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Cidade Ribeira Grande 1852 - IX

 

Enquanto a Ilha tremia, Loureiro gozava férias parlamentares – IX

Quando a 17 de Março entrou na Câmara dos Deputados, já aí decorriam trabalhos desde o dia 15 de Dezembro. Ainda assim, em duas semanas, conseguiu eleições intercalares, iniciou a defesa do Tribunal da Relação e propôs a criação da Comarca de Santa Maria. Pouco depois, uma longa pausa nos trabalhos. A Câmara suspendeu os trabalhos até 20 de Abril.[1] Que fez ele entretanto? Terá ido à Ilha? Não. Ficou pelo continente. Gozou a Páscoa em família. E, além, de tratar de assuntos pessoais e dos de clientes da ilha, ter-se-á dedicado a preparar o que contava apresentar quando a Câmara reabrisse. E, na Ilha, como veriam a sua actuação naquele órgão? O que se diria pelos clubes da Ilha? Não sei. Conheço apenas o que vem na edição do dia 17 de Abril do Açoriano Oriental. Aí, em vez de lhe agradecer, o jornal dirige-lhe palavras da dureza do basalto. De aviso. É esta a impressão que me deixa a sua leitura. O Açoriano Oriental não era o seu Correio Micaelense (que lhe elogiaria e lhe mandaria recadinhos mais susceptíveis por outras vias), era um jornal (de certo modo) independente. Como reagiu Loureiro às críticas? Após lê-las, umas boas duas semanas depois, iria seguir (ou fingiria seguir) aqueles ‘conselhos.’ O seu futuro parlamentar corria riscos. O jornal ‘aviva-lhe a memória:’ ‘S. S. recebeu um diploma, não para ostentação mas para representar as suas necessidades, e propor medidas que tornem efectivas a prosperidade deste país, com todos os elementos para ela, se forem bem aproveitados.’  Enquanto lhe ‘aconselhava’ (em tom de ameaça ‘amigável’) o rumo a seguir, fazia-lhe ‘ver’ as consequências caso não levasse o aviso a sério: ‘Lembre-se o senhor deputado que tem de vir para entre os seus concidadãos, ou cobrir-se de glória pelo que houver feito em seu benefício, ou perder toda a consideração e prestígio se nada fizer, e a estima pública é um título tanto para invejar, que cremos em S. S. boa vontade para o conseguir.’[2] Será mesmo que Loureiro levou o aviso a sério? É bem provável que tenha. Entretanto, o que acontecia lá na Ilha? Lá na Ilha, cinco dias depois do Domingo de Páscoa, a terra tremeu provocando perdas materiais e matando meia dúzia de pessoas. Na primeira página de O Açoriano Oriental, na mesma edição do aviso/ameaça a Loureiro (mais uma razão para levar a sério o ‘conselho’), sai uma notícia de Última hora:’ Hoje (16), pelas 10 e um quarto da noite, sofreu a cidade um tremor extraordinário, abalando muitas casas, das quais algumas caíram (…).[3] Foi escrito no próprio dia do terramoto, mas saiu com data do dia seguinte. É o primeiro relato (um verdadeiro furo jornalístico!) da catástrofe. Que conheça. Centra-se (sobretudo) em Ponta Delgada. No dia seguinte ao terramoto, na sua casa na rua do Vencimento, na Conceição, Ribeira Grande,[4] João Albino Peixoto, fortemente ‘abalado’ pelos acontecimentos, escreveu de rajada dois poemas. ‘Ao Terramoto de 16 de Abril de 1852,’ (escrito em forma de quadra) é publicado na Revista dos Açores de 21 de Abril. Albino (nos seus quarenta e muitos anos de idade)[5] atribui a causa a Deus: ‘Nada vem do mero acaso,/ Tudo vem de alto destino/ Aliás, o acaso é Deus/ Ou não sabio (?) o ser Divino.’[6]  Posição que não desdiz outros relatos contemporâneos. O segundo, com o mesmo título, sai a 24 de Abril no Açoriano Oriental. Neste, Albino, pondo em segundo plano a parte divina, plasma emoções, enquanto descreve factos reais: ‘Ai! que espantoso arruído!/Dos tectos, que assaz tremiam, / Das vigas que se agitaram/ E dos muros que se abriram./Mil fragmentos dispersados/Já caíram em tal sorte/Que em tal confusão pareciam/ Horríveis setas da morte! Ergo-me: e, para fugirmos, / Neste moto repentino,/ À escada me dirijo,/ E co a porta não atino.’ A angústia de pai pelo que pudesse ter (naqueles instantes que parecem sempre eternidades) acontecido aos filhos brota-lhe de forma espontânea: ‘Luz acendo, deprecando./ Do altíssimo a clemência…/ Vejo a dormir três filhinhos,/ Brando sono de inocência.’ Horácio completara três anos, Maria um ano e Ana três meses.[7] Após ter verificado de que nada lhes acontecera e a casa (talvez com umas fendas) estava de pé, mais sereno, sai portas fora: ‘E que ouço fora? Mil preces/Ao Deus do Céu…e gemidos/ De alguns infelizes, que/ São mortalmente feridos!/ De lustros dois, e quatro anos,/ Uma virgem, e irmã menina/ Do vital sono ou da morte/ Fez passar cruel ruina./ Um campónio é sepultado/ Entre seixos de repente/ E apena dentre a caliça/Ilesa conserva a frente.’ A uma triste viúva/Prostra madeiro pesado;/ um menino no seu berço/ é ferido e sepultado./ De outros de mais longe agora/ Se diz que o mesmo hão sofrido:/ e imensos não pereceram/ Por ter à pressa fugido.’ O Açoriano Oriental, do dia 24 de Abril, diz quem não teve sorte na Ribeira Grande:na freguesia da Conceição contam-se duas infelicidades causadas pela demolição de uma casa de Francisco Barrela, perecendo duas suas filhas, uma de 5 e outra de 15 anos de idade. Nas Gramas (freguesia Matriz da mesma Vila) o infeliz João Pereira perdeu a sua única filha, está em risco de lhe faltar a esposa, ficou sem casa, e com menos algum gado que possuía.’[8] Albino agradece a sua sorte: ‘Ai! Que eu podia também/ com filhinhos e consorte./ Sofrer como aqueles tristes/ As tristes ânsias da morte.’ Os poemas terão sido lidos em voz alta (como era costume) a audiências analfabetas. Uns e outros ter-se-ão identificado com Albino. Um sentimento que perduraria na memória colectiva da Ilha.[9] Fruto da ligeira mudança nas mentalidades, naquele mundo rural e quase analfabeto, dominado pela visão conservadora da Igreja Católica, José de Torres colocou, lado a lado, o poeta Albino, atribuindo a causa do ‘terramoto’ a Deus, e o cientista Thomas Carew Hunt, (cônsul Britânico na Ilha) atribuindo ‘os terramotos’ a causas naturais.[10]

No primeiríssimo número do novo Jornal A Ilha, no dia 22 de Abril, Mariano José Cabral narra de forma ‘empenhada’ os acontecimentos. Percorrera as ruas de Ponta Delgada, sendo, pois, testemunha do que viu e ouviu. Fá-lo numa prosa fascinante, de tal forma e jeito que o leitor entra no que ele escreve. Até me recorda passagens de Gaspar Frutuoso. Ou de Fernão Lopes. Apesar de não poder ‘ainda enumerar todas as desgraças ocorridas tanto na Cidade como nas Vilas, aldeias, e povoações: por nos faltarem as notícias que se esperam nos correios desta semana,’ oferece uma notícia (bem) recheada de pormenores. Escrevera-o no dia 20. ‘Depois de grandes chuvas e ventanias, amanheceu o dia 16 [numa sexta-feira] seco e cálido: de tarde a atmosfera apresentou-se carregada, mas ninguém pressentia o triste acontecimento da noite. Cinco minutos apenas depois das dez horas começou [o terramoto] (…) [que] segundo os melhores calculistas, durou apenas cinco segundos (…).’ Neste ponto, convém dizer que há narrativas divergentes. Continuando com Mariano Cabral: ‘Desabaram edifícios, outros se arruinaram, os caminhos abriram-se, os muros caíam, e as pessoas corriam aterradas de um para outro lado a procurarem segurança para as vidas nos largos e nas praças, bradando por Misericórdia! (…) Desde aquele momento começaram todos a correr para o largo de S. Francisco, aonde se reuniram num instante cerca de duas mil pessoas de ambos os sexos, dirigindo-se todas as súplicas para a milagrosa imagem do Senhor Santo Cristo (…). Viram-se então procissões de penitência, uns descalços, e outros de joelhos correrem para as portas do templo [Convento de Nossa Senhora da Esperança].’ Os tremores continuaram no dia seguinte, ‘pelas quatro horas e vinte cinco minutos da madrugada do dia 17, outro tremor se sentiu, muito menos violento que o primeiro é verdade, porém mais aterrador pelo receio da repetição.’

O Bispo da Diocese, D. Frei Estêvão de Jesus Maria, autoexilado em Ponta Delgada, ‘mandou fazer preces por três dias consecutivos em todas as paróquias e conventos de religiosas a que ele próprio assistiu na igreja Matriz.’ As autoridades laicas do Distrito e do Concelho não ficaram atrás do Bispo. É ainda Mariano Cabral quem no-lo diz: ‘no momento do terror o sr. Governador Civil acompanhado do Sr. Administrador deste Concelho, percorreu as ruas e as praças, animando a todos, com palavras de conforto e de esperança. (…).’

Na ‘capital do Distrito,’ além de muros caídos, de algumas poucas casas arruinadas, e de uma menina ‘de cinco anos, chamada Branca’ que havia falecido, saltando para os edifícios públicos, Mariano destaca (e eu sublinho-o a traço grosso), ‘muito há que recear das casas onde estão os Paços do Concelho, e a Cadeia Pública pelo seu estado de ruina, sendo urgentíssimo acolher-se-lhe de pronto.’ As autoridades locais, Distritais e Loureiro, como ‘cão que não larga o osso,’ nunca mais iriam largar estas duas (assim o haviam decidido) prioridades Distritais. A concluir a sua narrativa, lança um pungente apelo às autoridades para que ‘(…) providenciem de algum modo, para no possível se socorrer a miséria e o desvalimento.’ De onde viria o socorro? Do reino? Sugere: ‘Recorra-se também a S. M., e faça-se ver ao Governo da Rainha, que o povo de um Districto, que anualmente concorre para as despesas gerais do estado, com somas avultadas merece neste momento toda a sua atenção, todos os seus desvelos e justiça.’ Terá vindo? Vejam lá de onde poderia vir: ‘É preciso recorrer às almas generosas não só desta Ilha, mas de todas, de Portugal mesmo, do Brasil, e de toda a parte para que acudam ao aflicto, que por esta fatalidade ficou sem tecto, sem pão e sem auxílios.’[11] Viria daí? A 23 de Abril, Félix Medeiros, o Governador-Civil enviou um primeiro (e bastante incompleto) relatório da ocorrência a Rodrigo da Fonseca, ‘Ministro do Reino,’ e seu superior na ‘jerarquia. António Teixeira de Macedo, seu braço direito, (certamente a seu pedido e com o seu consentimento), não só (quase de certeza) o terá escrito,[12] como o terá feito chegar aos jornais. Conviria, para acalmar os ânimos e dar esperança, manter os ‘habitantes’ a par do que o Governador ia fazendo. O jornal A Ilha, de Manuel José Morais, folha conservadora ligada aos Cartistas, pega no texto e publica-o na edição do dia 29. Tirando a narrativa dos acontecimentos, que não diverge muito da que Mariano José Cabral, como vimos, já publicara naquele mesmo jornal, o Governador desculpava-se perante ‘O ministro do Reino’ por não poder ainda enviar-lhe ‘uma relação exacta dos acontecimentos que tiveram lugar nos diferentes pontos desta Ilha.’ Tal atraso, acusa, devia-se ao ‘desleixo ou ignorância dos Regedores,’ que não havendo enviado relatório aos ‘Administradores dos Concelhos,’ estes não puderam, por seu turno, enviar-lhe seja o que for nesse sentido.

O que considerava aí o Governador ser prioritário? Aqui vai: a ‘sorte’ dos presos e o ‘estado’ da cadeia. Numa situação de muita carência (sobretudo) entre a ‘populaça’ ‘desfavorecida’ (a esmagadora maioria), temer-se-iam (os habituais) ‘alevantes’ e outras formas violentas de atentados à propriedade alheia? É possível. Era urgente tomar medidas. Além da tropa nas ruas, que o governador de combinação com o comandante do forte, pôs logo a patrulhar as ‘ruas da Cidade,’ a cadeia (obviamente) seria essencial. Pelas condições desumanas em que se encontravam os reclusos. O Conselheiro Bento Cardoso de Gouveia Pereira Corte-Real, Presidente do Tribunal da Relação dos Açores (de 1848 a 1856), seria solidário (e cúmplice?) nessa matéria com o Governador.[13] Uma achega? Só hoje - 18 de Novembro - descobri o seu nome,[14] o que me leva a mudar o que afirmei no artigo anterior. Havia quem, como este Conselheiro, não se importasse de vir para a ilha. Trabalhos de História? Sempre em aberto. E humildade. É o caso de Corte Real. Esse magistrado terá nascido por volta do ano de 1810 na freguesia de Nossa Senhora do Ó da Várzea (?), bispado de Viseu. Prova de que fixou residência em Ponta Delgada é o facto de a filha Ana ter nascido e sido baptizada em Ponta Delgada. Joaquim Fernandes Gil (pai do futuro Visconde do Porto Formosos), capitão de navios e negociante em Ponta Delgada, foi quem representou por procuração o padrinho: avó materno de Ana.[15] É (muito) provável que conhecesse quem representava. Por que razão trouxe a esta narrativa Fernandes Gil? Porque talvez possa, por um lado, ‘indiciar’ as ligações deste à família Corte Real, por outro, através dele, possa igualmente ‘indiciar’ as ligações (de conhecimento) dos Corte Real na ilha. Outra suspeita? A sede do Tribunal da Relação dos Açores partilhava um espaço do antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição com o Governo Civil e a Junta Geral. Dando-se (aparentemente) bem, seria pois fácil conseguir contactos discretos. Ou oficiais. Além do mais, o Conselheiro Corte Real era mais ao menos da idade de Loureiro. Será que só se conheceram na Ilha (contactos profissionais?) ou já se conheceriam de Coimbra? Levado por essas ‘suspeitas,’ repensando o que antes escrevi, creio ser plausível admitir que a defesa do Tribunal até possa ter tido origem no próprio Conselheiro Corte Real. Mas pode (igualmente) não ter partido dele, tendo este apenas aderido ou não se oposto à ideia. Certo? Além dele, à altura, faltava ao Tribunal um Vice-Presidente, Juízes e Procurador Régio. Reivindicar uma melhor cadeia seria (poderia ser) uma forma subtil (e inteligente) de defender também a própria manutenção daquele Tribunal em Ponta Delgada. Significativamente (ou não), a cadeia (Distrital) seria inaugurada no ano em que Corte Real abandonou a Ilha. Loureiro, com algum (natural) atraso, ia tomando conhecimento do que se ia passando na ilha pela leitura dos jornais que assinaria, pelos relatos de gente que ia e vinha da Ilha, por carta ou por vias oficiais. Enquanto esperava instruções da Ilha, entretanto a Câmara dos Deputados já reabrira, Loureiro ia avançando com projectos e requerimentos. Que ajuda veio? Vamos ver no próximo trabalho.

Lugar das Areias – Rabo de Peixe



[1] Câmara das Sessões dos Deputados, 24 de Maio de 1852, p. 7: ‘na Sessão de 31 de Março ficaram inscriptos os Srs. Holtreman, Casal Ribeiro, Cordeiro, e Ávila. O Sr. Holtreman foi interrompido no seu discurso em consequência de ter chegado o Decreto do adiamento.

[2] Açoriano Oriental, Ponta Delgada, 17 de Abril de 1852, fl. 4.

[3] Açoriano Oriental, Ponta Delgada, N.º 898, 17 de Abril de 1852, fl. 1

[4] BPARPD, Ana, filha de João Albino Peixoto, Baptizados, Conceição, Ribeira Grande, 2 de Junho de 1852, lv. 18, fl. 139. Cf. Luís Bernardo Leite de Ataíde, Etnografia, arte e vida antiga dos Açores, Vol. II, Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1973, fls. 218-219: Nascera em Janeiro. João Albino fixou-se em Ponta Delgada no ano seguinte. AMRG, Róis de Confessados, Conceição (1851, 1853), Rua do Vencimento.

[5] BPAPD, Batizados, Conceição, Ribeira Grande, Lv. 11, 1796-1805, fl. 155v.

[6] Açoriano Oriental, Ponta Delgada, N.º 899, 24 de Abril de 1852, fls. 2-3.

[7] BPARPD, Baptizados, Conceição, Horácio, 13 de Maio de 1851, Ribeira Grande, lv. 18, fl. 96; BPARPD, Baptizados, Conceição, Maria, Ribeira Grande, lv. 18, fl. 97v; BPARPD, Ana, filha de João Albino Peixoto, Baptizados, Conceição, Ribeira Grande, 2 de Junho de 1852, lv. 18, fl. 139.

[8] Açoriano Oriental, Ponta Delgada, N.º 899, 24 de Abril de 1852, fls. 2-3. Consultando os óbitos, acho que as idades não estarão correctas. Ali não encontro nenhum óbito de maires de 7 anos.

[9] Peixoto, João Albino, Ao terramoto de 16 de Abril de 1852 (poema), Revista dos Açores, Ponta Delgada, n.º 69, 21 de Abril de 1852, pp.274-275; O Terramoto, Açoriano Oriental, Ponta Delgada, 24 de Abril de 1852, p. 4; (Arquivo dos Açores, Volume V, pp. 491-492; Francisco Maria Supico, A Persuasão, n.º 2: 328, 5 de Setembro de 1906; Cf. Escavações, Francisco Maria Supico, Instituto Cultural de Ponta Delgada, 1995, Vol. III, pp. 1128-1129.

[10] Thomas Carew Hunt, Terramotos, Revista dos Açores, 21 de Abril de 1852, p. 273. E tb: A [um tímido José de Torres?], Terramotos, Revista dos Açores, 21 de Abril de 1852, p. 273

 

[11] Mariano José Cabral, (datado de 20 de Abril), O Terramoto de 16 de Abril de 1852 na Ilha de S. Miguel, A Ilha, Ponta Delgada, n.º 1, 22 de Abril de 1852, pp.2-3; (tb. In Arquivo dos Açores, volume V, pp. 480-483).

[12] Macedo colaborava na imprensa local (ou publicava em livro) não só com produção poética mas com trabalhos sobre diversos temas. Por exemplo: Macedo, António Teixeira de, Sobre o estado da Agricultura, commercio e industria, do districto de Ponta Delgada, Ponta Delgada, 1853.

[13] José Caetano do Canto e Medeiros, 1833 [É provável que a lista tenha ido feita pelo filho Ernesto] Tribunal da Relação dos Açores (…) Presidentes, in Arquivo dos Açores, 1981, Volume V, p. 169.

[14] Graças a uma dica do Dr. Pedro Soares de Albergaria e da proficiência do Dr. Jorge Manuel de Melo. A quem agradeço.

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