromado.

Des.6-             Como se faz uma construção imitando a natureza.

Des.7-             Imitações das construções do homem: vidro e madeira.

Des.8-             Só vidro colado.

Des.9-             Como se desmonta o móvel ( hipótese)

Des-10-                            Idem

Des.11-                              

Des.12-                              

Des.13-                              

Des.14-                              

Des.15-                               

Des.16-                              

Des.17-                               

Des.18-                               

Des.19-                               

Des.20-                               

Des.21-                               

Des.22-                               

Des.23-              Proposta de tipologia formal dos quadros do Arcano.

Des.24-                           Idem

Des.25-                             

Des.26-                             

Des.27-                              

Des.28-                             

Des.29-                             

Des.30-                             

Des.31-                             

Des.32-                             

Des.33-                             

Des.34-                             

Des.35-                             

Des.36-                             

Des.37-                             

Des.38-                             

Des.39-                               

Des.40-                              

Des.41-     Tipologia cénica. Tipo A.

Des.42-     Tipo B.

Des.43-     Tipo C.

Des.44-     Tipo D.

Des.45-     Hipotética reconstituição da Casa do Arcano Místico (1ª fase).

Des.46-     2ª Fase.

Des.47-     Acesso primitivo.

Des.48-     Interior da casa do Arcano antes do enxemés.

Des.49-     Hipotética exposição na casa do Arcano no tempo de Madre Margarida Isabel do Apocalipse.

Des.50-     No coro alto com o cortinado.

Des.51-     Uma proposta de musealização. Mantê-lo tal qual o encontramos.

Des.52-     Outra hipótese. Manter o móvel com réplicas retiran-do-lhe  os  quadros.

Des.53-     Retirar alguns  quadros incompletos para documentar aspectos técnicos.

Des.54-     Retirar a manga e as duas panelas colocando-as num expositor à parte.

Des.55-    Banco de dados informático.

Des.56-    Sala de audiovisuais.

Des.57-    Oficina-escola de conservação, restauro e de construção de réplicas.

Des.58-    Ribeira Grande: “Itinerário da vida e da obra de Madtre Margarida Isabel do Apocalipse.

 

 

 

                                   INDICE DE QUADROS

 

Q. I-    Levantamento temático-iconográfico do Arcano Místico de Madre Margarida Isabel do Apocalipse.

Q.II-    Indice onomástico das personagens dos quadros do Arcano Místico, da Manga e das duas Panelas.

Q.III-   Origem das legendas dos quadros do Arcano Místico e sua frequência no tempo do Antigo Testamento.

Q.IV-   No tempo do Novo Testamento.

Q.V-    Livros não directamente referidos nas legendas.

Q.VI-   Festas Marianas e Jesuínas de acordo com o Missal de 1760.

Q.VII-  Outras festas religiosas de acordo com o Missal de 1760.

Q.VIII- Excertos retirados do calendário de Festas de Santos  da Ordem Seráfica de São Francisco.

Q.IX-   Tabela de preços para visitar o Arcano Místico.

Q.X-    O rendimento do Arcano e de mais outros bens pertencen-tes à Confraria do santíssimo Sacramento da Igreja Matriz da Ri-beira Grande.

Q.XI-   Rendimento do Arcano e  de mais outros bens da Confraria para o período do coro alto.

Q.XII-  Livros da biblioteca de Madre Margarida Isabel do Apoca-lipse.

Q.XIII- Obras feitas ou atribuídas a Madre Margarida Isabel do Apocalipse.

Q.XIV- Algumas correspondências entre o Antigo  e o Novo Testa-mento.

Q.XV-  Casa alta da rua de João D’Horta( local do proposto museu do Arcano).

Q.XVI- Casa de Madre Margarida da Canada dos Cabidos( ligada pelo quintal à alta ).

Q.XVII-Casa baixa de Madre Margarida  da rua de João D’Horta.

Q.XVIII- Obras nas casas de Madre Margarida posteriormente da Confraria do Santíssimo Sacramento da Matriz da Ribeira Grande. 

Q.XIX  - Quadro cronológico da vida, obra, espaço e tempo de M.e Margarida Isabel do Apocalipse. 


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