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Cidade Ribeira Grande 1852 - XIV (Em aberto)

Continuava Vila ou já era Cidade? (Em aberto)

Continuava Vila. No entanto, seria doravante tratada como se já não fosse. Isso para o Governo.[1] Já era Cidade. Isso para a Ribeira Grande e para quem a visitava. Quando foi tomada a decisão? É possível que tenha sido depois do encerramento da Câmara dos Deputados em finais do mês de Julho e antes da sua reabertura em Dezembro.[2] Mas pode também ter sido depois de1852. Onde encontrar a prova disso? Como teria chegado à Ilha essa informação? Desunhei-me a procurar respostas, sem qualquer resultado.[3] Resta-me (então) uma única opção: o testemunho de Supico. Mas já para 1863. Diz-nos ele: ‘ainda não fora considerada digna.’[4] Onde foi ele buscar a informação? Não diz. No mesmo texto, porém, de forma delicada, insinua que (para alguns) a decisão de Lisboa fora injusta: ‘Com tamanha população, riqueza e progresso, a Vila da Ribeira Grande excede a algumas povoações portuguesas condecoradas com títulos de cidade.’[5] E que (para outros), a derrota da Ribeira Grande fora alvo de troça. Até de alegria? Ou de alívio? A rematar o texto, deixa alguma esperança: a continuar a progredir, o Governo não tardaria a fazê-la Cidade.   

Por que não fora considerada digna pelo Governo? Desconhecendo-se a explicação oficial (pelo menos eu desconheço), vou tentar chegar lá de outra forma. Como? Comparando o caso da Ribeira Grande com Tomar e Guimarães, talvez possa aproximar-me da razão (ou de uma das razões). Tomar oferecia uma arquitectura (considerada então incomparável) e (sobretudo) tinha Costa Cabral (que ainda não caíra em desgraça) como ‘padrinho.’ Guimarães fora berço da nação e a rainha era sua ‘madrinha.’ E quanto à Vila da Horta? Era já sede (informal) de distrito e tinha o (influente) futuro Duque de Ávila como ‘padrinho.’ A Ribeira Grande (que até poderia ter tido bons padrinhos) nada fez (aparentemente) por mobilizá-los à causa. Fossem lá os critérios que fossem, os Reis (e agora os seus Governos) não criavam cidades ‘por dá cá aquela palha.’ Em 1711, a Guarda fora a última Vila a passar a Cidade antes da Horta. Portanto, só 122 anos depois. Não se conhece (pelo menos eu não conheço) nenhum caso para o século XVII.

Diminuindo as (já poucas) hipóteses de sucesso, o processo de elevação a Cidade, apesar de bem instruído, foi (como se viu) mal acompanhado. Ao contrário das outras propostas de Loureiro. E entregue tarde. Depois, aqui já entra o acompanhamento, a imprensa de Ponta Delgada (então única da Ilha) não se interessou minimamente pelo assunto. Nem tão pouco houve quem na Ribeira Grande escrevesse sobre o assunto. Não houve (igualmente) ninguém com influência que desse a cara: o Governador Civil, o Presidente da Câmara. Outras Câmaras, como haviam feito para o Tribunal da Relação? Fruto de inexperiência de Loureiro? Fez de propósito? Para ‘abortar’ a hipótese? Não sei. No caso da Ribeira Grande, o que veio a público e que obteve apoio (daquelas entidades e da imprensa), foi o porto de Santa Iria. Que desfecho teria tido o processo, se porventura tivesse sido melhor acompanhado? Nunca o saberei.

O motivo do ‘chumbo’ terá sido apenas o de não ser ainda digna? Razão imediata, pelo que se viu, sim. Estou, no entanto, convencido de que há uma razão mais funda: a proximidade física, económica e política entre a Ribeira Grande e Ponta Delgada. Os dois centros mais importantes da Ilha. Então, aqui (seguindo Vitorino Nemésio) a geografia (para nós) valerá outro tanto como a História?[6] Eram facilmente acessíveis pelas melhores vias da Ilha.[7] Estavam (como vimos nos trabalhos anteriores) intimamente ligadas pela economia e pela História. Todavia, a proximidade era (e ainda é) ‘uma faca de dois gumes:’ tanto beneficiava como prejudicava. Implicava (igualmente) a subalternidade de uma à outra: no caso da Ribeira Grande a Ponta Delgada (a sede do Distrito). Além do mais, na altura procedia-se a uma reorganização administrativa radical da Ilha: as Capelas voltavam a Ponta Delgada, extinguia-se Água de Pau. A Ribeira Grande teria os Fenais da Ajuda. Não seria oportuno também por isso?

E, no entanto, foi um deputado natural de Ponta Delgada que apresentou a proposta. Os poderes daquela cidade (aparentemente) não se opuseram. Porquê? Talvez o tipo de cidade que se pretendia para a Ribeira Grande o explique. Como procurei demonstrar no trabalho anterior, em 1852/3, apresentavam-se apenas dois tipos de Cidade: o de Tomar e de Guimarães (apenas conferindo a honra do título) e o da Horta (título a honrar uma prévia centralidade administrativa). Como foi ainda o caso de Viana do Castelo. A proposta de cidade de Loureiro (como se viu anteriormente) cabe na perfeição no primeiro tipo: Cidade como título honorífico. Assim sendo, ‘não mexia’ com os poderes estabelecidos da capital do Distrito. No entanto (continuo a lançar como hipótese), é (igualmente) possível que houvesse quem receasse (na Ilha e sobretudo na sede do Distrito?) que a Ribeira Grande (a breve trecho) quisesse ir mais além. E, se por hipótese, fosse criada na Ilha (ela tinha dimensão para isso) um novo Distrito? Que parte nisso caberia à Ribeira Grande já Cidade? Afinal, a Ribeira Grande era cabeça de uma Comarca Judicial (e de uma Ouvidoria) que abrangia toda (ou quase toda) a costa Norte.

A ambição era real. Em 1856 (quando já se saberia por certo da nega do Governo), João Albino não o esconde: ‘A Ribeira Grande será então mais do que foi? Não se poderá ela chamar uma nova cidade? E por que não? Oh, Filhos da Ribeira Grande![8] Ao mesmo tempo, a velha aliança entre a Ribeira Grande e Ponta Delgada dava sinais de cansaço (sobretudo por parte da Ribeira Grande). Em 1858, em desacordo com o Directório (em Ponta Delgada) do Partido Progressista, alguns progressistas da Ribeira Grande formaram uma lista independente. Que ganhou no Concelho da Ribeira Grande (mas não elegeu Deputado). Em 1861, com o Circulo eleitoral da Ribeira Grande, a situação mudou favoravelmente. Em Outubro de 1862, Albino explicava os insucessos da Ribeira Grande: ‘se em seu favor tivéssemos tido enérgicos deputados, um Governo acessível, e consciencioso (…).’[9] A eleição (já no Círculo da Ribeira Grande) do ‘nosso insigne Representante, o Digníssimo Bicudo,’ que, não muito tempo depois, lhe iria alcançar o lugar de Guarda-mor no Porto de Santa Iria, ‘que por nós tanto tem feito, e em quem fundamos nossas justas esperanças.’[10] Uma dúvida: sendo deputado pelo círculo da Ribeira Grande, por que não terá (aparentemente) levantado de novo (oficialmente) a questão da Cidade? Tanto mais que, em 1863, Albino (que não perdia oportunidade) lhe lançara o repto: ‘Que me falta? … É o título de Cidade.’[11]  Se Bicudo pegou no assunto, deve ter tido o cuidado de sondar a opinião do Governo. E, terá sido informado de que não seria ainda oportuno fazê-lo. D. Pedro V elevou apenas Setúbal a Cidade (que já era capital de Distrito) em 1860. D. Luís elevaria três: Santarém (que era já capital de Distrito), em 1860, Covilhã (Distrito de Castelo Branco) em 1868 e Figueira da Foz (Distrito de Coimbra) em 1882. Um pormenor que pode ser interessante. Em 1867, já lá tinha estado em 1865, ‘Esteve no dia 31 do passado nesta Vila o Excelentíssimo Senhor Marquês da Ribeira Grande e sua consorte. Foram descansar a casa do Senhor Martiniano Ferreira Cabido e dali dirigiram-se para a igreja Matriz, demorando-se algum tempo em oração. (…) [Arcano, Lâmpada, mausoléu. Quis contribuir. Foi ver o moinho do açougue. A queda de água. Sugeriu açudes. Foi ao adro das Freiras ver a casa do Sr. José de Medeiros Bettencourt Rego. Foi às Caldeiras até à volta das 5 horas. E foram para Rabo de Peixe. Quinta de Francisco Serpa, onde estavam hospedados.’[12] Terá havido quem lhe tocasse no assunto da Cidade?

A troça pelo fracasso da candidatura, em vez de desmobilizar, acabaria por produzir o efeito oposto: mobilizou. Alguns, como João Albino, que nem haviam defendido a ideia, ao sentirem-se (presumo) humilhados, aderiram abertamente à ideia. Supico (a morar em Ponta Delgada) adere. Apesar das contrariedades, a ideia resistia.[13] Uma nova geração entra na liça. A campanha que culminou com o Decreto Autonómico de 2 de Março de 1895 terá servido (estou em crer) não só para reavivar o sonho de cidade como também para propor uma organização administrativa diferente: a descentralização municipalista. Na Ribeira Grande houve comícios. Fundou-se um clube autonómico e os jornais da terra participaram no debate.[14] Os ‘rapazes do Gabinete de Estudo,’ de entre os quais, haveria alguns irmãos do padre Egas Moniz, terão provavelmente tomado parte activa nas discussões.[15] Em 1894, no jornal a Ribeira Grande, com o título Passagem à Ribeira Grande!, o articulista, que não assina, mas cujo estilo me parece ser o do padre Egas Moniz (n. 24.05.1850 (1858?) Matriz Estrela – f. CRG 24-08-1908), propõe vagamente uma descentralização municipalista.[16] Por se haver (entretanto) optado pelo Distritalismo em detrimento do Municipalismo, já em 1899, o Padre Cristiano ‘malhava’ na Autonomia de 1895: ‘Fugimos do Terreiro de Paço para ir cair no Largo do Colégio. E a diferença é contra nós, porque o Terreiro do Paço é muito mais espaçoso.’[17] A ligação da Ribeira Grande ao movimento traduziu-se ainda no reconhecimento público de duas figuras decisivas no processo: em 1891, já havia homenageado o Conselheiro Hintze Ribeiro, atribuindo-lhe o nome ao Largo mais nobre da terra; em 1896, pouco depois da sua morte, seria dado o nome do Marquês de Jácome Correia (Pedro Jácome) à antiga rua Direita de Santo André. Ou ainda um outro pormenor (que passa despercebido). Não será que o facto de Ernesto do Canto ser filho de uma senhora da Ribeira Grande, não foi ajudou na sua escolha e na aceitação como o primeiro Presidente da Junta Geral Autónoma? Além de ser um nome consensual e do seu estar envolto em enorme prestígio. E de o terceiro, Aníbal Cabido, ser filho da Ribeira Grande?

Tendo (provavelmente) captado esses ‘ares soprados’ da Ribeira Grande, em 1893, Manuel Emídio da Silva (n. Lisboa - 1858 – f. Lisboa - 1936), que conhecia o país de Norte a Sul, escreveu: a importante e populosa vila da Ribeira Grande, mais importante e mais populosa do que muitas capitais de districto.’[18] Quais capitais de Distrito? Horta? Vila Real? Guarda? Não diz. Como interpretá-lo? Ambição de ser Distrito e Cidade? Seria assunto que a Ribeira Grande (a elite) discutia e lançava para a campanha? Ainda em 1893, Júlio Máximo Pereira (possivelmente ainda divulgando ideias que surgiram no calor da campanha) propunha uma verdadeira revolução administrativa.[19] Em 1894, o médico veterinário e professor universitário João Viegas de Paula Nogueira (n. Olhão – 1859 – f. Lisboa - 1944), escreveu isto: [a Ribeira Grande] pelo grande número de casas, pela largura das suas ruas e pelo movimento comercial e industrial que a anima, poderia bem ser elevada à categoria de cidade.’[20] Apesar do esforço, a Ribeira Grande continuaria Vila para o Governo e Cidade para si e para quem a visitava. Mas não desistiria da sua ambição.

A apoteótica recepção do dia 8 de Julho de 1901 oferecida a D. Carlos e a D. Amélia na Ribeira Grande terá sido ‘instrumentalizada’ para relançar a sua candidatura a Cidade. Não nos inócuos discursos oficiais, mas nos jornais e num livro saído em fascículos. Sobretudo em O Norte do padre Cristiano Borges de Jesus (n. Lagoa 1864 – f. Ribeira Grande – 1944) e na sua colaboração no Álbum Açoriano.[21] Cristiano Borges que (pelo que lemos) acompanhou ‘a par e passo’ o que se passou, é o cronista da visita. Relata-o em O Norte.[22] Porém, a escrita para influenciar o Rei (e Hintze Ribeiro?) é produzida no Álbum Açoriano. Coadjuvado (não sei se combinado ou não) por Alice Moderno.[23] O discurso do Presidente José de Melo Nunes foi formal e a resposta do Rei cortês: ‘A Câmara Municipal e os habitantes do importante Concelho da Ribeira Grande.’ Mas, na comitiva vinham correspondentes de jornais nacionais e estrangeiros.[24] Os monarcas foram recebidos à entrada da Ribeira Grande (na Mediana) por uma guarda de honra formada por cavaleiros da ‘Alvorada de São Pedro.’ Ovacionados por milhares de pessoas (vindas das freguesias a poente do Concelho) ao longo da rua Direita. Janelas com colchas. Pétalas de flores. Foi-lhes entregue a chave da Vila. Discursos nos Paços do Concelho. Visita à igreja Matriz e almoço na Granja do Lameiro (de Aires Jácome Corre, o Conde de Jácome Correia, cujo palácio servia em Ponta Delgada de Paço Real) antes da partida para as Furnas.[25] Foi dado o nome do rei a uma rua principal e da rainha a um largo. O espaço (hoje Largo Gaspar Frutuoso) foi embelezado para a ocasião. O veterano da Guerra Civil Manuel da Estrela Raposo, natural e morador nos Foros da Conceição, foi simpaticamente conduzido ao ‘Paço’ para partilhar das suas memórias de D. Pedro ao bisneto D. Carlos. Poderia sempre dar uma palavrinha agradável a favor da sua Terra. E, ainda dando mais prestígio, para figurarem numa Exposição organizada em honra do casal Real na Capital do Distrito, foram selecionadas duas obras da Ribeira Grande: as dezasseis Pedras (que dão o nome ao rua, onde estão esculpidas a História da Ilha), que permanecem lá cimentadas no claustro do Museu Carlos Machado e o Triptíco que regressou a casa.[26] Em Julho de 1901, a professora e jornalista Alice Moderno (n. Paris – 1867 - f. - Ponta Delgada -1946), não podia ser mais directa. Acerca da Ribeira Grande (tal como já o fizera Supico, apesar de ambos residirem em Ponta Delgada, eram sinceros amigos da Ribeira Grande) escreveu: ‘cuja população e movimento comerciais são superiores a muitas cidades do continente português.’[27]  Por esta mesma ocasião, Cristiano de Jesus Borges ia ainda mais longe: na sua indústria, no seu comércio, na agricultura, a Vila da Ribeira Grande, a qual só poderá queixar-se da falta de um porto abrigado; pois que, se o possuísse, era ela que estava destinada há muito a ser a capital da Ilha de S. Miguel.’[28] Mais uma vez, nada se conseguiria. Fora criada em 1882 uma última cidade (Figueira da Foz) e a seguinte só surgiria em 1916 (Abrantes), já em tempo da I República. Dou por terminada a série de 1852, porém, na ‘cata’ da História do Nascimento da Cidade da Ribeira Grande, a próxima série de artigos levar-me-á a Cristiano de Jesus Borges e à ‘Aliança Ribeiragrandense.’ E ao ano de 1921. Convido-vos a seguir-me.

Mário Moura –

Cidade da Ribeira Grande (Conceição)

 



[1] Supico, Francisco Maria, A Ribeira Grande, Cosmorama, Ponta Delgada, n.º 12, Outubro de 1863, p. 15. Escreveu-o Francisco Maria Supico em Outubro de 1863. Estrela Oriental, Ribeira Grande, 12 de Outubro de 1862, fl. 1. Escreveu-o João Albino Peixoto em Outubro de 1862.Quatro décadas depois, era-lhe atribuída pelo Governo a classificação de município de 2.ª ordem. Nisso, era apenas ultrapassada pelas três cidades sedes de Distrito: Horta, Angra e Ponta Delgada. Medeiros, Maria Margarida Martins Franco de Medeiros, O Governo Civil de Ponta Delgada na década de 1880, A sua ação política, social e económica, Universidade dos Açores, Tese de Mestrado em História Insular e do Atlântico, Séculos XV-XX, Ponta Delgada, 2014, pp. 166-167; Leite, José Guilherme Reis, Política e administração nos Açores de 1890-1910: 1.º Movimento Autonomista, Jornal de Cultura, Anexos, p. 32: O primeiro Presidente da Junta Geral Autónoma do Distrito de Ponta Delgada, foi Ernesto do Canto, cuja mãe era da Ribeira Grande. O terceiro foi Heitor da Silva Âmbar Cabido, filho de um das duas famílias (então) mais poderosas da Ribeira Grande. Como vogal da Comissão Distrital, Luís Ataíde Corte Real Estrela, membro da outra família poderosa da Ribeira Grande. Estrela Oriental, Ribeira Grande, 12 de Outubro de 1862, fl. 1. Escreveu-o João Albino Peixoto em Outubro de 1862. O Preto No Branco, Ponta Delgada, 28 de Junho de 1898, fl. 4: ‘Os municípios açorianos foram agora classificados pela ordem seguinte: 1.ª ordem: Ponta Delgada, Angra e Horta; 2.ª ordem: Ribeira Grande; 3.ª ordem: Vila Franca do Campo, Lagoa e Praia da Vitória, 4.ª ordem, os restantes.’

[2] A Ilha, Ponta Delgada, Semanário, 25 de Abril de 1853, fls. 2-3: O jornal A Ilha, contrário a Loureiro, criticaria a condescendência do Parlamento perante o que considerou ser uma Ditadura: o Governo governar sem Parlamento. O Governo, apesar de ter continuado a governar por decreto, ainda que o Parlamento tivesse sido encerrado, pode tê-lo feito. Decretos que seriam ‘legalizados’ com a reabertura do Parlamento. A Ilha, Ponta Delgada, Semanário, 19 de Maio de 1853, fls. 1- 2.

[3] À procura de prova, pesquisei os Diários da Câmara dos Senhores Deputados e o Diário do Governo. Depois da proposta de Loureiro, nada mais encontrei. Nem por parte dos deputados seguintes Nem mesmo requerimentos ou quaisquer outras iniciativas a esse respeito.

[4]Supico, Francisco Maria, A Ribeira Grande, Cosmorama, Ponta Delgada, n.º 12, Outubro de 1863, p. 15. Digna: Honra, merecimento… Cf. Dicionário Priberam

[5] Supico, Francisco Maria, A Ribeira Grande, Cosmorama, Ponta Delgada, n.º 12, Outubro de 1863, p. 15.

[6] Nemésio, Vitorino, Açorianidade, in Ínsula, n.º 7, Ponta Delgada, Julho-Agosto, 1932; Pires, António M. B. Machado, Os Açores. Geografia ou História – Eis a questão, in Páginas sobre Açorianidade, Letras Lavadas, 2.ª edição, 2013, pp. 77-84; Bettencourt, Urbano, Uma outra "açorianidade" - um texto esquecido de Nemésio, in Atlântida vol. XLVI (2001), pp.321-324; Bettencourt, Urbano, Sala de Espelhos, segunda edição, Companhia das Ilhas, 2022, pp. 125-131.

[7] Matos, Artur Teodoro de, Transportes e comunicações em Portugal, Açores e Madeira (1750-1850), 1980.

[8] Peixoto, João Albino, Editorial e mais, A Estrela Oriental, Ribeira Grande, 20 de Agosto de 1856, pp. 1-2

[9] Estrela Oriental, Ribeira Grande, 12 de Outubro de 1862, fl. 1.

[10] Estrela Oriental, Ribeira Grande, 12 de Outubro de 1862, fl. 1.

[11] Peixoto, João Albino, À Ribeira Grande, A Estrela Oriental, Ribeira Grande, 5 de Setembro de 1863

[12] O Fórum, Ribeira Grande, n.º 11, 1 de Junho de 1867, p. 3.

[13] Borges, Cristiano de Jesus, Nota diversas, in O Norte, Ribeira Grande, 1895.

[14] A Ribeira Grande, Ribeira Grande, II Série, N.º 20, 5 de Dezembro de 1894, fl. 3: ‘Está muito animado o clube autonómico Ribeira-grandense com grandes divertimentos, fazendo já alguns exercícios para o próximo carnaval;’ Diário dos Açores, Ponta Delgada, 16 de Fevereiro de 1894, p. 2: ‘Ontem à noite houve um comício imponente na Ribeira Grande, orando os senhores doutores Monte Alverne, Caetano e Duarte de Andrade, que foram calorosamente aplaudidos;Primeiro número do Jornal O Norte do Cónego Cristiano de Jesus Borges (18 de Maio de 1895).

[15] Ermino Maria, Folhetim a fresco, A Ribeira Grande, Ribeira Grande, n.º 1, 21 de Setembro de 1881, fl. 1

[16]  [Padre Egas Moniz?], Passagem à Ribeira Grande!, Ribeira Grande, ano I, N.º 1, Quarta-feira-16 de Maio de 1894, p.1: ‘Grande pela agricultura, grande pela força motriz de suas águas; porque não há-de provocar, pela descentralização administrativa, as indústrias exploradoras de sua nata economia? (…) O grito de emancipação administrativa vaticinando a justiça, a prosperidade e a ordem.’

[17] [Padre Cristiano de Jesus Borges?], A Descentralização, O Norte, Ribeira Grande, Ano III, N.º 183, 12 de Novembro de 1898, p. 1; A Persuasão, Ponta Delgada, 11 de Janeiro de 1899, fl. 3.

[18] Silva, Manuel Emídio da, São Miguel em 1893: cousas e pessoas, V. I, , Ponta Delgada, 1893, p. 80

[19] Pereira, Júlio Máximo, Recordações dos Açores, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893.

[20] Nogueira, J V Paula, Açores: Ilhas de S. Miguel e Terceira, I A Ilha de S. Miguel, in Diário dos Açores, Ponta Delgada, 13 de Janeiro de 1894, p. 1

[21] A.M., São Miguel em Festa, O Norte, Ribeira Grande, 6 de Julho de 1901, p. 2; O Norte, Ribeira Grande, 13 de Julho de 1901, p. 2; O Norte, Ribeira Grande, 3 de Agosto de 1901, pp. 2-3.

[22] A.M., São Miguel em Festa, O Norte, Ribeira Grande, 6 de Julho de 1901, p. 2: ‘Sábado, 6 de Julho. São Miguel em festa. Desembarcaram ontem na cidade de Ponta Delgada suas Majestades o Rei e a Rainha de Portugal. Demoram-se na Ilha sete dias consagrados todos a solenidades oficiais e à visita aos sítios de maior nomeada da terra micaelense. (…) (p.2) Festejos nesta Vila. Estão ornados com gosto os Paços do Concelho onde descansarão Suas Majestades, havendo recepção. A sala do trono, ao contrário da nossa informação de sábado passado, é na ampla sala das sessões, ficando as salas de entrada e das secretarias para os convidados e pessoal da comitiva. A igreja Matriz onde também entram Suas majestades está adornada a primor. Toda a estrada, desde o extremo leste da Vila até acima da freguesia da Ribeira Seca está ladeada de mastros que servirão para o embandeiramento. Dentro da Vila, toda a rua Direita, largo do Conselheiro Hintze e largo Gaspar Frutuoso, tem, além dos mastros, umas colunas de 3 metros de alto suportando vasos de flores o que produzirá, segundo se espera, belo resultado. À entrada da Vila, junto ao templo de São Francisco, eleva-se um arco de amplas proporções aformoseado apropriadamente. No outro lado, à saída da Vila, há outro arco nas mesmas condições. Ao princípio da Ribeira Seca estará postada uma banda musical, outra no largo defronte da igreja da mesma freguesia, outra junto da fábrica de destilação, outra no adro da igreja da Conceição e ainda uma outra defronte dos Paços Camarários. Enquanto houver a recepção e visita à Matriz estas bandas irão postar-se em sítios diferentes na continuação da estrada desta Vila até ao prédio do sr. Conde de Jácome Correia no fim da Ribeirinha, onde Suas Majestades vão almoçar.’ (p.2) Relíquia. Ainda existe nesta Vila um dos soldados da expedição que desembarcou nas praias do Mindelo e fez a campanha da liberdade. Chama-se Manuel da Estrela Raposo e nasceu a 7 de Janeiro de 1810. Conserva ainda lúcidas as faculdades e dá as suas voltas no aranjo da casa. Será apresentado a Suas Excelências que apreciarão o conhecimento deste veterano, único que existe em S. Miguel. Para tanto seguiu ontem em carro desta Vila para Ponta Delgada. Boas impressões estavam ainda reservadas para o resto da vida do bom velho que há perto de 70 anos fez parte do exército dos 7.500 bravos.’ Obra de Arte/Com autorização episcopal figuram na Exposição de Ponta Delgada os quadros da ermida de Santo André, desta Vila, considerados como obra de arte de subido valor.’

[23] Moderno, Alice, Açores: Pessoas e coisas, Tipografia Popular, Ponta Delgada, 1901, pp.23-24.

[24] Martins, Rui de Sousa, D. Carlos e os Açores: mostra documental, Câmara Municipal de Ponta Delgada; Carlos Guilherme Riley, Rui de Sousa Martins, 2008, p.1; Silva, Susana Serpa, Em torno da visita régia de 1901 aos arquipélagos da Madeira e dos Açores, Arquipélago História, 2.ª série, XIII (2009)

[25] O Norte, Ribeira Grande, 3 de Agosto de 1901, fl. 2.

[26] Apesar de não haver documento de ‘doação’ ou depósito, consta que foram cedidas pelos proprietários. Ainda assim, o sítio onde deveriam estar não seria no local onde foram feitas e a que dão o nome: rua das Dezasseis Pedras? Há quem diga que é a mania (ou tique) da capital pôr e dispor a seu bel-prazer da Ilha.   

[27] Moderno, Alice, Açores: Pessoas e coisas, Tipografia Popular, Ponta Delgada, 1901, pp.23-24.

[28] Borges, Cristiano de Jesus, Vila da Ribeira Grande, in Álbum Açoreano, 1903, Direcção António Batista, Lisboa, p. 135.

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